sábado, 26 de abril de 2008

NÃO VOS DEIXAREI ÓRFÃOS!

Jesus despediu-Se, «até já». Foi para o Pai. Mas ficou connosco, de diversas maneiras, que só Ele podia inventar: Na Eucaristia, na Palavra, no próximo (sobretudo nos mais pequeninos), na união fraterna (sobretudo quano os irmãos se põem de acordo para rezar. E ficou dentro de nós, que somos templos do Espírito de Deus. Não nos deixou órfãos!

Fala-se por vezes e até com alguma insistência da orfandade (espiritual) do nosso tempo. Não é que não haja pais, mas que, frequentemente, eles estejam ausentes na vida dos filhos. Mas o que é pior, o que se vai notando mais é a ausência de pessoas que possam servir de referência para os demais. É verdade que quanto às normas, a cultura actual recusa a existência de um qualquer ponto de um referente comum.
A orfandade existe. E não é só de hoje. Os discípulos de Jesus sentiram a ausência de Jesus quando ele foi arrepanhado pela morte que O cravou na cruz. Tendo ficado ali, também Ele só e abandonado, eles sentiram-se abandonados, desvalidos e insignificantes, como menores de idade.
A ressurreição de Jesus suscitou uma enorme alegria entre os seus amigos. Ela supunha que, perante a condenação das autoridades judaicas o Pai reivindicava Jesus para si. Porém, depois da Ascensão os discípulos continuavam a sentir‑se sós, porque Jesus tinha ido para o Pai.
Surgiu, por isso, entre a comunidade dos discípulos, uma espera ávida do retorno do Ressuscitado, que viria congregá-los para os levar consigo para junto do Pai, onde há muitas moradas. Essa espera foi tornando‑se tão extensa e demorada, que foram descobrindo que não se encontravam sós, que Jesus tinha vindo para eles na pessoa do Espírito que lhes enviara desde o Pai.
Durante a presença histórica de Jesus na terra Ele-mesmo foi o defensor e consolador dos discípulos. Agora caberá ao Espírito Santo, o novo Consolador, assumir essa missão, isto partindo do princípio que os discípulos se encontrem em situações difíceis e conflitivas para as quais precisam de ajuda, de protecção e conselho.
É tudo isso que o Espírito faz. Ele é o Espírito da verdade que faz frente ao espírito do erro que impera sobre o mundo. A verdade faz caminho por si só. E é o Espírito quem irá reivindicando perante o mundo a pessoa de Jesus e o seu projecto, agora encarnado pelos seus discípulos.
A vinda de Jesus no seu Espírito é uma vinda suave e íntima que só acontece no mais profundo ser da pessoa. Não é um acontecimento ostensivo, visível para todos, embora sucedesse pela imposição das mãos dos Apóstolos.
Este é o mistério da inhabitação da Santíssima Trindade em nós, porque onde está o Espírito está também o Pai e o Filho. Esta presença é, portanto, a presença amorosa de Deus em nós, que, por sua vez, antecipa a nossa presença definitiva diante de Deus na sua glória.
A presença de Deus em nós é fruto do amor a Cristo. Quem ama a Cristo é amado por Deus. O Amado está presente no coração do amante. Ele é uma presença real, consoladora e transformadora de vida.
É assim que o crente se vai transformando interiormente, tornando-se na pessoa amada. Na nossa caminhada espiritual vamo‑nos transformando em Deus pela acção do amor de Deus.
Esta presença de Deus não é um sentimento vago, não é um pode ser ou não ser. É uma realidade que se traduz no concreto da vida, em acções, gestos e palavras. Não existe amor a Jesus sem se observar os seus mandamentos, e de forma particular o mandamento do amor fraterno.
A quem ama Jesus se revela. A quem ama Jesus desvela-se como amigo, através da acção do seu Espírito e assim o vai introduzindo no mistério de Deus.
Na celebração da Eucaristia, em qualquer ponto da terra, reunida a comunidade em nome de Jesus Cristo, o Espírito Santo transforma as nossas ofertas do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo.
Ao celebrarmos hoje a Eucaristia abramos com humildade os sentidos, o coração e a fé a fim de que em nós aconteça também a acção tranformadora do Espírito de Deus.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

