sábado, 25 de junho de 2011

HINO AO CORAÇÃO DE JESUS

Celebramos na próxima Sexta-feira, dia 1 de Julho, a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus, tão antiga na Igreja, teve, contudo,  dois grandes apóstolos: São João de Eudes e Santa Margarida Maria Alacoque.
No dia 16 de Junho de 1675, durante a Exposição do Santíssimo Sacramento,  Nosso Senhor apareceu a Santa Margarida Maria e, mostrando-lle o seu Coração, disse-lhe: Eis o coração que tanto tem amado os homens e em recompensa não recebe, da maior parte deles, senão ingratidões pelas irreverências e sacrilégios, friezas e desprezos que têm por Mim neste Sacramento de Amor.
Para meditar, e melhor celebrar, a sua festa aqui deixamos um hino da Liturgia das Horas:

Arca Santa da lei nova,
Ó Sagrado Coração,
Fonte de vida e de graça
Fonte de misericórida:


Ó Coração, santuário
Da nova e eterna Aliança,
Divino altar sempre erguido,
Templo de amor aberto.


Sois no peito trespassado
De Jesus a chaga aberta
Que mostrou aos nossos olhos
O eterno amor infinito.


Cristo, sumo sacerdote
Na Paixão cruenta e mística
De Vós fez a hóstia plena
Do seu duplo sacrifício.


Quem não quererá pagar
Com amor tão grande amor
De Cristo que nos legou
O Coração em herança?


Glória a Vós porque nos destes
Jesus, vosso Coração.
Glória ao Pai e ao Espírito Santo
Pelos séculos dos séculos.


Chama n.º 802 | 26 Junho ‘11

AVISOS

TERÇA | 28
Santo Ireneu, bispo e mártir ( MO)

QUARTA | 29
São Pedro e São Paulo, apóstolos (Solenidade)

QUINTA | 30
Quinta-feira do Menino Jesus
» 18h.00:  Coroinha do Menino Jesus, com a participação do Clube do Menino Jesus

SEXTA | 01
Sagrado  Coração de Jesus (Solenidade)
» Exposição do Santíssimo desde as 15h.00 até às 21h.45

SÁBADO | 02
Imaculado Coração da Virgem Santa Maria (MO)

Peregrinação Carmelitana a Fátima
As pessoas que se inscreveram na Pegrinação Carmelitana a Fátima já podem levantar os respectivos bilhetes.
Informamos, ainda, que a partida será às 7h.45, no próximo Sábado, dia 2,  junto à Pastelaria Latina.

Listas de Leitores e Ministros da Comunhão
Encontram-se em distribuição as listas de Leitores e de Ministros da Comunhão para os próximos meses.

Chama n.º 802 | 26 Junho ‘11

APRENDER A SABER AMAR!

A Lei de Deus é a Lei do Amor! Nas páginas do Evangelho, tantas vezes Jesus nos exorta a amar a Deus e ao Próximo. Mas, jesus vai mais longe e convida-nos a “amar os inimigos”, a “orar pelos que nos perseguem”! Contudo, o amor aos pais, tão enaltecido nos escritos do Velho Testamento, parece ser ofuscado pelas palavras que Jesus hoje nos dirige no Evangelho, como se eles [os pais, filhos e irmãos] fossem menos merecedores que os próprios inimigos!  
Santo Agostinho, o Doutor Angélico, vai-nos ajudar a reflectir nestas palavras de Jesus!

