sábado, 26 de dezembro de 2009

A SAGRADA FAMÍLIA



Ao nascer numa família Jesus veio reiterar a vontade do Criador: “o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne”. Infelizmente, hoje, muitos querem destruir a família, mas ao mesmo tempo, o que não dá para entender, as mesmas pessoas não têm pejo em legislar para proteger as uniões entre pessoas do mesmo sexo, apelidando-as de casamento, outorgando direitos que pretendem retirar às famílias!

sta quadra natalícia estamos a celebrar a encarnação da Palavra de Deus, o nascimento o Filho de Deus e a sua presença entre nós. Uma presença, não no abstracto, mas sim concreta, porque Jesus veio ao mundo no seio de uma família, como todos nós, num presépio, possivelmente numa noite de inverno. Este aspecto familiar e social da encarnação é o que queremos sublinhar neste Domingo da Sagrada Família.
Celebramos a sua vida em família, a sua presença entre nós, aqui na terra, durante muitos anos em Nazaré. Em Jesus, o filho de Deus que se fez filho de Maria, mas que todos julgam ser filho de José, podemos chamar a Deus “Pai”.
Celebrar a Festa da Sagrada Família não é canonizar um determinado modelo de família. Isso mesmo se depreende das leituras, quer a de São Paulo quer no Evangelho, que apontam para mais além da família humana, a que se cimenta nos laços de carne e sangue, para outra família, a que é formada pelos vínculos do mesmo Espírito, que é o Espírito de Deus, que faz que todos possamos ser e chamados filhos de Deus.
No entanto, a família de sangue encontra também na Palavra de Deus luz para se edificar solidamente no amor.
De facto Jesus nasceu numa família humana,
pois essa foi a vontade de Deus. É verdade que a família de Jesus, Maria e José, não se parecia muito com as famílias semitas, onde a prole era abundante, parecendo-se mais, neste aspecto com as famílias actuais.
Mas, hoje constatamos que apesar da aparente semelhança, é verdade que os tempos são outros, há também muitas diferenças.
Jesus nasceu numa família pobre. Como os mais pobres, veio à luz numa presépio. Ainda criança, teve de fugir, com os pais, Maria e José, para o Egipto para escapar à fúria de Herodes! Comeu o pão do suor de Maria e de José, e também do seu próprio suor.
Certamente terá passado muitas privações, mas então não se usavam estes termos, pois os pobres contentavam-se com o pouco que estava sobre a mesa. Aprendeu a obedecer a seus pais, e com eles aprendeu, igualmente, a orar, a fazer a vontade de Deus, que simultaneamente era o seu Pai.
Por isso, não é estranhar, que hoje no trecho do Evangelho, encontremos Jesus a peregrinar até Jerusalém, como prescreviam os costumes judaicos a todos os jovens com doze ou mais anos.
Em Israel, no tempo de Jesus os adolescentes com doze anos já eram considerados adultos
e daí a obrigação de peregrinar anualmente ao Templo.
Eis que acontece o episódio da “perda” de Jesus, pois seus pais, Maria e José, despreocupados, seguiam viagem de regresso a casa. Quando se encontram, a primeira coisa que fazem é perguntar pelo filho, pois quer um quer o outro pensavam que Ele seguia viagem na outra caravana! quando se dão conta do equívoco, procuram-n’O entre familiares e conhecidos mas não O encontram.
Regressam a Jerusalém, com o coração nas mãos, e finalmente encontram-n’O, a dialogar, no Templo, com os Doutores, a ocupar-se das coisas do Pai, porque a sua família, era formados por todos os que faziam a vontade de Deus.
A pequena família, a família nuclear, a família carnal, é a primeira escola de aprendizagem no amor. O filho, nascido do amor dos pais, aprende a amar sentindo-se amado e sentindo o amor com os pais e os irmãos. Mas o amor que se vive e se aprende na família, não pode nem deve fechar-se na família, pelo contrário, deve extravasá-la e projectar-se para a grande família, quer dizer, para todos, para a humanidade inteira.
Ao nascer numa família Jesus veio reiterar a vontade do Criador: “o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne”.
Infelizmente, hoje, muitos querem destruir a família, permitindo que a mesma seja desfeita num instante, mas ao mesmo tempo, o que não dá para entender, as mesmas pessoas que parecem ter preconceitos contra a família, não têm pejo em legislar para proteger as uniões entre pessoas do mesmo sexo, apelidando-as de casamento, outorgando direitos que retiram às famílias!

nº 734 I 27 Dezembro ‘09

PAZ E ECOLOGIA

Celebramos no próximo dia 1 de Janeiro o XLIII Dia Mundial da Paz. O Papa Bento XVI, mais uma vez escreveu a sua mensagem para esta efeméride certamente, tendo em vista a recente Cimeira da Terra, que há poucos dias teve lugar em Copenhaga, entitulada: “Se quiseres cultivar a Paz, preserva a Criação”. Da mesma deixamos aqui um sugestivo excerto:
“Tenha-se na devida conta que não se pode avaliar a crise ecológica prescindindo das questões relacionadas com ela, nomeadamente o próprio conceito de desenvolvimento e a visão do homem e das suas relações com os seus semelhantes e com a criação. Por isso, é decisão sensata realizar uma revisão profunda e clarividente do modelo de desenvolvimento e também reflectir sobre o sentido da economia e dos seus objectivos, para corrigir as suas disfunções e deturpações. Exige-o o estado de saúde ecológica da terra; reclama-o também e sobretudo a crise cultural e moral do homem, cujos sintomas há muito tempo que se manifestam por toda a parte. A humanidade tem necessidade de uma profunda renovação cultural; precisa de redescobrir aqueles valores que constituem o alicerce firme sobre o qual se pode construir um futuro melhor para todos. As situações de crise que está aatravessar, de carácter económico, alimentar, ambiental ou social, no fundo são também crises morais e estão todas interligadas. Elas obrigam a projectar de novo a estrada comum dos homens. Impõem, de maneira particular, um modo de viver marcado pela sobriedade e solidariedade, com novas regras e formas de compromisso, apostando com confiança e coragem nas experiências positivas realizadas e rejeitando decididamente as negativas. É o único modo de fazer com que a crise actual se torne uma ocasião para discernimento e nova projecção.”


nº 734 I 27 Dezembro ‘09

AVISOS


SEGUNDA I 28
Santos Inocentes, mártires (Festa)

QUINTA I 31
» 18H.30: Missa Vespertina da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus.
» 23H.00: Missa de Acção de Graças, animada pelo grupo “Adoramus Te”.

SEXTA I 01
Santa Maria, Mãe de Deus (Solenidade)
O horário das missas será o mesmo dos domingos. Haverá missa às 10H.00, 11H30 e 18H.30
» 18H.00: Oração pela Paz

SÁBADO I 02
São Basílio Magno e São Gregório de Nazianzo, bispos e doutrores da Igreja, (MO)

DOMINGO I 03
Solenidade da Epifania do Senhor


A comunidade dos Padres Carmelitas da Igreja do Carmo de Aveiro deseja a todos vós um aBENÇOADO ANO DE 2010, extensivo a todos os vossos familiares e amigos.


nº 734 I 27 Dezembro ‘09

sábado, 19 de dezembro de 2009

CAMINHAR COM MARIA


Como Maria devemos ser solícitos na caridade, levar o Evangelho de seu Filho a todos os homens, estar a atentos às necessidades do próximo, como Ela o fez em Caná, sermos ouvintes atentos da palavra de seu Filho, e meditá-la no coração, mas sobretudo dizer “Sim” a Deus como o ela o fez na Anunciação!

Todos os anos, o quarto Domingo de Advento, fala-nos da figura de Maria, como se este Domingo fosse uma festa de Nossa Senhora. A mãe do Messias prepara-nos para O receber com fé e profundidade.
Tudo começou no momento da Anunciação, e a primeira lição que podemos receber de Maria, para este Natal, é a fé messiânica: Ela acreditou em Deus e acolheu o seu Enviado no seu seio com estremado amor de Mãe.
Miriam era uma jovem com poucos anos ainda vividos, uma jovem como tantas outras de Nazaré, e não seriam muitas. Como as raparigas da sua idade, talvez, sonhasse em ter muitos filhos, pois os filhos eram uma bênção de Deus, e até já estava desposada com um homem chamado José. No entanto, conforme os costume de então do povo judeu, ainda não viviam em comum. Desconhecemos se ainda faltava muito ou pouco tempo para coabitarem. Mas talvez ainda faltasse bastante tempo, pois, quando o Anjo lhe disse que iria dar à luz um varão, a quem poria o nome de Emanuel (que quer dizer Deus-connosco), a primeira objecção que colocou, e que pareceria justa, era a de que ainda não conhecera varão, e que ainda faltava muito tempo para ser mãe!
Eis que o Anjo, para lhe mostrar que a Deus nada era impossível, lhe comunica, que a sua prima Isabel, estava para ser mãe, apesar da sua velhice, Maria estremeceu, “e pôs-se a caminho e dirigiu-se, à pressa para a montanha para uma aldeia de Judá” para ir ao encontro de Isabel. Esta atitude põe de manifesto também a disponibilidade de Maria, na sua entrega aos demais. E, nisso também se mostra discípula diligente na escola de seu Filho. Cheia da presença messiânica, corre a ajudar a sua prima: encontra tempo, sai do seu programa e do seu horário, recorre distâncias e vai a passar uns meses com ela. Não é egoísta, não se fecha em si mesma a saborear gozosamente a sua alegria.
E a sua prima Isabel dir-lhe-á “ditosa és tu, porque acreditaste”, que lembra aquela outra frase de Jesus: “felizes antes os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”.
A atitude de Maria é exactamente a atitude de Cristo, que se faz Homem, vem ao nosso encontro para se entregar pelos demais.
Esta deveria ser também a atitude esperada do cristão e de a comunidade inteira, que a sua fé não cresça somente em relação a Cristo, mas também que a fé se traduza em caridade de entrega aos homens e mulheres necessitados de nossa ajuda.
Maria aparece nesta cena, e ao longo destes dias que se avizinham, como portadora de Deus aos demais, do Messias que está já no seu seio, e deste modo Ela é a “evangelizadora”, aquela que leva a Boa Nova da salvação.
Esta é também missão da Igreja, de cada cristão no seu meio, levar Cristo, anunciar o Evangelho, feito testemunho de vida em cada circunstância e ambiente, que Deus é o Deus-connosco. Esta faceta “missionária” de Maria completa e traduz na vida a sua profunda fé messiânica. Se celebramos o Deus que nasce no Natal é para O “dar” também aos outros: aos filhos, aos pais, aos irmãos, à sociedade que nos rodeia, à comunidade religiosa a que pertencemos...
Contudo vivemos num mundo e numa sociedade que nada parece ter a ver com a figura de Maria, a Mãe de Jesus. Ela foi apressadamente ao encontro de Isabel, para a ajudar Isabel porque necessitava de auxílio. Hoje muitos cristãos correm apressadamente para fugir daqueles que necessitam de auxílio, porque não se querem comprometer.
Hoje os cristão, e não só, em vez de correm para transmitirem uma mensagem de paz, semeiam guerras; em vez de anunciarem a concórdia favorecem a discórdia e intrigas; em vez de apagarem fogos semeiam incêndios; em vez de anunciar o amor apregoam o ódio!
Devemos pôr os olhos em Maria e aprender a caminhar com Ela. Como Ela devemos ser solícitos na caridade, levar o Evangelho de seu Filho a todos os homens, estar a atentos às necessidades do próximo, como Ela o fez em Caná, sermos ouvintes atentos da palavra de seu Filho, e meditá-la no coração, mas sobretudo dizer “Sim” a Deus como o ela o fez na Anunciação!
Que esta seja a nossa disponibilidade para que possa acontecer “NATAL”.

