sábado, 3 de julho de 2010

COMENTÁRIO

No passado Domingo, quando se aproximavam os “dias de Jesus ser levado deste mundo, Ele tomara a decisão de Se dirigir a Jerusalém, e mandou mensageiros à sua frente”.
Neste Domingo, o Evangelho diz-nos que “o Senhor designou setenta e dois discípulos e enviou-os, dois a dois, à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir”.
Começamos por verificar que a missão daqueles “enviados” é ir à frente de Jesus, preparando-Lhe o caminho, anunciado a sua próxima chegada.
Os mensageiros são em número bastante mais elevado do que o dos doze, ou apóstolos, e aproximam-se do elenco dos povos que os antigos tinham estabelecido, setenta, como se pode ler no livro do Génesis, pelo que o evangelista Lucas quer certamente dizer que o Evangelho não é reservado aos israelitas, mas destina-se a todos os povos, de forma que nenhum fique excluído.
Os discípulos são enviados dois a dois, talvez para explicar que eles devem “testemunhar”, já que no direito judaico, de facto, para a validade de um testemunho requeria-se pelo menos a declaração de duas testemunhas. A embaixada de Jesus, era pois formada por trinta e seis pares. Contudo, tendo em conta a multiplicidade de lugares a visitar, o número torna-se insuficiente, pelo que Jesus se lamenta: “A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara”.
No entanto, apesar da generosidade e disponibilidade daqueles que aceitam o convite do Mestre, o mesmo adverte-os de que a missão não é fácil: “Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos”, e faz-lhes uma exigência: “Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis muito pelo caminho”.
A seara continua a ser grande; os trabalhadores são cada vez menos. Por acaso já tomámos consciência de que Jesus nos quer também enviar em missão? Como temos respondido aos seus apelos?

nº 761 I 04 JULHo ‘10

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