domingo, 3 de outubro de 2010

COMENTÁRIO

Foi com entusiasmo, determinação e dedicação que os discípulos deixaram tudo, para seguirem o Mestre. As suas palavras encantavam, e os seus milagres iam criando neles a convicção de que Jesus de Nazaré era o Messias esperado, o anunciado pelos Profetas, o Filho de Deus.
No entanto, perante tantas exigências que ia propondo aos seus seguidores, o que levou a que muitos tivessem ido embora, e após começar a falar enigmaticamente da sua subida a Jerusalém, com a consequente Morte e Ressurreição, os doze começam a sentir-se confusos, e perante as suas limitações pedem a Jesus que aumente a sua fé. Mas, mais uma vez, a resposta de Jesus não corresponde cabalmente aos termos do pedido, sinal de que Jesus não comunga a maneira de pensar dos apóstolos, pois a fé não se pode quantificar. Por isso Jesus contesta-lhes: “Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia”.
Sendo o grão de mostarda uma semente pequeníssima, tendo em conta a comparação de Jesus, o que conta não é a quantidade, mas a qualidade da vida do cristão, que torna possível aquilo que nos parece impossível! De facto a amoreira necessita de terra, e não de água, para poder fixar as suas raízes!
Mas, porque o cristão, como humano que é, pode deixar-se levar por um certo convencimento, Jesus, servindo-se da relação amo-criado, recorda-nos que todos somos servos. Assim como o servo que, embora cansado, regressa a casa, ainda tem de servir o jantar ao patrão, e não ao contrário, também nós devemos sentirmo-nos na mesma disposição em relação a Deus. Somos nós que O devemos servir, e não esperar d’Ele qualquer agradecimento, pois não fazemos outra coisa que cumprir o nosso dever!
Cumpramos os nossos deveres, e certamente Ele inscrever-nos-á na lista dos seus herdeiros!

Chama nº 764 | 03 Outubro ‘10


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