sábado, 1 de março de 2008

As se7e palavras de amor de Jesus na Cruz

A meditação das sete palavras de Jesus na Cruz é uma antiga tradição espiritual, que parece pouco arraigada na tradição devocional portuguesa. Ou talvez o tenha sido e eu não tenha alcançado essa época.
A verdade é que não encontrei ainda textos lusos sobre o tema. O que recolho e medito vem de outras fontes.


1. TENHO SEDE
(João 19:28)
Tenho sede, disseste, Senhor.
E o teu grito trespassa os nossos ouvidos
e invade o nosso interior
com o alcance da lâmina que alcança a divisão
do espírito e da alma.
Tu, o dador de Água Viva, tens sede!
O teu grito é o de muitos homens e mulheres.
De uma e outra margem e de todas as margens
são muitos os que gritam:
«Tenho fome! Tenho sede!
Preciso de atenção e de amor! Procuro a paz!»
E nós, Senhor, como Tu, ficamos em silêncio,
com todos os sedentos.
Dá-nos a tua sede, dá-nos o teu amor, Senhor.

2. PAI, PERDOA-LHES PORQUE NÃO SABEM O QUE FAZEM
(Lucas 23:24)

Diante das tuas palavras, Senhor,
nós ficamos calados e sem palavras.
Como é possível tanta ternura e misericórdia!
Na tarde do amor,
serenamente, ponho-me diante de Ti, Senhor;
diante de teu olhar deponho os meus segredos.
Ensina-me a perdoar sempre, como Tu perdoas.
Que a paz nasça no meu coração:
que dele brote o amor e o perdão para todos.

3. EU TE DIGO: HOJE MESMO ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO
(Lucas 23:43)

Hoje sabemos de ciência certa
que podemos contar com o teu amor.
Hoje é o teu amor quem nos espera.
Hoje sai ao nosso encontro a tua palavra,
surpreendente e fiel.
A cada pessoa Tu ofereces um pedaço de tempo
e um caminho novo;
e todos nós que andamos como perdidos,
somos, afinal, únicos no teu coração.
No dia do amor
acolhemos a tua promessa de vida
e a certeza de que a tua palavra
acende a esperança em nossos corações.

4. MULHER, EIS O TEU FILHO... EIS AÍ A TUA MÃE
(João 19:26-27)

Uma palavra e um olhar... para a tua Mãe.
Outrora na gruta de Belém, agora na cruz,
sempre está presente a tua Mãe.
Olhamos a cena em silêncio:
Maria junto à cruz, disposta à dor e ao amor.
E próximo dela e o discípulo amado,
e no discípulo amado estamos todos nós,
amados e acompanhados pela ternura da Mãe.

5. MEU DEUS, MEU DEUS, PORQUE ME ABANDONASTE?e?
(Marcos 15:34)

Dói-me o teu ‘porquê?’ dito naquela hora difícil.
Porém, Senhor, também me consola.
Com frequência, da minha boca saem porquês:
são tantas as coisas que eu não entendo!
Apesar de tudo confiaste ao Pai,
e invoca-l’O com carinho,
porque o amor pode mais que o ódio,
a luz que as trevas.

6. PAI, NAS TUAS MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO
(Lucas 23:46)

Reparo agora como a cada recanto do caminho
Tu te sentias bem em dizer Pai.
Agora, no fim, repete-lo com emoção: Pai!
E num abandono confiado
pões a tua vida nas suas mãos
E o perfume do teu corpo partido espalha-se
pelo mundo inteiro para sempre.
Estás sem alento nos pulmões, e és a Vida!
Tens os pés destroçados, e és o Caminho!
As palavras presas na garganta, e és a Verdade!

7. TUDO ESTÁ CUMPRIDO
(João 19:30)
Esta foi, Senhor, a Tua última palavra na terra.
É o teu ámen ao Pai.
A tua morte não é o fim. É o começo.
Em breve chegará o milagre do Espírito Santo,
a festa dos dons.
As chuvas estão quase a terminar
e já se vêem os rebentos das videiras.
Oh!, já se ouve pelos montes a voz do Amado!
A loucura do teu amor por nós
tem ainda lugar na nossa história.
Ó que belo final!
Obrigado, Senhor!
Ámen!

(Chama 662 -­ 02 Março ’08)

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