domingo, 3 de outubro de 2010

DE NOVO A CAMINHO!

Neste primeiro Domingo de Outubro a “Chama Viva” reencontra-se com os seus leitores. Porque os fiéis leigos muitas vezes se auto-marginalizam da vivência eclesial, limitando-se, por vezes, a participar unicamente na Eucaristia Dominical, queremos hoje recordar, à luz do Concílio Vaticano II, a missão do leigo na vida da Igreja.


Terminou o Verão! As férias já estão no mundo do esquecimento! Os alunos já regressaram às aulas e as crianças voltaram à catequese. Diríamos, numa frase: Voltámos à normalidade!
Sim, vamos retomar o ritmo normal da nossa vida, e nesse sentido, como é desejo de alguns, também, neste primeiro Domingo de Outubro, a “Chama Viva”, reencontra-se com os seus amigos.
Não vamos trazer nada de novo, pois queremos prosseguir os princípios que nos têm orientados neste últimos anos: fazer da nossa “Chama Viva” um local de reflexão e meditação, meditar no evangelho, dar a conhecer alguns documentos pontifícios, e naturalmente divulgar a vida e a espiritualidade dos nossos santos.
Tendo em conta que no dia 23, Sábado, este ano um pouco mais tarde que o habitual, terá lugar a reunião de abertura do novo Ano Pastoral, gostaria de lembrar, que esse acontecimento quer co-responsabilizar os leigos na vida e acção da Igreja. De facto, os fiéis, muitas vezes, vivem à margem da Igreja, limitando-se a participar unicamente na Eucaristia Dominical, se é que o fazem.
Por essa razão vamos partilhar convosco alguns parágrafos do Concílio Vaticano II, que recordam a missão dos leigos na Igreja. Assim na Constituição Dogmática sobre a Igreja, “Lumen Gentium”, podemos ler:
“O sagrado Concílio volta de bom grado a sua atenção para o estado daqueles fiéis cristãos que se chamam leigos. Com efeito, se é verdade que todas as coisas que se disseram a respeito do Povo de Deus se dirigem igualmente aos leigos, aos religiosos e aos clérigos, alguns, contudo, pertencem de modo particular aos leigos, homens e mulheres, em razão do seu estado e missão; [...]. Os sagrados pastores conhecem, com efeito, perfeitamente, quanto os leigos contribuem para o bem de toda a Igreja. Pois eles próprios sabem que não foram instituídos por Cristo para se encarregarem por si sós de toda a missão salvadora da Igreja para com o mundo, mas que o seu cargo sublime consiste em pastorear de tal modo os fiéis e de tal modo reconhecer os seus serviços e carismas, que todos, cada um segundo o seu modo próprio, cooperam na obra comum” (LG 30).
Ainda na mesma Constituição pode ler-se:
“Por vocação própria, compete aos leigos procurar o Reino de Deus. Vivem no mundo, isto é, em toda e qualquer ocupação e actividade terrena, e nas condições ordinárias da vida familiar e social, com as quais é como que tecida a sua existência. São chamados por Deus para que, aí, exercendo o seu próprio ofício, guiados pelo espírito evangélico, concorram para a santificação do mundo, a partir de dentro, como o fermento, e deste modo manifestem Cristo aos outros, antes de mais pelo testemunho da própria vida, pela irradiação da sua fé, esperança e caridade” (LG. 31).
No entanto, é no Decreto sobre o Apostolado dos Leigos, “Apostolicam Actuositatem”, onde mais pormenorizadamente se encontra a missão dos leigos:
“Os leigos [...] têm um papel próprio a desempenhar na missão do inteiro Povo de Deus, na Igreja e no mundo” (AA, 2), e mais adiante pode ler-se:
“A todos os fiéis incumbe, portanto, o gloriosos encargo de trabalhar para que a mensagem divina seja conhecida e recebida por todos os homens em toda a terra” (AA,3).
No entanto, todo o apostolado dos leigos, e não só, necessita de uma íntima comunhão com Cristo:
“A fonte e origem de todo o apostolado da Igreja é Cristo, enviado pelo Pai. Sendo assim, é evidente que a fecundidade do apostolado dos leigos depende da sua união vital com Cristo [...]. Esta vida de íntima união com Cristo na Igreja é alimentada pelos auxílios a todos os fiéis e, de modo especial, pela participação activa na sagrada Liturgia; e os leigos devem servir-se deles de tal modo que, desempenhando correctamente as diversas tarefas terrenas nas condições ordinárias da existência, não separem a própria vida a união com Cristo, mas antes, realizando a própria actividade segundo a vontade de Deus, nela cresçam. É por este caminho que os leigos devem avançar na santidade com entusiasmo e alegria, esforçando-se por superar as dificuldades” (AA, 4).

Chama nº 764 | 03 Outubro ‘10

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