
Na Chama Viva do Carmo nº 636, de 24 de Junho passado, motivados pela ocorrência da celebração do I centenário da sua morte, publicávamos uma pequena biografia de S. Rafael Kalinowski. É um santo marcante na vida da nossa ordem, da igreja polaca e também da universal. Ao encerrarmos o seu centenário registamos aqui alguns testemunhos eloquentes sobre a sua vida santa. Só podem ser lidos com profunda reverência e agradecimento. Agradecemos ao Senhor ser ele nosso modelo eficaz no caminho da santidade; reverenciámo-lo porque hoje melhor que nunca podemos rezar como os seus companheiros de prisão: pela oração de s. Rafael Kalinowski, salvai-nos senhor!
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«JOSÉ ESTAVA CHEIO
de actos de misericórdia; sem se queixar suportava todas as dificuldades. A sua bondade, a sua devoção e a sua vida ascética comoveram tanto os seus companheiros de desterro que na Ladainha dos Desterrados inseriram esta litania: ‘Pela oração de Kalinowski, salvai-nos Senhor!’.»
(Testemunho de Michal Janik, escritor)
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«TINHA TODAS AS QUALIDADES
dum anjo e nenhum dos defeitos dos humanos. A sua tolerância angelical, o seu amor pelo género humano, o seu respeito pelas opiniões diferentes, etc., faziam dele uma pessoa duma qualidade humana tal, que não existe hoje alguém parecido entre a geração actual.
Se alguém pode ser considerado como santo, na primeira fila da santa memória está o padre Rafael.»
(Duma carta ao irmão mais novo de S. Rafael, escrita pelo Prof. Benedykt Dybowski,
católico que havia abandonado a fé, com quem o nosso Santo trabalhou numa investigação científica no Lago Baika, na Sibéria.)
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«COMO É BELA A VIDA DESTE HOMEM!
Vive entregue à oração e ao bem-fazer; ocupa-se nas boas obras. Na cidade de Usole chamam-lhe O Santo e até o maior dos ateus teve de admirar com extraordinária modéstia a sua verdadeira superioridade. Se houvesse uma criança abandonada, ele educava-a; se houvesse um doente para atender, aí se encontrava ele; se era necessário fazer algum trabalho incómodo, era o primeiro a fazê-lo; e estava sempre presente na igreja e no confessionário; que Deus o salve por todas as suas virtudes.»
(Da carta duma deportada,
escrita desde a cidade de Irkurk.)
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«ERA PARA AS ALMAS RELIGIOSAS
um pai, um irmão, o amigo mais sacrificado e o mais fiel imitador do nosso Divino Salvador... Quanto mais dificuldades uma pessoa lhe causava, mais ele mostrava a sua misericórdia e a sua entrega. Não suportava a mais pequenas das imperfeições numa pessoa consagrada.
(Testemunho duma Carmelita Descalça.)
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«JOSÉ ESTAVA CHEIO
de actos de misericórdia; sem se queixar suportava todas as dificuldades. A sua bondade, a sua devoção e a sua vida ascética comoveram tanto os seus companheiros de desterro que na Ladainha dos Desterrados inseriram esta litania: ‘Pela oração de Kalinowski, salvai-nos Senhor!’.»
(Testemunho de Michal Janik, escritor)
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«TINHA TODAS AS QUALIDADES
dum anjo e nenhum dos defeitos dos humanos. A sua tolerância angelical, o seu amor pelo género humano, o seu respeito pelas opiniões diferentes, etc., faziam dele uma pessoa duma qualidade humana tal, que não existe hoje alguém parecido entre a geração actual.
Se alguém pode ser considerado como santo, na primeira fila da santa memória está o padre Rafael.»
(Duma carta ao irmão mais novo de S. Rafael, escrita pelo Prof. Benedykt Dybowski,
católico que havia abandonado a fé, com quem o nosso Santo trabalhou numa investigação científica no Lago Baika, na Sibéria.)
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«COMO É BELA A VIDA DESTE HOMEM!
Vive entregue à oração e ao bem-fazer; ocupa-se nas boas obras. Na cidade de Usole chamam-lhe O Santo e até o maior dos ateus teve de admirar com extraordinária modéstia a sua verdadeira superioridade. Se houvesse uma criança abandonada, ele educava-a; se houvesse um doente para atender, aí se encontrava ele; se era necessário fazer algum trabalho incómodo, era o primeiro a fazê-lo; e estava sempre presente na igreja e no confessionário; que Deus o salve por todas as suas virtudes.»