365º aniversário da nossa Igreja

Cumpre-se hoje o 365º aniversário da Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Aveiro. No livro CARMO DE AVEIRO, do Frei Silvino, páginas 46-47, regista-se assim o facto:
«Entretanto, terminaram-se as obras da formosa igreja do convento do Carmo de Aveiro, que duraram quase quinze anos.
Estando em Roma o prior Frei Pedro de S. Tomás, e porque a comunidade queria abrir ao culto a nova igreja, o superior da casa, Frei José de Santa Teresa, com licença do Provincial, inaugurou a Igreja num domingo, dia 24 de Abril de 1643. Foi este acontecimento celebrado com toda a solenidade e com a presença de todo o povo de Aveiro, que aplaudiu grandemente a nova igreja.
Foi convidado para presidir à inauguração um dos anteriores priores de Aveiro, Frei André da Encarnação, que foi na lista dos priores do Carmo, o quarto.
Alegrou-se sobremaneira a Sra. Dona Beatriz de Lara, ao ver o seu convento com tão formosa igreja, que lhe parecia ser, e segundo ela o dizia, um verdadeiro retrato do céu. Diz Rangel de Quadros: «o templo ficou muito bem construído e muito sólido e, talvez nesta parte, nenhum outro de Aveiro lhe levaria vantagem».

sábado, 19 de abril de 2008

Eu sou o caminho a verdade e a vida


Dizem alguns que não se sabe o que existe depois da morte, que nada alcançamos saber sobre o mais além. Dizem que não sabemos nem podemos saber, pois ninguém veio dizer o que quer que seja sobre o mais além.
Outros dizem que existem relatos de certas experiências de pessoas em coma que afirmam ter visto e sentido uma grande luz, um grande calor, uma grande paz e bem-estar.
Nós, cristãos, sabemos o que é que existe porque Jesus veio para nós da parte do Pai, a fim de nos revelar a vida eterna e indicar-nos o caminho para ela.
Nós não temos dúvidas.
Aliás, pela Ascensão Jesus sai da história, não para nos abandonar, mas para nos indicar o caminho a seguir para a vida eterna.
Ele precedeu-nos para nos preparar lá, na Casa do Pai, uma morada para nós.
O Apóstolo Tomé constituiu-se em porta-voz de todos os inquietos e disse ao Senhor que não conhecíamos o lugar do seu destino; o qual quer dizer, nem o destino nem o caminho para lá chegar...
Paciente, sempre paciente, Jesus fez então uma grande revelação que afasta todas as nossas dúvidas, temores e incógnitas: Ele mesmo é o caminho, a verdade e a vida!
Não precisamos de mais: Jesus é o caminho, porque é Deus.
Está assim claro que o nosso destino é o Pai.
E que a única via de acesso é Ele mesmo, o qual só é possível porque Jesus é a revelação do Pai. Ele é a verdade!
N’Ele se nos desvela o mistério de Deus, que é, simultaneamente, o mistério do homem, o mistério do seu amor por nós.
Jesus ao revelar-se a autêntica verdade do homem oferece-se-lhe como a vida, a vida eterna.
A pessoa de Jesus é pois a resposta a todas as nossas perguntas e inquietudes. Como Ele também nós vimos de Deus e para Deus vamos juntamente com Ele.
Conhecer intimimamente a pessoa de Jesus é conhecer a amorosa pessoa do Pai que muito nos ama. E a única maneira de conhecer o Pai é tratar intimamente com Ele através da pessoa de Jesus Cristo.
Mas novamente se manifesta a desorientação dos discípulos; agora através de Filipe. Filipe pede apenas que Jesus lhe mostre o Pai, porque o restante já nada interessa.
Jesus apanha uma surpresa:
depara-se com o facto de que a sua vida e ensinamentos pouco tinham ajudado os seus discípulos. Conhecia-os há tanto tempo e eles ainda não tinham reconhecido no Seu rosto o rosto do Pai. Não perceberam jamais que a pessoa de Jesus só se entende a partir de Deus, como revelação definitiva de Deus.
Os discípulos deveriam ter-se dado conta que o Pai está falando com eles através de Jesus.
Que na pessoa de Jesus estava o Pai actuando e realizando aquelas obras maravilhosas, espantosas e sobre-humanas.
Esta união indissociável entre Jesus e o Pai implica também a união entre Jesus e o crente. O crente fará as mesmas obras de Jesus, e até maiores, porque Jesus, depois de ir par ao Pai, actuará nele, em cada um de nós.
A grande obra de Jesus prolonga-se na Igreja, carismática e serviçal, que se põe ao serviço dos pobres. Nela todos somos membros activos, que contribuem para a sua construção.
Para ser credível a Igreja tem de continuar a realizar as mesmas obras de Jesus. Ele continua a actuar no hoje da história, e nós somos seus colaboradores na obra de salvação.
De maneira especial a Igreja constrói-se em torno à Eucaristia, porque através dela
tornamos presente a salvação de Deus.
Oferecer a Eucaristia ao mundo é colaborar com Jesus e contribuir para que o mundo seja mais justo, mais verdadeiro e mais fraterno, porque assim estamos permitindo que Jesus irrompa incansavelmente na história da Humanidade.

