sábado, 20 de março de 2010

A ANUNCIAÇÃO: SERVIR É AMAR


O Anjo Gabriel, foi enviado por Deus a uma jovem chamada Maria, e então ocorreu o acontecimento mais importante da História da humanidade: a Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade no seio puríssimo de Maria. Se a misericórdia de Deus é infinita, também a disponibilidade de Maria é incomensurável, ao aceitar ser a “Serva do Senhor”, aceitando a missão que Deus lhe mendigava; fê-lo pois sabia perfeitamente que servir é amar!

Celebramos na próxima Quinta-feira, dia 25, a Solenidade da Anunciação do Senhor.
Tudo aconteceu numa pequena aldeia (ou cidade) chamada Nazaré, na Galileia, quando o Anjo Gabriel, foi enviado por Deus a uma jovem chamada Maria, e então ocorreu o acontecimento mais importante da História da humanidade: a Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade no seio puríssimo de Maria. Se a misericórdia de Deus é infinita, também a disponibilidade de Maria é incomensurável, ao aceitar ser a “Serva do Senhor”, aceitando a missão que Deus lhe mendigava; fê-lo pois sabia perfeitamente que servir é amar!
E, possivelmente, poderemos compreender melhor a missão de Maria, e o seu imenso amor à humanidade, lendo o texto da Anunciação, que são Lucas nos oferece, compactando-o com o anúncio do nascimento de João Baptista, que o mesmo Gabriel fez a Zacarias,
O texto começa por dizer que naquele tempo o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a “uma cidade chamada Nazaré», enquanto no anúncio do nascimento do Baptista se subentendia que se tratava de Jerusalém, onde se situava o templo, embora São Lucas se tenha limitado a mencionar no relato “o santuário” como lugar apropriado para as manifestações divinas.
O contraste entre “o santuário” e a “cidade de Nazaré” é intencional. Nazaré nunca é citada no Antigo Testamento: não está ligado a promessa ou a qualquer expectativa messiânica, o que significa que esta segunda intervenção divina não vai representar uma continuidade com o passado.
Ainda que o mensageiro seja o mesmo, a primeira mensagem ia dirigido à instituição religiosa; a segunda, a uma rapariga do campo. Igualmente, em contraste com a primeira cena, o anjo Gabriel não se dirige a um homem, Zacarias, casado com una mulher, Isabel, já entrado em idade, mas sim a uma virgem, Maria, desposada, mas sem conviver ainda com um homem (José). Zacarias e Isabel estavam intimamente entroncados com a tradição sacerdotal de Aarão, pelo lado de Isabel, enquanto Maria e José pertenciam à linhagem de David, pela linhagem masculina, “José da estirpe de David”. Isabel era “estéril” e “de idade avançada”, Maria é “virgem” e recém-desposada.
A propósito de Maria, não se menciona qualquer ascendência, Maria representa “os pobres de Israel”, o Israel fiel a Deus.
Seis meses depois de Isabel ficar grávida, Deus enviou de novo o seu mensageiro, recordando “o dia sexto” da criação, em que Deus vai formar o Homem.
O Anjo “entra” na casa onde se encontra Maria
(no santuário do templo não entrou, mas unicamente “apareceu de pé à direita do altar do incenso”) e saúda-a: “Alegra-te, oh cheia de graça, o Senhor está contigo”. A salvação já se adivinha no horizonte, o que justifica essa saudação de alegria; Maria beneficia do pleno favor divino, pela sua constante fidelidade à promessa feita por Deus a Israel. Esta saudação não provoca qualquer temor a Maria, mas somente a perturba pela magnitude do seu conteúdo, ao contrário de Zacarias, que ficou perturbado com a aparição do Anjo.
Ao contrário de Isabel que tinha esperado, em vão, ter um filho, Maria vai dar à luz um filho quando ainda não o esperava, pois, embora seus pais já a tivessem desposado com José, ela segue sendo “virgem”, cumprindo-se assim a profecia anunciada por Isaías: “uma virgem conceberá e dará à luz um filho, que será chamado Emanuel»
Igualmente, ao contrário Zacarias, que devia dar ao filho o nome de “João”, agora é Maria, contra todos costumes, a que porá ao seu filho o nome de “Jesus” (“Deus salva”).
Diz-nos São Lucas, que tanto João como Jesus serão “grandes”, mas o primeiro sê-lo-á “aos olhos do Senhor”, já que será «o maior dos nascidos de mulher”, pela sua vida ascética e pela sua condição de profeta exímio, superior aos antigos, por se ter “cheio do Espírito Santo ainda no ventre de sua mãe”. Jesus, será “grande” pela sua filiação divina, por isso O reconhecerão como o “Filho do Deus Altíssimo” e receberá das mãos de Deus o trono de seu pai David.
Hoje, nesta caminhada quaresmal, somos convidados a contemplar Maria. Como ela, não nos devemos fechar nos nossos interesses pessoais, para que Deus possa também fazer maravilhas em cada um de nós!

nº 746 I 21 Março ‘10

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