nº 733 I 20 Dezembro ‘09

POEMA DE NATAL


Estamos à porta do Natal. As pessoas, apesar da crise, mostram um rosto mais sorridente, e estão mais disponíveis em partilhar com os mais necessitados. Há enfeites e luzes cintilantes.
De facto, o Natal tem a sua magia, transforma-nos e faz-nos sonhar com um mundo melhor. Um mundo mais parecedido com aquele que Deus quis criar quando enviou o seu Filho à terrra!
Neste espírito natalício pensei trazer à nossa Chama Viva um poema de Natal. Sei que há milhares de poemas alusivos a esta quadra; procurei alguns, mas acabei por escolher este, tão conhecido, que tantas vezes cantamos em tempo natalício, para que ao o lermos, possamos fazer dele um momento de Oração

Ah! vinde todos à porfia

Ah! vinde todos à porfia
cantar um hino de louvor,
hino de paz e de alegria,
que os anjos cantam ao Senhor.

Glória in excelsis Deo! (bis)

Vamos juntar-nos aos pastores
p’ra irmos todos a Belém
saudar em fervidos louvores,
o salvador que hoje nos vem.

Naquela noite venturosa
em que nasceu o Salvador,
os anjos com voz harmoniosa
deram no céu este clamor.

Não requer fausto e aparatos
quem é riqueza lá nos céus.
ó pobrezinhos, vinde gratos,
reconhecer o vosso Deus.

nº 733 I 20 Dezembro ‘09

AVISOS

DOMINGO I 20
À saída da Igreja os Vicentinos da Vera Cruz fazem o seu peditório para os pobres da Paróquia.

QUINTA I 24
Último dia do Advento
» Não há a missa das às 18H.30
» À meia-noite haverá a Missa do Galo.

SEXTA I 25
Solenidade do Natal do Senhor
O horário das missas será o mesmo dos domingos. Haverá missa às 10H.00, 11H30 e 18H.30
» 18H.00: Oração de Vésperas de Natal

SÁBADO I 26
Santo Estevão, o primeiro mártir, (Festa)

DOMINGO I 27
Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José


A comunidade dos Padres Carmelitas da Igreja do Carmo de Aveiro deseja a todos vós um Santo Natal extensivo a todos os vossos familiares e amigos.

nº 733 I 20 Dezembro ‘09

sábado, 12 de dezembro de 2009

POETA ENAMORADO



“Nas trevas brilhou uma”. Este é um grito de natal, que começa a ecoar neste terceiro Domingo de Advento, chamado Domingo “Gaudete”. Também num período tenebroso, como foram os nove meses que São João da Cruz esteve no cárcere do convento de Toledo elaborou uma grande parte daquele poema que é um dos mais belos textos do Nosso Santo, em que descreve poeticamente o seu enamoramento por Deus.

Celebramos no próximo dia 14 a Solenidade de São João da Cruz. Nasceu provavelmente no dia 24 Junho, já que então era costume dar às crianças o nome do santo ou santa que nesse dia se celebrava, no ano 1542, em Fontiveros, uma pequena aldeia pertencente ao então Reino de Castela, em Espanha.
Tinha apenas seis anos quando ficou órfão de pai, e nove anos, quando com a mãe e o irmão Francisco, à procura de pão e de maior “fortuna” se mudou para a cidade de Medina del Campo, então um grande centro comercial, devido às suas afamadas feiras. Foi nessa localidade, diríamos, onde foi crescendo a sua vocação, num ambiente de muitas privações, e entrega aos estudos fora de horas. A sua dedicação fez com que um benfeitor o ajudasse prosseguir os seus estudos, e assim aos 17 anos, entrou para um colégio da Companhia de Jesus (Jesuítas) para estudar humanidades.
No ano de 1563 toma o hábito na Ordem Carmelita, mudando o nome de baptismo de João de Yepes, para de Frei João de São Matias. Após o ano de noviciado mudou-se para Salamanca, para na sua famosa Universidade, estudar Teologia. Foi ordenado sacerdote e em 1567 e nesse conheceu, em Medina del Campo, Teresa de Jesus, de quem se tornou grande amigo e admirador. E a mesma sugeriu-lhe, e desafiou-o, a ser o reformador dos Carmelitas, como ela o tinha feito com as monjas, o pai dos Carmelitas Reformados ou Descalços.
Assim, em 1568 o nosso Santo, funda, em Duruelo, o primeiro convento dos Carmelitas Descalços, mudando o nome para Frei João da Cruz. Em Duruelo praticavam a contemplação e uma intransigente austeridade, que, inclusive, Santa Teresa de Jesus se sentiu na obrigação de intervir, para que atenuassem tais rigores, obrigando-os a usar sandálias, pois antes andavam mesmo descalços!
Apesar de tudo, esses primeiros anos foram os mais saborosos de São João da Cruz, mas como ele tinha escolhido a cruz para juntar ao seu nome, a mesma será durante o resto da sua vida uma constante companheira, ainda que salpicada de muitos alegres e saborosos momentos.
Poucos anos depois, em 1577, procurando travar a sua reforma, é acusado do delito de grave rebeldia, é preso e levado para o cárcere do convento carmelita de Toledo. No entanto, no seu minúsculo e escuro aposento conventual de Toledo, nasceu a composição da sua obra-prima o “Cântico Espiritual”, que será refeito e completado quando conventual em “Los Mártires”, e confessor das Carmelitas Descalças de Granada.
O “Cântico Espiritual”, que parece uma glosa de um dos livros da Bíblia, o Cântico dos Cânticos, outra coisa não é do que a uma autobiografia de São João da Cruz. Ele foi uma enamorado, um apaixonado de Deus, e narra a sua saga à procura do seu Amado.
Em correlação com o “Cântico Espiritual, também, se devem colocar outras das suas poesias, como a “Noite Escura” e “Chama de Amor Viva”.
Como confessa o nosso Santo, a poesia é muito mais eloquente do que a prosa, pelo que não se dispensou de, em longos escritos, comentar as suas poesias, que se converteram em pérolas da mística e manuais para quem quer enveredar pelos caminhos da santidade, da união com Deus, mesmo aqui na terra.
Aqui transcrevemos três estrofes que nos mostram como São João da Cruz era um autêntico poeta enamorado... de Deus:

Em uma noite escura
Com ânsias, em amores inflamada
Ò ditosa ventura!
Sai sem ser notada,
‘Stando já minha alma sossegada

Onde é que tu, Amado
Te escondeste deixando-me em gemido?
Fugiste como o veado,
Havendo-me ferido;
Clamando eu fui por ti; tinhas partido!

Buscando meus amores
Irei por esses montes e ribeiras
Nem colherei as flores,
Nem temerei as feras
E passarei os fortes e as fronteiras.

nº 732 I 13 Dezembro ‘09

COMENTÁRIO


Neste Domingo Gaudete, o terceiro do Advento, em que as duas primeiras leituras são um convite à alegria, pois o Senhor vai chegar, encontramos novamente a figura de João Baptista a pregar junto ao Jordão. As suas palavras não são indiferentes aos seus ouvintes, que imediatamente perguntam o que devem fazer.
Por estranho que pareça não exige a ninguém que o imite, não exige a ninguém que faça penitência vestindo-se de saco ou a cobrir a cabeça com cinza, não exige a ninguém que se retire para o deserto. O Baptista exige a todos que cumpram o preceito supremo do amor ao próximo juntamente com os deveres da justiça.
João não pede uma conversão para o passado, não pede lamentos nem lágrimas sobre o passado, pede sim uma mudança para o futuro. A penitência que prega deve ser provada pelos frutos e não pelas lágrimas e lamentações.
O Precursor pregou a penitência num mundo em que homem vivia habitualmente em situações de extremas pobreza, em andava preocupado com o vestir e com a comida. Nesse ambiente ele exigia nada mais nada menos que a redução do consumo ao mínimo necessário: uma só túnica e o pão de cada dia, em beneficio dos esfarrapados e dos famintos. Hoje vivemos na chamada sociedade do consumo, mas enquanto houver homens que não tenham o necessário para viver, a nossa sociedade estará condenada aos olhos de Deus.
O amor ao próximo é una exigência geral, sem essa conversão de amor, não tem sentido a penitência.
Tudo isto deve ser acompanhado pela justiça como responde o Baptista aos publicanos e aos soldados que também o interpelaram sobre o que deviam fazer.
A todos, que decidiam aceitar as propostas de João ele submetia-os ao rito do baptismo nas águas do Jordão, mas anunciava que estava a chegar Aquele que os havia de baptizar com o Espírito Santo.


nº 732 I 13 Dezembro ‘09

AVISOS

DOMINGO I 13
Domingo “Gaudete”
Vigília da Morte de São João da Cruz: Exposição do Santísisimo desde o final da missa das 18H.30 até às 23h.00

SEGUNDA I 14
São João da Cruz, Presbítero e Doutor da Igreja (Solenidade)
» 18h.00: Oração em honra de São João da Cruz
» 18h.30: Solene Concelebração

QUARTA I 16
Bem-aventura Maria dos Anjos, Religiosa (MF)

QUINTA I 17
Início da novena deNatal
Quinta-feira do Menino Jesus
» 18h.00: O Clube do menino Jesus reza a Corinha em honra do Dinivo Reizinho

DOMINGO I 20
Os Vicentinos da Vera Cruz farão o seu peditório para os pobres da Paróquia.


