domingo, 26 de dezembro de 2010

De Belém ao Egipto


Neste Domingo dentro da Oitava de Natal celebramos a Festa da Sagrada Família. Depois dos momentos difíceis vividos por Maria e José, em Belém, quando tudo prometia regressar à normalidade, eis que a Família de Nazaré tem de se refugiar no Egipto.
Com a Sagrada Família aprendamos a enfrentar as dificuldades com que se deparam as nossas famílias, procurando "viver no Senhor".
Estamos em tempo de Natal! Ontem festivamente celebrávamos a Solenidade do nascimento do Filho de Deus. No meio de muitas dificuldades, depois de uma penosa viagem desde Nazaré até Belém, quando chegou o momento de Maria dar à luz, todas as portas e hospedarias se fecharam, e o Menino Deus viu a luz numa pobre manjedoura! No entanto aquele acontecimento não ficou silenciado entre as paredes da pequena gruta de Belém. Os Anjos encarregaram-se de comunicar aos pastores o anúncio de tão sublime acontecimento. E depois da tempestade veio a bonança!
Uma nova vida se iniciava para Maria e José, e naquela noite começaram a sonhar com o amanhã. Pensavam regressar, quanto antes, a Nazaré, para retomar os trabalhos que tinham sido suspensos devido à viagem feita para o recenseamento. Sonharam que iriam trabalhar com mais entusiasmo para alimentar aquele Menino; Maria pensava fiar e tecer alguns paninhos! Maria e José sonharam na educação que teriam de incutir naquela criança, que não é nada fácil quando falta a experiência e a ajuda dos avoengos.
Mas, tudo se alterou, quando José, avisado por um Anjo, tem de explicar a Maria que devem, quanto antes, fazer as trouxas e fugir para o Egipto. Sim, para aquela terra onde há muitos séculos os seus antepassados tinham vivido na escravidão. Tudo, porque Herodes queria matar o Menino!
Não sabemos se tudo aconteceu como nos narra São Mateus, pois o trecho que nos fala da fuga para o Egipto pertence aos Evangelhos da Infância, onde mais que a questão histórica se situa a interpretação das Escrituras!
No entanto, fala-se da crueldade de Herodes, que, diz-se, mandou matar três dos seus filhos; também a "fuga" para o Egipto, poderia não ter passado de uma necessidade de emigrar, pois já desde o século. VI a.C. existia no Egipto una comunidade judaica em contínuo crescimento. O Egipto não era para os judeus somente o país da antiga escravidão, mas também um lugar de refúgio em tempos de perseguição. Além disso, no século primeiro surge a acusação de Jesus ter aprendido a magia no Egipto, pelo que o relato de São Mateus pode ser realmente histórico.
Mas para Mateus o exílio a Egipto tem, uma finalidade simbólica: O filho de Deus, Filho de Israel, tem de experimentar o Êxodo. Assim o Pai poderá chamar o seu Filho de Egipto.
Neste Domingo da Sagrada Família, somos convidados a meditar nos problemas que hoje se abatem sobre a instituição denominada "Família".
Começaria por lembrar que a Família de
Nazaré, não era tipicamente a família ideal judaica. De facto os filhos eram para os judeus uma "bênção de Deus", e a família de Maria e José tinha unicamente um filho, pelo que de alguma maneira se assemelharia às famílias dos nossos dias. Mas o sentimento de família é o mesmo, seja a família muito ou pouco numerosa, desde que os sentimentos sejam verdadeiros.
No entanto, os problemas da família não se dissipam com o passar dos tempos: Houve, há e haverá sempre problemas nas famílias, como, aliás, há em qualquer sociedade ou grupo organizado. Se hoje os problemas quotidianos da família são inegáveis, não pensemos que não os houve na família de Nazaré, como nos recorda o Evangelho deste Domingo.
Possivelmente os habituais problemas familiares se tornem mais acutilantes nos tempos de hoje. De facto nos tempos que correm deparamo-nos com tantas famílias desfeitas, tantas separações, tantos divórcios, acalentados por uma legislação, que se diz ser progressista, mas que pouco tem defendido a família. (Hoje o Estado, quando nos debatemos com uma falta de natalidade, parece preferir as uniões temporárias e os casamentos de pessoas do mesmo sexo, a pretexto da não discriminação social!).
A Família de Nazaré, é justamente chamada Sagrada, porque soube "viver no Senhor", sabendo enfrentar com fé todas as contrariedades, inclusive o exílio; foi uma família que soube dialogar, soube perdoar e, sobretudo, soube alimentar-se na oração.
Para as nossas famílias, hoje tão apoquentadas por problemas económicos e sociais, com as suas nefastas consequências, convidamos a tomar a Sagrada Família como modelo, procurando "viver no Senhor".
Chama Viva do Carmo | nº 776 | 26 Dezembro 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

AVISOS

SEXTA | 24
» 08H.00: Eucaristia
» Por ser Véspera de Natal será suprimida a Eucaristia das 18H.30
» Às 24H.00  será celebrada a missa da Vigília de Natal (MISSA DO GALO)

SÁBADO | 25
SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR
O horário das missas será o mesmo o mesmo dos domingos. Haverá missa às 10H.00, 11H.30 e às 18H.30
» 18HH.00: Oração de Vésperas

DOMINGO | 26
Sagrada Família (Festa)

NOVENA DE NATAL
Até ao dia 24, continuaremos a celebrar a Novena de Natal

Chama n.º 775 | 19 Dezembro ‘10

PREPARANDO O NATAL

Poucos dias faltam para a grande festa de Natal! Foram já muitas as canseiras que tivemos de enfrentar: a escolha das prendas e os cartões de boas festas; foram  os convites que fizemos para a Ceia ou almoço de Natal! Foram ainda as viagens que programamos, enfim tantas fadigas!
Estará, provavelmente tudo pronto,  ou quase, mas nem por isso vai diminuir a azáfama, pois falta sempre  um pormenor.  Mas, se tivermos um pouco de tempo, que sempre  se encontra,  meditemos no hino que se segue:



A Virgem espera o Messias!
Sonhar divino!
A Virgem pressente a aurora,
Do seu Menino.
De Nazaré a Belém;
Viagem dura!
Maria vive o Mistério
Com que ternura!

Vós que sonhais e esperais
Pela luz sem par,
Acolhei a Jesus Menino,
Que vai chegar!
O Senhor vai chegar!
É o Príncipe da paz!

O povo espera o Messias,
Em longo afecto,
Em breve, Jesus vai chegar.
Feliz o tempo!
Chegam José e Maria,
Já noite feita.
Procuram onde ficar;
Ninguém os aceita!

A noite já O adivinha:
“Estou alerta”!
O sol entoa à lua:
“Está Desperta”!
Sobre Belém de Judá, Virá uma Estrela,
Anunciar o Messias!
Brilhante e bela.


Chama n.º 775 | 19 Dezembro ‘10 


SÃO JOSÉ NOS CAMINHOS DE DEUS

O Quarto Domingo de Advento é dedicado a Maria, a Mãe de Jesus. Contudo, neste Ciclo A ao lado de Maria sobressai a figura de São José. Cremos ser legítimo que tal aconteça, pois José ocupa um lugar privilegiado no Mistério da Salvação. Como Maria ele é convidado a dar o seu “Sim”; Deus confiou-lhe a missão de ser o “Pai” de Jesus aqui na terra, missão que ele tão amorosamento desempenhou!


Ao caminharmos para o fim do tempo de Advento a Liturgia não poderia esquecer uma personagem, que embora, mantida, no silêncio, ocupa um espaço privilegiado na História da Salvação. Referimo-nos naturalmente a São José, o Esposo de Maria.
Estava Maria desposada, ou se quisermos prometida em casamento, a José, um homem do povo, humilde e trabalhador, que para uns era um ancião, enquanto outros defendem que era um jovem, mas para o caso pouco interessa. No entanto, ainda não tinham vivido em comum, quando após a anunciação, Maria, por obra e graça do Espírito Santo se encontra grávida!
José sabia que o filho que Maria trazia no seu ventre não lhe pertencia. Certamente, a primeira ideia que lhe veio à cabeça, foi pensar que a sua noiva lhe tinha sido infiel. Eram severas as leis judaicas em relação às mulheres adúlteras. Se recordarmos aquele episódio em que uns fariseus apresentaram a Jesus uma mulher que tinha sido apanhada a cometer adultério, para que o Mestre, de acordo com a lei de Moisés, sentenciasse que a mesma fosse delapidada, isto é apedrejada até à morte, bem podemos imaginar as consequências da reacção do carpinteiro.
No entanto, José era um homem justo, e por isso para poupar Maria à desonra e difamação (no tempo de Jesus praticamente já não havia delapidações, pelo delito de adultério), resolve repudiá-la em segredo. Naturalmente que Maria passaria por uma vítima do despotismo de José, e José seria, certamente, censurado por todos por ter deixado a noiva com um filho, que todos pensariam ser dele!
Esta é leitura mais comum desta passagem deste trecho do Evangelho, mas há cada vez mais biblista que defendem uma nova leitura da figura de José. Para esses São José é um exemplo do homem aberto a Deus e aos seus planos, e as suas dúvidas não se fundam na hipotética infidelidade de Maria ou por ignorar tudo o que com Ela tinha acontecido.
Precisamente porque José já conhecia o mistério sucedido sabia que o filho concebido por Maria é obra de Deus, por isso, na sua humildade, não quer usurpar para si uma paternidade que já sabe que ser do Espírito.
Quer sair de cena, não compreende que ele possa ser incluído nos projectos de Deus. Como na Anunciação é um Anjo, mas desta vez em sonhos,  quem lhe revela que ele foi escolhido para cooperar no plano salvador de Deus, pedindo-lhe que aceite Maria por esposa, permitindo, assim, que o Messias seja descendente da  dinastia de David. 
José aceita a missão que de Deus lhe confia, tornando-se para todos, nós um modelo de disponibilidade à palavra de Deus.
Independentemente desta abordagem, evitando qualquer extrapolação, este trecho do Evangelho de Mateus, revela-nos a grandeza de São José, e a gloriosa missão que  Deus lhe confia.
São Mateus, começa por nos definir São José como um homem “justo”. Quem não se sentiria enaltecido com este atributo, que na Bíblia tantas vezes é atribuído ao mesmo Deus? 
Em segundo lugar, José torna-se um confidente de Deus; o Anjo revela-lhe os projectos de Deus, tornando-se o primeiro homem a conhecer as maravilhas que Deus iria operar em favor do Seu povo.
Em terceiro lugar há um pormenor, que por vezes nos passa desapercebido. O Anjo diz-lhe:”Maria dará à luz um Filho e tu pôr-lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados”.  Dar o nome aos filhos, era em Israel uma missão do pai, pois o mesmo aceitava a paternidade do recém- nascido! Assim Deus, como pediu a Maria que fosse a Mãe do Seu Filho, agora pede a José que aceite ser o “pai” do Menino que vai nascer.
Sempre se falou muito do “Sim” de Maria,  que bem merece os nossos louvores, mas nem sempre se reconhece o papel de José na história da Salvação, talvez, porque ele era  o homem da acção e não da palavra, como recorda São Mateus: “Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa”.
Como José e Maria, procuremos nós também, dizer “Sim” a Deus, ultrapassando egoísmos  e comodismos, pois só com entrega, amor, dedicação e doação é que acontece Natal, para nós e para todos os homens! 

