sábado, 16 de julho de 2011

AVISOS

SEGUNDA | 18
Beato Bartolomeu dos Mártires, bispo (MO)

TERÇA | 19
Nossa Senhora, Mãe da Divina Graça (MO)

QUARTA | 20
Santo Elias, profeta (Festa)

SEXTA | 22
Santa Maria Madalena (MO)

SÁBADO | 23
Santa Brígida, religiosa, Padroeira da Europa (Festa)

Encerramento do Ano Pastoral
Com a Solenidade de Nossa Senhora do Carmo encerramos o Ano Pastoral. Aos domingos, durante os meses de verão será suprimida a oração de vésperas, sendo substituída pela recitação do Terço

Domingo das  Missões Carmelitas
O ofertório realizado para as Missões Carmelitas, realizado no passado fim de semana rendeu €568,67.

Chama n.º nº 805 | 17 Julho ‘11

MÃE E RAINHA

Alguns  cristãos que participaram nas Cruzadas do Oriente, depois terem colaborado na reconquista da Terra Santa, e dos Lugares Santos, quiseram abraçar um novo estilo de vida, procurando imitar o Profeta Elias.
Solicitaram a Santo Alberto, Patriarca  Latino de Jerusalém, uma regra de vida, de acordo com os seus ideais. Atendido o seu pedido, eles mesmos se intitularam “Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo”, escolhendo Maria como Mãe e Rainha.


Chegamos ao Domingo de Nossa Senhora do Carmo!
Celebrar Nossa Senhora do Carmo é um convite a contemplar as nossas origens, como há mais de quatro séculos exortava Teresa de Jesus a fazê-lo às suas irmãs religiosas.
Todos nós temos um certo carinho pelo local em que nascemos, pela nossa terra. Mesmo que há muito a tenhamos deixado ela tem sempre para nós um sabor especial, pois foi aí que bebemos o primeiro leite, foi aí que fizemos as primeiras amizades, foi aí que pela primeira vez contemplámos o sol e a natureza.
Por isso, não é de admirar, que desde sempre  os cristãos  tenham tido, pela   Terra Santa, um carinho especial, aliás sentimento idêntico ao que os judeus nutriam em relação a Jerusalém.
Muitos cristão rumavam àquelas paragens para percorrer os mesmos caminhos que Jesus tinha palmilhado, visitar os locais onde se realizaram os seus milagres, mas sobretudo, os Lugares Santos de Jerusalém intimamente ligados ao Mistério Pascal. Uns peregrinavam à Terra Santa por pura devoção, enquanto outros aí se dirigiam 
para cumprir as penas impostas no sacramento da penitência, quando graves eram os seus pecados! No entanto, todos os que peregrinavam a Jerusalém eram chamados “Palmeiros”, porque, durante a viagem, levavam, como distintivo, uma palma na mão.
Não admira, pois, que a Europa cristã entrasse em choque quando a  Terra Santa foi ocupada pelos Turcos Seljúdiças, vedando o caminho aos peregrinos cristãos. Papa, imperadores, reis e bispos apelaram à Cruzada Santa, para reconquistar os queridos Lugares Santos. Muitos foram os que se alistaram, uns, quais mercenários, procurando repartir os “despojos”, outros movidos pela fé mais genuína.
Entre estes devemos incluir aqueles cruzados que estiveram na origem da Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Terão certamente lamentado os atropelos que muitos colegas terão cometido, e sei lá, talvez, para reparar os males causados, decidiram dar início a uma piedosa e penitente forma de vida.
Retiraram-se para o bíblico Monte Carmelo, o “Jardim” ou “Vinha do Senhor”, onde Elias  venceu os idólatras de Baal, e procurando imitá-lo deram início a uma nova forma de vida consagrada. Para melhor alcançar os seus intentos pediram ao Patriarca Latino de Jerusalém, Alberto Avogrado, uma regra de vida, diferente daquelas que já se viviam no Ocidente, especialmente a de São Bento de Núrsia.
O Santo Patriarca acedeu ao pedido daqueles eremitas, e poderíamos a resumir a Regra do Carmo a “meditar dia a noite a lei do Senhor”.
Além disso a Regra preconizava: “O oratório, conforme for mais fácil, construa-se no meio das celas e aí vos devereis reunir todos os dias pela manhã para participar na celebração eucarística, quando as circunstâncias o permitam”.  
Por estranho que pareça na Regra de Santo Alberto não há qualquer referência a Nossa Senhora!
No entanto, quando os eremitas do Monte Carmelo construíram o oratório que  se situava no centro das celas, dedicaram-no a Nossa Senhora do Monte Carmelo, e a partir de então começaram a intitular-se “Irmãos  da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo”.
Os Carmelitas intitularam-n’A Irmã, mas acolheram-n’A como Mãe,  a quem pretendiam amar e imitar, mas também acorrer nos momentos mais difíceis, alguém com quem sempre pudessem contar. 
Contudo, também a intitularam Rainha, como muitas vezes podemos constatar na iconografia, mormente no Oriente, onde  ela está sentada no seu trono, e reflectindo-se igualmente nas invocações carmelitanas: “Rainha e Formosura do Carmelo”, “Rainha dos Mares”, etc.
Honremos Nossa Senhora do Carmo como Rainha e Ela proteger-nos-á como Mãe!
Foi isso mesmo que ela prometeu a São Simão Stock, quando em Aylesford, Inglaterra, lhe entregou o Escapulário no ano de 1251.