nº 732 I 13 Dezembro ‘09

sábado, 5 de dezembro de 2009

Um voz clama no deserto

João Baptista é estímulo para cada um de nós e modelo de fiel para toda a Igreja. Preparando o Natal aprendamos dele a receber verdadeiramente a Palavra de Deus, a experimentar a conversão, a viver com simplicidade e coerência, a ser testemunhas valentes do Evangelho.
No Advento, todos os anos, no segundo Domingo, o Evangelho apresenta-nos a figura de João Baptista, pois foi ele quem possibilitou que Deus levasse por diante e a bom termo as suas promessas.
São Lucas, começa por precisar a data histórica do início da pregação do Baptista, bem como elencar os respectivos chefes políticos e religiosos, indicando assim que João é um verdadeiro profeta.
Profeta não é aquele prevê o futuro, mas sim quem sabe interpretar a História desde a perspectiva de Deus.
O profeta geralmente não enfrenta a sociedade civil, mas sim a sociedade religiosa. O profeta exorta a sociedade religiosa a uma mudança de mentalidade e de comportamento. Só a partir de uma profunda transformação é que todos poderão ver a salvação de Deus.
Um autor antigo, Flávio Josefo, mais ou menos contemporâneo da primitiva Igreja, faz referência ao Baptista, e apresenta-o como um homem de bem que exortava os judeus a serem bons entre si e piedosos em relação ao seu Deus. O seu gesto distintivo era o baptismo, que consista numa purificação do corpo, depois da alma ter sido purificada previamente através da prática das virtudes, tendo a sua pregação atraído a atenção de muitos, de tal modo que, inclusive, Herodes, temendo uma rebelião do povo, se apressou a dar-lhe a morte.
E se o testemunho de Flávio Josefo é importante na medida em que é uma referência ao Baptista extra-bíblica, no entanto desfigura o carácter da sua mensagem, apresentando-o como um pregador moralista e inofensivo, enquanto os relatos evangélicos parecem ser muito mais fidedignos ao precisar que João não expõe uma moral mais ou menos estóica, mas sim que anuncia o juízo de Deus sobre os homens (judeus e pagãos)
Parece que João falava da vinda iminente de Deus: Já não há tempo de escapar, ninguém pode refugiar-se em privilégios mais ou menos herdados. É preciso que todos se convertam e recebam o baptismo como sinal do perdão dos pecados. Só quem agir consoante esse modo poderá livrar-se da ira (do castigo) que se avizinha.
João Baptista, o filho de Zacarias e Isabel, possivelmente depois de ter pertencido ao movimento religioso de “Qun Rân”, resolve cortar com o o passado e iniciar uma nova etapa na sua vida.
Vai para o deserto, certamente recordando os tem em que os seus antepassados pelo mesmo vagueavam antes de entrarem na Terra Prometida, qual etapa de purgação e purificação, começa a preparar o povo para a vinda do Messias.
Como mote da sua pregação retoma o oráculo de Isaías: “Uma voz clama no deserto: “Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas: sejam alteados todos os vales e abatidos todos os montes; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas; e toda a criatura verá a salvação de Deus’”.
A um povo que se sentia oprimido e abandonado, estas palavras caíram como em terra fecunda, e muitos sentiram-se interpelados por este convite, submetendo-se ao rito do baptismo, como sinal do recomeço de uma nova vida.
Hoje, também, a Igreja necessita de profetas, de profetas verdadeiros. O Baptista intitula-se “a voz que clama no deserto”, porque ele bem sabia que Jesus era a “Palavra”, como escreve no Prólogo o evangelista São João. Nos dias que correm há muitas pessoas que sob o pretexto de serem “profetas” se apresentam como a “palavra”, oferecendo soluções e remédio para todas as maleitas. E muitos correm atrás deles, quando de facto, o que realmente é necessário, é que continuemos a “Preparar os caminhos do Senhor”, a aplanar os vales das desigualdades, a abater as montanhas das injustiças, e a endireitar as nossas tortuosas vidas.
João Baptista é estímulo para cada um de nós e modelo de fiel para toda a Igreja. Preparando o Natal aprendamos dele a receber verdadeiramente a Palavra de Deus, a experimentar a conversão, a viver com simplicidade e coerência, a ser testemunhas valentes do Evangelho.
Chama Viva do Carmo I 731 I 06 Dezembro '09

sábado, 28 de novembro de 2009

Comentário

Foi há relativamente pouco tempo, há dois domingos atrás, que comentávamos um trecho do Evangelho de São Marcos, muito parecido com o que hoje nos é oferecido por São Lucas. Se os compararmos vemos que o trecho de Lucas tem um poder de sugestão e uma força dramática maior do que o texto de Marcos, como a angústia e o medo de pessoas que correm aterrorizadas e em pânico, sob o estrondo ensurdecedor do mar!
O caos fantamagórico, deste fim da História, remete-nos para o caos inicial da criação, quando a Palavra de Deus introduziu no mundo a harmonia, a beleza e a bondade. No fim da História voltará a ressoar essa mesma Palavra poderosa, mas desta vez será a Palavra encarnada, Jesus, o Filho de Deus. E de novo, surgirá harmonia, bondade e libertação.
A humanidade deixará de caminhar sob o jugo de suas próprias criações injustas, escravizantes e angustiadoras: surgirá uma nova criação. Ou melhor, não é tanto o final, mas antes a manifestação da verdadeira finalidade de toda a existência humana.
No entanto, esta esperança libertadora não se alcança numa atitude passiva, pelo contrário, exige uma atitude de espera activa, de vigilância e de preparação.
O mundo novo, que certamente será diferente deste mundo, também é de alguma maneira o reflexo do mundo que aqui vamos construindo, e dos frutos que formos semeando, dos mesmos colheremos.
Por vezes assutam-nos estes relatos apocalípticos, quando Cristo nos convida a “levantar a cabeça” porque a nossa libertação está próxima! Mas, essa libertação exige-nos vigiar e orar em todo o tempo, para que sejamos dignos de comparecer diante do Filho de Deus.
É isso mesmo que nos propõe e exorta este tempo de Advento.

Avisos

SEGUNDA I 30
Santo André, Apóstolo (Festa)

QUINTA I 03
São Francisco Xavier, Presbítero, Padroeiro das Missões (MO)

Primeira Quinta-feira do mês
17H.45: Exposição e Adoração do Santíssimo.
Nesta oração, orientada pelos Ministros da Comunhão, rezamos pelas vocações, e especialmente pelas vocações à nossa Ordem.

SÁBADO I 05
São Frutuoso, São Martinho de Dume e São Geraldo, Bispos (MO).
Início da Novena em Honra de São João da Cruz.

PROFISSÃO SOLENE
No próximo dia 8 de Dezembro, vai fazer a Sua Profissão Solene, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, às 16H.00, a Irmã Lúcia Maria da Imaculada Conceição, natural de Esgueira, e que antes de abraçar a vida religiosa, frequentava a nossa Igreja do Carmo.

Advento

O “Advento” não se pode resumir a um tempo litúrgico. Se o mesmo nos leva a interiorizar a palavra e a reavivar a nossa fé, no entanto, devemos tomar consciência que o Cristão deve viver sempre em estado de Advento, não tanto a preparar a celebração do Natal, ou seja a vinda de Jesus até à humanidade, no tempo da História, mas preparando-se sempre para a segunda vinda de Cristo, ou se quisermos o nosso encontro com Ele.
Iniciamos neste Domingo um novo Ano Litúrgico, que logo no princípio nos oferece este tempo forte de Advento, como tempo de preparação para a Solenidade do Natal.
A primeira referência ao “Advento” encontramo-la em Espanha, quando no ano 380, o Sínodo de Saragoça prescreveu uma preparação de três semanas para a Epifania, dia em que, antigamente, também se celebrava o Natal. Na França, o bispo de Tours, Perpétuo, instituiu seis semanas de preparação para o Natal e, em Roma, o Sacramentário Gelasiano, em finais do século V, já fala do Advento.
Na sua origem, quer em Espanha, quer na Gália (sul de França), o Advento tinha um carácter ascético com jejuns, abstinência e tinha a duração de 6 semanas tal como a Quaresma (Quaresma de S. Martinho). Este carácter ascético para a preparação do Natal compreendia-se já que era tempo de preparação dos catecúmenos para o baptismo que iriam receber na festa da Epifania.
Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado ao Advento o aspecto escatológico, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante 5 domingos. E, assim, mais tarde este tempo litúrgico passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, pois a Igreja entendia que não podia celebrar a liturgia natalícia, sem se levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.
O Advento começa com as vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e termina com as primeiras vésperas do Natal, dia 24 de Dezembro, compreendendo, pois, quatro domingos.
O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita e se adorna para a chegada do seu esposo.
Esse tempo possui duas características: Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa volta-se para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da História, no final dos tempos. A segunda parte do Advento, desde dia 17 até 24 de Dezembro, centra-se de uma maneira especial na preparação para a celebração do Natal, o nascimento de Jesus, na vinda do Filho de Deus ao mundo. Assim este tempo de Advento leva-nos a reflectir e meditar na primeira vinda de Jesus à terra (o Natal) e na sua última vinda (a Parusia).
A liturgia do Advento convida-nos a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão.
É tempo de esperança porque Deus é fiel às suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que neste tempo, deve não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza.
O Advento também é um tempo propício à conversão; sem o regresso de todos a Cristo, não se pode viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que “preparemos o caminho do Senhor” nas nossas próprias vidas, lutando incessantemente contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.
No entanto o “Advento” não se pode resumir a um tempo litúrgico. Se o mesmo nos leva a interiorizar a palavra e a reavivar a nossa fé, no entanto, devemos tomar consciência que o Cristão deve viver sempre em estado de Advento, não tanto a preparar a celebração do Natal, ou seja a vinda de Jesus até à humanidade, no tempo da História, mas preparando-se sempre para a segunda vinda de Cristo, ou se quisermos o nosso encontro com Ele, pois como Jesus deixa bem claro, o Filho de Deus virá como um ladrão, a horas que menos espera.
Que a parábola das virgens sensatas e das virgens néscias, nos sirva de aviso, pois se não levarmos connosco azeite nas almotolias, poderá que as nossas lâmpadas estejam apagadas quando chegar o Esposo, porque, podemos ter a certeza que o “Senhor virá!”, como diz um cântico de Advento.

nº 730 I 29 Novembro '09

sábado, 21 de novembro de 2009

REI DA VERDADE


Hoje, como, aliás, ao longo da História os reis deste mundo, e todos os que detêm o poder, têm muito a aprender de Cristo. D’Ele deveriam aprender a servir, e a governar em verdade, mas, infelizmente, constatamos que tantos chefes de estado continuam a comportar-se como verdadeiros déspotas, e em vez de alimentar a verdade, vivem da e na mentira.