Chama n.º 669 ­- 20 Abril 2008

domingo, 13 de abril de 2008

O Domingo

O Domingo IV da Páscoa é na Igreja a jornada de oração pelas vocações.
No Evangelho deste Domingo escutamos o Bom Pastor, declarando: Eu sou a porta! Dispunhamo-nos a passar pela Porta e peçamos-Lhe mais sacerdotes para a sua Igreja.
Jesus disse: Eu sou o caminho; e disse também: Eu sou a porta! Esta última palavra escutámo-la neste Domingo, o Domingo do Bom Pastor, dedicado à oração pelas vocações.
A porta e o caminho são símbolos bíblicos que significam muito mais do que poderia parecer à primeira vista. São imagens que remetem para valores morais e para comportamentos determinados e exigentes. É por isso que Jesus afirma: Eu sou a porta!
O que Jesus quer dizer é: eu sou o modelo que deve ser imitado; eu sou o exemplo claro que deve ser seguido por quem quer entrar no meu rebanho. Quem se ocupar a copiar outro modelo, isto é, aquele que entrar por outra porta, não é dos meus, é um ladrão, um bandido ou um salteador. Ao expressar-se assim, Jesus deixou muito claramente dito quem são os verdadeiros pastores: aqueles que se identificam com Jesus, o nosso Bom Pastor. Os que são como Jesus são verdadeiros; os que não se lhe assemelham são falsos, são mercenários que apenas buscam o proveito próprio e jamais o bem do rebanho.
«Eu sou a porta.» As palavras de Jesus eram simples e claras, mas os seus ouvintes não as entendiam claramente. Por isso Jesus é paciente connosco e com eles, com aqueles que tardam em compreender que as ovelhas reconhecem bem a voz do seu pastor e rejeitam a dos bandidos.
É claro que as ovelhas ouvem e ouvem bem, tão bem que sabem distinguir a voz do engano e da mentira, da voz da verdade. E a esses não os seguem (embora falem palavras mais fáceis).
Pelo contrário, a Cristo, Bom Pastor, as ovelhas reconhecem-n’O pela voz e seguem-n’O. Ele caminha à frente do rebanho, como guia; e jamais se coloca atrás, porque não tem que as perseguir. Condu-las docemente, jamais com pedradas e com gritos ou com o auxílio de cães que lhes mordam as canelas. Vai à sua frente demarcando-lhes o caminhar com os seus passos e fazendo com que o caminho seja um caminho de salvação transitável e andadeiro.
Com razão se diz muitas vezes nos evangelhos que os discípulos e as multidões seguiam Jesus. É que em boa verdade, tinha sido Jesus quem os escolhera, dizendo-lhes: Vinde e vede!, ou segui-Me e vede!
Caminhar diante das ovelhas ou dos discípulos é uma maneira prática de lhes ensinar a maneira de caminhar. Vê-l’O a caminhar é interiorizar a melhor maneira de caminharmos. Percorrer os mesmos caminhos que Ele percorreu, é seguir pelos atalhos da abnegação e do serviço, do esforço e da entrega. É ir pelo caminho do amor e da lealdade, tantas vezes difícil de percorrer, tão difícil de seguir como se fora uma terrível montanha que escalar.
Entrar pela porta aberta que é Cristo é empapar‑se dos seus sentimentos e das suas atitudes, é, sem mais, viver os valores do Evangelho.
No coração de cada discípulo de Jesus deve habitar o mesmo amor, e o mesmo cuidado em amar como Ele amava; em acolher como Ele acolhia; em ser generoso como Ele era generoso; em ter a porta aberta como Ele sempre teve a porta aberta para os pecadores e os transviados!
Neste Domingo IV da Páscoa a Igreja de Jesus celebra a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações. O lema deste ano é «As vocações ao serviço da Igreja-missão».
As vocações ao sacerdócio e à Vida Consagrada só nascem em terrenos que andem bem cuidados. Não nos deveríamos permitir viver descansadamente encerrados, antes, em nós, deveria acender-se o fogo ardente pela missão.
A vocação é um dom de Deus. É por isso que neste domingo, especialmente neste domingo, nós nos dirigimos ao Pai para Lhe pedir que surjam novas vocações que saibam compreender e enfrentar os novos desafios do nosso mundo. Havemos de confiar que Deus continuará chamando e enviando à sua Igreja novas formas de a servir e de a cuidar, isto é, novas formas de O seguir.
À Igreja pede-se também que seja casa de santidade, com uma porta grande e aberta para que todos possam entrar ao encontro do Bom Pastor!
Senhor Jesus, Bom Pastor da Igreja,
guia as nossas vidas, leva-nos pela mão.
Segue à nossa frente
que nós não nos afastaremos de Ti,
pois conhecemos bem a tua voz
e que só em Ti alcançaremos a vida
e vida em abundância.
Amen.



