sábado, 31 de outubro de 2009

SEDE SANTOS!


Na Solenidade de Todos os Santos somos convidados a venerar todos os nossos irmãos que nos precederam na fé, e que de junto do Pai, nos animam a percorrer o mesmo caminho de Santidade.
Pois Cristo exorta-nos: Sede Santos, como é Santo o vosso Pai Celeste é Santo!

Celebramos neste primeiro dia de Novembro a Solenidade de Todos os Santos. Quando falamos de Santos, daqueles homens e mulheres a quem a Igreja canonizou, por vezes sentimo-nos impotentes e deprimidos, na medida em que o modelo de santidade que a Igreja nos propõe nos santos é quase sempre uma santidade heróica.
A festa de Todos os Santos convida-nos a celebrar dois acontecimentos. O primeiro é que, realmente, a força o Espírito de Jesus actua em todos os lugares, é como uma semente capaz de crescer em todas as partes, que não necessita especiais condições de raça, ou de cultura, ou de classes sociais. Por isso esta celebração é a festa da alegria, e profundamente gozosa: o Espírito de Jesus deu, dá e dará muito fruto, em todos lugares.
O segundo acontecimento que celebramos é que todos esses homens e mulheres de todos os tempos e lugares têm algo em comum, algo que os une. Todos eles “lavaram e branquearam as suas vestes no sangue do Cordeiro”. Todos eles foram pobres, famintos e sedentos de justiça, limpos de coração, obreiros da paz. Porque hoje não celebramos uma festa superficial, mas sim celebramos a vitória dolorosamente alcançada por tantos homens e mulheres no seguimento do Evangelho (conhecendo-o explicitamente ou sem o conhecer). Há alguma coisa que une o santo desconhecido da selva amazónica com os mártires das perseguições de Nero e com qualquer outro santo de qualquer outro lugar: une-os a busca e a luta por uma vida mais fiel, mais dada, mais dedicada ao serviço dos irmãos e do mundo novo que Deus quer.
Celebramos, portanto, dois acontecimentos: que com Deus vivem já homens e mulheres de todos os tempos e lugares, e que esses homens e mulheres lutaram esforçadamente no caminho do amor, que é o caminho de Deus.
É verdade que a santidade que nos é proposta, como um exemplo de vida a seguir, para a maioria dos cristãos, tal modelo parece-lhes inimitável. No entanto, Jesus dirige-se a todos quando diz: “Sede perfeitos como o meu Pai celestial é perfeito”. O ideal de santidade não está reservado a uns poucos; é dirigido a todos sem excepção, qualquer que seja o seu grau de virtude ou a qualidade da sua vida moral. Este ideal de santidade é proposto a todos os homens que que se encontram numa idêntica situação: todos são pecadores.
A iniciativa que a Igreja tomou ao instituir a Solenidade de Todos os Santos é susceptível de restablecer nas conciências um equilíbrio que corre o perigo de ser em certo modo falseado pela santidade canonizável. Esta festa não celebra os santos que a Igreja poderia ter canonizado e não o foram; celebra a santidade comum de todos aqueles homens e mulheres que, depois da morte, participam em plenitude, cada um no seu lugar, das abundantes delícias da Família do Pai.
A Igreja quer fazer-nos compreender que entre a santidade heróica e a santidade comum não há, finalmente, nenhuma diferença essencial, porque, em ambos os casos, a santidade é dom absolutamente gratuito que Deus faz da sua vida em Jesus Cristo.
A Solenidade de Todos os Santos deve ser para nós a ocasião para perceber melhor a natureza profunda da santidade que recebemos no Baptismo e devemos fazer frutificar ao longo da nossa vida.
Não se trata de uma santidade meramente externa, mas sim de uma santidade verdadeira adquirida pelo sacrifício de Cristo dada em participação através da fé e do baptismo. A fonte desta santidade é a acção do Espírito; mas, por terem sido santificados em Cristo Jesus, os cristãos devem modelar a sua vida à obediência exemplar de Cristo; a santidade ontológica dos cristãos exige imperativamente a sua santidade moral. A fidelidade às Bem-aventuranças deve ser a sua regra de vida. Devem agir segundo a santidade que vem de Deus e não segundo a sabedoria da carne, como escreve São Paulo.
Nesta Solenidade somos convidados a venerar todos os nossos irmãos que nos precederam na fé, e que de junto do Pai, nos animam a percorrer o mesmo caminho de Santidade.