Celebramos neste Domingo a Solenidade de Cristo, Rei do Universo, instaurada pelo Papa Pio XI no ano de 1925 como consequência lógica das solenidades das festas do Corpo de Deus e do Sagrado Coração de Jesus, com o fim de remediar os problemas que afligiam o mundo, respondendo desta maneira aos regimes políticos ateus e totalitários que negavam os direitos de Deus e da Igreja. O Papa pensava que a criação duma solenidade podia ser mais capaz de produzir frutos duradouros do que a simples promulgação dum documento, mesmo que fosse uma encíclica.
Desde que esta Solenidade foi instituída até à Reforma Litúrgica do Concílio Vaticano II a mesma era celebrada no último Domingo de Outubro, situando-se assim entre o Dia Mundial das Missões, igualmente instituído por Pio XI, e a Solenidade de Todos os Santos, tornando-se evidente que o tema de Cristo Rei pretendia reafirmar a presença da Igreja em toda a humanidade; a pregação da fé por todo o mundo preparava esse “reino”, sendo a glorificação dos Santos o seu cume.
Tudo isso se compreende se tivermos em conta que o papa estava “prisioneiro” no castelo de Santo Ângelo, em consequência da questão dos Estados Pontifícios. Por isso não admira que os temas da pregação fossem profundamente saudositas, e assim se ia
alimentando, uma vaga esperança de restaurar a cristandade, o que só é compreensível à luz dos factos históricos. Com a reforma litúrgica do papa Paulo VI, em 1970, foi colocada no fim do ano litúrgico, surgindo a solenidade de Cristo Rei como síntese dos mistérios de Cristo comemorados no curso do ano, como o vértice em que resplandece com mais intensidade a luz da figura do Jesus Cristo, Senhor e Salvador de todas as coisas.
O trecho do Evangelho que neste ciclo litúrgico nos é proposto leva-nos até ao interior do Pretório, onde Pilatos interroga Jesus. Encontramos um Pilatos interessado, mas também perturbado, pela pessoa de Jesus, procurando saber quem é Ele realmente, como se depreende da pergunta um tanto irónica: “És o Rei dos Judeus?”, à Jesus, decifrando uma certa inquietação que Pilatos não consegue disfarçar, lhe responde com uma pergunta: “Dizes isso por ti mesmo, ou outros to disseram de Mim?”.
Mas Jesus não já não quer esconder a sua verdadeira condição: “Tu o dizes: Sou Rei!”.
Certamente Pilatos sentiu calafrios, porque Jesus apesar da sua aparência de um farrapo, tudo poderia ser possível.No entanto, antes que o seu interlocutor confundisse as coisas, Jesus procura acalmá-lo, dizendo que a sua realeza não é de ordem temporal ou de ordem nacional, mas sim de ordem espiritual.
Enquanto autoridade espiritual Jesus é Rei, e essa autoridade somente pertence a Deus, pois não vem deste mundia, foi-Lhe conferida pelo Pai. Por conseguinte Jesus é Rei, não tanto no sentido político da palavra, como Pilatos poderia ter compreendido, quando lhe retorquiu: “Então Tu és Rei”.
É Então que Jesus esclarece: “Sou Rei; para isso nasci e vim ao mundo para dar testemunho a verdade”.
Talvez este último pormenor tenha escapado tantas vezes aos que governam a Igreja e aos cristãos! O Reino de Deus nada tem a ver com os reinos deste mundo, e os reis deste mundo pouco ou nada têm a ver com o Reino de Deus. Infelizmente, ao longo de muitos séculos a Igreja comportou-se como os reinos terrenos, confundindo o poder espiritual com o poder temporal, querendo ombrear em forças com os fortes deste mundo. Como estava estão distante da maneira de agir e de se comportar como o Mestre…
Mas hoje, como, aliás, ao longo da História também os reis deste mundo, e todos os que detêm o poder, têm muito a aprender de Cristo. D’Ele deveriam aprender a servir, e a governar em verdade, mas, infelizmente, constatamos que tantos chefes de estado continuam a comportar-se como verdadeiros déspotas, e em vez de alimentar a verdade, vivem na e da mentira.
Os “folhetins” não terminam, e verficamos que aqueles que deveriam ser modelos para o comum dos cidadãos, e para quem foram, ou são tão exigentes, no fundo tornaram-se em verdadeiros devoradores “das casas das viúvas” a qualquer pretexto.

nº 729 I 22 Novembro ‘09

AVISOS


DOMINGO I 22
» 16H.30: Concerto de Oração , com o grupo CRER, de Oliveira do Bairro, na nossa Igreja do Carmo.

TERÇA I 24
Santos André Dung-Lac e Companheiros, Mártires ( MO)

QUINTA I 26
Quinta-feira do Menino Jesus
» 18H.00: O Clube do Menino Jesus reza a Coroinha em honra do Divino Reizinho.

SÁBADO I 28
Celebramos o aniversário da fundação do primeiro Convento do Carmo Descalço, que teve lugar em Duruelo (Espanha) em 1568.

DOMINGO I 29
Com a celebração d o Primeiro Domingo do Advento, iniciamos um novo Ano Litúrgico (Ciclo C)

O ofertório para o Seminário de Aveiro rendeu €853.66, que foi entregue na Cúria Diocesana. A todos o nosso muito obrigado.

nº 729 I 22 Novembro ‘09

HINO “Quid sum miser”


O hino “quid sum miser”, em latim, ou “pobre de mim”, na tradução em portugês, é um hino proposto para a Liturgia das Horas, na última semana do Tempo Comum que se inicia com a Solenidade de Cristo Rei, como aliás, o “dies irae” (dia de ira), que no passado ano, por esta altura, então publicamos na nossa Chama. Tendo em conta que a o homem não se pode salvar pelas suas próprias forças, pois a salvação é um dom de Deus, este hino/poema é o grito do homem impotente, que procura “persuadir” o filho de Deus recordando-Lhe a razão da sua encarnção, já que a bondade de Deus supera em muito o pecado do homem.
Para nossa meditação, aqui o deixamos:

Pobre de mim, que direi,
Que patrono invocarei
Ao ver o justo em temor?

Rei de excelsa majestade,
Que salvais só por bondade,
Salvai-me no vosso amor.

Recordai-Vos, bom Jesus:
Por mim deixastes os Céus,
Não me condeneis então.

A buscar-me Vos cansastes,
Pela Cruz me resgatastes;
Tanta dor não seja em vão.

Justo Juiz do castigo,
Usai de graça comigo
Antes de chegar ao fim.

Como réu envergonhado,
Sinto-me tremer, culpado
Tende compaixão de mim.

Jesus, Deus de majestade,
Vivo esplendor da Trindade,
Contai-nos entre os eleitos.
Amen.

nº 729 I 22 Novembro ‘09

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

SEMINÁRIOS: PRESENÇA E ESPERANÇA


Ao encerrarmos, neste Domingo, a Semanados dos Seminários, gostaríamos de partilhar com os nossos leitores alguns parágrafos da mensagem para esta efeméride, do Presidente da CEVM (Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios), D. António Francisco dos Santos, que por sinal é o Bispo da nossa diocese de Aveiro.

D. António Francisco, após uma breve introdução diz-nos:
“Os seminários existem para formar sacerdotes da Igreja, como pastores segundo o Coração de Cristo, o bom Pastor. Permanecem instituições necessárias e no contexto presente da formação são mesmo insubstituíveis.
Os seminários não são apenas as casas com mais ou menos história, com mais ou menos beleza. Os seminários são os alunos, os formadores e quantos ali trabalham, rezam e colaboram tantas vezes como beneméritos anónimos, discretos e activos. Os seminários são escolas ao modo da escola do Mestre on- de se aprende a ser discípulo de Jesus e onde se preparam os apóstolos de hoje.”
Recordando que estamos em pleno “Ano Sacerdotal”, prossegue:
“A fidelidade do sacerdote, aprendida e renovada diariamente na fidelidade de Cristo é não apenas o lema deste Ano Sacerdotal mas certamente uma das afirmações mais belas da Igreja e um dos testemunhos mais válidos a fazer surgir novas vocações e a ajudar a perseverança daqueles que se sentem chamados.
O amor pelos seminários, expresso em gestos de oração, de afecto e de generosidade, afirma um belo testemunho de vida eclesial, constitui um sinal de gratidão pelo bem ali realizado, faz despertar a gratidão por quantos ali dedicadamente trabalham, torna presente diariamente os seminários na vida dos sacerdotes e abre os seminários às comunidades cristãs.
O Ano Sacerdotal deve levar cada vez mais os sacerdotes aos seminários e deve aproximar os seminários das comunidades cristãs. É nesta comunhão e nesta proximidade que cada sacerdote se revigora e fortalece também e que as comunidades se apercebem do valor do seminário como presença e esperança no coração a Igreja”.
Esta Semana dos Seminários, vivida em pleno Ano Sacerdotal, tem certamente mais afirmado ainda este carisma vocacional para fazer despertar na Igreja, povo sacerdotal, vocações para a vida sacerdotal.”
Lembrando o VI Simpósio do Clero de Portugal, como um ‘momento de bênção’, vivido num ‘espírito e alegria, comunhão e de esperança’, prossegue:
“Importa aproveitar esta Semana dos Seminários para inspirar deste ambiente, vivido no Simpósio, e da mesnagem aí recebida os seminários e os presbíteros de Portugal.”
Mais adiante, continua:
“Os seminários são tempo de escuta desta ´palavra que chama e envia´ e espaço onde ressoa a voz do Mestre. Na escuta atenta da Palavra de Deus, rezada, celebrada, vivida e testemunhada, e no acolhimento dócil da voz do Mestre sentimos que é Jesus que nos chama a segui-l’O, como outrora aos primeiros discípulos, e nos envia a testemunhar com fidelidade e ousadia as razões da nossa esperança e a alegria da Boa Nova do Reino.”
E quase a concluir, diz:
“Todos sabemos do interesse pastoral e do dinamismo apostólico que a Semana dos Seminários em cada ano, despertam na Igreja em Portugal. Demos graças a Deus por todo o bem realizado e por tanta generosidade e dedicação aos Seminários encontrados no coração das pessoas e comunidades.”
E, Dom António Francisco dos Santos termina a sua mensagem invocando a protecção de Maria:
“Que Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe, nos anime na fidelidade e nos fortaleça na alegria e na comunhão para que os seminários sejam cada vez mais uma presença de graça, de bênção e de santidade no coração das nossas dioceses e na formação dos nossos presbitérios e um sinal de esperança na renovação da Igreja.”

nº 728 I 15 Novembro ‘09

AVISOS


DOMINGO I 15
Celebramos neste Domingo o Dia dos Seminários. O ofertório das missas deste Domingo destina-se ao nosso Seminário de Aveiro.

SEGUNDA I 16
Comemoração de Todos os Defuntos da Ordem do Carmo (Transferida)

TERÇA I 17
Santa Isabel dea Hungria, Religiosa ( MO)

QUINTA I 19
São Rafael Kalinowsky de São José, Religioso (MO)

SÁBADO I 21
Apresentação de Nossa Senhora (MO)

RETIRO PARA JOVENS: A Celebrar o 15º aniversário o Grupo “Adoramus Te” organiza nos dias 21 e 22 de Novembro um retiro para jovens. Os interessados podem inscrever-se através do contacto: 965849506 .
Inserido no mesmo realizar-se-á um Concerto de Oração no dia 22, às 16H.30, com o grupo CREP, de Oliveira do Bairro, na nossa Igreja do Carmo.

nº 728 I 15 Novembro ‘09

COMENTÁRIO


Jesus tinha chegado a Jerusalém, e o Domingo passado encontrávamo-l’O no Tempo. No entanto, ainda não tinha chegado à meta, ao alto do Calvário, mas já não faltava muito…
Já tinha anunciado a destruição do Templo, e já preparava os discípulos para a sua nova vinda. Essa vinda que acontecerá no fim dos tempos.
Curiosos, alguns discípulos, perguntam-Lhe: “Senhor, quando acontecerá tudo isso?” E, Ele, usando uma linguagem apocalíptica, que certamente era perceptível para os seus seguidores, diz-lhes: “depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará mais a sua claridade; as estelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas”.
Assim, ainda, muitos descrevem o fim do mundo, e nós sabemos que o homem pode muito bem destruir a terra, mas não poderá certamente destruir o universo! Se tal acontecer todos desaparecemos, mas assevera o Mestre: “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão”
Nesta última frase de Jesus se resumem e sintetizam todas as realidades que o homem pode imaginar, e claramente se afirma que tudo é passageiro.
Esta é uma realidade preocupante que bem merece ser meditada e interiorizada. Poucos são, certamente, os que não caíram na tentação de ter posto o seu coração e a sua esperança nalguma ou algumas dessas cosas que “passarão”, e tantas coisas há, mesmo como aquelas que nos parecem mais que sublimes, quando, como diz Cristo, uma só é necessária: Amar a Deus e ao nosso próximo!

nº 728 I 15 Novembro ‘09

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SANTOS [E FESTAS] DO CARMO


A Família Carmelita, aliás com acontece com outras Ordens Religiosas, consagra um dia a todos os seus Santos. Na nossa Ordem a Festa de Todos os Santos Carmelitas, ocorre no próximo dia 14. Embora, a intenção seja louvar todos os nossos Irmãos que estão junto do Pai, hoje na nossa Chama Viva, oferecemos uma lista dos Santos da nossa Família Religiosa, e outras Festas, que celebramos ao longo do Ano Litúrgico

Inspiradores /Modelos
Nossa Senhora [do Carmo], 16 de Julho (Solenidade)
Profeta Elias, 20 de Julho (Festa) [viveu no séc. VIII A.C]

Legislador
Santo Alberto de Jerusalém, Patriarca, 17 Setembro (Festa) [nasceu em Itália cerca de 1149 e faleceu no dia 14 de Setembro de 1214]

Santos Carmelitas Antiga Observância [Calçados]
São Simão Stock, Religioso, 16 de Maio (MF) [nasceu em Inglaterraa no século XIII, tendo recebido o escapulário das mãos de Nossa Senhora, no da 16 de Julho de 1251]
São Pedro Tomás, Bispo, 8 de Janeiro, (MF) [nasceu em França por volta do ano 1305 e faleceu em 1366)
Santo André Corsini, Bispo, 9 de Janeiro, (MF) [nasceu no início do século XIV em Itália e faleceu no dia 6 de Janeiro de 1374]
Santo Alberto de Trápani (Sicília), Presbítero, 7 de Agosto (MO) [nasceu na Sicília no seuclo XIII e faleceu provavelmente em 1397]
São Nuno de Santa Maria, Religioso, 6 de Novembro (Festa) [nasceu em Cernache do Bonjardim em 1360 e faleceu em Lisboa no dia 1 de Abril de 1431]
Beato João Soreth, Presbítero, 28 de Julho, (MF) [nasceu na Normandia, França, em 1394 e faleceu no ano de 1471]
Beata Francisca de Amboise, Religiosa, 5 de Novembro (MF) [nasceu em França em 1427 e faleceu em 1485]
Beato Baptista Mantuano, Presbítero, 17 de Abril, (MF) [nasceu em Itália no dia 17 de Abril de 1447 e faleceu no dia 20 de Março de 1516]
Santa Maria Madalena de Pazzi, Virgem, 25 de Maio, (MO) [nasceu em Itália em 1566 e faleceu em 1607]
Beato Tito Brandsma, Mártir, (MF), 27 de Julho [nasceu em 1881 na Holanda e foi martirizado em 26 de Julho de 1942]

Reformadores/Fundadores
Santa Teresa de Jesus, Virgem e Doutora, 15 de Outubro (Solenidade) [nasceu no dia 28 de Março de 1515 em Ávila e faleceu no dia 4 de Outubro de 1582]
São João da Cruz, Presbítero e Doutor, 14 de Dezembro (Solenidade) [nasceu em Fontiveros, Espanha em 1542 e faleceu em Úbeda, no dia 14 de Dezembro de 1591

Religiosos Carmelitas Descalços
Beata Maria da Encarnação, Religiosa, 18 de Abril (MF) [nasceu em França em 1566 e faleceu no dia 18 de Abril de 1618]
Beata Ana de São Bartolomeu, Virgem, 7 de Junho, (MO) [nasceu em Espanha em 1549 e faleceu na Bélgica em 1626]
Beatos Dionísio da Natividade e Redento da Cruz, Mártires, 29 de Novembro (MO) [nasceram respectivamente em 1600 e 1598, sendo martirizados em Achém, Indonésia, no dia 29 de Novembro de 1638
Beata Maria de Jesus, Virgem, 12 de Setembro (MO) [nasceu em Espanha no dia 18 de Agosto de Agosto de 1560 e faleceu em Toledo no dia 13 de Setembro de 1640]
Beata Maria dos Anjos, Virgem, 16 de Dezembro (MF) [nasceu em Turim em 1661 e faleceu em 1717]
Santa Teresa Margarida Redi, Virgem, 1 de Setembro (MO) [nasceu em Itália em 1747 e faleceu em Florença no dia 1 de Setembro de 1770]
BB. Teresa de Santo Agostinho e companheiras, Mártires, 17 de Julho (MO) [foram executadas na guilhotina em 17 de Julho de 1794]
Beatos João Baptista, Miguel Luís e Jaime, Mártires, 18 de Agosto, (MF) [estes religiosos carmelitas faleceram nos barcos ancorados no Porto de Rochefort, França, em 1794, durante a Revolução Francesa]
Beata Maria de Jesus Crucificado, Virgem, 25 de Agosto (MF) [nasceu na Palestina em 1846 e faleceu em 1878]
Santa Teresa do Menino Jesus, Virgem e Doutora, 1 de Outubro, (Festa) [nasceu em Alençon, França, no dia 2 de Janeiro de 1873 e faleceu em Lisieux em 30 de Setembro de 1897]
Beata Isabel da Trindade, Virgem, 8 de Novembro (MF) [nasceu em França em 1880 e faleceu no dia 9 de Novembro de 1906]
São Rafael de São José, Presbítero, 19 de Novembro, (MO) [nasceu em Vilna, Lituânia em 1835 e faleceu na Polónia no dia 15 de novembro de 1907]
Santa Teresa dos Andes, Virgem, 13 de Julho (MO) [nasceu em 1900 no Chile e faleceu em 1920]
Beata Elias de São Clemente, Virgem, 29 de Maio (MF) [nasceu em Itália em 1901 e faleceu no dia 25 de Dezembro de 1927]
Beatas Maria do Pilar, Teresa do Menino Jesus e Maria dos Anjos de São José, Virgens, 24 de Julho (MF) [estas carmelitas do Carmelo de Guadalajara foram martirizadas na Guerra Civil de Espanha em 24 de Julho de 1936]
Beata Mercedes Prat, Virgem, 24 de Julho, (MF) (esta religiosa da Companhia de Santa Teresa, foi fuzilada no dia 23 de Julho de 1936, durante a Guerra Civil de Espanha, falecendo ans primeiras horas do dia seguinte]
Beata Maria do Sacrário da Eucaristia, Virgem, 16 de Agosto (MF) [nasceu em 1881, em Espanha e foi martirizada durante a Guerra Civil de Espanha em 14 de Agosto de 1936]
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), Mártir, 9 de Agosto, (Festa) [nasceu em 1891, na Alemanha e faleceu no dia 9 de Agosto de 1942, no campo de concentração de Auschiwtz]
Beato Afonso Maria Mazurek, Mártir, (MF) [nasceu na Polónia em 1891 e faleceu no dia 28 de Agosto de 1944]
Beata Maria Josefina de Jesus Crucificado, Virgem, 26 de Junho, (MF) [nasceu em Itália em 1896 e faleceu no dia 14 de Março de 1948]
Beata Maria Cândida da Eucaristia, Virgem, 12 de Junho (MF) [nasceu em Itália em 1884 e faleceu no dia 12 de Junho de 1949]
Santa Maria Maravilhas de Jesus, Virgem, 11 de Dezembro, (MF) [nasceu em Espanha em 1891 e faleceu no dia 11 de Dezembro de 1974]

Fundadores
Beato Elias Ciríaco, Presbítero, 3 de Janeiro (MF) [nasceu em 1805, na Índia e faleceu em 1877. Fundou a Congregação dos Carmelitas da Maria Imaculada]
Santa Joaquina de Vedruna, Religiosa, 22 de Maio, (MF) [nasceu em Espanha, no dia 16 de Abril de 1783, fundou as Carmelitas da Caridade e faleceu em 1854]
Santo Henrique de Ossó, Presbítero, 27 de Janeiro, (MF) [nasceu em Espanha em 1840, falecendo 1896, tendo fundado a Companhia de Santa Teresa]
Beato Francisco Palau y Quer, Presbítero, 7 de Novembro (MF) [nasceu em 29 de Dezembro de 18811 em Espanha e faleceu no dia 20 de Março de 1872. Fundou as Carmelitas Missionárias e as Carmelitas Missionárias Teresianas]
Beata Teresa Manetti, Virgem, 23 de Abril, (MF) [nasceu em 1846, em Itália e faleceu em 23 de Abril de 1903; fundou a Congregação das Carmelitas de Santa Teresa]

Leigos Carmelitas
Beata Josefa Naval, Virgem, 25 de Setembro (MF) [nasceu em 1820 em Espanha, foi Carmelita Secular e faleceu em 24 de Fevereiro de 1893]
Beatos Célia e Luís Martin, leigos, 12 de Julho (MF) [são os pais de Santa Teresa do Menino Jesus, beatificados em 19 de Outubro de 2008]
Beato Isidoro Bakanja, Mártir, 12 de Agosto, (MF) [nasceu por volta do ano 1885 na República Democrática do Congo e faleceu no dia 15 de Agosto de 1909]

Outras Celebrações
Mártires da Guerra Civil de Espanha, 6 de Novembro, [foram beatificados o Pe Balbino do Menino Jesus, os mártires de Toledo e os mártires de Barcelona, 14 Carmelitas Descalços e quatro Carmelitas Missionárias]
Nossa Senhora Mãe da Divina Graça, 19 de Julho, (MO)
Fundação do Carmelo de São José de Ávila, 24 de Agosto
Transverberação do Coração Santa Teresa de Jesus, 26 de Agosto (MF)
Fundação do Carmo de Aveiro, 28 de Outubro
Todos os Santos Carmelitas, 14 de Novembro (Festa)
Comemoração de Todos os Defuntos da Ordem Carmelitas, 15 de Novembro
Início da Reforma dos Carmelitas Descalços: Fundação de Duruelo, 28 de Novembro

nº 727 I 08 Novembro ‘09

AVISOS


DOMINGO I 08
Iniciamos hoje a Semana dos Seminários

SEGUNDA I 09
Dedicação da Basílica de São João de Latrão
(Festa)

TERÇA I 10
São Leão Magno, Papa e Doutor da Igreja (MO)

QUARTA I 11
São Martinho de Tours, Bipo (MO)

QUINTA I 12
São Josaf, Bispo e Mártir, (MO)

SÁBADO I 14
Todos os Santos Carmelitas (Festa)
»16H.30: Magusto do Carmo: No Salão São João da Cruz
» Adoração do Santíssimo: Desde o fim da Missa das 18H.30 até às 21H.45m.

