sábado, 19 de abril de 2008

Eu sou o caminho a verdade e a vida


Dizem alguns que não se sabe o que existe depois da morte, que nada alcançamos saber sobre o mais além. Dizem que não sabemos nem podemos saber, pois ninguém veio dizer o que quer que seja sobre o mais além.
Outros dizem que existem relatos de certas experiências de pessoas em coma que afirmam ter visto e sentido uma grande luz, um grande calor, uma grande paz e bem-estar.
Nós, cristãos, sabemos o que é que existe porque Jesus veio para nós da parte do Pai, a fim de nos revelar a vida eterna e indicar-nos o caminho para ela.
Nós não temos dúvidas.
Aliás, pela Ascensão Jesus sai da história, não para nos abandonar, mas para nos indicar o caminho a seguir para a vida eterna.
Ele precedeu-nos para nos preparar lá, na Casa do Pai, uma morada para nós.
O Apóstolo Tomé constituiu-se em porta-voz de todos os inquietos e disse ao Senhor que não conhecíamos o lugar do seu destino; o qual quer dizer, nem o destino nem o caminho para lá chegar...
Paciente, sempre paciente, Jesus fez então uma grande revelação que afasta todas as nossas dúvidas, temores e incógnitas: Ele mesmo é o caminho, a verdade e a vida!
Não precisamos de mais: Jesus é o caminho, porque é Deus.
Está assim claro que o nosso destino é o Pai.
E que a única via de acesso é Ele mesmo, o qual só é possível porque Jesus é a revelação do Pai. Ele é a verdade!
N’Ele se nos desvela o mistério de Deus, que é, simultaneamente, o mistério do homem, o mistério do seu amor por nós.
Jesus ao revelar-se a autêntica verdade do homem oferece-se-lhe como a vida, a vida eterna.
A pessoa de Jesus é pois a resposta a todas as nossas perguntas e inquietudes. Como Ele também nós vimos de Deus e para Deus vamos juntamente com Ele.
Conhecer intimimamente a pessoa de Jesus é conhecer a amorosa pessoa do Pai que muito nos ama. E a única maneira de conhecer o Pai é tratar intimamente com Ele através da pessoa de Jesus Cristo.
Mas novamente se manifesta a desorientação dos discípulos; agora através de Filipe. Filipe pede apenas que Jesus lhe mostre o Pai, porque o restante já nada interessa.
Jesus apanha uma surpresa:
depara-se com o facto de que a sua vida e ensinamentos pouco tinham ajudado os seus discípulos. Conhecia-os há tanto tempo e eles ainda não tinham reconhecido no Seu rosto o rosto do Pai. Não perceberam jamais que a pessoa de Jesus só se entende a partir de Deus, como revelação definitiva de Deus.
Os discípulos deveriam ter-se dado conta que o Pai está falando com eles através de Jesus.
Que na pessoa de Jesus estava o Pai actuando e realizando aquelas obras maravilhosas, espantosas e sobre-humanas.
Esta união indissociável entre Jesus e o Pai implica também a união entre Jesus e o crente. O crente fará as mesmas obras de Jesus, e até maiores, porque Jesus, depois de ir par ao Pai, actuará nele, em cada um de nós.
A grande obra de Jesus prolonga-se na Igreja, carismática e serviçal, que se põe ao serviço dos pobres. Nela todos somos membros activos, que contribuem para a sua construção.
Para ser credível a Igreja tem de continuar a realizar as mesmas obras de Jesus. Ele continua a actuar no hoje da história, e nós somos seus colaboradores na obra de salvação.
De maneira especial a Igreja constrói-se em torno à Eucaristia, porque através dela
tornamos presente a salvação de Deus.
Oferecer a Eucaristia ao mundo é colaborar com Jesus e contribuir para que o mundo seja mais justo, mais verdadeiro e mais fraterno, porque assim estamos permitindo que Jesus irrompa incansavelmente na história da Humanidade.

Chama n.º 669 ­- 20 Abril 2008

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