Chama nº 668 - 13 Abril 2008

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Oração proposta para a 45.ª Semana de Oração pelas Vocações

Senhor, Pai Santo, que amais o mundo que criastes
e não vos cansais de o contemplar e concluir que tudo é bom!
Ao ser humano, criado à vossa imagem e semelhança,
confiastes a missão de guardar a vossa obra
e quisestes chamar homens e mulheres
para, convosco, a conduzir à realização plena.

A fim de consumar este projecto,
enviastes ao mundo o vosso Filho Jesus Cristo
que, nos mostrou o Caminho para a felicidade a que aspiramos.
Chamando alguns de entre os seus discípulos,
partilhou com eles a sua Missão
e enviou-os a levar o Evangelho a toda a parte.

Este chamamento foi confirmado pelo Espírito Santo
e, ao longo destes últimos vinte séculos,
continuamente repetido e acolhido por tantos e tantas
que têm entregado a sua vida por esta preciosa causa.

Também agora, Pai Santo, Vos pedimos
que continueis a chamar, de entre nós,
aqueles que escolheis para partilhar a Missão de vosso Filho:
no ministério ordenado;
na vida consagrada activa;
na vida monástica e contemplativa;
na vida laical e matrimonial…
Pedimo-vos a graça da abertura do coração
para correspondermos sempre com generosidade e prontidão.

Confirmai com o vosso Santo Espírito
a acção e missão daqueles a quem chamastes e enviastes;
confortai-os nas dificuldades e desânimos.
Confiamos, também, esta causa à protecção de Maria,
a serva atenta e fiel à vossa vontade
e a S. Paulo, Apóstolo firme e zeloso do Evangelho.

A Vós, Pai Santo,
pelo vosso Filho Jesus Cristo,
no Espírito Santo,
sejam dadas honra e glória pelos séculos dos séculos.
Ámen.