Já passaram as festas pascais! Embora tenhamos retomado o Tempo Comum após a Solenidade de Pentecostes, de facto, somente hoje isso sucede em relação aos domingos, pois no passado Domingo celebrámos a Festa da Santíssima Trindade, que está intimamente unida ao Mistério Pascal.
Se muitas vezes o Evangelho de Jesus nos causa apreensão, pelas suas muitas exigências, que parecem verdadeiras contradições, como “orar pelos inimigos” ou pior, ainda, “amar os inimigos”, hoje, parece ir longe de mais, pois, após tanto insistir no amor ao próximo, e de tantas exortações a amar os pais, mesmo “quando a sua mente enfraquece”, hoje as suas palavras parecem ultrapassar o razoável, quando lemos: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim, e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim não é digno de Mim”.
Para nos ajudar a compreender estas palavras de Jesus, oferecemos um comentário a este trecho evangélico, tirado dos Sermões de Santo Agostinho (Sermão 344, 1-2):
“Nesta vida toda tentação é uma luta entre dois amores: o amor ao mundo e o amor a Deus; o vencedor dos dois atrai para si, à semelhança da gravidade, o seu amante. Chegamos até Deus, de facto, não com asas nem com os pés. Pelo contrário, prendem-nos à terra os afectos contrários, não os nós nem qualquer corrente material. Cristo veio transformar o amor e fazer de um apaixonado da terra um amante da vida celestial; por nós se fez homem aquele que nos fez homens: Deus assumiu a condição de homem para fazer dos homens deuses. Eis o combate que temos pela frente: a luta contra a carne, contra o demónio, contra o mundo. Mas, tenhamos confiança, porque quem preparou o combate é espectador que nos traz a sua ajuda e nos exorta a que não presumamos das nossas forças. De facto, quem presume das mesmas forças, enquanto homem que é, presume das forças de um homem […]. Os mártires, inflamados na chama deste piedoso e santo amor, deixaram queimar a fragilidade da sua carne com o vigor da sua mente, mas chegaram íntegros no seu espírito até Àquele que lhes tinha ateado o fogo. Na ressurreição dos corpos foi concedida a devida honra à carne que desprezaram essas mesmas coisas. Assim, portanto, foi semeada na ignomínia, para ressuscitar na glória.
Ardendo neste amor ou, melhor, para podermos arder nele, diz [Jesus]: “Quem ama o pai ou a mãe mais que a Mim não é digno de mim, e quem não toma a sua cruz para Me seguir não é digno de mim (Mt 10,37-38). Não eliminou o amor aos pais, à esposa, aos filhos, mas sim colocou-o no lugar que lhe corresponde. Não disse: “Quem ama”, mas sim “Quem ama mais que a Mim”. É o que diz a Igreja no Cântico dos Cânticos: Ordenou em mim o amor (Cant 2,4). Ama a teu pai, mas não mais que ao Senhor; ama a quem te gerou, mas não mais do que a quem te criou. Foi o teu pai quem te gerou, porém não foi ele quem te formou, pois quando o fez desconhecia quem ou como irias nascer. O teu pai alimentou-te, contudo, não retirou de si o pão para te saciar. Por último, seja o que for o que teu pai te deixa na terra, ele morre para que tu lhe sucedas, e com a sua morte ocupas o seu lugar nesta vida. Ao contrário, Deus é Pai e o que reserva, guarda-o juntamente consigo, para que possuas a herança juntamente com o mesmo Pai e não tenhas que esperar a sua morte para suceder-lhe, mas que, permanecendo sempre n’Ele, te unas a quem permanece para sempre. Ama, pois, a teu pai, mas não o coloques acima de Deus; ama a tua mãe, porém não ponhas por cima da Igreja, que te gerou para a vida eterna.
Finalmente, calcula, a partir do amor que sentes pelos teus pais, quanto deves amar a Deus e à Igreja. Porque se tanto deves amar aqueles que te geraram para a morte, com muito mais amor devem ser amados aqueles te geraram para que possas chegar à vida eterna e vivas por toda a eternidade! Ama a tua esposa, ama os teus filhos segundo a Lei de Deus, incutindo-lhes que adorem juntamente contigo a Deus. Una vez que te tenhas unido a Ele, não hás-de temer separação alguma. Portanto, não deves amar mais que a Deus a quem com toda certeza amas mal, se desleixas em levá-los contigo a Deus.” 

Chama n.º 802 | 26 Junho ‘11

sábado, 18 de junho de 2011

AVISOS

SEGUNDA | 20
BB. Sancha e Mafalda, virgens, e Beata Teresa, religiosa ( MF)

TERÇA | 21
São Luís Gonzaga, religioso (MO)

QUARTA | 22
» Exposição do Santíssimo após a Missa da tarde até às  21h.45

QUINTA | 23
Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpo de Deus) 
É dia de preceito, sendo o horário das missas o mesmo dos domingos: haverá missa às 10h.00, 11h.30 3 18h.30. A missa vespertina  de Quarta-feira serve para satisfazer o preceito.