(Da carta duma deportada,
escrita desde a cidade de Irkurk.)
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«ERA PARA AS ALMAS RELIGIOSAS
um pai, um irmão, o amigo mais sacrificado e o mais fiel imitador do nosso Divino Salvador... Quanto mais dificuldades uma pessoa lhe causava, mais ele mostrava a sua misericórdia e a sua entrega. Não suportava a mais pequenas das imperfeições numa pessoa consagrada.
(Testemunho duma Carmelita Descalça.)
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«JOSÉ KALINOWSKI,
actualmente Padre Rafael, era um homem de grande carinho e de extraordinária amabilidade, um verdadeiro anjo de bondade. Quando os russos falavam dele, diziam: «o Santo polaco». Foi a sua fama de santidade que o salvou da forca. Quando Murawiew, o cruel governador russo de Vilna o quis enforcar, um dos seus generais explicou-lhe que Kalinowski era estimado como santo, não apenas entre os polacos mas também entre os russos. E sentenciá-lo era torná-lo mártir dos polacos. No Natal de 1865 estávamos na prisão siberiana de Usole. Éramos mais de trezentas pessoas reunidas numa só barraca, à volta das mesas para a ceia. Depois dos sacerdotes rezarem as orações em latim, fez-se um enorme silêncio cheio de comoção. Depois, segundo a tradição polaca, todos começaram a partilhar pedaços de pão obreia, desejando-se os melhores votos. Ali todos berravam por alguém a quem desejar felicidades e oferecer um pedacinho de pão com as palavras rituais. A maioria de nós rodeava Kalinowski, a quem todos amavam e admiravam. Todos queriam oferecer-lhe do seu pão unindo-se assim a ele, pensando que lhes traria felicidade. Ele andava daqui para ali: a todos sorria e dava um beijo.
As esposas dos desterrados também o chamaram. Depois foram os sacerdotes a quem ele beijava as mãos que eles escondiam, e por fim todos se abraçavam.
Esta cena não terminaria nunca, mas o cozinheiro-chefe com a sua voz potente pediu que todos se sentassem. Não o fizeram logo, pois outros se levantaram para o abraçar. Vi então muitos secarem as lágrimas depois de o terem abraçado, enquanto outros se contentaram em olhá-lo de longe como se tentassem ver nele a pátria longínqua e os seus entes queridos.
(Duma carta do P. Wenceslau Nowakowski, Capuchinho, colega de São Rafael nos trabalhos forçados no desterro da Sibéria.)
(Chama 647, 18 de Novembro de 2007)
actualmente Padre Rafael, era um homem de grande carinho e de extraordinária amabilidade, um verdadeiro anjo de bondade. Quando os russos falavam dele, diziam: «o Santo polaco». Foi a sua fama de santidade que o salvou da forca. Quando Murawiew, o cruel governador russo de Vilna o quis enforcar, um dos seus generais explicou-lhe que Kalinowski era estimado como santo, não apenas entre os polacos mas também entre os russos. E sentenciá-lo era torná-lo mártir dos polacos. No Natal de 1865 estávamos na prisão siberiana de Usole. Éramos mais de trezentas pessoas reunidas numa só barraca, à volta das mesas para a ceia. Depois dos sacerdotes rezarem as orações em latim, fez-se um enorme silêncio cheio de comoção. Depois, segundo a tradição polaca, todos começaram a partilhar pedaços de pão obreia, desejando-se os melhores votos. Ali todos berravam por alguém a quem desejar felicidades e oferecer um pedacinho de pão com as palavras rituais. A maioria de nós rodeava Kalinowski, a quem todos amavam e admiravam. Todos queriam oferecer-lhe do seu pão unindo-se assim a ele, pensando que lhes traria felicidade. Ele andava daqui para ali: a todos sorria e dava um beijo.
As esposas dos desterrados também o chamaram. Depois foram os sacerdotes a quem ele beijava as mãos que eles escondiam, e por fim todos se abraçavam.
Esta cena não terminaria nunca, mas o cozinheiro-chefe com a sua voz potente pediu que todos se sentassem. Não o fizeram logo, pois outros se levantaram para o abraçar. Vi então muitos secarem as lágrimas depois de o terem abraçado, enquanto outros se contentaram em olhá-lo de longe como se tentassem ver nele a pátria longínqua e os seus entes queridos.
(Duma carta do P. Wenceslau Nowakowski, Capuchinho, colega de São Rafael nos trabalhos forçados no desterro da Sibéria.)
(Chama 647, 18 de Novembro de 2007)
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