nº 726 I 1Novembro ‘09

AVISOS


SEGUNDA I 02
Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos
» 07h.30: Primeiro Terno de Missas pelos Defuntos
» 17h.30: Ofício de Defuntos (Vésperas)
» 18h.00: Segundo Terno de Missas pelos Defuntos

QUARTA I 04
São Carlos Borromeu, Bispo, (MO)

QUINTA I 05
Beata Francisca de Amboise, Religiosa (MF)
Primeira Quinta-feira do mês
»17h.45: Exposição e Adoração do Santíssimo Nesta Oração orientada pelos Ministros da Comunhão rezamos pelas vocações à nossa Ordem.

SEXTA I 06
São Nuno de Santa Maria, Religiosos, (Festa)
Primeira Sexta-feira do mês: Após a missa das 08h.00, haverá uma hora de Adoração do Santíssimo Sacramento na Igreja

INDULGÊNCIAS: Aos fiéis que, devotamente, visitarem os cemitérios, e neles orarem, pelos defuntos, nos primeiro oito dias de Novembro, é concedida indulgêngia plenária aplicável somente às almas do Purgatório

nº 726 I 1Novembro ‘09

REZAR COM OS SALMOS


O Salmo 23, é um antigo cântico do povo de Deus, entoado diante do templo de Jerusalén. Para poder descobrir com clareza o fio condutor que atravessa este himo é necessário ter em conta três pressupostos fundamentais. O primeiro diz respeito à verdade da criação: Deus criou o mundo e é o seu Senhor. O segundo refere-se ao julgamento a que são submetidas as criaturas: temos de comparecer diante da sua presença e seremos interrogados sobre as nossas obras. O terceiro é o do mistério da vinda de Deus: vem no cosmos e na história, e quer ter livre trânsito, para estabelecer com os homens uma relação de profunda comunhão.
Alguém escreveu: ”trata-se de três formas essenciais da experiência de Deus e da relação com Deus; vivemos por obra de Deus, na presença de Deus e podemos viver com Deus”.

SALMO RESPONSORIAL - Salmo 23 (24)

Refrão: Esta é a geração dos que procuram o Senhor.

Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
o que não invocou o seu nome em vão.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face de Deus.


nº 726 I 1Novembro ‘09

sábado, 24 de outubro de 2009

VOLTAR A VER!


Bartimeu começou a ver em plenitude, ao contrário daqueles que não eram cegos, entre os quais os próprios discípulos, e compreendeu a missão de Jesus. Por vezes também nos incluímos no grupo daqueles que querem ignorar a Cruz, pelo que devemos pedir ao Mestre que nos faça Voltar A Ver.