Chama nº 805 | 17 Julho ‘11

ORAÇÃO À MÃE DO CARMO

É grande a devoção a Nossa Senhora do Carmo! Para isso contribuíram os carmelitas presentes nas mais diversas partes do mundo, bem como a devoção do Escapulário.
Por isso não admira que poetas, músicos e o povo simples tenham enriquecido o cancioneiro carmelitano, dedicando-lhe numerosos hinos e cânticos. Igualmente  numerosas são as orações à Rainha do Carmo, que os devotos lhe dirigem em momentos de aflição.
Aqui deixamos uma dessas orações para com ela podermos honrar a Rainha e Formosura do Carmelo: 

Ó Santíssima Imaculada Virgem Maria, 
Ornamento e glória do Monte Carmelo, 
Vós que velais tão particularmente 
Sobre os que trazem 
O vosso santo Escapulário, 
Velai também, bondosa, sobre mim, 
E cobri-me com o manto 
Da Vossa maternal protecção. 
Fortalecei a minha fraqueza 
Com o Vosso poder, 
E dissipai, com a vossa luz, 
As trevas do meu coração.
Aumentai em mim a fé, 
A esperança e a caridade. 
Ornai a minha alma com todas as virtudes, 
A fim de que ela se torne sempre 
Mais amada do Vosso Divino Filho. 
Assisti-me durante a vida, 
Consolai-me com a vossa amável presença 
Na hora da morte, 
E apresentai-me à Santíssima Trindade, 
Como vosso filho 
E fiel servo Vosso, 
Para que eu possa louvar-Vos 
Eternamente no Céu. 
Ámen.

Chama n.º nº 805 | 17 Julho ‘11

sábado, 9 de julho de 2011

AVISOS

DOMINGO | 10 
Domingo das  Missões Carmelitas.
O ofertório das missas deste fim de semana destina-se a financiar os projectos missionários da nossa Província.

SEGUNDA | 11
São Bento, abade, Padroeiro da Europa (Festa) 

QUARTA | 13
Santa Teresa de Jesus dos Andes, virgem (MO)

SEXTA | 15
São  Boaventura, bispo e doutor da Igreja (MO)

SÁBADO | 16
Nossa Senhora do Carmo (Solenidade)
» 08h,00: Eucaristia
» 17h.00: Bênção das Crianças
» 21h.00: Procissão de nossa Senhora do Carmo, seguida de Eucaristia.

Homenagem ao Fr. Silvino
No próximo Domingo, dia 17, o Grupo “Adoramus Te” promove uma homenagem ao seu assistente espiritual, o Fr Silvino.
Após a Eucaristia da tarde, às 20h.00 , haverá um pequeno convívio com partilha de “farnéis”.

Chama nº 804 | 10 Julho ‘11

LOUVAR O SENHOR!