SEXTA | 24
Nascimento de São João Baptista (Solenidade)

Peregrinação Carmelitana a Fátima
Continuam abertas as inscrições para a Pegrinação Carmelitana a Fátima que se realiza no dia 2 de Julho.

Chama n.º 801 | 19 Junho ‘11

UM HINO EUCARÍSTICO

Celebramos na próxima Quinta-feira, dia 23, a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, mais conhecida em Portugal como a Festa do Corpo de Deus.
Como convite à adoração do Mistério da Eucaristia, São Tomás de Aquino escreveu o hino Pange Lingua As duas estrofes finais, conhecidas como Tantum Ergo, são  cantadas enquanto se incensa o Santíssimo, antes da Bênção Solene. Este Hino é considerado o mais bonito dos compostos por ele e um dos sete grandes hinos da Igreja Católica.
Aqui deixamos a tradução de algumas estrofes deste hino eucarístico, para saborearmos  o amor que encerra a Eucaristia:

Canta, minha língua
Este mistério do corpo glorioso
E do sangue precioso
Que, do fruto de um ventre generoso
O Rei das nações derramou
Como preço da redenção do mundo.

Dado a nós, por nós nascido
De uma intacta virgem
E no mundo vivendo
Espalhando a semente da palavra
O tempo certo da sua permanência
Encerrou no rito admirável.

Na ceia da última noite
Reclinando-se com seus irmãos
Tendo observado plenamente
A lei da festa prescrita
Deu a si mesmo com as suas mãos
Como alimento ao grupo de doze.

O Verbo encarnado, o pão real
Com sua palavra muda em carne
O vinho torna-se o sangue de Cristo
E como os sentidos falham
Para firmar um coração sincero
Apenas a fé é eficaz.

Chama nº 801 | 19 Junho ‘11

O “RETRATO” DE DEUS

Celebramos, neste Domingo post-Pentcostes, a Festa da Santíssima Trindade. Falar, e escrever, sobre a Santíssima Trindade não é fácil, porque estamos perante um “Mistério”!
Muitos teólogos o tentaram fazer, deixando-nos volumosos escritos. Procuram oferecer-nos um “retrato” de Deus”. Penso, no entanto, que o mais importante não é “conhecer” a Deus, mas viver em Deus, na simplicidade como O mesmo nos é descrito na Sagrada Escritura.


Encerramos no passado Domingo, com a grande festa de Pentecostes, o Tempo Pascal. Contemplámos durante este tempo os mistérios do Salvador e recordámos tudo o que Deus Uno e Trino fez por nós. Neste Domingo a Liturgia convida-nos a contemplar Aquele do qual tudo recebemos, celebrando a Festa da Santíssima Trindade. 
Nesta perspectiva a festa da Santíssima Trindade apresenta-se como a grande festa de acção de graças ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo por tudo o fizeram em nosso favor.
Aprendemos desde crianças que há um só Deus e três Pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Aprendemos também que o Pai é Deus; o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus. Ora se as três pessoas são Deus, logo temos a tentação de dizer, como qualquer criança que aprende a somar, que há três deuses.
Os teólogos escreveram resmas de livros para tentar explicar o Mistério da Santíssima Trindade, mas esqueceram-se tantas vezes que estamos perante um Mistério!
Se este obstáculo, com todos os estudos mais que sérios sobre a Santíssima Trindade, causaram tantas dores de cabeça aos teólogos, o mesmo sucedeu aos escultores e pintores que tentaram esculpir ou pintar a “imagem” da Santíssima Trindade; tantas são as representações, desde o Triângulo Equilátero com o um olho no centro, um ancião de longas barbas, sustentando a cruz na qual o Filho está crucificado, com um figura de pomba, até um corpo com três cabeças (por sinal esta figuração é considerada herética), e outras que agora não quero recordar! 
No entanto, a fé cristã não consiste num conjunto de teorias complicadas, mas na sua simplicidade (diria mesmo verdade), reduz-se a umas poucas verdades muito simples, mas muito eloquentes, que se forem realmente vividas, são capazes de transformar radicalmente nossa vida e dar-lhe um verdadeiro sentido. 
Ser Cristão significa crer e viver que Deus é um Pai que nos ama, que tudo fez por nós, e que jamais nos deixará. Que, pelo amor que nos tem, em Jesus Cristo “entregou o seu Filho único, para que não pereça nenhum dos que crêem n’Ele, mas sim que tenham a vida eterna”.
Ser cristão é crer em Jesus, que amou, como o Pai o mundo, e que pelos homens morreu e ressuscitou, para que o homem pudesse encontrar a verdadeira vida
Ser cristão é crer no Espírito Santo, que está sempre connosco, como companheiro de viagem, como Deus de amor e de paz, para nos confirmar na comunhão eclesial e construir connosco uma nova humanidade. 
Sabemos que não é fácil falar da Santíssima Trindade com categorias teológicas, pelo que não devemos desdenhar os estudos de tantos teólogos que ao longo tantos séculos procuram “explicar” o Mistério da Santíssima Trindade, o que realmente é tarefa árdua. Mas o melhor retrato que podemos fazer de Deus é simplesmente ler os textos bíblicos, como os que nos oferece a liturgia deste Domingo. Senão vejamos:
Na primeira Leitura, do livro do Êxodo, Deus apresenta-se: “O Senhor, o Senhor é um Deus clemente e compassivo, sem pressa para Se indignar e cheio de misericórdia e fidelidade”.
Na segunda leitura, São Paulo, na 2ª Epístola aos Coríntios, descreve Deus, como “o Deus de amor”, exortando-nos: “Sede alegres, trabalhai pela vossa perfeição, animando-vos uns aos outros, tende os mesmos sentimentos, vivei em paz”.
Não seria necessário lembrar quão belas são estas palavras, que nos apresentam um retrato de Deus tão diferente daquelas imagens, também  saídas, e recriadas, por tantos doutos e estudiosos teólogos da Santíssima Trindade, que  tentaram escrever sobre esse mistério, e se esqueceram de nos mostrar como é Deus!
Quando conhecermos, afinal, como é Deus, aceitaremos certamente o convite que hoje Jesus nos faz no Evangelho: “Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos”. 
Este é o verdadeiro mistério da Trindade!