O trecho do Evangelho de Marcos que hoje nos é proposto, situa-se a última etapa da subida de Jesus a Jerusalém. Jesus está quase a chegar ao seu destino, pois, após uma longa viagem desde a Galileia, encontra-se apenas a trinta quilómetros de Jerusalém, em Jericó.
Está prestes a deixar esta cidade, e acompanha-O uma grande multidão, possivelmente entre os muitos acompanhantes havia peregrinos que peregrinavam para à festa da Páscoa, e possivelmente serão estes que O aclamam ao entrar em Jerusalém.
Junto à estrada, encontrava-se um homem, de nome Bartimeu, isto é filho de Timeu, que era cego, e estava condenado a viver de esmolas dos transeuntes. Este cego representa a miséria e a desesperança de tantos homens deste mundo.
Mas ao saber que era Jesus que passava, não quer de modo algum deixar escapar a sua oportunidade. Certamente já teria ouvido falar do poder taumatúrgico de Jesus, e também ele quer ser miraculado!
Dirige-se a Jesus, chamando-Lhe "Filho de David", um título messiânico popular que inclui as esperanças políticas e nacionalistas centradas no restabelecimento da monarquia davídica. Jesus, no momento em que tinha empreendido decididamente o caminho que O vai conduzir à morte, já não recusa o título de Messias.
No entanto, algumas pessoas que acompanhavam Jesus queriam silenciar Bartimeu, mas esse, com mais força gritava: "Jesus, Filho de David, tem piedade de mim". Contudo, como seria de esperar, a reacção de Jesus é totalmente aposta. Ele que veio acolher os mais débeis, "dar vista aos cegos", "fazer andar os coxos", "dar ouvido aos surdos" e "curar os doentes", não podia ficar indiferente aos gemidos daquele cego, e por isso, manda-o chamar.
Quando soube que Jesus o chama, o cego não duvida nem um instante em deixar o manto e caminhar até Ele; o manto, talvez, estivesse estendido no chão para nele recolher as esmolas; desprende-se, por tanto, de tudo aquilo que lhe permitia sobreviver porque crê que vai terminar a sua situação de cegueira.
Seria desnecessária a pergunta de Jesus a Bartimeu:"Que queres que Eu te faça?", mas, isso não incomoda Bartimeu, que Lhe responde: "Mestre, que eu veja!".
Jesus e Bartimeu é Jesus e cada um de nós, porque qualquer um de nós tem muitas dificuldades para ver: para ver o caminho, para compreender o caminho, para crer no caminho, porque o caminho é a cruz. Jesus está a chegar à cruz, e ninguém compreende que Ele, o Filho de David, será o Messias precisamente desde a cruz. De facto, já no domingo passado, a penúltima cena antes de entrar em Jerusalém, mostrava quão longe estavam as expectativas dos apóstolos em relação ao que Jesus se disponha a viver. Contudo, a pesar de nossa cegueira, nós, como o cego, queremos algo de novo.
Não sabemos muito bem o que podemos esperar de Jesus, o que ele nos oferece, qual é o seu caminho para cada um de nós. Mas sabemos uma coisa, a única que vale a pena saber: n’Ele está a luz.
A fé não levou somente Bartimeu a recuperar a vista, mas também à adesão pessoal e ao seguimento de Jesus "pelo caminho". Segue a Jesus pelo caminho que leva a Jerusalém, mas também à Cruz e à Morte, à Salvação.
Quando Marcos escreve este trecho do Evangelho, certamente não pretendia somente narrar-nos mais um milagre ou cura de Jesus. O Evangelista vai mais longe, e quer que tenhamos, a mesma actitude de Bartimeu, que também lhe peçamos que nos cure da nossa cegueira.
Bartimeu começou a ver em plenitude, ao contrário daqueles que não eram cegos, entre os quais os próprios discípulos, e compreendeu a missão de Jesus. Por vezes também nos incluímos no grupo daqueles que querem ignorar a Cruz, pelo que devemos pedir ao Mestre que nos faça VOLTAR A VER.

nº 725 I 25 outubro ‘09

AVISOS


QUARTA I 28
São Simão e São Judas , Apóstolos (Festa)
» Nesta dia ocorre o 396º aniversário da fundação do Carmo de Aveiro

QUINTA I 29
Quinta-feira do Menino Jesus
» 18H.00: O Clube do Menino Jesus reza a coroinha em honra Divino Reizinho
 
DOMINGO I 1 Novembro
No primeiro dia de Novembro celebramos a Solenidade de Todos os Santos. O horário das missas é o mesmo dos domingos
 
MISSÕES: O Ofertório para as missões realizado no passado fim de semana rendeu €729,20, montante entregue na Cúria Diocesana.
Aproveitamos para agradecer a todos os que colaboraram com as suas ofertas para a causa das missões.

nº 725 I 25 outubro ‘09

REZAR COM OS SALMOS


O salmo 125 é um "salmo gradual" ou "cântico de subida". Faz parte da colecção dos cantos de peregrinação que os judeus cantavam quando subiam em peregrinação a Jerusalém. O mesmo faz-nos imaginar uma imensa procissão que caminha para o Templo, com os braços cheios de "molhos de espigas" para a festa em que se ofereciam a Deus as primícias das colheitas.
O sentido original deste salmo, foi, sem dúvida, o "regresso dos prisioneiros" após o edito de Ciro, no ano 538, após de 47 anos de exílio na Babilónia. Este acontecimento histórico é para o salmista um grande sinal: em toda a situação humanamente desesperada, Deus é o único "salvador".

Refrão: Grandes maravilhas fez por nós o Senhor, por isso exultamos de alegria.

Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e dos nossos lábios cânticos de júbilo.

Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria.

À ida vão a chorar,
levando as sementes;
à volta vêm a cantar
trazendo os molhos de espigas.

nº 725 I 25 outubro ‘09

sábado, 17 de outubro de 2009

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES

[Mensagem do Papa]


Celebramos, neste penúltimo domingo de outubro, o Dia Mundial das Missões. Como é habitual nesta data, o Santo Padre costuma enviar à Igreja a sua mensagem. De novo o fez este ano, desta vez, subordinada ao tema: As Nações Caminharão à sua Luz. Da mesma reproduziremos alguns excertos, que poder-nos-ão ajudar a meditar nesta missão da Igreja.

