sexta-feira, 5 de novembro de 2010

COMENTÁRIO

Vivemos num mundo pluralistas, e como tal somos convidados a respeitar a opinião de todos e de cada um, o que por vezes nos pode criar certa confusão.
De facto, se por um lado o materialismo  nega a vida para além da morte, por outro lado vemos que muitos, influenciados pelas religiões orientais, apregoam a reincarnação! Quer uma quer outra posição são contrárias ao Evangelho e à Doutrina da Igreja.
No tempo de Jesus a ressurreição dos mortos era quase já uma certeza adquirida, mas a seita dos saduceus não a aceitava! 
Os saduceus eram pessoas relevantes na vida política de Israel, pertenciam mais a um partido político que a uma seita religiosa. Eram os “colaboracionistas” da ocupação romana da Palestina. Entre eles figuravam os sumos-sacerdotes. Não admitiam mais autoridade doutrinal que o Pentateuco (os 5 livros atribuídos a Moisés), razão pela qual negavam a ressurreição dos mortos, já que o Pentateuco  nada  diz a esse respeito.
Este grupo de saduceus se aproxima-se de Jesus para lhe armar uma cilada, com a intenção de o fazer cair no ridículo. Inventam uma história estranha, mas possível, tendo em conta o disposto na chamada lei de “levirato”. 
Em primeiro lugar, Jesus resolve a dificuldade e denuncia ao mesmo tempo a grande ignorância dos seus adversários acerca da Sagrada Escritura. Nos sagrados livros não se diz nunca que a existência futura dos ressuscitados seja exactamente igual à  vida daqui na terra. Além disso Deus tem poder para ressuscitar os mortos e acabar com a necessidade da procriação para assegurar a sobrevivência da humanidade uma vez glorificada.
Ao dizer que a vida dos ressuscitados é como a dos anjos Jesus exclui a necessidade da procriação e afirma a libertação de todas as necessidades a que estão submetidos os homens aqui na terra.
Usando as mesmas armas dos saduceus, ou seja os livros do Pentateuco, Jesus oferece um argumento positivo a favor da Ressurreição. Cita um trecho do livro do Êxodo, argumentando que a Palavra de Deus com todas as suas promessas aos patriarcas nada valeria se Deus não os salvasse do último inimigo, a morte. Se Deus salva, Deus é um Deus de vivos e não de mortos!

Chama n.º 769 | 07 Novembro ‘10

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