Chama nº 801 | 19 Junho ‘11

sábado, 11 de junho de 2011

AVISOS

DOMINGO | 12
Celebramos neste Domingo a Solenidade de Pentecostes,  encerrando assim o Tempo Pascal.

SEGUNDA | 13
Santo António de Lisboa, presbítero e doutor da Igreja, Padroeiro secundário de Portugal  (Festa)

TERÇA | 14
Beata Maria Cândida da Eucaristia, virgem, carmelita descalça (MF) 

Tempo Comum
A partir de Segunda-feira, dia 13, retomamos o Tempo Comum. Assim  entraremos na  XI Semana do Tempo Comum, que corresponde à Semana III do Saltério, informação útil para todos os que rezam a liturgia das horas. 

Peregrinação Carmelitana ao Santuário de Fátima. 
Vai realizar-se nos dias  2 e 3 de Julho a Peregrinação Carmelitana a Fátima.
Como nos anos anteriores a Comunidade de Aveiro far-se-á presente no dia  2, participando  na Via Sacra aos Valinhos, na Celebração Penitencial,  no Terço e na Procissão de Velas.
Os interessados podem inscrever-se na sacristia.

Chama nº 800 | 12 Junho ‘11

CHEGADAS E PARTIDAS

As determinações do Capítulo Provincial, realizado em finais do mês de Abril, já começam a notar-se, pelo menos no que toca à alteração da Comunidade.
De facto no passado dia 1 de Junho, vindo da comunidade da Foz do Douro (Porto), chegou a Aveiro o Pe. António Fernando Sá dos Reis, que fora indigitado novo Superior da Comunidade de Aveiro.
Começou a exercer as novas funções, que a Ordem lhe solicitara, no passado dia 8 de Junho. Nesse dia deslocaram-se a  Aveiro o Pe. João de Sousa e o Pe. José Carlos Vechina, futuros membros da comunidade aveirense, ainda que de momento permaneçam na Comunidade de Braga, e em reunião privado com o Pe. Provincial, Fr Joaquim da Silva Teixeira, foi lida a patente  que instituiu o Pe. Fernando como novo Superior da Comunidade.
No dia seguinte, dia 9 de Junho, foi a vez do Fr. Manuel Brito nos deixar  para assumir a sua nova conventualidade em Avessadas, aos pés do Menino Jesus de Praga!
Fr. Manuel de Jesus Vaz de Brito chegara, silenciosamente, a Aveiro nos primeiros dias de Maio de 2008. Ao longo de três anos, apesar de ser de poucas palavras, foi granjeando a amizade de tantas pessoas, e reconfortando muitas outras  quer no sacramento da reconciliação quer na direcção espiritual. Certamente muitos sentirão a sua falta, porque as grandes obras fazem-se sem muito ruído. Agora irá continuar o seu apostolado em terras do Tâmega, mas sempre servindo a Igreja.
Queremos agradecer ao Fr. Manuel Brito o tempo que dedicou a esta Igreja Aveirense e também desejar-lhe as melhores felicidades na sua nova comunidade.
Também aproveitamos para dar as boas-vindas ao Pe. Fernando e desejar-lhe tudo de bom na nova  missão que lhe foi confiada.
A ele e aos novos religiosos, que oportunamente virão para Aveiro, só nos resta, em nome da comunidade do Carmo dizer-lhes: “Sede bem-vindos”!

