sábado, 23 de outubro de 2010

“QUEREMOS VER JESUS”

Neste Domingo das Missões, Bento XVI, na sua Mensagem, recorda-nos que o pedido que um dia uns gregos fizeram ao Apóstolo Filipe, continua a ser feito hoje por muitos homens, e lembra que o mandato missionário atinge todos os baptizados e toda a igreja. No entanto só  se realizará de um modo credível com uma profunda  conversão pessoal, comunitária e pastoral.


No penúltimo Domingo de Outubro a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões. Para este acontecimento, como aliás para outras celebrações da Igreja, costuma o Santo Padre dirigir uma mensagem a toda a Igreja, procurando sensibilizar os cristãos para esta causa tão querida de Jesus Cristo.
Partilhando os sentimentos do Santo Padre, também nós queremos partilhar convosco alguns parágrafos dessa mensagem.
Diz Bento XVI : “O mês de Outubro, com a celebração do Dia Mundial das Missões, oferece às comunidades diocesanas e paroquiais, aos Institutos de Vida Consagrada, aos Movimentos Eclesiais, a todo o povo de Deus a oportunidade de renovar o compromisso de anunciar o Evangelho e dar às actividades pastorais um amplo fôlego missionário. Tal evento anual convida-nos a viver intensamente os caminhos litúrgico e catequético, caritativo e cultural, mediante os quais Jesus Cristo nos convida à mesa da Sua Palavra e da Eucaristia, para apreciar o dom da sua Presença, formar-nos na sua escola e viver sempre mais conscientemente unidos a Ele, Mestre e Senhor”. 
E continua: “Somente a partir desse encontro com o Amor de Deus, que transforma a existência, podemos viver em comunhão com Ele e entre nós, e oferecer aos irmãos um testemunho credível, dando razão à esperança que há em nós (cf. 1 Pd 3, 15). Uma fé adulta, capaz de se confiar totalmente a Deus com atitude filial, nutrida pela oração, pela meditação da Palavra de Deus e do estudo das verdades da fé, é condição para promover um novo humanismo, fundado no Evangelho de Jesus […].  A Igreja convida-nos a aprender com Maria, através da oração do Santo Rosário, a contemplar o projecto de amor do Pai sobre a humanidade, para amá-la como Ele a ama”. 
E o Papa prossegue: “O Pai, de facto,  chama-nos a ser filhos amados no seu Filho, o Amado, e a reconhecer-nos todos irmãos n’Ele, Dom de Salvação para a humanidade dividida por discórdias e pecado, e Revelador do verdadeiro rosto daquele Deus que “tanto amou o mundo que deu o Filho unigénito para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16).
“Queremos ver Jesus” (Jo 12,21), é o pedido que, no Evangelho de João, alguns gregos, vindos a Jerusalém para a peregrinação pascal, apresentam ao apóstolo Filipe. Tal pedido ressoa também em nosso coração neste mês de Outubro, que nos lembra como o compromisso e a missão do anúncio evangélico estão atribuídos a toda a Igreja, ‘por sua natureza, missionária’ (Ad gentes, 2), e  convida a  tornar-nos promotores da novidade de vida, feita de relações autênticas, nas comunidades fundadas sobre o Evangelho”, e continua: “Como os peregrinos gregos de dois mil  anos  atrás,  também  os   homens     de 
nosso tempo, embora nem sempre conscientemente, pedem aos crentes não apenas para ‘falar’ de Jesus, mas ‘fazer ver’ Jesus, fazer resplandecer o Rosto do Redentor em todos os cantos da terra, frente às gerações do novo milénio e, especialmente, frente aos jovens de todos os continentes, destinatários privilegiados e sujeitos do anúncio evangélico”. 
Prosseguindo Bento XVI, lembra que a missão é tarefa de todos: [Tudo isto] “aponta para o mandato missionário que receberam todos os baptizados e toda a Igreja, mas que não se pode realizar de modo credível sem uma profunda conversão pessoal, comunitária e pastoral. De facto, a consciência do chamado a proclamar o Evangelho estimula não apenas o fiel individual, mas todas as comunidades diocesanas e paroquiais a uma renovação integral e a  abrir-se cada vez mais à cooperação missionária entre as Igrejas, para promover o anúncio do Evangelho no coração de toda a pessoa, de todo o povo, cultura, raça, nacionalidade, em qualquer nível”.
Depois de lembrar o papel que nesta missão desempenham os Sacerdotes, os Consagrados, os Catequistas e os Leigos missionários, faz uma exortação: “Renovo, portanto, a todos o convite à oração e, apesar das dificuldades económicas, ao empenho na ajuda fraterna e concreta no sustento das Igrejas jovens [que] apoiará a formação de sacerdotes, seminaristas e catequistas nas mais longínquas terras de missão e encorajará as jovens comunidades eclesiais.
Esperamos que estas palavras nos estimulem a colaborar com as Missões.

Chama n.º 767 | 24 Outubro ‘10

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