Hoje somos convidados a  louvar o Senhor! Se em cada momento da nossa vida o devemos fazer, hoje temos motivos mais que suficientes para o fazer. Fazemo-lo, porque estamos já a viver a festa de Nossa Senhora do Carmo! Fazemo-lo porque no próximo Sábado, Solenidade de Nossa Senhora do Carmo, serão ordenados cinco novos carmelitas, no Santuário do Menino Jesus de Praga, em Avessadas!
Nestes tempos  em que escasseiam as vocações religiosas e sacerdotais, nunca em Portugal a nossa Ordem, em mais oito década, teve tantos ordenandos numa mesma cerimónia.
Louvamos o Senhor, porque nesse dia serão ordenados o primeiros sacerdotes carmelitas descalços de Timor Leste e o primeiro carmelita angolano! Este é um  momento único na  breve história  da nossa Província religiosa. 
Assim, no Santuário do Menino Jesus, em Avessadas, Marco de Canaveses, pelas 16h.00 do dia 16 de Julho receberão a ordem do presbiterado  Fr. João Rego de Viana do Castelo, o Fr. Marco Caldas de Melgaço, o Fr. Daniel Jorge de Angola, e o Fr. Nuno Pereira e o Fr. Noé Martins, ambos  de Timor Leste. Estes jovens carmelitas serão ordenados pelo Sr. Bispo do Porto, D. Manuel Clemente que terá como concelebrantes o bispo D. Ximenes Belo e vários sacerdotes. 
Embora os novos ordenandos já estejam integrados nas suas comunidades, nas quais irão colaborar nos próximos tempos, no entanto a nossa Província tem por diante novos desafios, pois sabemos que temos a responsabilidade de fazer com que o Carmo Descalço se torne uma realidade em Timor Leste, pois além do Fr. Nuno e do Fr. Noé já temos entre dois novos aspirantes timorenses, e outro tanto devemos pensar em relação a Angola donde é natural o Fr. Daniel, aliás, as terras do “Congo” foram  o destino da primeira expedição missionária do Carmo Descalço, ainda em vida de Santa Teresa, e aí, durante séculos, os carmelitas marcaram presença.
Por tudo isso devemos louvar o Senhor!

Chama nº 804 | 10 Julho ‘11

FESTAS DE NOSSA SENHORA DO CARMO

PROGRAMA 2011

09 Julho | SÁBADO
[Início da Novena de Nossa Senhora      do Carmo]      
* 8h.00 - Eucaristia   
* 18H.00: Oração Mariana [Carmelitas  Seculares]
* 18H.30: Eucaristia

10 Julho | DOMINGO
* 10h.00 - Eucaristia
* 11h.30 - Eucaristia
* 18h.00 - Oração Mariana [Confraria  de Nossa Senhora do Carmo]
 * 18.30 - Eucaristia

11 Julho | SEGUNDA-FEIRA
* 8h.00 - Eucaristia
* 21h.00 - Oração Mariana [Grupo Adoramus Te]
* 21h.30 Eucaristia

12 Julho | TERÇA-FEIRA
* 8h.00 - Eucaristia
* 21h.00 - Oração Mariana [Coro Cântico Espiritual, Coro Lauda Carmeli e Coro Aurora da Manhã]    
* 21h.30 Eucaristia

13 Julho | QUARTA-FEIRA
* 8h.00 - Eucaristia
* 21h.00 - Oração Mariana [Zeladoras dos Altares, e Grupo de Liturgia]
 * 21h.30 Eucaristia 

14 Julho |(QUINTA-FEIRA)
* 8h.00 - Eucaristia
* 21h.00 - Oração Mariana [Voces Carmeli e Paris Carmeli]
* 21h.30 Eucaristia 
[nesta celebração teremos presente todos os defuntos da família carmelita, de um modo especial os defuntos da Confraria de Nossa Senhora do Carmo, bem como todos os devotos do Escapulário]

15 Julho | SEXTA-FEIRA
  * 08h.00 - Eucaristia
* 21h.00 - Oração Mariana [Ministros da Comunhão, Leitores e Visitadores dos Doentes]
* 21h.30 Eucaristia 

16 Julho | SÁBADO
[SOLENIDADE DE NOSSA SENHORA DO CARMO]
* 8h.00 - Eucaristia
* 17H.00 - Consagração das Crianças
* 21h.00 - Procissão em honra de Nossa Senhora do Carmo   
[Percorre as artérias: Rua do Carmo, Rua Eng. Oudinot, Rua Dr. Alberto Souto, Rua Guilherme Gomes Fernandes, Rua do Gravito e Rua do Carmo]
* Após a Procissão seguir-se-á a Eucaristia.