Chama nº 800 | 12 Junho ‘11

O PENTECOSTES [E OS MORCEGOS]

Com a Solenidade de Pentecostes encerramos o Tempo Pascal. O Pentecostes é um convite, e um desafio, a todos os cristãos a darem testemunho da sua fé. Devemos estar cientes que o Espírito Santo também desce sobre cada um de nós, e comunica-nos os seus inefáveis e saborosos sete dons.


Com a solenidade de Pentecostes encerramos o tempo Pascal. Ao longo de cinquenta dias, a Igreja, convidou-nos a celebrar a vitória de Jesus sobre a morte, a sua manifestação aos discípulos e sua exaltação à direita do Pai. Hoje convida-nos à contemplação e ao louvor da presença do Espírito de Deus e a entrega pelo Ressuscitado do Espírito Santo aos seus discípulos para os fazer participantes da sua própria vida e constituir com eles o novo Povo de Deus.
O mesmo Espírito que descera sobre Jesus no Baptismo e O enchera de gozo e alegria, quando deu a conhecer aos humildes o de mistério de Deus, manifestou o seu poder ressuscitando-O dos mortos, concedendo-Lhe tomar parte na vida e na glória do Pai. Assim como a Páscoa é o início de uma nova humanidade, o Ressuscitado outorga o seu Espírito aos seus discípulos para os renovar interiormente, incorporando-os à nova humanidade, instaurando com eles o novo Povo de Deus e enviando-os para o mundo, qual fermento, para a sua total renovação.
O Pentecostes, embora encerre o Tempo Pascal, não deve ser visto como o “descer do pano” de mais uma “acto”, como acontece no teatro; pelo contrário, deve ser sentido como o abrir do pano de um novo cenário da vida da Igreja.
De facto, muitas vezes acontece que depois do ciclo pascal há um arrefecimento na vivência cristã, como, aliás, acontece em muito jovens quando recebem o sacramento da Confirmação, intimamente unido à Solenidade que hoje celebramos.
E já agora, permite-me que vos conte uma anedota:
Um dia um pároco idoso, em conversa com alguns colegas, lamentava-se, e pedia sugestões para se libertar dos numerosos morcegos que esvoaçavam na velha igreja da sua paróquia. Um colega mais jovem, mas também brincalhão, disse-lhe: “Olhe, se vossa Reverência, se quiser livrar dos morcegos, a melhor solução é crismá-los!”. O velho sacerdote, admirado, e meio incrédulo, exclamou: “crismá-los?!”. E, no seu ar meio a sério, meio a brincar, respondeu-lhe o jovem sacerdote: “Sim, crismá-los, pois os jovens da minha paróquia depois do Crisma desaparecem da Igreja!”.
É verdade! Tantas vezes depois de alguns anos de catequese, de compromisso voluntarioso, após tantas actividades lavada a cabo com empenho e dedicação, tantos jovens após a Confirmação, porque julgam  já saber tudo, porque já se sentem “doutorados”, cortam radicalmente com a Igreja, esquecendo os compromissos assumidos com a mesma Igreja!
Também hoje muitos cristãos não sabem valorizar devidamente a Solenidade de Pentecostes! Quando os Apóstolos receberam o Espírito Santo mudaram radicalmente de vida. Antes sentiam-se amedrontados e incapazes de testemunhar a sua fé. Agora sentem-se livres e empenhados em levar o Evangelho a todos os confins do mundo!
O Pentecostes é um convite, e um desafio, a todos os cristãos a darem testemunho da sua fé. Devemos estar cientes que o Espírito Santo também desce sobre cada um de nós, e comunica-nos os seus inefáveis e saborosos sete dons. Sim, podemos ter a certeza que o sete dons do Espírito Santo  são infundidos em cada cristão! Talvez, qual criança birrenta e caprichosa, se recuse, ou então crie obstáculos, impedindo que o mesmo Espírito actue em nós na sua plenitude, embora Ele sopre quando e como quer!
E, já agora, permite-me que recorde as palavras dirigidas aos crismando, por um Bispo quando celebrava o Sacramento da Confirmação:
“O óleo do Crisma é um óleo perfumado. Por isso vós que ides ser confirmados deveis levar convosco o perfume da vossa fé! Se não o fizerdes  fico triste porque tenho de admitir que ficastes mal crismados!”
Também nós que ao longo de três meses centrámos o nosso olhar na Páscoa do Senhor, foram os quarenta dias da Quaresma, o Tríduo Pascal, e os cinquenta dias da Páscoa, devemos dar esse tempo como perdido se depois da Solenidade de Pentecostes, com o derramamento do Espírito Santo, não assumimos a nossa condição de cristãos comprometidos.
Que o Espírito Santo nos transforme para sermos anunciadores do Evangelho!    