Chama n.º 775 | 19 Dezembro ‘10 

sábado, 11 de dezembro de 2010

AVISOS

SEGUNDA | 13
Santa Luzia, virgem e mártir (MO)
» 18H.00: Oração de Vésperas de S. João da Cruz
» Após a Eucaristia das 18H.30, Exposição do Santíssimo e Vigília de Oração atè as 23H.00

TERÇA | 14
São João da Cruz, presbítero e doutor da Igreja (Solenidade).
» 18H.00: Coroa de São João da Cruz
» 18H.30: Solene concelebração eucarística em honra de São João da Cruz.

QUINTA | 16
Bem-aventurada Maria dos Anjos, religiosa (MF)

SEXTA | 17
» Início da Novena de Natal

CONCERTOS DE NATAL NA NOSSA IGREJA
» Dia 15: Concerto de Natal com a Filarmonia das Beiras e Coro do Departamento de Comunicação e Artes da Universidade de Aveiro, às 21H.30.
» Dia 18: Concerto   de Natal com a participação do Coral Vera Cruz e Coro Infantil Carmo de Aveiro (KICA), 21H.30.

Os Vicentinos encontram-se à saída da Igreja, a fazer  o peditório de Natal para os pobres daVera Cruz.


Chama n.º 774 | 12 Dezembro ‘10

COMENTÁRIO

Neste terceiro Domingo de Advento, tradicionalmente conhecido como Domingo “Gaudete”, o trecho do Evangelho proposto, mais uma vez nos fala de João Baptista, mas que vai desaparecendo de cena para dar o lugar a Jesus. 
A pregação do Baptista tinha desassossegado muitas pessoas, tinha colidido com interesses instalados, pelo que não admira que os visados procurassem silenciar a sua voz. E, não tardou muito, pois hoje encontramo-lo na prisão. Aí ele continua inquieto, e sente-se de alguma maneira frustrado porque anunciara a vinda de “alguém maior do que ele”. 
Entretanto, as notícias vão correndo por todo o lado, e não demoram muito a chegar ao cárcere onde se encontrava João, pois todos falavam das obras que realizava Cristo. Para desfazer as dúvidas que tinha, envia alguns dos seus discípulos com a missão de investigar se Cristo é realmente “aquele que havia de que vir”. Esta expressão usada pelo Baptista, tomada do livro do Profeta Isaías, pressupõe a vinda de um Messias violento, que usará a força para atingir os seus fins, e é essa imagem que está na mente de João, como, aliás, nos dizia o trecho do Evangelho do passado Domingo. 
No entanto, Jesus desmente essa imagem realçando que as suas obras messiânicas estão cheias de doçura e de salvação; em vez de julgar e de condenar, cura e liberta: “os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres”.
Mas, por estranho que pareça quer uma quer a outra visão do Messias, estão previstas na Escritura. De facto, naquela época havia dois conceitos opostos: uns esperavam os últimos dias como tempos de poder e de violência, outros, aguardavam tempos de libertação de felicidade. 
Se a visão que o Baptista tinha do Messias, a mesma que ele transmitira aos seus discípulos, é contrária à imagem e personalidade de Jesus, é o próprio Jesus que sai em defesa do profetismo de João, elogiando o seu Precursor, afirmando que ele é o maior dos profetas, já que “entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista”.
Procuremos seguir os caminhos Jesus para conseguir ser, pelo menos,  “o menor no reino dos Céus”.

Chama n.º 774 | 12 Dezembro ‘10

À PROCURA DO AMADO!

Após a reforma litúrgica, levada a cabo após o Concílio Vaticano II, a Solenidade de São da Cruz foi colocada no dia da sua morte, ou seja no dia 14 de Dezembro.  Para nós carmelitas, é mais um momento que nos é oferecido para intensificar a vivência do Advento, e consequentemente mais uma motivação para preparar o Natal do Senhor.


Felizmente, após a reforma litúrgica, levada a cabo após o Concílio Vaticano II, a Solenidade de São da Cruz foi colocada no dia da sua morte, ou seja no dia 14 de Dezembro (antes do Concílio a Solenidade de São João da Cruz tinha lugar no dia 24 de Novembro). Pelo menos, para nós carmelitas, é um momento que nos é oferecido para intensificar a vivência do Advento, e consequentemente mais uma motivação para preparar o Natal do Senhor.
São João da Cruz, ou melhor, João de Yepes, nasceu em Fontiveros, na província de Castela, em Espanha, possivelmente no dia 24 de Junho do ano de 1541, filho de Gonçalo de Yepes  e de Catarina Alvarez.
As crianças quando nascem sentem-se felizes, independentemente de nascerem numa família rica ou pobre, desde que se sintam amadas! Cremos foi isso que aconteceu com o pequenino João. Mas, ainda não tinham passado muitos anos e João sentiu um vazio na sua vida. Não sabia ainda o que era a morte, mas sentiu a tristeza quando de um momento para outro deixou de ter as carícias e os mimos do pai. Possivelmente não terá compreendido a ausência do pai! Talvez, pensaria, tenha ido a uma qualquer feira comprar tecidos para o seu labor de cada dia, estava a demorar-se! Não, Joãozinho estava enganado; o pai falecera, e ele 
doravante seria um órfão. Por isso,  não admira que João,  tivesse um olhar  sombrio, pesado, tristonho, pois nunca mais recebera as carícias  e os beijos do pai, e às vezes, tinha fome, e era pouca a comida.
Pouco tempo depois deixou de ter a companhia do seu irmãozinho, com quem tantas vezes brincara, o Luís, a quem, na sua inocência, Deus levar para si. Tinham-se acabado algumas brincadeiras, e se a tristeza de João aumentava, mais aumentavam as dores e preocupações de sua mãe. Nada corria bem; o negócio ia de mal em pior, os familiares não lhe prestavam ajuda, e tinha duas crianças para alimentar!
Catarina Alvarez não se resigna, não cruza os braços, e como a mulher forte, de que nos fala a Bíblia, deixa Fontiveros, e em 1548 parte para Arévalo, procurando uma sorte diferente. Foi uma desilusão, e por isso não admira que passados três anos a encontremos na então próspera cidade de Medina del Campo, famosa pelas suas feiras. 
Não aconteceu qualquer milagre, mas alguma coisa mudou!  João, graças à sua simpatia e dedicação, encontrou um mecenas que lhe proporcionou os estudos, a par de um trabalho de menino de recados. Após as primeiras letras, estuda humanidades com os Jesuítas de Medina del Campo de 1559 a 1563. Neste ano ingressa na Ordem do Carmo e prossegue os seus estudos na Universidade de Salamanca e no Colégio carmelita de Santo André, da mesma cidade.
Ordena-se sacerdote em 1567 e em Setembro celebra sua Primeira Missa em Medina, onde se encontra com Santa Teresa de Jesus, que lhe fala do seu projecto de Reforma da Ordem… e 28 de Novembro de 1568 começa uma vida nova para Fr. João. É certamente em Duruelo que se reforça, em João da Cruz, a busca do encontro íntimo com Deus. Talvez aí tenha começado a meditar nos primeiros versos que iriam dar corpo ao seu “Cântico Espiritual”,  que mais tarde iria redigir quando esteve encarcerado no Convento de Toledo, desde aquele tenebrosa noite de 3 de Dezembro de 1577 até ao dia da “Senhora de Agosto” do ano seguinte.
Aquele Poema, a que chamaram “Cântico Espiritual”, e que inicia com os versos: “Aonde é que tu Amado, Te escondeste deixando-me em gemido? Fugiste como o veado, havendo-me ferido; clamando fui por Ti; tinhas partido!”, narram-nos as vicissitudes que a alma [o homem] percorre a até se unir com Deus [o Amado].
Inspirado no “Cântico dos Cânticos”, aliado à poesia pastoril, então bastante em moda, ao longo de vários anos, São João da Cruz vai compondo o poema, que mais tarde irá glosando, e explicando.
O Cântico Espiritual  tem como pano de fundo a experiência pessoal do seu autor, São João da Cruz, sendo uma síntese da sua vida interior e exterior vivida em  íntimo amor.
Foi em momentos  de profunda vivência  mística que São João da Cruz escreveu a maior parte dos poemas da sua obra mais querida, a quem ele com ternura chamava: “As Canções”.
Como Ele continuemos a procurar o Amado!

