sábado, 28 de novembro de 2009

Comentário

Foi há relativamente pouco tempo, há dois domingos atrás, que comentávamos um trecho do Evangelho de São Marcos, muito parecido com o que hoje nos é oferecido por São Lucas. Se os compararmos vemos que o trecho de Lucas tem um poder de sugestão e uma força dramática maior do que o texto de Marcos, como a angústia e o medo de pessoas que correm aterrorizadas e em pânico, sob o estrondo ensurdecedor do mar!
O caos fantamagórico, deste fim da História, remete-nos para o caos inicial da criação, quando a Palavra de Deus introduziu no mundo a harmonia, a beleza e a bondade. No fim da História voltará a ressoar essa mesma Palavra poderosa, mas desta vez será a Palavra encarnada, Jesus, o Filho de Deus. E de novo, surgirá harmonia, bondade e libertação.
A humanidade deixará de caminhar sob o jugo de suas próprias criações injustas, escravizantes e angustiadoras: surgirá uma nova criação. Ou melhor, não é tanto o final, mas antes a manifestação da verdadeira finalidade de toda a existência humana.
No entanto, esta esperança libertadora não se alcança numa atitude passiva, pelo contrário, exige uma atitude de espera activa, de vigilância e de preparação.
O mundo novo, que certamente será diferente deste mundo, também é de alguma maneira o reflexo do mundo que aqui vamos construindo, e dos frutos que formos semeando, dos mesmos colheremos.
Por vezes assutam-nos estes relatos apocalípticos, quando Cristo nos convida a “levantar a cabeça” porque a nossa libertação está próxima! Mas, essa libertação exige-nos vigiar e orar em todo o tempo, para que sejamos dignos de comparecer diante do Filho de Deus.
É isso mesmo que nos propõe e exorta este tempo de Advento.

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