Dia dos Seminários: O Ofertorio das missas do próximo fim de semana destina-se ao nosso seminário diocesano


nº 727 I 08 Novembro ‘09

sábado, 31 de outubro de 2009

SEDE SANTOS!


Na Solenidade de Todos os Santos somos convidados a venerar todos os nossos irmãos que nos precederam na fé, e que de junto do Pai, nos animam a percorrer o mesmo caminho de Santidade.
Pois Cristo exorta-nos: Sede Santos, como é Santo o vosso Pai Celeste é Santo!

Celebramos neste primeiro dia de Novembro a Solenidade de Todos os Santos. Quando falamos de Santos, daqueles homens e mulheres a quem a Igreja canonizou, por vezes sentimo-nos impotentes e deprimidos, na medida em que o modelo de santidade que a Igreja nos propõe nos santos é quase sempre uma santidade heróica.
A festa de Todos os Santos convida-nos a celebrar dois acontecimentos. O primeiro é que, realmente, a força o Espírito de Jesus actua em todos os lugares, é como uma semente capaz de crescer em todas as partes, que não necessita especiais condições de raça, ou de cultura, ou de classes sociais. Por isso esta celebração é a festa da alegria, e profundamente gozosa: o Espírito de Jesus deu, dá e dará muito fruto, em todos lugares.
O segundo acontecimento que celebramos é que todos esses homens e mulheres de todos os tempos e lugares têm algo em comum, algo que os une. Todos eles “lavaram e branquearam as suas vestes no sangue do Cordeiro”. Todos eles foram pobres, famintos e sedentos de justiça, limpos de coração, obreiros da paz. Porque hoje não celebramos uma festa superficial, mas sim celebramos a vitória dolorosamente alcançada por tantos homens e mulheres no seguimento do Evangelho (conhecendo-o explicitamente ou sem o conhecer). Há alguma coisa que une o santo desconhecido da selva amazónica com os mártires das perseguições de Nero e com qualquer outro santo de qualquer outro lugar: une-os a busca e a luta por uma vida mais fiel, mais dada, mais dedicada ao serviço dos irmãos e do mundo novo que Deus quer.
Celebramos, portanto, dois acontecimentos: que com Deus vivem já homens e mulheres de todos os tempos e lugares, e que esses homens e mulheres lutaram esforçadamente no caminho do amor, que é o caminho de Deus.
É verdade que a santidade que nos é proposta, como um exemplo de vida a seguir, para a maioria dos cristãos, tal modelo parece-lhes inimitável. No entanto, Jesus dirige-se a todos quando diz: “Sede perfeitos como o meu Pai celestial é perfeito”. O ideal de santidade não está reservado a uns poucos; é dirigido a todos sem excepção, qualquer que seja o seu grau de virtude ou a qualidade da sua vida moral. Este ideal de santidade é proposto a todos os homens que que se encontram numa idêntica situação: todos são pecadores.
A iniciativa que a Igreja tomou ao instituir a Solenidade de Todos os Santos é susceptível de restablecer nas conciências um equilíbrio que corre o perigo de ser em certo modo falseado pela santidade canonizável. Esta festa não celebra os santos que a Igreja poderia ter canonizado e não o foram; celebra a santidade comum de todos aqueles homens e mulheres que, depois da morte, participam em plenitude, cada um no seu lugar, das abundantes delícias da Família do Pai.
A Igreja quer fazer-nos compreender que entre a santidade heróica e a santidade comum não há, finalmente, nenhuma diferença essencial, porque, em ambos os casos, a santidade é dom absolutamente gratuito que Deus faz da sua vida em Jesus Cristo.
A Solenidade de Todos os Santos deve ser para nós a ocasião para perceber melhor a natureza profunda da santidade que recebemos no Baptismo e devemos fazer frutificar ao longo da nossa vida.
Não se trata de uma santidade meramente externa, mas sim de uma santidade verdadeira adquirida pelo sacrifício de Cristo dada em participação através da fé e do baptismo. A fonte desta santidade é a acção do Espírito; mas, por terem sido santificados em Cristo Jesus, os cristãos devem modelar a sua vida à obediência exemplar de Cristo; a santidade ontológica dos cristãos exige imperativamente a sua santidade moral. A fidelidade às Bem-aventuranças deve ser a sua regra de vida. Devem agir segundo a santidade que vem de Deus e não segundo a sabedoria da carne, como escreve São Paulo.
Nesta Solenidade somos convidados a venerar todos os nossos irmãos que nos precederam na fé, e que de junto do Pai, nos animam a percorrer o mesmo caminho de Santidade.


nº 726 I 1Novembro ‘09

AVISOS


SEGUNDA I 02
Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos
» 07h.30: Primeiro Terno de Missas pelos Defuntos
» 17h.30: Ofício de Defuntos (Vésperas)
» 18h.00: Segundo Terno de Missas pelos Defuntos

QUARTA I 04
São Carlos Borromeu, Bispo, (MO)

QUINTA I 05
Beata Francisca de Amboise, Religiosa (MF)
Primeira Quinta-feira do mês
»17h.45: Exposição e Adoração do Santíssimo Nesta Oração orientada pelos Ministros da Comunhão rezamos pelas vocações à nossa Ordem.

SEXTA I 06
São Nuno de Santa Maria, Religiosos, (Festa)
Primeira Sexta-feira do mês: Após a missa das 08h.00, haverá uma hora de Adoração do Santíssimo Sacramento na Igreja

INDULGÊNCIAS: Aos fiéis que, devotamente, visitarem os cemitérios, e neles orarem, pelos defuntos, nos primeiro oito dias de Novembro, é concedida indulgêngia plenária aplicável somente às almas do Purgatório

nº 726 I 1Novembro ‘09

REZAR COM OS SALMOS


O Salmo 23, é um antigo cântico do povo de Deus, entoado diante do templo de Jerusalén. Para poder descobrir com clareza o fio condutor que atravessa este himo é necessário ter em conta três pressupostos fundamentais. O primeiro diz respeito à verdade da criação: Deus criou o mundo e é o seu Senhor. O segundo refere-se ao julgamento a que são submetidas as criaturas: temos de comparecer diante da sua presença e seremos interrogados sobre as nossas obras. O terceiro é o do mistério da vinda de Deus: vem no cosmos e na história, e quer ter livre trânsito, para estabelecer com os homens uma relação de profunda comunhão.
Alguém escreveu: ”trata-se de três formas essenciais da experiência de Deus e da relação com Deus; vivemos por obra de Deus, na presença de Deus e podemos viver com Deus”.

SALMO RESPONSORIAL - Salmo 23 (24)

Refrão: Esta é a geração dos que procuram o Senhor.

Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
o que não invocou o seu nome em vão.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face de Deus.


nº 726 I 1Novembro ‘09

sábado, 24 de outubro de 2009

VOLTAR A VER!


Bartimeu começou a ver em plenitude, ao contrário daqueles que não eram cegos, entre os quais os próprios discípulos, e compreendeu a missão de Jesus. Por vezes também nos incluímos no grupo daqueles que querem ignorar a Cruz, pelo que devemos pedir ao Mestre que nos faça Voltar A Ver.


O trecho do Evangelho de Marcos que hoje nos é proposto, situa-se a última etapa da subida de Jesus a Jerusalém. Jesus está quase a chegar ao seu destino, pois, após uma longa viagem desde a Galileia, encontra-se apenas a trinta quilómetros de Jerusalém, em Jericó.
Está prestes a deixar esta cidade, e acompanha-O uma grande multidão, possivelmente entre os muitos acompanhantes havia peregrinos que peregrinavam para à festa da Páscoa, e possivelmente serão estes que O aclamam ao entrar em Jerusalém.
Junto à estrada, encontrava-se um homem, de nome Bartimeu, isto é filho de Timeu, que era cego, e estava condenado a viver de esmolas dos transeuntes. Este cego representa a miséria e a desesperança de tantos homens deste mundo.
Mas ao saber que era Jesus que passava, não quer de modo algum deixar escapar a sua oportunidade. Certamente já teria ouvido falar do poder taumatúrgico de Jesus, e também ele quer ser miraculado!
Dirige-se a Jesus, chamando-Lhe "Filho de David", um título messiânico popular que inclui as esperanças políticas e nacionalistas centradas no restabelecimento da monarquia davídica. Jesus, no momento em que tinha empreendido decididamente o caminho que O vai conduzir à morte, já não recusa o título de Messias.
No entanto, algumas pessoas que acompanhavam Jesus queriam silenciar Bartimeu, mas esse, com mais força gritava: "Jesus, Filho de David, tem piedade de mim". Contudo, como seria de esperar, a reacção de Jesus é totalmente aposta. Ele que veio acolher os mais débeis, "dar vista aos cegos", "fazer andar os coxos", "dar ouvido aos surdos" e "curar os doentes", não podia ficar indiferente aos gemidos daquele cego, e por isso, manda-o chamar.
Quando soube que Jesus o chama, o cego não duvida nem um instante em deixar o manto e caminhar até Ele; o manto, talvez, estivesse estendido no chão para nele recolher as esmolas; desprende-se, por tanto, de tudo aquilo que lhe permitia sobreviver porque crê que vai terminar a sua situação de cegueira.
Seria desnecessária a pergunta de Jesus a Bartimeu:"Que queres que Eu te faça?", mas, isso não incomoda Bartimeu, que Lhe responde: "Mestre, que eu veja!".
Jesus e Bartimeu é Jesus e cada um de nós, porque qualquer um de nós tem muitas dificuldades para ver: para ver o caminho, para compreender o caminho, para crer no caminho, porque o caminho é a cruz. Jesus está a chegar à cruz, e ninguém compreende que Ele, o Filho de David, será o Messias precisamente desde a cruz. De facto, já no domingo passado, a penúltima cena antes de entrar em Jerusalém, mostrava quão longe estavam as expectativas dos apóstolos em relação ao que Jesus se disponha a viver. Contudo, a pesar de nossa cegueira, nós, como o cego, queremos algo de novo.
Não sabemos muito bem o que podemos esperar de Jesus, o que ele nos oferece, qual é o seu caminho para cada um de nós. Mas sabemos uma coisa, a única que vale a pena saber: n’Ele está a luz.
A fé não levou somente Bartimeu a recuperar a vista, mas também à adesão pessoal e ao seguimento de Jesus "pelo caminho". Segue a Jesus pelo caminho que leva a Jerusalém, mas também à Cruz e à Morte, à Salvação.
Quando Marcos escreve este trecho do Evangelho, certamente não pretendia somente narrar-nos mais um milagre ou cura de Jesus. O Evangelista vai mais longe, e quer que tenhamos, a mesma actitude de Bartimeu, que também lhe peçamos que nos cure da nossa cegueira.
Bartimeu começou a ver em plenitude, ao contrário daqueles que não eram cegos, entre os quais os próprios discípulos, e compreendeu a missão de Jesus. Por vezes também nos incluímos no grupo daqueles que querem ignorar a Cruz, pelo que devemos pedir ao Mestre que nos faça VOLTAR A VER.

