sábado, 19 de dezembro de 2009

CAMINHAR COM MARIA


Como Maria devemos ser solícitos na caridade, levar o Evangelho de seu Filho a todos os homens, estar a atentos às necessidades do próximo, como Ela o fez em Caná, sermos ouvintes atentos da palavra de seu Filho, e meditá-la no coração, mas sobretudo dizer “Sim” a Deus como o ela o fez na Anunciação!

Todos os anos, o quarto Domingo de Advento, fala-nos da figura de Maria, como se este Domingo fosse uma festa de Nossa Senhora. A mãe do Messias prepara-nos para O receber com fé e profundidade.
Tudo começou no momento da Anunciação, e a primeira lição que podemos receber de Maria, para este Natal, é a fé messiânica: Ela acreditou em Deus e acolheu o seu Enviado no seu seio com estremado amor de Mãe.
Miriam era uma jovem com poucos anos ainda vividos, uma jovem como tantas outras de Nazaré, e não seriam muitas. Como as raparigas da sua idade, talvez, sonhasse em ter muitos filhos, pois os filhos eram uma bênção de Deus, e até já estava desposada com um homem chamado José. No entanto, conforme os costume de então do povo judeu, ainda não viviam em comum. Desconhecemos se ainda faltava muito ou pouco tempo para coabitarem. Mas talvez ainda faltasse bastante tempo, pois, quando o Anjo lhe disse que iria dar à luz um varão, a quem poria o nome de Emanuel (que quer dizer Deus-connosco), a primeira objecção que colocou, e que pareceria justa, era a de que ainda não conhecera varão, e que ainda faltava muito tempo para ser mãe!
Eis que o Anjo, para lhe mostrar que a Deus nada era impossível, lhe comunica, que a sua prima Isabel, estava para ser mãe, apesar da sua velhice, Maria estremeceu, “e pôs-se a caminho e dirigiu-se, à pressa para a montanha para uma aldeia de Judá” para ir ao encontro de Isabel. Esta atitude põe de manifesto também a disponibilidade de Maria, na sua entrega aos demais. E, nisso também se mostra discípula diligente na escola de seu Filho. Cheia da presença messiânica, corre a ajudar a sua prima: encontra tempo, sai do seu programa e do seu horário, recorre distâncias e vai a passar uns meses com ela. Não é egoísta, não se fecha em si mesma a saborear gozosamente a sua alegria.
E a sua prima Isabel dir-lhe-á “ditosa és tu, porque acreditaste”, que lembra aquela outra frase de Jesus: “felizes antes os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”.
A atitude de Maria é exactamente a atitude de Cristo, que se faz Homem, vem ao nosso encontro para se entregar pelos demais.
Esta deveria ser também a atitude esperada do cristão e de a comunidade inteira, que a sua fé não cresça somente em relação a Cristo, mas também que a fé se traduza em caridade de entrega aos homens e mulheres necessitados de nossa ajuda.
Maria aparece nesta cena, e ao longo destes dias que se avizinham, como portadora de Deus aos demais, do Messias que está já no seu seio, e deste modo Ela é a “evangelizadora”, aquela que leva a Boa Nova da salvação.
Esta é também missão da Igreja, de cada cristão no seu meio, levar Cristo, anunciar o Evangelho, feito testemunho de vida em cada circunstância e ambiente, que Deus é o Deus-connosco. Esta faceta “missionária” de Maria completa e traduz na vida a sua profunda fé messiânica. Se celebramos o Deus que nasce no Natal é para O “dar” também aos outros: aos filhos, aos pais, aos irmãos, à sociedade que nos rodeia, à comunidade religiosa a que pertencemos...
Contudo vivemos num mundo e numa sociedade que nada parece ter a ver com a figura de Maria, a Mãe de Jesus. Ela foi apressadamente ao encontro de Isabel, para a ajudar Isabel porque necessitava de auxílio. Hoje muitos cristãos correm apressadamente para fugir daqueles que necessitam de auxílio, porque não se querem comprometer.
Hoje os cristão, e não só, em vez de correm para transmitirem uma mensagem de paz, semeiam guerras; em vez de anunciarem a concórdia favorecem a discórdia e intrigas; em vez de apagarem fogos semeiam incêndios; em vez de anunciar o amor apregoam o ódio!
Devemos pôr os olhos em Maria e aprender a caminhar com Ela. Como Ela devemos ser solícitos na caridade, levar o Evangelho de seu Filho a todos os homens, estar a atentos às necessidades do próximo, como Ela o fez em Caná, sermos ouvintes atentos da palavra de seu Filho, e meditá-la no coração, mas sobretudo dizer “Sim” a Deus como o ela o fez na Anunciação!
Que esta seja a nossa disponibilidade para que possa acontecer “NATAL”.

nº 733 I 20 Dezembro ‘09

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