Chama n.º 774 | 12 Dezembro ‘10

sábado, 4 de dezembro de 2010

AVISOS

TERÇA | 07
Santo Ambrósio, bispo e doutor da Igreja (MO)

QUARTA | 08
Imaculada Conceição de Maria, Padroeira Principal de Portugal (Solenidade).
É dia de preceito. O horário das missas é o mesmo dos domingos. 
Haverá misssa às 10,00;  11H.30 e às 18H.30. 
(A Eucaristia das 18H.30 de Terça-feira, serve par cumprir o preceito).
» 18H.00: Oração de Vésperas

SÁBADO | 11
Santa Maravilhas de Jesus, religiosa carmelita  (MF)
»  Aniversário da restauração da Diocese de Aveiro (1938).

NOVENA DE SÃO JOÃO DA CRUZ
Contiuamos a fazer a nossa preparação para a Solenidade de São João da Cruz.

Chama n.º 773 | 05 Dezembro ‘10

HINO À PADROEIRA

Na próxima Quarta-feira, dia 8, celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, a quem D. João IV, o Restaurador, proclamou, em Vila Viçosa no dia 25 de Março de  1646,  Padroeira e Rainha de Portugal, como fora deliberado nas Cortes de Lisboa em 1645.
Em homenagem à nossa Padroeira, aqui deixamos um hino  do Ofício de Nossa Senhora:


Rainha celestial,
Reparo das nossas dores,
Grandes são os teus louvores.

Senhora , como nasceste,
Tua virtude foi tanta
Que aquela embaixada santa
Com grande fé mereceste.
Tão continente viveste
Que não bastam oradores
Recontar os teus louvores.

A mercê que alcançaste
Nossa vida reparou,
Pois com teus peitos criaste
Aquele que te criou,
Foste causa que mudou
O grão senhor dos senhores
Em prazer as nossas dores.

Ó fonte de piedade, 
E mãe de misericórdia,
Quem de ti não faz memória
Vai muito longe da verdade.
És cheia de caridade
E de tamanhos primores
Que são grandes teus louvores.

Mitiga nossos tormentos
Que com tantos males crescem,
Pois nossos merecimentos
Sem os teus nada merecem.
Socorro dos que padecem
Que sejamos pecadores
faze-nos merecedores.

Chama n.º 773 | 05 Dezembro ‘10 

CONTINUAR A ESPERAR!

Neste Segundo Domingo de Advento encontramo-nos com o Profeta Isaías que “promete” um Mundo Novo, um Mundo de Paz com um Rei Sábio, Justo e Leal. Nesta perspectiva situa-se a pregação do Baptista, que nos convida a preparar os caminhos do Senhor. Embora esse reino tenha já sido  instaurado por  Cristo, constatamos que ainda não se realizou na sua plenitude. Por isso devemos continuar a esperar, cientes de que Jesus aguarda a nossa colaboração.
O tempo de Advento é um convite a abrir-nos à contínua vinda de Deus às nossas vidas. Por isso, cada ano, no segundo Domingo de Advento, recordamos como dirigidas a cada um de nós as palavras de profeta João Baptista: «Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas».

O trecho do Evangelho deste Domingo é um apelo à conversão, porque “está perto o Reino dos Céus”. E, porque “um exemplo vale por mais de mil palavras”, é o próprio Baptista, que com o seu modo de agir e de viver, nos dá o primeiro exemplo: “João tinha uma veste tecida com pêlos de camelo e uma cintura de cabedal à volta dos rins; o seu alimento era gafanhotos e mel silvestre”.
A conversão a que nos convida o Baptista não se limita a uma mera mudança de comportamentos: esta conversão deve começar pelo reconhecimento da nossa condição de pecadores; quem reconhece que é pecador sente a necessidade da salvação; quem busca a salvação tem de se voltar para Deus, o único e verdadeiro salvador. Não é possível regressar a Deus se não mudarmos o nosso coração, a nossa maneira pensar, de ser e de agir, ou seja eliminar tudo aquilo nos leva à condição de pecadores.
Naturalmente que esta transformação, que passa necessariamente pela conversão de 
coração, tem de manifestar-se nas obras e acções de cada dia; se a nossa conversão não produzir frutos, significa que não houve qualquer mudança.
É a partir desta conversão pessoal que nós podemos instaurar aquele reino sonhado pelo Profeta Isaías. É verdade que já saiu um “ramo do tronco de Jessé” e um “rebento brotou das  suas raízes”. Daquele tronco envelhecido e carcomido pelo passar dos séculos, surgiu um rebento, um novo rei, mais forte do que David, mais sábio que Salomão.
Sobre Ele repousará o Espírito do Senhor que lhe conferirá sabedoria e inteligência, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento e de temor de Deus; será um rei justo e leal, que não se deixará iludir pelas aparências.
Estas palavras de Isaías, de uma grandeza mística, revelando uma enorme veia poética, são fruto de uma profunda experiência que o profeta tem do Deus vivo. No entanto, realizaram-se em Jesus Cristo, de forma surpreendente e plena, mas simultaneamente humana. A plenitude do Espírito apareceu nas palavras de Jesus, na sua Morte e Ressurreição. 
Esse Rei, e o seu reino, surgiu há cerca de dois mil anos, mas o seu reino vai crescendo muito lentamente, com avanços e recuos, porque ainda não conseguiu atingir o coração de todos os homens, pelo que não podemos considera-lo uma utopia!
Já o mesmo não se pode dizer da paz cósmica, que o profeta nos oferece quando diz: “o lobo viverá com o cordeiro e a pantera dormirá com o cabrito; o bezerro e o leãozinho andarão juntos e um menino os poderá conduzir; a vitela e a ursa pastarão juntos, suas crias dormirão lado a lado; e o leão comerá feno como o boi”, pois Isaías nesta profecia, anuncia para o «fim dos tempos», um regresso ao paraíso primitivo: assim vivia Adão no meio dos animais. O que se nos promete é, pois, uma «nova criação», onde não haverá forças hostis ao homem; onde o homem não sentirá temor; onde os instintos agressivos estarão dominados; onde todos os homens poderão conviver em paz uns com os outros. 
E verdade que continuamos muito longe de atingir tais objectivos, mas devemos continuar a esperar, mas sobretudo devemos deixar que Jesus venha até nós, para que tomemos consciência que é nosso dever empenharmo-nos nessa missão!
Enquanto baptizados temos a obrigação de dar os frutos que Deus espera de nós, porque como diz João Baptista: “o machado já está posto à raiz das árvores [porque] toda a árvore que não dá fruto será cortada e lançada ao fogo”.
Se por um lado a mensagem de Isaías está repleta de esperança para os pobres, as palavras do Baptista surgem como um convite à conversão e mudança de vida, embora com um tom intimidatório, mas o importante é continuar a esperar, porque um dia, não sabemos quando, o Reino surgirá!

Chama n.º 773 | 05 Dezembro ‘10

sábado, 27 de novembro de 2010

AVISOS

DOMINGO | 28
Neste Domingo ocorre  a comemoração da fundação do Convento de Duruelo, em 1568, o primeiro do Carmo Descalço.

SEGUNDA | 22
BB. Dionísio da Natividade e Redento da Cruz, os proto-mártires  do Carmelo Descalço (MO)

TERÇA | 30
Santo André, apóstolo  (Festa)

QUINTA | 02
Primeira Quinta-feira do mês
» 17H.45:  Exposição e Adoração do Santíssimo. 
Neste momento de oração , orientado pelos Ministros da Comunhão, rezaremos pelas vocações à nossa Ordem.

SEXTA | 03
São Francisco Xavier, presbístero, Padroeiro  das Missões (MO)

SÁBADO | 04
Início da Novena em honra de São João da Cruz, fundador do Carmo Descalço.

Chama n.º 772 | 28 Novembro ‘10

COMENTÁRIO

Quando falamos do tempo de Advento, para quem está minimamente familiarizado com a Liturgia, logo o relacionamos com o Natal. No entanto, ao lermos o Evangelho deste Domingo, podemos sentir-nos um pouco decepcionados, já que o mesmo não nos fala do nascimento de Jesus, mas sim do fim do mundo, numa linguagem aterradora e catastrófica.
Também aqui temos uma ocasião de nos catequizarmos, já que a liturgia do tempo de Advento nos oferece dois períodos nitidamente distintos. De facto a primeira parte do Advento, que decorre até ao dia 16 de Dezembro, fala-nos do “Natal” do Senhor que ainda há-de acontecer, ou seja da “vinda do Filho Homem”, do segundo “nascimento” de Cristo. Por sua vez os textos litúrgicos a partir  do dia 17 de Dezembro, preparam-nos para celebrar festivamente aquele acontecimento histórico que teve lugar há mais de dois mil anos na pequena cidade de Belém. O Cristão deve ter os olhos postos no futuro, mas sempre iluminado pelos acontecimentos salvíficos que tiveram lugar no passado.   
No trecho do Evangelho de Mateus, deste Domingo, Jesus compara a vinda do Filho do Homem ao que aconteceu aquando do dilúvio. Porém a vinda do Filho do Homem não será um dilúvio devastador, mas sim uma chuva suave e fecunda. O que acontece é que chega sem avisar, e as pessoas não estão preparadas nem se dão conta. Aliás, os grandes acontecimentos não se anunciam ao som de trombetas, nem de foguetes. O ladrão não costuma avisar, bem como a morte, as mudanças culturais, ou mudanças religiosas. Acontecem sem nos darmos conta!
Os homens, como nos tempos de Noé, comem, bebem, casam-se, trabalham, divertem-se, mas sentem-se insatisfeitos e vazios, contudo, não se dão conta de nada.
O Cristão corre o risco de se deixar seduzir por estas ondas, o que muitas vezes já acontece! Por isso devemos estar vigilantes para  acolher o Senhor que virá quando menos esperamos.

Chama n.º 772 | 28 Novembro ‘10

O ANO LITÚRGICO

Ao iniciarmos um novo Ano Litúrgico, penso ser oportuno  dispensar algumas palavras acerca do mesmo. Fazemo-lo, porque achamos por bem recordar coisas elementares da formação  cristã. Para aqueles que já conhecem o conteúdo, vejam  neste gesto uma “Revisão da Matéria”, e para os demais  aceitem-no como algo parecido às “Novas Oportunidades”. 
Espero que seja um pequeno contributo para vivermos melhor, dominicalmente, para as nosssas celebrações.


Íniciamos neste Domingo, o primeiro de Advento, um novo Ano Litúrgico.
Quando falamos de ano ou de anos logo nos ocorre a nossa idade, ou algum acontecimento que nos marcou; assim dizemos “temos tantos anos”,  “foi há  cinco, seis anos”, etc. E se nos perguntarem o que é um ano respondemos que o conjunto de 365 ou 366 dias, conforme  for “comum” ou “bissexto”; mas se  quisermos ser  mais concretos diríamos que  o ano é o tempo do movimento  transladação, ou seja o tempo que a terra demora a dar  uma volta  inteir ao redor do sol.
Naturalmente que isso vale quando falamos do ano civil, mas o mesmo já não acontece quando falamos do Ano Litúrgico. Naturalmente que o Ano Litúrgico tem dias como a Ano Civil, mas a unidade de medição não é o dia mas a semana! 
Além disso o Ano Civil divide em meses, enquanto no Ano Litúrgico falamos de Tempos Litúrgicos.
Depois desta pequena introdução queremos hoje escrever, de uma forma simples, acerca do ano litúrgico, para que melhor o possamos compreender e viver. Assim começaria por dizer que o Ano Litúrgico se divide em três grandes partes: o Ciclo de Natal, o Ciclo de Páscoa e o Tempo Comum, que por sua vez     apresentam as subdivisões.
O Ciclo de Natal compreende o Tempo de Advento, o Natal e o tempo de Natal.
Do ciclo de Páscoa fazem parte o Tempo de Quaresma, o Tríduo Pascal e o Tempo de Páscoa.
O Tempo Comum, por sua vez divide-se em dois períodos: o tempo entre o Ciclo de Natal e o Ciclo de Páscoa, e o longo período após o Tempo de Páscoa, até ao começa de um novo Ano Litúrgico, ao seja até nos encontrarmos novamente com o Ciclo de Natal.
O ADVENTO começa com as Vésperas I do Domingo que ocorre no dia 30 de Novembro ou no  Domingo mais próximo a este dia e termina antes das  Primeiras Vésperas  do Natal do Senhor.
O Tempo do NATAL decorre desde as    Primeiras Vésperas  do Natal do Senhor até ao Domingo depois da Epifania, isto é, até ao Domingo a seguir ao dia 6 de Janeiro inclusive [Festa do Baptismo do Senhor].
A QUARESMA decorre desde a Quarta-Feira de Cinzas até à Missa da Ceia do Senhor exclusive.
O TRÍDUO PASCAL da Paixão e Ressurreição do Senhor inicia-se com a Missa da Ceia do Senhor, tem o seu centro na Vigília Pascal e termina nas Vésperas do Domingo da Ressurreição.
O TEMPO PASCAL compreende os cinquenta dias que se prolongam desde o Domingo da Ressurreição até ao domingo do Pentecostes, celebrando-se na alegria e exultação como um único dia de festa, melhor, como «um grande Domingo».
Os oito primeiros dias do Tempo Pascal constituem a OITAVA DE PÁSCOA e celebram-se como solenidades do Senhor.
O TEMPO COMUM começa na Segunda-feira a seguir ao Domingo que ocorre depois do dia 6 de Janeiro [Festa do Baptismo do Senhor] e prolonga-se até à Terça-feira antes da Quaresma inclusive; retoma-se na Segunda-feira a seguir ao DOMINGO DE PENTECOSTES e termina antes das  Primeiras Vésperas  do  1º Domingo de Advento.
Durante o ano inteiro celebramos a vida  de Cristo, desde a sua em Encarnação no seio da Virgem Maria, passando pelo seu Nascimentos, Paixão, Morte  e Ressurreição,  até à sua Ascensão e vinda do Espírito Santo. 
No entanto, ao longo do ano, o calendário litúrgico também  nos propõe diversas celebrações, que segundo a sua categoria se denominam Solenidades, Festas e Memórias, sendo estas obrigatórias ou facultativas, nas  quais recordamos Maria, Mãe de Jesus, e diversos Santos.
As SOLENIDADES são as festas  litúrgicas mais importantes, que quando por alguma circunstância litúrgica não se podem  celebrar no dia indicado são transferidas para outra data; as FESTAS não se celebram quando caem em Domingo, excepto as festas de do Senhor que ocorram num Domingo do Tempo Comum; finalmente as MEMÓRIAS obrigatórias celebram-se nos dias feriais, mas no tempo da Quaresma tornam-se Memórias facultativas (Comemoração). 

Chama n.º 772 | 28 Novembro ‘10

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

AVISOS

DOMINGO | 21
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo.
» A partir das 15H.00: “Tarde de Louvor” animada pelo Pe.  Marcelo da Comunidade Luz e Vida.

SEGUNDA | 22
Santa Cecília, virgem e mártir (MO)

TERÇA | 23
SS. André Dung-Lac, presbítero, e Companheiros, mártires (MO)

QUINTA | 25
Quinta-feira do Menino Jesus
» 18H.00: o Clube do Menino Jesus reza a coroinha em honra do seu patrono.

DOMINGO | 28
1º  Domingo de Advento - Iníco do Novo Ano Litúrgico  (Ciclo A)
» Comemoração da Fundação da Ordem do Carmo Descalço

O ofertório do Dia dos Seminários, realizado nas missas do passado fim de semana rendeu €813,72, quantia entregue no Paço Episcopal.


Chama n.º771 | 21 Novembro ‘10

REZAR COM OS SALMOS

O Salmo 121, que nos oferece a liturgia deste Domingo de Cristo Rei, revela a alegria espontânea que os peregrinos, depois de uma longa e dolorosa viagem  sentiam quando se aproximavam da cidade Santa de Jerusalém.
Ao avistar a cidade,  os peregrinos não podiam deixar de manifestar a  sua alegria e admiração ao ver a beleza da cidade. É a surpresa  de uma pessoa simples, talvez um nómada habituado a viver  numa miserável tenda nos desertos que se sente pasmado ao contemplar as construções que formavam um harmonioso conjunto: casas, ruas, palácios, o Templo, tudo rodeado de muralhas e sólidos torreões.
Mas a beleza da cidade  não faz esquecer o motivo de tão longa e penosa viagem; o peregrino não se deixa deslumbrar pela paisagem,  porque o motivo da sua viagem foi “para celebrar o nome do Senhor”,  como era costume em Israel, porque na  Cidade Santa,  se encontravam os tribunais da justiça, que a aplicavam como outrora  o fizera a casa de David.
Também nós somos convidados a dar alegria à nossa vida, porque  peregrinamos para a cidade  Santa,  a nova Jerusalém, a verdadeira cidade onde se encontra o autêntico Juiz, que não cometerá as injustiças que tiveram lugar em Jerusalém, quando condenaram  Jesus!

SALMO  121  

Refrão: Vamos com alegria para a casa do Senhor. 

Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.

Jerusalém, cidade bem edificada,
que forma tão belo conjunto!
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.

Para celebrar o nome do Senhor,
segundo o costume de Israel;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.

Chama n.º771 | 21 Novembro ‘10

UM REI DEPOSTO!

Celebramos neste Domingo a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Durante muitos anos a Igreja estava identificada com os denominados regimes conservadores, embora algumas ideologias de esquerda afirmassem que Jesus fora o primeiro “comunista”. Mas hoje os políticos ignoram Cristo e a sua Doutrina, pelo que nos atrevemos a dizer que Cristo é um Rei deposto!


Celebramos neste Domingo a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo que com a semana que lhe corresponde
conclui o longo Tempo Ordinário e encerra o Ano Litúrgico. Hoje é-nos oferecida a majestosa visão de Jesus Cristo Rei do Universo; o seu triunfo é o triunfo final da Criação; Cristo é ao mesmo tempo a pedra angular do mundo criado e abóbada do edifício celeste.
Antes da reforma litúrgica, a raiz do Concílio Vaticano II, quando esta festa foi instituída celebrava-se no último Domingo de Outubro, ou seja no Domingo anterior à Solenidade de Todos os Santos.
A instituição desta festa não foi tão pacífica como poderemos pensar. De facto hoje sabe-se que já desde a sua criação estava bastante politizada, já que foi instituída como reacção ao desmoronamento das monarquias e ao avanço do liberalismo, procurando responder, de alguma maneira, à pretensão da Igreja querer recuperar o poder temporal, tradicionalmente unido à forma aristocrática de governo. O estabelecimento desta festividade significava implicitamente a não-aceitação por parte da Igreja da autonomía do mundo social e político. A posterior espiritualização do seu conteúdo e a sua transferência para o último Domingo do ano litúrgico, como coroação do mesmo, ainda não consegue eliminar todos os preconceitos criados em relação à mesma, mormente em algumas comunidades auto-proclamadas progressistas. 
Durante muitos anos a Igreja estava identificada, ou mesmo vinculada, aos denominados regimes conservadores, mas até há pouco tempo, também alguns cristãos pretendiam “colar”  Jesus, e o seu Evangelho, às ideologias de esquerda, particularmente os seguidores da Teologia da Libertação, mas, hoje os políticos,  quer de direita quer da esquerda, procuram  ignorar a Cristo, pelo que poderíamos dizer que Cristo parece hoje ser um Rei deposto!   
Sabemos que hoje não é fácil falar de Cristo Rei,usando a mesma linguagem de algumas décadas atrás, não só porque o mundo mudou, mas também  porque fomos mudando a imagem de Cristo. Embora Cristo seja sempre o mesmo, nem sempre é a mesma ideia, a imagem, a percepção que têm D’Ele os crentes ao longo do tempo, nem sequer é a mesma a imagem que os homens têm de Cristo numa mesma época! 
Há muitas imagens de Cristo; algumas falsas, outras erradas, outras deformadas ou adaptadas aos nossos interesses, outras, ainda, anti-evangélicas ou, pelo menos, à margem do Evangelho. Naturalmente que por outro lado há imagens correctas, evangélicas, ainda que, certamente, todas sejam incompletas, porque a Cristo não se pode encerrar numa imagem, numa ideia, numa visão (como certamente diria São João da Cruz)! Das imagens correctas  que cada um tem de Cristo, podemos chegar à verdadeira imagem de Jesus Cristo, aquela que nos é revelada nos Evangelhos. E a partir dessa imagem todos nos devemos empenhar em instaurar no mundo o seu Reino. 
O Reino de Cristo, que devemos instaurar todos os dias, revela a grandeza e o destino do homem, que tem um final feliz no paraíso. É um Reino de misericórdia para um mundo cada vez mais impiedoso, e de amor para com todos os homens por cima de visões particularistas; é o Reino que vale pena a desejar. Cravados na cruz da fidelidade ao Evangelho podemos entender a liberdade que brota do amor que se torna realidade hoje mesmo.
Crer em Cristo é crer que o bem é mais poderoso que o mal; é crer que, no fim, o bem e a verdade triunfarão sobre o mal e a mentira. Quem pensa que o mal terá a última palavra ou que o bem e o mal têm as mesmas probabilidades, é um incrédulo... 
A fé no Reino de Cristo, por conseguinte, não se reduz simplesmente a aceitar os valores do Reino e a manter una vaga esperança em que um dia há-de vir. A fé no Reino é estar convencido de que, suceda o que suceder, o Reino Deus virá até nós.
Porque estamos convictos que tal acontecerá não nos podemos esquivar da missão de  tornar realidade, neste nosso mundo, o reino de Cristo. Não é uma realeza que se funda na força das armas, nem nos discursos demagógicos, e muito menos na mentira. Não esperemos, ainda menos, favores, porque  Cristo é o Rei da Verdade!

Chama n.º 771 | 21 Novembro ‘10

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

AVISOS

DOMINGO | 14
Encerramento da Semana dos Seminários
O ofertório das missas deste fim de semana destina-se a ajudar o Seminário da nossa Diocese. 

SEGUNDA | 15
Comemoração de Todos os Defuntos da Ordem do Carmo 
Todas as missas celebradas nas nossas igrejas são aplicadas em sufrágios pelos defuntos da Ordem Carmelita.

QUARTA | 17
Santa Isabel da Hungria, religiosa (MO)

SEXTA | 19
São Rafael  Kalinowsky de São José, religioso carmelita (MO)

SÁBADO | 20
Exposição do Santíssimo 
O Santíssimo estará Exposto desde o final da missa das 18H.30 até às 21H.45.

Chama n.º 770 | 14 NOVEMBRO ‘10

COMENTÁRIO

Estamos a chegar ao fim do ano litúrgico, e a Liturgia da Palavra propõe-nos como reflexão evangélica a  última fase  da pregação de Jesus, que tem lugar em Jerusalém, situando-se preferencialmente no Templo.
O Templo construído por Salomão tinha sido destruído pelos babilónios, aquando da deportação para o exílio. Foi certamente um dos momentos mais dramáticos e dolorosos para o povo judeu, já que o mesmo era a materialização da aliança entre esse povo e o Deus que o tinha escolhido, entre todos os povos, para ser o depositário da sua vontade. O Templo de Jerusalém era para um judeu um sinal de segurança; enquanto o Templo estivesse de pé, o israelita sabia como tinha de viver, mas se lhe viesse a faltar não sabia como nem por onde podia caminhar para Deus. 
De novo o povo judeu  elevou o seu ânimo, e reavivou a sua fé, quando Herodes o Grande, reconstruiu  o Templo, obra que demorou 46 anos a concretizar-se. Era uma obra maravilhosa, pelos que os judeus que de longe visitavam o Templo passavam longos momentos a contemplar aquela obra de arte.
Foi num desses momento, em que alguns judeus comentavam a beleza do Templo que Jesus, anunciou a destruição do Templo dizendo-lhes: “Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído”. Perante esta catastrófica mensagem, que certamente terá criado pânico nos ouvidos mais sensíveis, as pessoas que O escutam perguntam-Lhe: “Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?”.
No entanto, a resposta vai muito além da pergunta, já que Jesus fala não só da destruição do Templo mas também da segunda vinda do Filho do Homem, convidando os discípulos a não se deixarem iludir por todos os que se apresentam como messias, usurpando a autoridade de Jesus.
E o mesmo Jesus, desautoriza todos aqueles que vêem nas guerras e revoltas, nos terramotos, na fome e epidemias, nos “fenómenos espantosos e grandes sinais no céu” o presságio do fim dos tempos.
Jesus, apenas, nos diz que esses momentos  são mais uma oportunidade para reafirmarmos a nossa fé.

Chama n.º 770 | 14 NOVEMBRO ‘10

DIA DOS SEMINÁRIOS

Ao encerrarmos a Semana dos Seminários, procurando sensibilizar todos os fiéis, e ressaltando as palavras do papa Bento XVI: “O mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir”, transcrevemos excertos da Mensagem de Dom António Francisco dos Santos, Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, redigida para esta efeméride. 

Neste penúltimo Domingo do Tempo Comum celebramos o Dia dos Seminários. Quando falamos de seminários falamos de casas onde se formam os futuros sacerdotes, aqueles jovens, e não só, que se preparam para enfrentar um caminho que os leva ao sacerdócio e ao serviço dos irmãos.
Hoje constamos que há uma profunda sensibilização da sociedade para as espécies em via de extinções, chegando a tal ponto que os governantes se vêem obrigados a alterar projectos de interesse nacional, onerando as respectivas obras, com dinheiro dos contribuintes, ou seja de todos nós, para preservar o “habitat” de algumas espécies, nem que seja de ratos como há não muito tempo aconteceu com o traçado de uma estrada ou auto-estrada em Trás-os-Montes.
Sei que seria pedir demais ao Estado que também lançasses um programa para salvar uma espécie, que parece estar em vias de extinção! Refiro-me, naturalmente, aos sacerdotes, tantas vezes identificados como padres, curas, vigários, reitores, abades, priores, etc., mas sei que os cristãos não ficam indiferentes ao desafio de promover as vocações sacerdotais.
Convicto desta realidade, neste dia dos Seminários, desejo partilhar convosco as preocupações e anseios da Igreja em Portugal, na mensagem, do Presidente da Comissão Episcopal  Vocações e Ministérios, D. António Francisco dos Santos, que também é o Pastor da nossa Diocese de Aveiro, intitulada “Seminário, comunidade dos discípulos de Cristo e irmãos no presbitério” 
A referida mensagem, começa por nos apresentar algumas passagens bíblicas, com a respectiva atitude dos intervenientes. Assim quando Deus chama Samuel, “ele responde: ‘Fala, Senhor, o teu servo escuta’;  Jeremias diz-nos como Deus o chamou, consagrou e enviou, como profeta em tempo difícil. Jeremias não escondeu o seu temor nem calou as suas dificuldades: ‘Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, pois ainda sou um jovem’. Respondeu-lhe o Senhor: ‘Irás onde eu te enviar. Não tenhas medo, Jeremias. Eu estou contigo’.
Quando o Anjo Gabriel anuncia a Maria que ela ia ser a Mãe de Jesus. Maria interroga-se: ‘Como pode ser isso’ O Anjo respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre ti. Por isso Aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus’. Maria disse então: ‘Faça-se em mim segundo a tua palavra’. Em Cafarnaum Jesus caminhava ao longo do Mar da Galileia; viu homens ocupados e preocupados com a faina da pesca e disse-lhes: ‘Vinde e segui-Me. Farei de vós, pescadores de homens. Eles deixaram as redes, imediatamente, e seguiram-n’O”.
E termina com a conversão de São Paulo: “Saulo, Saulo porque me persegues?” “Quem és tu, Senhor?” “Eu sou aquele a quem tu persegues. Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que tens a fazer”.
Seguidamente transcreve excertos da carta de Bento XVI aos Seminaristas: “Tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir”, diz-nos o Santo Padre. É para isso o ‘Seminário como comunidade que caminha para o serviço sacerdotal’, onde se preparam os futuros sacerdotes, como verdadeiros ‘homens de Deus’ e ‘mensageiros de Deus’, (…) sempre prontos a responder (…) a todo aquele que nos perguntar ‘a razão’ da nossa esperança. Adquirir a capacidade para dar tais respostas é uma das principais funções dos anos do Seminário”.
Finalmente recorda a mensagem de Bento XVI dirigida aos seminaristas no encontro que teve com eles, em Fátima, na tarde do dia 12 de Maio do presente ano, aquando da sua visita a Portugal.
D. António Francisco conclui:
“Queremos fazer nossa a mensagem do Santo Padre, dizer uma palavra de muita alegria e renovada confiança a todos os seminaristas de Portugal e testemunhar sentida gratidão a quantos se entregam diariamente com exemplar dedicação e inexcedível generosidade à exigente causa da formação nos nossos Seminários.
Estou consciente e confiante de que aos Seminários nunca faltará a comunhão fraterna e exemplar dos presbitérios diocesanos e religiosos nem a oração, o afecto e a generosidade das comunidades cristãs”.
Em dia dos Seminários peçamos ao Senhor muitos e santos Sacerdotes!

Chama n.º 770 | 14 NOVEMBRO ‘10


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

AVISOS

SEGUNDA | 07
Bem-aventurada  Isabel da Trindade, religiosa (MF)

TERÇA | 09
Dedicação da Basílica de  Latrão (Festa)

QUARTA | 10
São Leão Magno, papa e doutor da Igreja (MO)

QUINTA | 11
São Martinho de Tours, bispo (MO)

SEXTA | 12
São Josafat, bispo e mártir (MO)

MISSA PELOS DEFUNTOS: No próximo Sábado, dia 13,  às 11H.00, será celebrada  uma Missa pelos fiéis falecidos nos últimos anos.

MAGUSTO
Vamos realizar no próximo Sábado, dia 13, o nosso MAGUSTO DO CARMO.
Terá lugar no Salão São João da Cruz a partir das 16h.00.
Aparece!

SEMANA DOS SEMINÁRIOS
Iniciamos hoje a Semana dos Seminários que encerra no próximo Domingo. O ofertório das missas do  próximo fim de semana destina-se ao Seminário Diocesano (Santa Joana).


Chama n.º 769 | 07 Novembro ‘10

COMENTÁRIO

Vivemos num mundo pluralistas, e como tal somos convidados a respeitar a opinião de todos e de cada um, o que por vezes nos pode criar certa confusão.
De facto, se por um lado o materialismo  nega a vida para além da morte, por outro lado vemos que muitos, influenciados pelas religiões orientais, apregoam a reincarnação! Quer uma quer outra posição são contrárias ao Evangelho e à Doutrina da Igreja.
No tempo de Jesus a ressurreição dos mortos era quase já uma certeza adquirida, mas a seita dos saduceus não a aceitava! 
Os saduceus eram pessoas relevantes na vida política de Israel, pertenciam mais a um partido político que a uma seita religiosa. Eram os “colaboracionistas” da ocupação romana da Palestina. Entre eles figuravam os sumos-sacerdotes. Não admitiam mais autoridade doutrinal que o Pentateuco (os 5 livros atribuídos a Moisés), razão pela qual negavam a ressurreição dos mortos, já que o Pentateuco  nada  diz a esse respeito.
Este grupo de saduceus se aproxima-se de Jesus para lhe armar uma cilada, com a intenção de o fazer cair no ridículo. Inventam uma história estranha, mas possível, tendo em conta o disposto na chamada lei de “levirato”. 
Em primeiro lugar, Jesus resolve a dificuldade e denuncia ao mesmo tempo a grande ignorância dos seus adversários acerca da Sagrada Escritura. Nos sagrados livros não se diz nunca que a existência futura dos ressuscitados seja exactamente igual à  vida daqui na terra. Além disso Deus tem poder para ressuscitar os mortos e acabar com a necessidade da procriação para assegurar a sobrevivência da humanidade uma vez glorificada.
Ao dizer que a vida dos ressuscitados é como a dos anjos Jesus exclui a necessidade da procriação e afirma a libertação de todas as necessidades a que estão submetidos os homens aqui na terra.
Usando as mesmas armas dos saduceus, ou seja os livros do Pentateuco, Jesus oferece um argumento positivo a favor da Ressurreição. Cita um trecho do livro do Êxodo, argumentando que a Palavra de Deus com todas as suas promessas aos patriarcas nada valeria se Deus não os salvasse do último inimigo, a morte. Se Deus salva, Deus é um Deus de vivos e não de mortos!

Chama n.º 769 | 07 Novembro ‘10

B. FRANCISCO PALAU Y QUER

No dia sete de Novembro, celebra o Carmelo Teresiano a memória do Bem-aventurado Francisco Palau y Quer. Embora não possamos celebrar a sua memória, porque é Domingo, queremos, no entanto, recordá-lo, porque neste Domingo se inaugura o Jubileu Palautiano, para celebrar o bicentenário do seu nascimento que ocorre no dia 11 de Dezembro de 2011.


Assinala o Calendário Litúrgico  do Carmelo Teresiano, o dia 7 de Novembro como Memória Facultativa do Bem-aventurado Francisco Palau y Quer. Acontece que este ano tal dia ocorre em dia de Domingo, o que não permite que a sua memória seja celebrada de acordo com as normas litúrgicas.
No entanto, vamos recordá-lo na nossa “Chama Viva”, porque precisamente ocorre neste Domingo  o início do Jubileu ”Palautiano”, como se pode ler no “sítio” dos Carmelitas Descalços:
“Com início a 7 de Novembro as congregações das Irmãs Carmelitas Missionárias e das Irmãs Carmelitas Missionárias Teresianas, irão celebrar um ano jubilar palautiano aquando do bicentenário do nascimento do Beato Francisco Palau y Quer, carmelita descalço.”
Da carta que as superioras gerais de ambas as congregações, bem como os leigos associados, publicaram,  anunciando o mesmo, ressaltamos:
“Na alegria do Espírito  e na  acção de graças ao Senhor pelo dom de Francisco Palau, pelo seu carisma de comunhão, de amor e  de serviço incondicional à Igreja, e que hoje está presente e activo nos cinco continentes através das suas filhas e de tantos leigos que bebem das águas do seu carisma; pelos frutos de santidade expressos nas religiosas martirizadas, na Venerável irmã Teresa Mira e em tantas outras religiosas das duas congregações cuja vida foi e 

é expressão de um amor sem fronteiras. 
Que [o Jubileu Palautiano] seja um tempo para reavivar a missão de viver e trabalhar, como Igreja de Jesus Cristo, pela unidade da grande família humana, em solidariedade efectiva com aqueles levam em seu corpo os sinais da paixão de Jesus, ao ver pisado ou inclusive negada a sua dignidade de filhos e irmãos. Que a memória de Francisco Palau nos leve a viver, como ele, na  doação total e sem reservas ao serviço da  [Igreja] Amada, ao serviço do Evangelho, da Verdade, da justiça, da paz, ao serviço do Reino.” 
Associando-nos a esta efeméride deixamos alguns rasgos biográficos de Francisco Palau:
Nasceu em Aytona, Catalunha no dia 29 de Dezembro de 1811, dia em que também foi baptizado, no seio de uma família pobre, porém, muito cristã  e  piedosa.
Aos 17 anos, em 1828, ingressou no Seminário diocesano de Lérida, onde  permaneceu até 1832, tendo cursado durante quatro anos os estudos de filosofia e teologia.  Nesse ano de 1832, ingressou no Carmelo Teresiano, concretamente no Convento  de S. José dos Padres Carmelitas de  Barcelona, tendo emitido os seus votos, no dia 15 de Novembro de 1833.
Em consequência das circunstâncias  políticas, que então se viviam em Espanha, viu-se obrigado a deixar a clausura conventual. No entanto, não deixou esmorecer a sua vocação, recebendo o diaconado  em 1834 e, dois anos  depois,  foi ordenado sacerdote na catedral de  Barbastro. 
Como o ambiente anti-clerical ia crescendo foi obrigado a exilar-se em França, onde permaneceu desde 1840 a 1851.
Regressado à sua pátria dedicou-se ao ministério da pregação e das missões populares, especialmente em Barcelona e nas ilhas Baleares.
Francisco Palau empenhou-se na paz entre os homens, que na época se debatiam em lutas fratricidas;  pregou a verdade, para desterrar a ignorância, causa de tantos desvarios;  a  liberdade, numa Espanha que, dizendo-se “liberal”,  perseguia implacavelmente a Igreja. Foi como carmelita e  sacerdote que não só trabalhou, mas comprometeu-se radicalmente na busca de solução dos problemas  de seu tempo, o que lhe causou  sérias perseguições.   
Em Ibiza,  entre os anos de 1860-1861,  dedicou-se a organizar alguns  grupos  de mulheres, que deram origem às actualmente designadas  Irmãs Carmelitas Missionárias e  Irmãs Carmelitas Missionárias Teresianas, que encarnando a sua espiritualidade, fazem com que o Beato Francisco Palau continue hoje vivo na Igreja.
Fundou ainda a congregação, os “Irmãos da Caridade”, actualmente extinta.
Era um homem totalmente entregue ao apostolado e à oração, tendo sido um grande publicista, tendo fundado um jornal “El Heraldo”  [O Arauto], onde ia expondo as suas ideias; deixou-nos vários escritos espirituais, como “As Minhas relações com a Igreja” ou “Maria Tipo [Figura] da Igreja”, pelo que, justamente, é considerados por alguns como um precursor do Concílio Vaticano II. 
Faleceu, em Tarragona (Espanha) no dia 20 de Março de 1872, sendo beatificado pelo Papa  João Paulo II no dia 24 de Abril de 1988.
Esperamos que seja brevemente canonizado!

Chama n.º 769 | 07 Novembro ‘10

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

AVISOS

SEGUNDA | 01
Solenidade de Todos os Santos
É dia de preceito, sendo o horário das missas o mesmo dos domingos. Assim haverá missaàs 10H.00; 11H.30 e 18H.30
» 18H.00: Oração de Vésperas.

TERÇA | 02
Comemoração dos Fiéis Defuntos
» 07H.30: Primeiro Terno de Missas
» 17H.30: Ofício de Defuntos (Vésperas)
» 18H.00: Segundo Terno de Missas

QUINTA | 04
São Carlos Borromeu, bispo, (MO)
» Primeira Quinta-feira do Mês
» 17H.45: Exposição e Adoração do Santíssimo

SEXTA | 04
Beata Francisca de Amboise, religiosa (MO)

SÁBADO| 06
São Nuno de Santa Maria, religioso (Festa)

O OFERTÓRIO PARA  AS MISSÕES, rendeu €679.33, montante entregue no Paço Episcopal.

Chama nº 768 | 31 Outubro ‘10

COMENTÁRIO

Há cenas dignas de serem vistas, e certamente o episódio de Zaqueu, hoje deleitaria os milhares de fotógrafos que “vendem” imagens hilariantes.
Zaqueu era um homem de pequena estatura, talvez a raiar o nanismo. Possivelmente seria um pouco entroncado, e certamente era odiado quase por todos os seus conterrâneos.
Cremos que seria um homem muito rico, pois era o chefe dos publicanos, e não deixaria de reaver, com grandes juros, o dinheiro que tinha investido no contrato com Roma, quando por licitação ocupou tal posto.
O dinheiro geralmente desumaniza as pessoas, torna-as insensíveis aos gemidos e dores dos mais pobres, e consequentemente quase todos desprezavam os publicanos
Mas chegou um dia em que Zaqueu se sentiu mais humano, mais parecido com os seus conterrâneos, quando ouviu dizer que Jesus ia passar na cidade, e, esquecendo-se dos seus negócios (talvez a cidade inteira tenha corrido para as bermas da estrada), também ele quer ver o “profeta”.
Atrasado, lembremos que ele era um homem muito ocupado a contar os dinheiros que ia arrecadando, também corre para o local. As pessoas apinhavam-se, e Zaqueu, porque era de pequena estatura, como os espertalhões, procurava furar pelo meio da multidão, mas devido ao seu odioso ofício, era afastado à cotovelada.
Sem o saber, Zaqueu toma uma atitude tão apregoada por Jesus: “Se não vos tornardes como crianças não entrareis no Reino dos Céus”. Assim, como um a criança correu mais à frente e subiu para uma árvore.
Empoleirado, esperava ver passar Jesus. Ao princípio pensou que Jesus o desprezaria, como faziam os demais judeus!
Enganou-se! O seu coração bateu com força, quando Jesus, ao passar junto dele, lhe dirige a palavra e lhe diz:
“Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa”.
O chefe dos publicanos não hesitou um momento. Desce apressadamente e recebe Jesus em sua casa, e ele mesmo se compromete dar metade dos seus bens aos pobres e restituir quatro vezes mais a quem eventualmente tenha causado prejuízo.
Às vezes um olhar, um gesto, como o de Jesus, ajuda uma pessoa a mudar de vida, como aconteceu com Zaqueu.

Chama nº 768 | 31 Outubro ‘10

SANTOS E “PECADORES”

Em vésperas da Solenidade de Todos os Santos e da Comemoração dos Fiéis Defuntos, duas datas tão queridas dos cristãos, embora a primeitra tão desvirtuada, aproveitamos para recordar os ensinamentos do Catecismo da Igrejai Católica, acerca da Comunhão dos Santos e do Purgatório. 


Estamos a chegar ao mês de Novembro, conhecido como o mês dos Santos ou como o mês das Almas. Tal denominação advém do facto de no primeiro dia do mês a Igreja celebrar a Solenidade de Todos os Santos e no dia 2 de Novembro a Comemoração de todos os Fiéis Defuntos, para além da Igreja exortar os cristãos, ao longo do mês Novembro, a orar pelos “irmãos que já partiram”.
Do que me tem sido constatar, parece-me que a grande  Solenidade de Todos os Santos tem passado um pouco à margem dos cristãos, sendo de algum manodo suplantada pelo Comemoração dos Fiéis Defuntos. Em parte é compreensível, pois são os Fiéis Defuntos que necessitam das nossas orações, enquanto os Santos dispensam os nossos louvores, mas não esqueçamos que eles são nossos intercessores junto de Deus.
No sentido de catequizar vamo-nos servir de alguns números do Catecismo da Igreja Católica que nos falam da comunhão da Igreja do Céu e da Terra.
Assim podemos ler: 
“Enquanto o Senhor não vier na sua majestade e todos os seus anjos com ele e, vencida a morte, tudo lhe for submetido, uns dos seus discípulos peregrinam na Terra; outros, passados esta vida, são purificados, e outros, finalmente, contemplam ‘claramente Deus trino e uno, como Ele é [...]. E, assim, de modo nenhum se interrompe a união dos que ainda caminham sobre a terra com os irmãos que adormeceram na paz de Cristo, mas antes, segundo a constante fé da Igreja, essa união é reforçada pela comunicação dos bens espirituais.” (C.I.C. 954 e 955)
Quando fala da “intercessão dos santos” no referido catecismo podemos ler:
“Porque os bem-aventurados, estando mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais firmemente a Igreja na Santidade (...), não cessam de interceder, por Ele, com Ele e n’Ele, a nosso favor, diante do Pai, apresentando os  méritos que na Terra alcançaram, graças ao mediador único entre Deus e os homens, Jesus Cristo [...]. A nossa fraqueza é assim grandemente ajudada pela sua solicitude de irmãos (C.I.C. 956),
Ao falar da ‘comunhão com os santos’, prossegue: “Não é só por causa do seu exemplo que veneramos a memória dos bem-aventurados, mas ainda mais para que a união de toda a Igreja no Espírito aumente ainda mais com o exercício da caridade fraterna. Pois assim como a comunhão com os santos nos une a Cristo, de quem procedem, como de fonte e cabeça, toda a graça e a própria vida do povo de Deus” (CIC 957).
Seguidamente o Catecismo fala da ‘comunhão com os defuntos’, dizendo: “Reconhecendo  claramente esta comunhão de todo o Corpo místico de Cristo, a Igreja dos que ainda peregrinam cultivou com muita piedade, desde os primeiros tempos do cristianismo a memória dos defuntos; e, ‘porque é coisa santa e salutar rezar pelos mortos, para que assim sejam livres de seus pecados’, por eles ofereceu também sufrágios. A nossa oração pode não só ajudá-los, mas também tornar mais eficaz a sua oração em nosso favor”, continuando: “Todos os que somos filhos de Deus, e formamos em Cristo uma família, ao comunicarmos na  caridade mútua e no comum louvor da Santíssima Trindade, correspondemos à íntima vocação da Igreja” (CIC 958-959).
E se até agora falamos da Comunhão da Igreja e dos Santos, vejamos o que nos diz o Catecismo acerca das [Almas] do Purgatório: “Os que morrem na graça e amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do Céu”. “A Igreja chama ‘Purgatório’ a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados. [...] A Tradição da Igreja, com referência a certos textos da Escritura, fala de um fogo purificador [...], pelo que [...] podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas, neste mundo e outras no mundo que há-de vir” (CIC 1030-1031).
E prossegue: “Esta doutrina apoia-se na prática da oração pelos defuntos [...]. Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos, oferecendo sufrágios em seu favor, particularmente o sacrifício eucarístico, para que, purificados, pudessem chegar à visão beatífica. A Igreja recomenda também a esmola, as indulgências e as obras de penitência a favor dos defuntos” (CIC 1032).
Que estes ensinamentos da Igreja nos ajudem a esclarecer a nossa fé, bastante deturpada neste campo, a honrar os Santos e a sufragar os nossos irmãos que já partiram!  

Chama n.º 768 | 31 Outubro ‘10

sábado, 23 de outubro de 2010

AVISOS

DOMINGO | 24
Celebramos hoje do Dia Mundial das Missões.
O Ofertório das missas deste Domingo reverte para as Missões.

QUINTA | 28
Quinta-feira do Menino Jesus
São Simão e São Judas,  apóstolos (Festa)
» Ocorre neste dia o 396º aniversário da fundação do convento do Carmo de Aveiro.
» O Clube do Menino Jesus reza a Coroinha em honra do seu patrono.

SEXTA | 29
Missa pelos Defuntos da Ordem: Nas missas deste dia rezaremos por todos os defuntos da família carmelita, e ainda pelos nossos familiares, amigos e benfeitores.

MUDANÇA DE HORA
No próximo fim de Semana, na noite de Sábado para Domingo há a alteração da hora legal. Entramos na chamada hora de Inverno. Assim, nessa noite os relógios devem ser atrasados uma hora (sessenta minutos).

Chama n.º 767 | 24 Outubro ‘10

COMENTÁRIO

Desde há vários domingos temos vindo a ler textos exclusivos de Lucas, ou seja textos que não se encontram nos demais evangelistas. Alguns desses textos apresentam um denominador comum: a atitude positiva de pessoas social e religiosamente marginalizadas e excluídas, sendo a sua presença uma constante no terceiro evangelho.
Hoje São Lucas oferece-nos a parábola do fariseu e do publicano. É verdade que estas personagens pertencem ao passado, mas devemos lembrar que Lucas não escrevia olhando somente para trás mas também projectando os seus escritos no futuro.
Na linha do que nos últimos domingos nos tem sido transmitido, mais uma vez Jesus aflora o tema da oração. Há dois domingos apresentava-nos a oração dos leprosos, que suplicavam a “piedade do Senhor” e a oração de acção de graças do samaritano que fora curado; no passado Domingo exortava-nos a ser perseverantes como o fora a aquela viúva que pedia justiça, e hoje fala-nos da “qualidade” da oração.
Assim apresenta-nos dois homens que se dirigem ao Templo para orar. Um era fariseu, e enquanto tal, a “oração” fazia parte do seu quotidiano; o outro era um publicano, um homem”perdido”, que certamente estava muito arredado da “oração”, e talvez porque momentos antes tenha cometido uma grande injustiça, também sente necessidade de pedir perdão a Deus. 
Ambos entram no Templo; o fariseu, como se sentia um “observante” amigo de Deus, aproxima-se do altar e começar a fazer uma “oração de acção de graças”, enquanto o publicano, possivelmente, porque se sentia indigno, ficou a distância, e começou a fazer, o seu “acto penitencial”, batendo, fortemente no peito, pedindo a “compaixão” do Senhor!
À primeira vista cremos que nada temos a censurar à oração de cada um deles. Ambos rezaram, como, aliás, era costume então. No entanto, parece-nos que o fariseu, que até era um homem cumpridor, “pecou”, porque ousou comparar as suas “virtudes” com os defeitos do publicano.
Hoje corremos o perigo de nos assemelharmos ao fariseu, pois muitas vezes rezamos, não para louvar o Senhor, mas para colher os louros, que pensamos merecer pelas boas obras que vamos praticando!

Chama n.º 767 | 24 Outubro ‘10

“QUEREMOS VER JESUS”

Neste Domingo das Missões, Bento XVI, na sua Mensagem, recorda-nos que o pedido que um dia uns gregos fizeram ao Apóstolo Filipe, continua a ser feito hoje por muitos homens, e lembra que o mandato missionário atinge todos os baptizados e toda a igreja. No entanto só  se realizará de um modo credível com uma profunda  conversão pessoal, comunitária e pastoral.


No penúltimo Domingo de Outubro a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões. Para este acontecimento, como aliás para outras celebrações da Igreja, costuma o Santo Padre dirigir uma mensagem a toda a Igreja, procurando sensibilizar os cristãos para esta causa tão querida de Jesus Cristo.
Partilhando os sentimentos do Santo Padre, também nós queremos partilhar convosco alguns parágrafos dessa mensagem.
Diz Bento XVI : “O mês de Outubro, com a celebração do Dia Mundial das Missões, oferece às comunidades diocesanas e paroquiais, aos Institutos de Vida Consagrada, aos Movimentos Eclesiais, a todo o povo de Deus a oportunidade de renovar o compromisso de anunciar o Evangelho e dar às actividades pastorais um amplo fôlego missionário. Tal evento anual convida-nos a viver intensamente os caminhos litúrgico e catequético, caritativo e cultural, mediante os quais Jesus Cristo nos convida à mesa da Sua Palavra e da Eucaristia, para apreciar o dom da sua Presença, formar-nos na sua escola e viver sempre mais conscientemente unidos a Ele, Mestre e Senhor”. 
E continua: “Somente a partir desse encontro com o Amor de Deus, que transforma a existência, podemos viver em comunhão com Ele e entre nós, e oferecer aos irmãos um testemunho credível, dando razão à esperança que há em nós (cf. 1 Pd 3, 15). Uma fé adulta, capaz de se confiar totalmente a Deus com atitude filial, nutrida pela oração, pela meditação da Palavra de Deus e do estudo das verdades da fé, é condição para promover um novo humanismo, fundado no Evangelho de Jesus […].  A Igreja convida-nos a aprender com Maria, através da oração do Santo Rosário, a contemplar o projecto de amor do Pai sobre a humanidade, para amá-la como Ele a ama”. 
E o Papa prossegue: “O Pai, de facto,  chama-nos a ser filhos amados no seu Filho, o Amado, e a reconhecer-nos todos irmãos n’Ele, Dom de Salvação para a humanidade dividida por discórdias e pecado, e Revelador do verdadeiro rosto daquele Deus que “tanto amou o mundo que deu o Filho unigénito para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16).
“Queremos ver Jesus” (Jo 12,21), é o pedido que, no Evangelho de João, alguns gregos, vindos a Jerusalém para a peregrinação pascal, apresentam ao apóstolo Filipe. Tal pedido ressoa também em nosso coração neste mês de Outubro, que nos lembra como o compromisso e a missão do anúncio evangélico estão atribuídos a toda a Igreja, ‘por sua natureza, missionária’ (Ad gentes, 2), e  convida a  tornar-nos promotores da novidade de vida, feita de relações autênticas, nas comunidades fundadas sobre o Evangelho”, e continua: “Como os peregrinos gregos de dois mil  anos  atrás,  também  os   homens     de 
nosso tempo, embora nem sempre conscientemente, pedem aos crentes não apenas para ‘falar’ de Jesus, mas ‘fazer ver’ Jesus, fazer resplandecer o Rosto do Redentor em todos os cantos da terra, frente às gerações do novo milénio e, especialmente, frente aos jovens de todos os continentes, destinatários privilegiados e sujeitos do anúncio evangélico”. 
Prosseguindo Bento XVI, lembra que a missão é tarefa de todos: [Tudo isto] “aponta para o mandato missionário que receberam todos os baptizados e toda a Igreja, mas que não se pode realizar de modo credível sem uma profunda conversão pessoal, comunitária e pastoral. De facto, a consciência do chamado a proclamar o Evangelho estimula não apenas o fiel individual, mas todas as comunidades diocesanas e paroquiais a uma renovação integral e a  abrir-se cada vez mais à cooperação missionária entre as Igrejas, para promover o anúncio do Evangelho no coração de toda a pessoa, de todo o povo, cultura, raça, nacionalidade, em qualquer nível”.
Depois de lembrar o papel que nesta missão desempenham os Sacerdotes, os Consagrados, os Catequistas e os Leigos missionários, faz uma exortação: “Renovo, portanto, a todos o convite à oração e, apesar das dificuldades económicas, ao empenho na ajuda fraterna e concreta no sustento das Igrejas jovens [que] apoiará a formação de sacerdotes, seminaristas e catequistas nas mais longínquas terras de missão e encorajará as jovens comunidades eclesiais.
Esperamos que estas palavras nos estimulem a colaborar com as Missões.

Chama n.º 767 | 24 Outubro ‘10

sábado, 16 de outubro de 2010

AVISOS

SEGUNDA | 18
São Lucas, Evangelista (Festa)

SÁBADO | 23
» REUNIÃO DE ABERTURA DO ANO PASTORAL.
Vai realizar-se no próximo Sábado, dia 23,  a Reunião de Abertura  do Novo Ano Pastoral. A mesma, aberta a todos os interessados, terá lugar no Salão de São João da Cruz, a partir  das 16H,00
» MISSA DO COMPROMISSO
Na Eucaristía das 18H.30 de Sábado os elementos dos diversos Grupos Pastorais do Carmo farão o seu compromisso.

DOMINGO | 24
No próximo Domingo, celebraremos o DIA MUNDIAL DAS MISSÕES. O Ofertório das missas desse  fim de semana, destina-se  a ajudar a acção missionária da Igreja.

ORAÇÃO DE VÉSPERAS
Retomámos, aos Domingos, a Oração de Vésperas às 18H.00.
Durante a  semana rezaremos  igualmente a oração de Vésperas, logo após a Eucaristia das 18H.30.

Chama n.º 766 | 17 Outubro ‘10

ORAR COM OS SALMOS

O salmo 120, pertence ao grupo dos salmos denominados “graduais”, porque eram entoados pelos judeus quando, anualmente, peregrinavam a Jerusalém para visitar o Templo.
O mesmo oferece-nos a imagem que os piedosos judeus tinham de Deus: um Deus vigilante, um Deus que ama, um Deus sempre em acção, um Deus sempre disposto a servir.
Nenhum de nós está só caminho.
Peregrinar, era nesses idos tempos, abandonar a segurança que proporcionava a aldeia, para enfrentar os inumeráveis perigos dos caminhos de então. Era uma aventura que se corria, com o real perigo de se cair nas garras do leão, ou nas mãos dos numerosos salteadores.
No entanto os peregrinos não estavam sós. Os membros das suas comunidades, depois de um momento de oração, na  despedida, formulavam o desejo; “que Deus não permita que vacilem os teus pés, que não durma Aquele que te há-de guardar”. Assim enquanto durava a perigosa viagem, acompanhava-se espiritualmente quem estava a peregrinar. Deus está connosco e nós devemos estar com os irmãos

Refrão: O nosso auxílio vem do Senhor,
que fez o céu e a terra.

Levanto os meus olhos para os montes:
donde me virá o auxílio?
O meu auxílio vem do Senhor,
que fez o céu e a terra.

Não permitirá que vacilem os teus passos,
não dormirá Aquele que te guarda.
Não há-de dormir nem adormecer
aquele que guarda Israel.

O Senhor é quem te guarda,
o Senhor está a teu lado, Ele é o teu abrigo.
O sol não te fará mal durante o dia,
nem a luz durante a noite.

O Senhor te defende de todo o mal,
o Senhor vela pela tua vida.
Ele te protege quando vais e quando vens,
agora e para sempre.


Chama n.º 766 | 17 Outubro ‘10