Celebramos neste penúltimo Domingo de Outubro o Dia Mundial das Missões. A ideia de um Dia das Missões a nivel mundial nasceu no Círculo Missionário do Seminário Arquidiocesano de Sássari (Itália). Em Maio de 1925, o Círculo Missionário organizou um tríduo missionário, com a participação do arcebispo, que suscitou muita animação. No ano seguinte, de 17 a 20 de Maio de 1926, repetiu-se a celebração. Na ocasião, chegou de Roma, monsenhor Luigi Drago, secretário da Sagrada Congregação de ‘Propaganda Fide’ (actual Congregação para a Evangelização dos Povos, no Vaticano). Os seminaristas pediram-lhe que propusesse ao papa Pio XI a celebração de um dia dedicado às Missões, como se fazia na Universidade do Sagrado Coração. Monsenhor Drago comprometeu-se a falar com o papa sobre esse assunto…
Desde Roma não podia chegar melhor resposta: "Esta é uma inspiração que vem do céu".
No final de Março de 1926, realizou-se a Assembleia Plenária do Conselho Superior Geral da Obra, já Pontifícia, da Propagação da Fé. Naquela ocasião, decidiu-se pedir oficialmente ao papa Pio XI "a instituição, em todo o mundo católico, de um dia de oração e de ofertas em prol da propagação da fé". Em 24 de Abril de 1926, a Congregação dos Ritos comunicava que o Santo Padre havia concedido o pedido. Seria celebrado anualmente, no penúltimo domingo do mês de Outubro. E assim aconteceu, pela primeira vez, em 1927...
Como é habitual nesta efeméride, o Santo Padre costuma enviar à Igreja uma mensagem, e de novo o fez este ano, subordinada ao tema: "As nações caminharão à sua Luz". Da mesma reproduziremos alguns excertos, que poder-nos-ão ajudar a meditar nesta missão da Igreja.
O Santo Padre esclarece:
"O objectivo da missão da Igreja é iluminar com a luz do Evangelho todos os povos em seu caminhar na história rumo a Deus, pois n’Ele encontramos a sua plena realização. Devemos sentir o anseio e a paixão de iluminar todos os povos, com a luz de Cristo, que resplandece no rosto da Igreja, para que todos se reúnam na única família humana, sob a amável paternidade de Deus.
É nesta perspectiva que os discípulos de Cristo espalhados pelo mundo trabalham, se dedicam, gemem sob o peso dos sofrimentos e doam a vida. Reitero com veemência o que muitas vezes foi dito pelos meus Predecessores: a Igreja não age para ampliar o seu poder ou reforçar o seu domínio, mas para levar a todos Cristo, salvação do mundo. Pedimos somente de nos colocar a serviço da humanidade, sobretudo da daquela sofredora e marginalizada, porque acreditamos que ‘o compromisso de anunciar o Evangelho aos homens de nosso tempo... é sem dúvida alguma um serviço prestado à comunidade cristã, mas também a toda a humanidade’(Evangelii nuntiandi, 1), que ‘apesar de conhecer realizações maravilhosas, parece ter perdido o sentido último das coisas e de sua própria existênci’(Redemptoris missio, 2)."
E continua:
"Na verdade, a humanidade inteira tem a vocação radical de voltar à sua origem, que é Deus, somente no Qual ela encontrará a sua plenitude por meio da restauração de todas as coisas em Cristo… A missão universal deve-se tornar uma constante fundamental na vida da Igreja. Anunciar o Evangelho deve ser para nós, como já dizia o apóstolo Paulo, um compromisso impreterível e primário.
E, prossegue:
"A missão da Igreja é chamar todos os povos à salvação realizada por Deus em seu Filho encarnado. É necessário, portanto, renovar o compromisso de anunciar o Evangelho, fermento de liberdade e progresso, fraternidade, união e paz. Desejo ‘novamente confirmar que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja’(Evangelii nuntiandi, 14), tarefa e missão que as vastas e profundas mudanças da sociedade actual tornam ainda mais urgentes. Está em questão a salvação eterna das pessoas, o fim e a plenitude da história humana e do universo. Animados e inspirados pelo Apóstolo dos Gentios, devemos estar conscientes de que Deus tem um povo numeroso em todas as cidades percorridas também pelos apóstolos de hoje. De facto,’a promessa é em favor de todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar’ (Act 2,39).
A participação na missão de Cristo, de facto, destaca também a vida dos anunciadores do Evangelho, aos quais é reservado o mesmo destino de seu Mestre.’Lembrem-vos do que Eu disse: nenhum servo é maior do que seu dono. Se perseguiram a Mim, vão perseguir a vós também’ (Jo 15,20). A Igreja coloca-se no mesmo caminho e passa por tudo aquilo que Cristo passou, porque não age baseando-se numa lógica humana ou com a força, mas seguindo o caminho da Cruz e se fazendo, em obediência filial ao Pai, testemunha e companheira de viagem desta humanidade. Às Igrejas antigas como as de recente fundação, recordo que são colocadas pelo Senhor como sal da terra e luz do mundo, chamadas a irradiar Cristo, Luz do mundo, até os extremos confins da terra. A ‘missio ad gentes’ deve ser a prioridade de seus planos pastorais."
E, a finalizar, o Santo Padre, recordando que todo o anúncio do Evangelho é obra do Espírito Santo, apela à generosidade de todos os cristãos:
"É preciso, todavia, reafirmar que a evangelização é obra do Espírito, e que antes mesmo de ser acção, é testemunho e irradiação da luz de Cristo através da Igreja local, que envia os seus missionários...".

nº 724 I 18 Outubro ‘09

AVISOS


DOMINGO I 18
Hoje, Domingo, celebramos o Dia Mundial das Missões. O Ofertório das missas deste fim de semana destina-se a ajudar a acção missionária da Igreja.

SEGUNDA I 19
São Paulo da Cruz, Presbítero (MF)

SEXTA I 23
São João de Capristano, Presbítero, ( MF)

SÁBADO I 24
Santa Maria no Sábado (MF)

CONSELHO PLENÁRIO: De 21 a 23 de Outubro vai realizar-se no nosso convento de Avessadas o Conselho Plenário, onde estarão presentes representantes de todas as comuniddes da nossa Província Religiosa. Unamo-nos a este acontecimento com as nosssas orações.

MUDANÇA DE HORAS: Na noite do próximo Sábado, dia 24 para Domingo, dia 25, há a alteração da hora legal. Por isso à uma hora da manhã os relógios devem ser atrasados uma hora.

nº 724 18 I Outubro ‘09

sábado, 10 de outubro de 2009

NADA TE PERTURBE... SÓ DEUS BASTA!



Os irmãos partiram para longe à procura de fortuna, mas Teresa não teve de caminhar muito, para não longe da casa onde nascera, encontrar uma grande riqueza. A riqueza que verdadeiramente sacia o homem, porque ela compreendeu que o verdadeiro tesouro é Deus, pelo que, mais tarde numa das suas poesias, escreve: “Nada te perturbe,... só Deus Basta!”.