Chama n.º 800 | 12 Junho ‘11

sábado, 4 de junho de 2011

AVISOS

SEXTA | 10
Santo Anjo da Guarda de Portugal  (MO)

SÁBADO | 11
São Barnabé, apóstolo  (MO) 

Peregrinação Nacional ao Menino Jesus de Praga. 
Realiza-se neste  primeiro Domingo de Junho a  Peregrinação Nacional ao Santuário do Menino Jesus de Praga.
Unamo-nos a todos os que peregrinam aos pés do Menino-Rei, e peçamo-Lhe que derrame as suas bênçãos sobre todos os seus amigos e devotos.

Peregrinação Carmelitana a Fátima. 
Vai realizar-se nos dias  2 e 3 de Julho a Peregrinação Carmelitana a Fátima.
Como nos anos anteriores a Comunidade de Aveiro far-se-á presente no dia  2, participando  na Via Sacra aos Valinhos, na Celebração Penitencial,  no Terço e na Procissão de Velas.
Os interessados podem inscrever-se na sacristia.

Eleições 
Realizam-se neste Domingo as eleições para a Assembleia da República, e consequentemente para o futuro Governo. Votar é um dever cívico  do qual  não se podem alhear os cristãos.

Chama n.º 799 | 05 Junho ‘11

EVANGELHO E NOVAS TECNOLOGIAS

Celebramos neste Domingo de Ascensão o XLV Dia Mundial das Comunicações Sociais. Da mensagem que Bento XVI escreveu para este efeméride deixamos alguns excertos:
“As novas tecnologias permitem que as pessoas se encontrem para além dos confins do espaço e das próprias culturas, inaugurando deste modo todo um novo mundo de potenciais amizades. Esta é uma grande oportunidade, mas exige também uma maior atenção e uma tomada de consciência quanto aos possíveis riscos. Quem é o meu «próximo» neste novo mundo? Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo ‘diferente’ daquele onde vivemos? 
Também na era digital, cada um vê-se confrontado com a necessidade de ser pessoa autêntica e reflexiva. Aliás, as dinâmicas próprias dos social network mostram que uma pessoa acaba sempre envolvida naquilo que comunica. Quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais. Segue-se daqui que existe um estilo cristão de presença também no mundo digital: traduz-se numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro. Comunicar o Evangelho através dos novos media significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele. 
Nos novos contextos e com as novas formas de expressão, o cristão é chamado de novo a dar resposta a todo aquele que lhe perguntar a razão da esperança que está nele. 
A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objecto de consumo ou de fruição superficial, [...] mas dom que requer uma resposta livre.” 