17 Julho |(DOMINGO)
* 10h.00 - Missa Festiva
* 11h.30 - Missa Festiva 
* 18h.00 - Oração Mariana
* 18h.30  - Missa Festiva
No final far-se-á a Procissão do Silêncio com a Consagração a Nossa Senhora

N.B: Quem participar pelo menos em cinco dias da Novena,  e quem visitar a Igreja do Carmo no dia 16 de Julho poderá obter Indulgência Plenária.

Recomenda-se aos Irmãos da Confraria de Nossa Senhora do Carmo o uso do Escapulário grande durante a Novena.

Chama n.º 804 | 10 Julho ‘11

sábado, 2 de julho de 2011

AVISOS

SEGUNDA | 04
Santa Isabel de Portugal ( MO)

QUARTA | 06
Santa Maria Goretti, virgem e mártir (MF) 

QUINTA | 07
Primeira Quinta-feira do mês
» 17h.45:  Exposição e Adoração do Santíssimo
Neste tempo de oração, orientado pelos Ministros da Comunhão,  rezaremos pelas vocações, particularmente pelas vocações à nossa Ordem.

SÁBADO | 09
Início da Novena de Nossa Senhora do Carmo
» 18h.00: Oração Mariana [ Carmelitas Seculares]

DOMINGO | 10 
Domingo das  Missões Carmelitanas.
O ofertório das missas deste fim de semana destina-se a financiar os projectos missionários da nossa Província.
» 18h.00: Oração Mariana [Confraria do Carmo]

Os irmãos da Confraria de Nossa Senhora do Carmo que pretendam integrar a Procissão que se vai realizar no próximo dia 16  de Julho, devem contactar algum elemento da Mesa, para uma melhor orgnização da mesma.

Chama n.º 803 | 03 Julho ‘11

COMENTÁRIO

O trecho do Evangelho deste Domingo é uma oração de louvor, dirigida por Jesus ao Pai. Num momento em que a sua missão parecia fracassar,  devido à recusa que  fariseus e escribas tinham feito da sua palavra, depois  de muitos O terem abandonado, Jesus não cai em desânimos, pelo contrário, aproveita a circunstância para louvar o Pai.
Nesta breve oração Jesus faz três afirmações fundamentais: só o Filho é capaz de revelar o verdadeiro rosto do Pai; a revelação do Pai é feita aos pequeninos, enquanto se fecha aos sábios e inteligentes, e finalmente todos os que andam cansados e oprimidos podem encontrar em Cristo alívio. 
Perante estas afirmações muitas perguntas se podem levantar: Quem são concretamente os “pequeninos” aos que se manifestam os segredos de Deus? Quem são os sábios e inteligentes aos que, pelo contrário, estas verdades lhes são ocultas? O quê que foi revelado e o que se manteve oculto? 
Jesus não diz exactamente o que o Padre revelou aos simples; limita-se a dizer “estas verdades”. No entanto, é fácil de compreender que se trata do Evangelho na sua totalidade, isto é, a nova compreensão de Deus e da sua vontade expressa nas palavras e nas obras de Jesus.
Quando Jesus falava e Mateus escrevia, a expressão “os sábios e os prudentes” aplicava-se concretamente às elites religiosas de Israel, rabinos e fariseus, que permaneciam cegos perante a clarividência das palavras de Jesus, e se irritavam pela sua pregação ser dirigida aos pobres e humildes. Por isso, “pequenino” não se opõe a adulto (e, portanto, não designa as crianças), mas sim, opõe-se a sábio e prudente. Pequenos são os homens sem cultura, sem competência religiosa, sem grandes dialécticas; eram os chamados homens da terra, os pobres aldeãos da Galileia, aos quais doutores da Lei e os fariseus desprezavam.
Hoje, sentimo-nos “pequeninos”, ou, pelo contrário, somos auto-suficientes, como os fariseus e escribas, e rechaçamos o Evangelho de Jesus? 