Corria o ano de 1528, quando, em Ávila, no dia 28 de Março nascia uma menina, filha de Alonso Sánchez de Cepeda e de D. Beatriz de Ahumada, a quem no baptismo lhe puseram o nome de Teresa.
Num dos seus escritos, o Livro da Vida, ela mesma escreve: "Éramos três irmãs e nove irmãos", a quem se juntava, como ela confessa, um grande número de criados. Era, pois, a família de Teresa bastante numerosa, aliás, como era normal na época, mas entre tanta gente Teresa considerava-se a mais querida e amada de todos.
Mas, simultaneamente naquela numerosa família, vivia-se um fé intensa, onde se cultivava o amor e a amizade, e onde se favorecia a leitura e fomentava a piedade, pois o chefe de família procurava "bons livros para leitura de seus filhos".
Tudo isto contribuiu para que e nossa menina Teresa despertasse, ainda na infância, para as coisas do espírito. Por isso não admira, que depois da leitura da vida de santos, (ou seria histórias contadas pela mãe?), pelos seus seis-sete anos, juntamente com o seu irmão Pedro, sensivelmente da sua idade, resolvesse deixar a casa paterna, para irem a terra de infiéis [Norte de África], para serem degolados, isto é martirizados, pelos infiéis, para assim alcançarem o Céu!
É verdade que na infância, quando o ambiente favorece, estes rasgos de piedade não faltam, mas depois, quase sempre na adolescência , surgem os momentos de crise. O mesmo aconteceu com Teresa.
Como é natural na adolescência, também Teresa gostava de passar longos momentos diante do espelho, e começava a sonhar com alguém que a pudesse fazer feliz para sempre. E nesse tempo nem sequer lhe faltou a ajuda de uma jovem criada da casa de seus pais. E Teresa já tinha em vista um "príncipe", um parente seu, quase da mesma idade.
O problema da adolescência inquieta de sobremaneira os pais, e o mesmo aconteceu com a família Cepeda, porque sabiam que não era fácil aconselhar um coração apaixonado!
No entanto, Dom Alonso de Cepeda, após a morte de sua esposa, dona Beatriz, procura cortar o mal enquanto era tempo, enviando a jovem Teresa, a pretexto do casamento de sua filha Maria, para o internato das religiosas das Agostinha da Graça, na cidade de Ávila.
Não foi fácil tomar tal decisão, pois Dom Alonso amava verdadeiramente Teresa, e no momento de tristeza da partida da esposa, a companhia da filha sempre, poderia ajudar naquela dor. Mas o pior é que sem o saber Alonso estava a contribuir para a opção definitiva de sua filha: consagrar-se ao Senhor.
É verdade que a jovem Teresa, não gostou muito da decisão do pai, e a si mesma prometeu jamais ser freira!
Mas a vida dá muitas voltas, e se o lar dos Cepedas, outrora, era um lar buliçoso, com as brincadeiras das crianças e a presença dos irmãos mais crescidos, agora era uma casa vazia!
Os varões, à semelhança de muitos outros jovens, procuraram riqueza nos novos mundos, na América, não há muitos anos descoberta, e alguns conseguiram-na! E, ainda bem, pois Lourenço de Cepeda, com a riqueza adquirida nas "Índias" tornar-se-á, mais tarde, um mecenas, na obra que sua irmã Teresa, iria iniciar, e as filhas tinham formado lar.
Agora só restava ao velho Cepeda a sua Teresinha, que teve de abandonar o internato devido a uma grave doença. Para recuperar vai para uma aldeia de Ávila, Gotarrendura, onde lhe caem nas mãos livros de espiritualidade que a transformam totalmente.
Recuperado, agora contra a vontade do seu pai, decide ingressar no Convento das Carmelitas da Encarnação, em Ávila.
Os irmãos partiram para longe à procura de fortuna, mas Teresa não teve de caminhar muito, para não longe da casa onde nascera, encontrar uma grande riqueza. A riqueza que verdadeiramente sacia o homem, porque ela compreendeu que o verdadeiro tesouro é Deus, pelo que, mais tarde numa das suas poesias, escreve: "Nada te perturbe,... só Deus Basta!".
Que Teresa de Jesus nos ajude a encontrar esse tesouro!

nº 723 I 11 outubro ‘09

AVISOS

DOMINGO I 11
Na Missas das 18H.30, os diversos grupos pastorais da nossa Comunidade farão o seu compromisso.

QUINTA I 15
Solenidade da Santa Madre Teresa de Jesus
»18H.00: Oração em honra de Santa Teresa de Jesus
»18H.30: Concelebração Eucarística em louvor da seráfica Teresa de Jesus, nossa Mãe e Fundadora.


SEXTA I 16
Santa Margarida Maria Alacoque, Virgem ( MF)

SÁBADO I 17
Santo Inácio de Antioquia, Bispo e Mártir (MO)

ELEIÇÕES: Realizam-se neste Domingo, dia 11, as eleições autárquicas. Todos somos chamados a exercer o dever cívico de votar.

MISSÕES: Celebramos no próximo Domingo o Dia Mundial das Missões. O Ofertório das missas desse fim de semana destina-se a ajudar a acção missionária da Igreja.


