segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ATÉ QUE ENFIM [O livro da Chama]


"Até que enfim!" poderia ser a exclamação daqueles que habituados à Chama do Carmo anseiam que ela reapareça depois do período de férias. e de facto podem fazê-lo, pois mais uma vez nos reencontramos. "Até que enfim!" pode ser a admiração daqueles que finalmente viram publicado, em livro, muito do que ao longo dos anos foi escrito na chama viva. agradecemos ao frei João a amabilidade que teve, e do prólogo, da sua autoria. Aqui deixamos alguns excertos:

"No [passado] dia 2 de Setembro o Frei Rui [cumpriu] o jubileu dos 25 anos de Ordenação Sacerdotal. Vinte e cinco anos são muitos dias, como é fácil de entender. Quem os celebra costuma dizer: como corre o tempo, como é tão veloz, como passam rápido os anos! Julgo que o Frei Rui também sofrerá desse mesmo achaque e comungará desse espanto. Se não erro, vinte dos seus vinte e cinco anos de vida sacerdotal foram passados na Comunidade do Carmo de Aveiro, pelo que já merece um nome como Frei Rui de São José de Aveiro. Rui de Baptismo, São José, de religioso carmelita; de Aveiro, por ter consagrado a sua vida sacerdotal quase inteiramente a essa terra de céu e de Sal.
Foi com muito agrado que recebi do seu Superior, Frei Silvino, o pedido para fazer esta compilação e textos do nosso confrade frei Rui, colaborando assim na homenagem com que a Comunidade do Carmo aveirense o quer honrar. Quase nem seria preciso pedir! Logo me lembrei dos textos da Chama do Carmo que ele pontualmente foi publicando desde fins de 1991 [1990] a meados de 2000. Dez anos, portanto! Porque lhe sucedi , posso testemunhar com simplicidade, que a tarefa é digna da maior admiração e reconhecimento. Sei sinceramente, do que falo. Publicar semanalmente um boletim, ainda que de formato A4, é de respeito. [...] Sim, publicar, Domingo após Domingo, um texto com o sabor próprio de cada Domingo, que é sempre diferente - diga-se de passagem! - é uma tarefa para poucos. Colocar semanalmente nas mãos dos fiéis que sobem ao Carmo um texto que vinque determinado problema moral, que esclareça uma questão, que explique um versículo do Evangelho, que centre na espiritualidade daquele Tempo Forte, que evidencie o pensar do Magistério ou ressalte um pormenor de carmelitanismo que o habita não é de todo fácil.
Em 1994, no regresso do Verão, ao retomar a edição da Chama, escreveu: "Na sequência dos anos anteriores pretendemos que a nossa folhinha seja um elo de ligação com os fiéis que frequentam a nossa Igreja. tentaremos fazer dela um meio para transmitir o que vai acontecendo na nossa comunidade, lembraremos os nossos Santos, daremos a conhecer os acontecimentos da Igreja, tentaremos fazer catequese e reflexão e, naturalmente, viver a nossa fé ao ritmo da Liturgia. estas são as nossas pretensões, e embora pequenas, pensamos que poder-nos-ão ajudar a crescer na nossa vida cristã."
O povo do Carmo de Aveiro merece o teu empenho. E teve e tem tido a possibilidade de antes das Eucaristias ou no remanso do lar, à lareira ou numa hora mais disponível, poder aceder a uma informação certa e certeira, a uma delicada pérola de espiritualidade carmelitana, a uma saborosa pitada de humor.
Eu sou daqueles que pensam que em Portugal falta um periódico de pensamento Católico. Não me preocupam nem sei gizar o conceito e os termos. Sei sim que a aparecer, ele jamais ensombrará a existência destas humildes folhas dominicais, que brotam por aqui e por ali, alimentando o pensamento, a reflexão, a oração, o gosto e a vivência litúrgico-catequética de tantos fiéis. Sei de pessoas que as guardam como se fossem memórias de família. E fazem bem, porque o são. Também penso que dentro de alguns anos quando se quiser mergulhar na história recente desta Comunidade se terá que compulsar o seu boletim, que em boa hora apareceu. Estas folhinhas humildes e que vão sendo imensas são possibilidades reais de oxigenar a Igreja, de a revitalizar e a animar. Que jamais desapareçam tais folhinhas, em razão do enorme bem que nos fazem. Se um qualquer furacão as arrancasse todas, estou certo que a árvore sofreria bastante.
Por aquilo que reflecte e informa entrevê-se a vitalidade, os sonhos, os espantos, o feito e o por fazer. Longa vida, portanto, para a Chama Viva do Carmo da Cidade de Aveiro.
Coube-me a responsabilidade de escolher o que se editava e o que não [...], usei basicamente o crivo do interesse histórico, da proximidade às tradições aveirenses e às referências espirituais do Carmo. Eis a razão porque aparecerão parecenças e repetições."

nº 722 I 04 outubro ‘09

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