Chama n.º 799 | 05 Junho ‘11

SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS

Vivemos num mundo secularizado! Há muitos cristãos que lamentam que Deus esteja cada vez mais “ausente” no nosso mundo. No entanto, esquecem-se que tal acontece devido à sua falta de compromisso.
Em Domingo de Ascensão recordemos as palavras de jesus, antes de partir para o Pai: “Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos”.


Diziam os antigos “tempus fugit”, o tempo foge, corre veloz! Quando os anos vão passando por nós experimentamos a mesma, sensação, e quando mergulhamos no livro das memórias, não conseguimos evitar a frase: “parece que foi ontem!”.
Também aqueles quarenta dias que mediaram entre a Ressurreição de Jesus e a sua Ascensão passaram tão rápido para os discípulos: entre o medo dos judeus e as alegrias proporcionadas pelas saborosas aparições do Ressuscitado foi um instante.
Quando falamos da Ascensão, geralmente, entendemo-la como a separação de Jesus dos seus discípulos. Nesta perspectiva a Ascensão, enquanto partida de Cristo, deveria entristecer-nos devido à sua ausência. Mas, felizmente tal não aconteceu, porque Cristo permanece connosco “sempre até ao fim dos tempos”. 
A Ascensão é uma manifestação do poder de Cristo, e consequentemente a intensificação da sua presença no nosso meio, como assim o testemunha (essa é a nossa fé) a Eucaristia. Assim devemos ler  o trecho dos Actos  dos Apóstolos como a narração da última aparição de Cristo ressuscitado aos seus discípulos, e não tanto como a data da sua glorificação.
Isso não nos impede de ver na Ascensão  a plenitude da Encarnação. Quando se fez carne Jesus não  podia encarnar senão num único homem, porém mediante a Ascensão, pela força do Espírito que o ressuscitou de entre os mortos, torna-se  «mais íntimo connosco do que nós próprios», de tal modo que Paulo ousou dizer «já mão sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”.
A Ascensão de Jesus é uma co-responsabilização de todos os que se confessam cristãos. Assim como “no princípio criou Deus o céu e a terra” e todas as coisas e, uma vez criado o mundo, o submeteu à responsabilizar do homem, que terá de dar conta da gestão ante o Criador, assim também o relato da Ascensão acentua a subida ao céu de Jesus, para que fique claro que a terra fica nas  mãos e sob a responsabilidade dos seus discípulos, que terão que responder da sua gestão perante Jesus, que há-de voltar para pedir-nos contas, pelo  que a Ascensão do Senhor se pode definir o tempo da responsabilidade cristã.
Na Ascensão, Jesus não abandonou este mundo; porém muitas vezes ouve-se falar, e escreve-se, sobre a ausência de Deus, lamentando que estejamos abandonados ou afastados do olhar de Deus.
Felizmente isso não corresponde à verdade, porque Deus não nos abandona,embora constatamos que há tremendo absentismo cristão, inclusive humano, no mundo em que vivemos; absentismo no sentido de que não estamos onde deveríamos estar e não fazemos o que seria de  esperar dos que confessam cristãos.
Em tempos idos, estávamos acostumados a viver a fé numa sociedade, que tinha aceite o mundo de cristandade. Porém, hoje esse mundo já não existe! Agora, parece que somos nós, os cristãos, que andamos perdidos, sem saber qual o lugar e missão que nos cabe desempenhar no nosso meio.
Infelizmente tantos e tantos baptizados, que em “sondagens” ou em outros “inquéritos de opinião” se confessam cristãos pouco ou  nada se empenham em testemunhar a sua fé  em Jesus Ressuscitado. Seríamos benevolentes, se não o denunciássemos  publicamente, até para evitar males maiores. É que, de facto, esquecemos as palavras de Jesus, dirigidas aos seus discípulos, e a nós também, antes de subir ao Céu: “sereis minhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra”.
Porém, parece que essas palavras nos passam ao lado, e não admira que vivamos num mundo secularizado, não só graças a todas as ideologias que hostilizam a Igreja, mas também devido à inoperância dos cristãos. Neste ambiente de secularização não é Deus quem está ausente, somos nós  que nos temos colocado fora de cena do contexto deste mundo em que vivemos!
A missão da Igreja, e dos cristãos, é fazer presente no mundo o reino de Deus, como bem nos ordenou Jesus antes de partir para o Pai: “Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei”.

Chama n.º 799 | 05 Junho ‘11