Chama n.º 803 | 03 Julho ‘11

PALAVRAS DE ESPERANÇA

O escritor e pensador francês George Bernanos diz que a Igreja tem o monopólio da alegria. 
Nos tempos que nos toca viver no presente, em que a situação de crise nos ataca por todos os lados, crise não só económica e financeira, mas também, e sobretudo, uma crise de valores éticos e religiosos, a mensagem do Documento Conciliar “Gaudium et Spes” [Alegria e Esperança] é mais do que necessária e oportuna
Já se encontra entre nós há mais de um mês! Alguns já o conhecem, quer pela celebração do Sacramento da Reconciliação ou da presidência da Eucaristia, e outros de encontros mais personalizados.
Estamos a referir-nos ao Sr. Padre Fernando Reis, o novo superior da Comunidade de Aveiro.
Para que as suas palavras pudessem chegar a todos, sugeri-lhe que escrevesse  um pequeno artigo para a “Chama Viva”. Aceitou o desafio e aqui deixamos o texto:
“Gaudium et Spes, ou em linguagem portuguesa ‘Alegria e Esperança’ é o quarto de muitos documentos promulgados pelo Concílio Vaticano II com o título oficial “Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo actual”. Estamos a falar do século XX, naquele espaço de tempo entre 1959-1965.
O mundo, a sociedade e a história tem altos e baixos, alegrias e tristezas, épocas de conforto e bem-estar, mas também épocas de profunda crise. E o Concílio Vaticano II não quis apenas falar de aspectos doutrinais e teológicos, mas ser um marco de luz e de esperança para o mundo, atormentado com tantas tragédias, fome, pobreza e guerra. Então os Padres Sinodais quiseram vincar também os aspectos pastorais da Igreja e estar bem mais perto dos homens, partilhar as suas angústias e inquietações, mostrando-se mais solidários com eles. É que o nome de Deus é ‘Emmanuel’ que quer dizer ‘Deus connosco’. Ele está no meio de nós; é um Deus que partilha, que vive a nossa condição humana e sofre connosco. E os responsáveis da Igreja tomaram consciência que esta não deveria mais estar afastada do mundo, de costas voltadas para o mundo, mas estar aberta ao mundo, sofrer com os problemas do mundo, sendo solidária, vencendo os medos, os temores e a ‘fuga mundi’. A Igreja, guiada e iluminada pelo Espírito, conseguiu dar a volta e ser cada vez mais Mãe e Mestra para este mundo. Daí a razão deste Documento do Vaticano II ser intitulado ‘Alegria e Esperança’. A Igreja quis e quer ser porta-voz desta mensagem. 
O escritor e pensador francês George Bernanos diz que a Igreja tem o monopólio da alegria. O mundo não resolve verdadeiramente os problemas do homem.
E nos tempos que nos toca viver no presente, em que a situação de crise nos ataca por todos os lados, crise não só económica e financeira, mas também, e sobretudo, uma crise de valores éticos e religiosos, a mensagem deste Documento ‘Alegria e Esperança’ é mais do que necessária e oportuna, pois as pessoas já vivem na descrença e na desconfiança no referente às instituições e em que se diz que Portugal bateu no fundo.
A voz da Igreja não deve de ser de pessimismo nem de derrotismo, mas uma voz que clama Esperança, pois das cinzas ainda é possível fazer reavivar a chama da Vida.
O Concílio Vaticano II deixou à Igreja e ao mundo cristão um espírito novo, um humanismo novo, uma nova esperança e uma nova visão, histórica e transcendente, do mundo em que vivemos. Se todos os Concílios, depois de terminados, continuam ressoando na história, este Vaticano II está chamado a exercer uma influência profunda dentro da Igreja e fora dela. Nunca, na história dos Concílios, se acendeu e projectou um raio de luz que se possa comparar a este, pois a Igreja tomou consciência sobre si mesma e sobre a sua missão mediadora. 
Que este boletim nos faça compreender que ‘tristezas não pagam dívidas’ e que um ‘santo triste é um triste santo’.
Por isso, é hora de todos dizermos ‘corações ao alto’ e de todos respondermos ‘o nosso coração está em Deus’.”
(Pe. António Fernando Sá dos Reis)

Chama n.º 803 | 03 Julho ‘11