sexta-feira, 29 de outubro de 2010

COMENTÁRIO

Há cenas dignas de serem vistas, e certamente o episódio de Zaqueu, hoje deleitaria os milhares de fotógrafos que “vendem” imagens hilariantes.
Zaqueu era um homem de pequena estatura, talvez a raiar o nanismo. Possivelmente seria um pouco entroncado, e certamente era odiado quase por todos os seus conterrâneos.
Cremos que seria um homem muito rico, pois era o chefe dos publicanos, e não deixaria de reaver, com grandes juros, o dinheiro que tinha investido no contrato com Roma, quando por licitação ocupou tal posto.
O dinheiro geralmente desumaniza as pessoas, torna-as insensíveis aos gemidos e dores dos mais pobres, e consequentemente quase todos desprezavam os publicanos
Mas chegou um dia em que Zaqueu se sentiu mais humano, mais parecido com os seus conterrâneos, quando ouviu dizer que Jesus ia passar na cidade, e, esquecendo-se dos seus negócios (talvez a cidade inteira tenha corrido para as bermas da estrada), também ele quer ver o “profeta”.
Atrasado, lembremos que ele era um homem muito ocupado a contar os dinheiros que ia arrecadando, também corre para o local. As pessoas apinhavam-se, e Zaqueu, porque era de pequena estatura, como os espertalhões, procurava furar pelo meio da multidão, mas devido ao seu odioso ofício, era afastado à cotovelada.
Sem o saber, Zaqueu toma uma atitude tão apregoada por Jesus: “Se não vos tornardes como crianças não entrareis no Reino dos Céus”. Assim, como um a criança correu mais à frente e subiu para uma árvore.
Empoleirado, esperava ver passar Jesus. Ao princípio pensou que Jesus o desprezaria, como faziam os demais judeus!
Enganou-se! O seu coração bateu com força, quando Jesus, ao passar junto dele, lhe dirige a palavra e lhe diz:
“Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa”.
O chefe dos publicanos não hesitou um momento. Desce apressadamente e recebe Jesus em sua casa, e ele mesmo se compromete dar metade dos seus bens aos pobres e restituir quatro vezes mais a quem eventualmente tenha causado prejuízo.
Às vezes um olhar, um gesto, como o de Jesus, ajuda uma pessoa a mudar de vida, como aconteceu com Zaqueu.

Chama nº 768 | 31 Outubro ‘10

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