nº 725 I 25 outubro ‘09

AVISOS


QUARTA I 28
São Simão e São Judas , Apóstolos (Festa)
» Nesta dia ocorre o 396º aniversário da fundação do Carmo de Aveiro

QUINTA I 29
Quinta-feira do Menino Jesus
» 18H.00: O Clube do Menino Jesus reza a coroinha em honra Divino Reizinho
 
DOMINGO I 1 Novembro
No primeiro dia de Novembro celebramos a Solenidade de Todos os Santos. O horário das missas é o mesmo dos domingos
 
MISSÕES: O Ofertório para as missões realizado no passado fim de semana rendeu €729,20, montante entregue na Cúria Diocesana.
Aproveitamos para agradecer a todos os que colaboraram com as suas ofertas para a causa das missões.

nº 725 I 25 outubro ‘09

REZAR COM OS SALMOS


O salmo 125 é um "salmo gradual" ou "cântico de subida". Faz parte da colecção dos cantos de peregrinação que os judeus cantavam quando subiam em peregrinação a Jerusalém. O mesmo faz-nos imaginar uma imensa procissão que caminha para o Templo, com os braços cheios de "molhos de espigas" para a festa em que se ofereciam a Deus as primícias das colheitas.
O sentido original deste salmo, foi, sem dúvida, o "regresso dos prisioneiros" após o edito de Ciro, no ano 538, após de 47 anos de exílio na Babilónia. Este acontecimento histórico é para o salmista um grande sinal: em toda a situação humanamente desesperada, Deus é o único "salvador".

Refrão: Grandes maravilhas fez por nós o Senhor, por isso exultamos de alegria.

Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e dos nossos lábios cânticos de júbilo.

Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria.

À ida vão a chorar,
levando as sementes;
à volta vêm a cantar
trazendo os molhos de espigas.

nº 725 I 25 outubro ‘09

sábado, 17 de outubro de 2009

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES

[Mensagem do Papa]


Celebramos, neste penúltimo domingo de outubro, o Dia Mundial das Missões. Como é habitual nesta data, o Santo Padre costuma enviar à Igreja a sua mensagem. De novo o fez este ano, desta vez, subordinada ao tema: As Nações Caminharão à sua Luz. Da mesma reproduziremos alguns excertos, que poder-nos-ão ajudar a meditar nesta missão da Igreja.

Celebramos neste penúltimo Domingo de Outubro o Dia Mundial das Missões. A ideia de um Dia das Missões a nivel mundial nasceu no Círculo Missionário do Seminário Arquidiocesano de Sássari (Itália). Em Maio de 1925, o Círculo Missionário organizou um tríduo missionário, com a participação do arcebispo, que suscitou muita animação. No ano seguinte, de 17 a 20 de Maio de 1926, repetiu-se a celebração. Na ocasião, chegou de Roma, monsenhor Luigi Drago, secretário da Sagrada Congregação de ‘Propaganda Fide’ (actual Congregação para a Evangelização dos Povos, no Vaticano). Os seminaristas pediram-lhe que propusesse ao papa Pio XI a celebração de um dia dedicado às Missões, como se fazia na Universidade do Sagrado Coração. Monsenhor Drago comprometeu-se a falar com o papa sobre esse assunto…
Desde Roma não podia chegar melhor resposta: "Esta é uma inspiração que vem do céu".
No final de Março de 1926, realizou-se a Assembleia Plenária do Conselho Superior Geral da Obra, já Pontifícia, da Propagação da Fé. Naquela ocasião, decidiu-se pedir oficialmente ao papa Pio XI "a instituição, em todo o mundo católico, de um dia de oração e de ofertas em prol da propagação da fé". Em 24 de Abril de 1926, a Congregação dos Ritos comunicava que o Santo Padre havia concedido o pedido. Seria celebrado anualmente, no penúltimo domingo do mês de Outubro. E assim aconteceu, pela primeira vez, em 1927...
Como é habitual nesta efeméride, o Santo Padre costuma enviar à Igreja uma mensagem, e de novo o fez este ano, subordinada ao tema: "As nações caminharão à sua Luz". Da mesma reproduziremos alguns excertos, que poder-nos-ão ajudar a meditar nesta missão da Igreja.
O Santo Padre esclarece:
"O objectivo da missão da Igreja é iluminar com a luz do Evangelho todos os povos em seu caminhar na história rumo a Deus, pois n’Ele encontramos a sua plena realização. Devemos sentir o anseio e a paixão de iluminar todos os povos, com a luz de Cristo, que resplandece no rosto da Igreja, para que todos se reúnam na única família humana, sob a amável paternidade de Deus.
É nesta perspectiva que os discípulos de Cristo espalhados pelo mundo trabalham, se dedicam, gemem sob o peso dos sofrimentos e doam a vida. Reitero com veemência o que muitas vezes foi dito pelos meus Predecessores: a Igreja não age para ampliar o seu poder ou reforçar o seu domínio, mas para levar a todos Cristo, salvação do mundo. Pedimos somente de nos colocar a serviço da humanidade, sobretudo da daquela sofredora e marginalizada, porque acreditamos que ‘o compromisso de anunciar o Evangelho aos homens de nosso tempo... é sem dúvida alguma um serviço prestado à comunidade cristã, mas também a toda a humanidade’(Evangelii nuntiandi, 1), que ‘apesar de conhecer realizações maravilhosas, parece ter perdido o sentido último das coisas e de sua própria existênci’(Redemptoris missio, 2)."
E continua:
"Na verdade, a humanidade inteira tem a vocação radical de voltar à sua origem, que é Deus, somente no Qual ela encontrará a sua plenitude por meio da restauração de todas as coisas em Cristo… A missão universal deve-se tornar uma constante fundamental na vida da Igreja. Anunciar o Evangelho deve ser para nós, como já dizia o apóstolo Paulo, um compromisso impreterível e primário.
E, prossegue:
"A missão da Igreja é chamar todos os povos à salvação realizada por Deus em seu Filho encarnado. É necessário, portanto, renovar o compromisso de anunciar o Evangelho, fermento de liberdade e progresso, fraternidade, união e paz. Desejo ‘novamente confirmar que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja’(Evangelii nuntiandi, 14), tarefa e missão que as vastas e profundas mudanças da sociedade actual tornam ainda mais urgentes. Está em questão a salvação eterna das pessoas, o fim e a plenitude da história humana e do universo. Animados e inspirados pelo Apóstolo dos Gentios, devemos estar conscientes de que Deus tem um povo numeroso em todas as cidades percorridas também pelos apóstolos de hoje. De facto,’a promessa é em favor de todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar’ (Act 2,39).
A participação na missão de Cristo, de facto, destaca também a vida dos anunciadores do Evangelho, aos quais é reservado o mesmo destino de seu Mestre.’Lembrem-vos do que Eu disse: nenhum servo é maior do que seu dono. Se perseguiram a Mim, vão perseguir a vós também’ (Jo 15,20). A Igreja coloca-se no mesmo caminho e passa por tudo aquilo que Cristo passou, porque não age baseando-se numa lógica humana ou com a força, mas seguindo o caminho da Cruz e se fazendo, em obediência filial ao Pai, testemunha e companheira de viagem desta humanidade. Às Igrejas antigas como as de recente fundação, recordo que são colocadas pelo Senhor como sal da terra e luz do mundo, chamadas a irradiar Cristo, Luz do mundo, até os extremos confins da terra. A ‘missio ad gentes’ deve ser a prioridade de seus planos pastorais."
E, a finalizar, o Santo Padre, recordando que todo o anúncio do Evangelho é obra do Espírito Santo, apela à generosidade de todos os cristãos:
"É preciso, todavia, reafirmar que a evangelização é obra do Espírito, e que antes mesmo de ser acção, é testemunho e irradiação da luz de Cristo através da Igreja local, que envia os seus missionários...".

nº 724 I 18 Outubro ‘09

AVISOS


DOMINGO I 18
Hoje, Domingo, celebramos o Dia Mundial das Missões. O Ofertório das missas deste fim de semana destina-se a ajudar a acção missionária da Igreja.

SEGUNDA I 19
São Paulo da Cruz, Presbítero (MF)

SEXTA I 23
São João de Capristano, Presbítero, ( MF)

SÁBADO I 24
Santa Maria no Sábado (MF)

CONSELHO PLENÁRIO: De 21 a 23 de Outubro vai realizar-se no nosso convento de Avessadas o Conselho Plenário, onde estarão presentes representantes de todas as comuniddes da nossa Província Religiosa. Unamo-nos a este acontecimento com as nosssas orações.

MUDANÇA DE HORAS: Na noite do próximo Sábado, dia 24 para Domingo, dia 25, há a alteração da hora legal. Por isso à uma hora da manhã os relógios devem ser atrasados uma hora.

nº 724 18 I Outubro ‘09

sábado, 10 de outubro de 2009

NADA TE PERTURBE... SÓ DEUS BASTA!



Os irmãos partiram para longe à procura de fortuna, mas Teresa não teve de caminhar muito, para não longe da casa onde nascera, encontrar uma grande riqueza. A riqueza que verdadeiramente sacia o homem, porque ela compreendeu que o verdadeiro tesouro é Deus, pelo que, mais tarde numa das suas poesias, escreve: “Nada te perturbe,... só Deus Basta!”.

Corria o ano de 1528, quando, em Ávila, no dia 28 de Março nascia uma menina, filha de Alonso Sánchez de Cepeda e de D. Beatriz de Ahumada, a quem no baptismo lhe puseram o nome de Teresa.
Num dos seus escritos, o Livro da Vida, ela mesma escreve: "Éramos três irmãs e nove irmãos", a quem se juntava, como ela confessa, um grande número de criados. Era, pois, a família de Teresa bastante numerosa, aliás, como era normal na época, mas entre tanta gente Teresa considerava-se a mais querida e amada de todos.
Mas, simultaneamente naquela numerosa família, vivia-se um fé intensa, onde se cultivava o amor e a amizade, e onde se favorecia a leitura e fomentava a piedade, pois o chefe de família procurava "bons livros para leitura de seus filhos".
Tudo isto contribuiu para que e nossa menina Teresa despertasse, ainda na infância, para as coisas do espírito. Por isso não admira, que depois da leitura da vida de santos, (ou seria histórias contadas pela mãe?), pelos seus seis-sete anos, juntamente com o seu irmão Pedro, sensivelmente da sua idade, resolvesse deixar a casa paterna, para irem a terra de infiéis [Norte de África], para serem degolados, isto é martirizados, pelos infiéis, para assim alcançarem o Céu!
É verdade que na infância, quando o ambiente favorece, estes rasgos de piedade não faltam, mas depois, quase sempre na adolescência , surgem os momentos de crise. O mesmo aconteceu com Teresa.
Como é natural na adolescência, também Teresa gostava de passar longos momentos diante do espelho, e começava a sonhar com alguém que a pudesse fazer feliz para sempre. E nesse tempo nem sequer lhe faltou a ajuda de uma jovem criada da casa de seus pais. E Teresa já tinha em vista um "príncipe", um parente seu, quase da mesma idade.
O problema da adolescência inquieta de sobremaneira os pais, e o mesmo aconteceu com a família Cepeda, porque sabiam que não era fácil aconselhar um coração apaixonado!
No entanto, Dom Alonso de Cepeda, após a morte de sua esposa, dona Beatriz, procura cortar o mal enquanto era tempo, enviando a jovem Teresa, a pretexto do casamento de sua filha Maria, para o internato das religiosas das Agostinha da Graça, na cidade de Ávila.
Não foi fácil tomar tal decisão, pois Dom Alonso amava verdadeiramente Teresa, e no momento de tristeza da partida da esposa, a companhia da filha sempre, poderia ajudar naquela dor. Mas o pior é que sem o saber Alonso estava a contribuir para a opção definitiva de sua filha: consagrar-se ao Senhor.
É verdade que a jovem Teresa, não gostou muito da decisão do pai, e a si mesma prometeu jamais ser freira!
Mas a vida dá muitas voltas, e se o lar dos Cepedas, outrora, era um lar buliçoso, com as brincadeiras das crianças e a presença dos irmãos mais crescidos, agora era uma casa vazia!
Os varões, à semelhança de muitos outros jovens, procuraram riqueza nos novos mundos, na América, não há muitos anos descoberta, e alguns conseguiram-na! E, ainda bem, pois Lourenço de Cepeda, com a riqueza adquirida nas "Índias" tornar-se-á, mais tarde, um mecenas, na obra que sua irmã Teresa, iria iniciar, e as filhas tinham formado lar.
Agora só restava ao velho Cepeda a sua Teresinha, que teve de abandonar o internato devido a uma grave doença. Para recuperar vai para uma aldeia de Ávila, Gotarrendura, onde lhe caem nas mãos livros de espiritualidade que a transformam totalmente.
Recuperado, agora contra a vontade do seu pai, decide ingressar no Convento das Carmelitas da Encarnação, em Ávila.
Os irmãos partiram para longe à procura de fortuna, mas Teresa não teve de caminhar muito, para não longe da casa onde nascera, encontrar uma grande riqueza. A riqueza que verdadeiramente sacia o homem, porque ela compreendeu que o verdadeiro tesouro é Deus, pelo que, mais tarde numa das suas poesias, escreve: "Nada te perturbe,... só Deus Basta!".
Que Teresa de Jesus nos ajude a encontrar esse tesouro!

nº 723 I 11 outubro ‘09

AVISOS

DOMINGO I 11
Na Missas das 18H.30, os diversos grupos pastorais da nossa Comunidade farão o seu compromisso.

QUINTA I 15
Solenidade da Santa Madre Teresa de Jesus
»18H.00: Oração em honra de Santa Teresa de Jesus
»18H.30: Concelebração Eucarística em louvor da seráfica Teresa de Jesus, nossa Mãe e Fundadora.


SEXTA I 16
Santa Margarida Maria Alacoque, Virgem ( MF)

SÁBADO I 17
Santo Inácio de Antioquia, Bispo e Mártir (MO)

ELEIÇÕES: Realizam-se neste Domingo, dia 11, as eleições autárquicas. Todos somos chamados a exercer o dever cívico de votar.

MISSÕES: Celebramos no próximo Domingo o Dia Mundial das Missões. O Ofertório das missas desse fim de semana destina-se a ajudar a acção missionária da Igreja.


nº 723 I 11 outubro ‘09

COMENTÁRIO


É normal encontrarmos crianças na Igreja, na idade da catequese. Os próprios pais, mesmo quando não são muito praticantes, quando chega a altura de os filhos frequentarem a catequese, são os primeiros a preocupar-se com a inscrição dos mesmos, pois também eles um dia a frequentaram, e reconhecem que alguma coisa de bom aí receberam.
Há depois um período, após a catequese dos filhos, em que nem os pais nem os filhos se interessam pelas coisas de Deus... Contudo, quando os anos vão pesando, as pessoas voltam-se, de novo, para Deus, e regressam à Igreja. Até acho bem pois, como já dizia o sábio, "há um tempo para tudo".
No entanto o Evangelho deste Domingo, chama-me a atenção, pois é um jovem que se aproxima de Jesus, e Lhe pergunta o que deve fazer para alcançar a vida eterna.
Ontem, como hoje, os jovens sempre procuraram viver arredados da religião, e o comportamento desse jovem chama-nos à atenção.
Era alguém que, parecia, preocupar-se com a sua salvação, e encontrar a verdadeira vida!
Também a resposta/pergunta de Jesus, parece ser a mais normal: "Cumpres os mandamentos?"
A resposta do jovem é surpreendente: "Tudo isso faço desde a minha juventude!"
Surge, então o desafio de Jesus: "Vai, vente tudo; dá-o aos pobres e segue-Me".
Mas o jovem, entristecido, afastou-se... porque era muito rico!
Afinal aquele jovem não estava tão preocupado, como parecia, com a vida eterna, pois, para ele, pelos vistos eram mais importantes os bens materiais.
Também nós nos devemos interrogar, se não vivemos mais obcecados com os bens deste mundo de com o valor inestimável do Reino de Deus, do qual Jesus nos veio ensinar o caminho e abrir-nos as portas do mesmo!

nº 723 I 11 outubro ‘09

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ATÉ QUE ENFIM [O livro da Chama]


"Até que enfim!" poderia ser a exclamação daqueles que habituados à Chama do Carmo anseiam que ela reapareça depois do período de férias. e de facto podem fazê-lo, pois mais uma vez nos reencontramos. "Até que enfim!" pode ser a admiração daqueles que finalmente viram publicado, em livro, muito do que ao longo dos anos foi escrito na chama viva. agradecemos ao frei João a amabilidade que teve, e do prólogo, da sua autoria. Aqui deixamos alguns excertos:

"No [passado] dia 2 de Setembro o Frei Rui [cumpriu] o jubileu dos 25 anos de Ordenação Sacerdotal. Vinte e cinco anos são muitos dias, como é fácil de entender. Quem os celebra costuma dizer: como corre o tempo, como é tão veloz, como passam rápido os anos! Julgo que o Frei Rui também sofrerá desse mesmo achaque e comungará desse espanto. Se não erro, vinte dos seus vinte e cinco anos de vida sacerdotal foram passados na Comunidade do Carmo de Aveiro, pelo que já merece um nome como Frei Rui de São José de Aveiro. Rui de Baptismo, São José, de religioso carmelita; de Aveiro, por ter consagrado a sua vida sacerdotal quase inteiramente a essa terra de céu e de Sal.
Foi com muito agrado que recebi do seu Superior, Frei Silvino, o pedido para fazer esta compilação e textos do nosso confrade frei Rui, colaborando assim na homenagem com que a Comunidade do Carmo aveirense o quer honrar. Quase nem seria preciso pedir! Logo me lembrei dos textos da Chama do Carmo que ele pontualmente foi publicando desde fins de 1991 [1990] a meados de 2000. Dez anos, portanto! Porque lhe sucedi , posso testemunhar com simplicidade, que a tarefa é digna da maior admiração e reconhecimento. Sei sinceramente, do que falo. Publicar semanalmente um boletim, ainda que de formato A4, é de respeito. [...] Sim, publicar, Domingo após Domingo, um texto com o sabor próprio de cada Domingo, que é sempre diferente - diga-se de passagem! - é uma tarefa para poucos. Colocar semanalmente nas mãos dos fiéis que sobem ao Carmo um texto que vinque determinado problema moral, que esclareça uma questão, que explique um versículo do Evangelho, que centre na espiritualidade daquele Tempo Forte, que evidencie o pensar do Magistério ou ressalte um pormenor de carmelitanismo que o habita não é de todo fácil.
Em 1994, no regresso do Verão, ao retomar a edição da Chama, escreveu: "Na sequência dos anos anteriores pretendemos que a nossa folhinha seja um elo de ligação com os fiéis que frequentam a nossa Igreja. tentaremos fazer dela um meio para transmitir o que vai acontecendo na nossa comunidade, lembraremos os nossos Santos, daremos a conhecer os acontecimentos da Igreja, tentaremos fazer catequese e reflexão e, naturalmente, viver a nossa fé ao ritmo da Liturgia. estas são as nossas pretensões, e embora pequenas, pensamos que poder-nos-ão ajudar a crescer na nossa vida cristã."
O povo do Carmo de Aveiro merece o teu empenho. E teve e tem tido a possibilidade de antes das Eucaristias ou no remanso do lar, à lareira ou numa hora mais disponível, poder aceder a uma informação certa e certeira, a uma delicada pérola de espiritualidade carmelitana, a uma saborosa pitada de humor.
Eu sou daqueles que pensam que em Portugal falta um periódico de pensamento Católico. Não me preocupam nem sei gizar o conceito e os termos. Sei sim que a aparecer, ele jamais ensombrará a existência destas humildes folhas dominicais, que brotam por aqui e por ali, alimentando o pensamento, a reflexão, a oração, o gosto e a vivência litúrgico-catequética de tantos fiéis. Sei de pessoas que as guardam como se fossem memórias de família. E fazem bem, porque o são. Também penso que dentro de alguns anos quando se quiser mergulhar na história recente desta Comunidade se terá que compulsar o seu boletim, que em boa hora apareceu. Estas folhinhas humildes e que vão sendo imensas são possibilidades reais de oxigenar a Igreja, de a revitalizar e a animar. Que jamais desapareçam tais folhinhas, em razão do enorme bem que nos fazem. Se um qualquer furacão as arrancasse todas, estou certo que a árvore sofreria bastante.
Por aquilo que reflecte e informa entrevê-se a vitalidade, os sonhos, os espantos, o feito e o por fazer. Longa vida, portanto, para a Chama Viva do Carmo da Cidade de Aveiro.
Coube-me a responsabilidade de escolher o que se editava e o que não [...], usei basicamente o crivo do interesse histórico, da proximidade às tradições aveirenses e às referências espirituais do Carmo. Eis a razão porque aparecerão parecenças e repetições."

nº 722 I 04 outubro ‘09