DA VOCAÇÃO À MISSÃO

1.Desde o início do seu ministério apostólico, o Santo Padre Bento XVI, retomando uma já longa tradição, sublinhou e destacou a importância do ambiente e do sentido em que a vocação deve ser acolhida e em que esta Jornada vocacional deve ser vivida.
A teologia da vocação tem necessariamente de ser compreendida a luz da esperança, que brota do amor infinito de Deus que, pela Igreja – Mistério, Comunhão e Missão, nos chama a ser servidores da sua alegria, testemunhas da sua bondade e apóstolos do nosso tempo.
Missionária na sua essência, no seu conjunto e em cada um dos seus membros, a Igreja sabe que o imperativo de viver, testemunhar e anunciar o Evangelho é de todos os cristãos desde o Baptismo e sobretudo desde a Confirmação. Para compreendermos o dinamismo, a génese e o percurso de cada vocação devemos mergulhar neste oceano imenso de graça e de santidade, de mistério e de comunhão, de serviço e de missão onde se desenvolvem a vida e o testemunho cristão de cada um de nós.
O mistério de amor de Deus pela humanidade e as promessas divinas feitas ao povo de Israel concretizaram-se, cumpriram-se e “realizaram-se plenamente em Jesus Cristo” que escolheu discípulos para continuarem a sua missão.
A vocação tem sempre esta génese e evoca em permanência esta história: é dom de Deus e é olhar efectivo e afectivo de amor e de compaixão redentora para com o povo.
O sacerdote, o(a) consagrado(a) e o(a) missionário(a) são sinal desta aliança divina e são caminho profético de libertação e de salvação de pessoas e de povos que reencontram Deus e redescobrem o sentido da Vida e da História. Vivendo como discípulos de Jesus, o Mestre, e dóceis ao Espírito Santo eles sentem-se enviados em missão, em discretos e anónimos trajectos ou em percursos novos e corajosos junto de quem sofre e de quem trabalha pelas causas justas e urgentes de um mundo em busca de Deus, de dignidade e de esperança.
Nunca nos faltou no exemplo de Jesus e na vida da Igreja o lugar e o tempo dados à oração e à contemplação como formas imprescindíveis a preceder e a acompanhar a vocação a uma vida activa ou a fundar o carisma e a missão da própria vocação à vida contemplativa. Este é um dom inesgotável de graça e de bênção a que devemos incessantemente recorrer. Lembra-nos o Santo Padre que “somente num terreno espiritualmente bem cultivado brotam as vocações para o sacerdócio e para a vida consagrada”.
3. A oração, a alegria de ser chamado, a coragem de chamar, a disponibilidade confiante para trabalhar na pastoral juvenil e vocacional, a vida cristã das famílias, o ambiente formativo dos Seminários e das Congregações e Institutos Religiosos e o acolhimento e compromisso apostólico das comunidades e instituições cristãs são alguns dos inúmeros momentos, meios e mediações de uma verdadeira e criativa pedagogia da vocação.
O exemplo de S. Paulo e o “discurso missionário” de S. Mateus, que o Santo Padre refere na Mensagem, falam-nos de uma verdadeira cultura da vocação respaldada na simplicidade, na verdade, na confiança, na conversão e na coragem, características tão próprias dos jovens de hoje e de sempre.
São múltiplos e “comoventes os testemunhos que poderão inspirar muitos jovens a seguirem Cristo e a gastarem a sua vida pelos outros”, diz-nos Bento XVI. Sentimos todos igualmente que são muitos, generosos e criativos os testemunhos daqueles que se decidem hoje a trabalhar com alegria na pastoral vocacional nos seus âmbitos mais diversificados e nas suas expressões mais belas. Também isso nos diz que a hora que vivemos é uma hora de Deus que, em jeito de vigília, anuncia manhãs de esperança.
4. Pede-nos o Santo Padre que a sua Mensagem, dirigida a todas as comunidades eclesiais, possa suscitar “subsídios de oração e encorajar o empenho de todos os que trabalham com fé e generosidade ao serviço das vocações”.
Foi nesta Mensagem que se inspirou, com dedicação e alegria, o Secretariado Diocesano de Pastoral Juvenil e Vocacional de Aveiro, a pedido da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, para elaborar este Guião a multiplicar pelas dioceses, comunidades e movimentos e grupos apostólicos de todo o País. Esta referência de justa gratidão é também um sinal da comunhão e da partilha que a Comissão Episcopal Vocações e Ministérios tem procurado incentivar e promover.
5. Que Nossa Senhora, a Estrela da Esperança, nos ensine a “implorar do Senhor o florescimento de novos apóstolos” e a trabalhar nesta missão da pastoral vocacional com alegria e com generosidade.

Mensagem de D. António Francisco dos Santos,
Bispo de Aveiro e Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministério