sexta-feira, 12 de novembro de 2010

COMENTÁRIO

Estamos a chegar ao fim do ano litúrgico, e a Liturgia da Palavra propõe-nos como reflexão evangélica a  última fase  da pregação de Jesus, que tem lugar em Jerusalém, situando-se preferencialmente no Templo.
O Templo construído por Salomão tinha sido destruído pelos babilónios, aquando da deportação para o exílio. Foi certamente um dos momentos mais dramáticos e dolorosos para o povo judeu, já que o mesmo era a materialização da aliança entre esse povo e o Deus que o tinha escolhido, entre todos os povos, para ser o depositário da sua vontade. O Templo de Jerusalém era para um judeu um sinal de segurança; enquanto o Templo estivesse de pé, o israelita sabia como tinha de viver, mas se lhe viesse a faltar não sabia como nem por onde podia caminhar para Deus. 
De novo o povo judeu  elevou o seu ânimo, e reavivou a sua fé, quando Herodes o Grande, reconstruiu  o Templo, obra que demorou 46 anos a concretizar-se. Era uma obra maravilhosa, pelos que os judeus que de longe visitavam o Templo passavam longos momentos a contemplar aquela obra de arte.
Foi num desses momento, em que alguns judeus comentavam a beleza do Templo que Jesus, anunciou a destruição do Templo dizendo-lhes: “Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído”. Perante esta catastrófica mensagem, que certamente terá criado pânico nos ouvidos mais sensíveis, as pessoas que O escutam perguntam-Lhe: “Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?”.
No entanto, a resposta vai muito além da pergunta, já que Jesus fala não só da destruição do Templo mas também da segunda vinda do Filho do Homem, convidando os discípulos a não se deixarem iludir por todos os que se apresentam como messias, usurpando a autoridade de Jesus.
E o mesmo Jesus, desautoriza todos aqueles que vêem nas guerras e revoltas, nos terramotos, na fome e epidemias, nos “fenómenos espantosos e grandes sinais no céu” o presságio do fim dos tempos.
Jesus, apenas, nos diz que esses momentos  são mais uma oportunidade para reafirmarmos a nossa fé.

Chama n.º 770 | 14 NOVEMBRO ‘10

Sem comentários: