sábado, 4 de julho de 2009

COMENTÁRIO

"O bom filho sempre a casa regressa". Este ditado bem se podia aplicar ao trecho do Evangelho que hoje escutamos. A fama de Jesus já não se confinava a Cafarnaum, cidade escolhida pelo Mestre como "quartel-general" de onde partia e à qual regressava, após as incursões pelas cidades e aldeias da Galileia, e na qual realizara vários milagres.
Não sabemos se eram saudades da terra, ou tomada de consciência de que a Boa Nova também devia ser anunciada em Nazaré, mas o que é certo é que um dia Jesus, acompanhados pelos discípulos, foi até àquela cidade. Entretanto, chegara o sábado, e como era seu costume foi à sinagoga, e aí começou a ensinar.
Se antes a sua pregação tinha entusiasmado os seus numerosos ouvintes, por onde passara, outra coisa não seria de esperar deste seu já conhecido auditório! E, assim aconteceu! Mas, aqueles que O tinham visto crescer, os conterrâneos com quem tinha brincado em criança, os velhos que lhe tinham contado tantas histórias, não queriam acredita naquilo que ouviam, e nos prodigiosos milagres que realizava. Não sabiam donde lhe vinha tanta sabedoria, e, para cúmulo até conheciam as suas origens humildes e os seus parentes continuavam a viver a seu lado. Por isso, não admira que ficassem perplexos e começassem a ter os mais díspares pensamentos no seu íntimo.
E, é isso que também preocupa Jesus, pois denota a falta de fé daquela gente que O dizia conhecer e a quem Jesus pensava, também, conhecer! Por isso lamenta-se: "Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa".
A atitude dos nazarenos faz-nos meditar nas palavras do prólogo do Evangelho de São João: "A luz veio ao mundo, mas os seus não a receberam, porque preferiram viver nas trevas!".
Não acontecerá hoje o mesmo a nós que no dizemos cristãos?

Chama nº 720 I 05 JULHo ‘09

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