nº 723 I 11 outubro ‘09

COMENTÁRIO


É normal encontrarmos crianças na Igreja, na idade da catequese. Os próprios pais, mesmo quando não são muito praticantes, quando chega a altura de os filhos frequentarem a catequese, são os primeiros a preocupar-se com a inscrição dos mesmos, pois também eles um dia a frequentaram, e reconhecem que alguma coisa de bom aí receberam.
Há depois um período, após a catequese dos filhos, em que nem os pais nem os filhos se interessam pelas coisas de Deus... Contudo, quando os anos vão pesando, as pessoas voltam-se, de novo, para Deus, e regressam à Igreja. Até acho bem pois, como já dizia o sábio, "há um tempo para tudo".
No entanto o Evangelho deste Domingo, chama-me a atenção, pois é um jovem que se aproxima de Jesus, e Lhe pergunta o que deve fazer para alcançar a vida eterna.
Ontem, como hoje, os jovens sempre procuraram viver arredados da religião, e o comportamento desse jovem chama-nos à atenção.
Era alguém que, parecia, preocupar-se com a sua salvação, e encontrar a verdadeira vida!
Também a resposta/pergunta de Jesus, parece ser a mais normal: "Cumpres os mandamentos?"
A resposta do jovem é surpreendente: "Tudo isso faço desde a minha juventude!"
Surge, então o desafio de Jesus: "Vai, vente tudo; dá-o aos pobres e segue-Me".
Mas o jovem, entristecido, afastou-se... porque era muito rico!
Afinal aquele jovem não estava tão preocupado, como parecia, com a vida eterna, pois, para ele, pelos vistos eram mais importantes os bens materiais.
Também nós nos devemos interrogar, se não vivemos mais obcecados com os bens deste mundo de com o valor inestimável do Reino de Deus, do qual Jesus nos veio ensinar o caminho e abrir-nos as portas do mesmo!

nº 723 I 11 outubro ‘09

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ATÉ QUE ENFIM [O livro da Chama]


"Até que enfim!" poderia ser a exclamação daqueles que habituados à Chama do Carmo anseiam que ela reapareça depois do período de férias. e de facto podem fazê-lo, pois mais uma vez nos reencontramos. "Até que enfim!" pode ser a admiração daqueles que finalmente viram publicado, em livro, muito do que ao longo dos anos foi escrito na chama viva. agradecemos ao frei João a amabilidade que teve, e do prólogo, da sua autoria. Aqui deixamos alguns excertos:

"No [passado] dia 2 de Setembro o Frei Rui [cumpriu] o jubileu dos 25 anos de Ordenação Sacerdotal. Vinte e cinco anos são muitos dias, como é fácil de entender. Quem os celebra costuma dizer: como corre o tempo, como é tão veloz, como passam rápido os anos! Julgo que o Frei Rui também sofrerá desse mesmo achaque e comungará desse espanto. Se não erro, vinte dos seus vinte e cinco anos de vida sacerdotal foram passados na Comunidade do Carmo de Aveiro, pelo que já merece um nome como Frei Rui de São José de Aveiro. Rui de Baptismo, São José, de religioso carmelita; de Aveiro, por ter consagrado a sua vida sacerdotal quase inteiramente a essa terra de céu e de Sal.
Foi com muito agrado que recebi do seu Superior, Frei Silvino, o pedido para fazer esta compilação e textos do nosso confrade frei Rui, colaborando assim na homenagem com que a Comunidade do Carmo aveirense o quer honrar. Quase nem seria preciso pedir! Logo me lembrei dos textos da Chama do Carmo que ele pontualmente foi publicando desde fins de 1991 [1990] a meados de 2000. Dez anos, portanto! Porque lhe sucedi , posso testemunhar com simplicidade, que a tarefa é digna da maior admiração e reconhecimento. Sei sinceramente, do que falo. Publicar semanalmente um boletim, ainda que de formato A4, é de respeito. [...] Sim, publicar, Domingo após Domingo, um texto com o sabor próprio de cada Domingo, que é sempre diferente - diga-se de passagem! - é uma tarefa para poucos. Colocar semanalmente nas mãos dos fiéis que sobem ao Carmo um texto que vinque determinado problema moral, que esclareça uma questão, que explique um versículo do Evangelho, que centre na espiritualidade daquele Tempo Forte, que evidencie o pensar do Magistério ou ressalte um pormenor de carmelitanismo que o habita não é de todo fácil.
Em 1994, no regresso do Verão, ao retomar a edição da Chama, escreveu: "Na sequência dos anos anteriores pretendemos que a nossa folhinha seja um elo de ligação com os fiéis que frequentam a nossa Igreja. tentaremos fazer dela um meio para transmitir o que vai acontecendo na nossa comunidade, lembraremos os nossos Santos, daremos a conhecer os acontecimentos da Igreja, tentaremos fazer catequese e reflexão e, naturalmente, viver a nossa fé ao ritmo da Liturgia. estas são as nossas pretensões, e embora pequenas, pensamos que poder-nos-ão ajudar a crescer na nossa vida cristã."
O povo do Carmo de Aveiro merece o teu empenho. E teve e tem tido a possibilidade de antes das Eucaristias ou no remanso do lar, à lareira ou numa hora mais disponível, poder aceder a uma informação certa e certeira, a uma delicada pérola de espiritualidade carmelitana, a uma saborosa pitada de humor.
Eu sou daqueles que pensam que em Portugal falta um periódico de pensamento Católico. Não me preocupam nem sei gizar o conceito e os termos. Sei sim que a aparecer, ele jamais ensombrará a existência destas humildes folhas dominicais, que brotam por aqui e por ali, alimentando o pensamento, a reflexão, a oração, o gosto e a vivência litúrgico-catequética de tantos fiéis. Sei de pessoas que as guardam como se fossem memórias de família. E fazem bem, porque o são. Também penso que dentro de alguns anos quando se quiser mergulhar na história recente desta Comunidade se terá que compulsar o seu boletim, que em boa hora apareceu. Estas folhinhas humildes e que vão sendo imensas são possibilidades reais de oxigenar a Igreja, de a revitalizar e a animar. Que jamais desapareçam tais folhinhas, em razão do enorme bem que nos fazem. Se um qualquer furacão as arrancasse todas, estou certo que a árvore sofreria bastante.
Por aquilo que reflecte e informa entrevê-se a vitalidade, os sonhos, os espantos, o feito e o por fazer. Longa vida, portanto, para a Chama Viva do Carmo da Cidade de Aveiro.
Coube-me a responsabilidade de escolher o que se editava e o que não [...], usei basicamente o crivo do interesse histórico, da proximidade às tradições aveirenses e às referências espirituais do Carmo. Eis a razão porque aparecerão parecenças e repetições."

nº 722 I 04 outubro ‘09

AVISOS


TERÇA I 06
Início da Novena da Santa Madre Teresa de Jesus

QUARTA I 07
Nossa Senhora do Rosário (MO)

SÁBADO I 10
Reunião da Abertura do Ano pastoral, às 16H.00 no Centro Pastoral São João da Cruz.
(Solicitamos a presença de todos os grupos pastorais, e de todos os leigos, para que em comum, possamos preparar mais um ano pastoral, que esperamos dê os seus bons frutos)

DOMINGO I 11
18H.30: Missa de compromisso dos grupos do Carmo.
Estão em distribuição as listas de Leitores e Ministros da Comunhão para os próximos meses.
As pessoas interessadas podem adquirir o livro "Que Deus nos oiça!" (o livro da Chama Viva) à saída da Igreja ou então na sacristia.

nº 722 I 04 outubro ‘09

COMENTÁRIO


Há trechos do Evangelho que são sobejamente conhecidos, pois tantas vezes os ouvimos, e que simultaneamente nos parecem despropositados, pois de acordo com a mentalidade corrente estão antiquados e ultrapassados, especialmente quando parecem estar contra a moral dos dias de hoje.
O Evangelho deste Domingo é um desses!
Uns fariseus aproximaram-se de Jesus e mais uma vez O quiseram pôr à prova, perguntando-Lhe se o homem podia repudiar a sua esposa, isto é se o varão podia divorciar-se da sua mulher.
No tempo de Jesus o divórcio era uma instituição jurídica, pois era uma prática que já vinha da lei mosaica, como se vê da resposta que os fariseus deram a Jesus.
No entanto, Jesus que muitas vezes se apresenta como o novo Moisés, o novo legislador, quer que os homens de então mudem de mentalidade e saibam descobrir a vontade de Deus. Por isso recorre às origens e diz que Deus, nas origens, criou o homem, varão e mulher para serem uma só carne. Foi Deus quem os uniu, pelo que o homem não deve destruir a obra de Deus nem contrariar a Sua vontade.
Hoje vemos que vivemos numa sociedade "divorciada" de Deus, e numa sociedade de divorciados, certamente, devido à dureza do nosso coração.É que para se concretizar qualquer projecto, como é a união matrimonial, necessitamos de um grande esforço. é necessário alimentar o fogo do amor, esse fogo que se deve manter sempre intenso e vivo, o qual se deve alcançar quando nos dispomos a seguir o caminho de Deus, testemunhando o amor de Deus.
E isto consegue-se quando se procura conhecer profundamente a esposa ou o marido, sabendo, evitando tudo o que o/a possa ofender ou melindrar, procurando sempre o diálogo, e não descurando, também a oração, que sempre conduz ao perdão!

nº 722 I 04 outubro ‘09