sábado, 13 de março de 2010

SÃO JOSÉ: SERVO FIEL E JUSTO



Ocorre na próxima Sexta-feira, dia 19, a Solenidade de São José, esposo de Maria e Patrono da Igreja. Embora a Bíblia seja parca em palavras em relação à figura de São José, nas poucas palavras que lhe dedica, deixa ver a grandeza deste Santo, pois grande foi a sua missão nos desígnios salvíficos de Deus. No entanto o seu culto só surge no Oriente no século IV, e ao Ocidente no século XII graças à acção dos Carmelitas e dos Beneditinos, sendo Santa Teresa de Jesus uma grande impulsionadora do seu culto.

Celebramos na próxima Sexta-feira, dia 19, a Solenidade de São José, esposo de Maria e Patrono da Igreja. Embora a Bíblia seja parca em palavras em relação à figura de São José, nas poucas palavras que lhe dedica, deixa ver a grandeza deste Santo. Diz-nos a Sagrada Escritura que São José era descendente de David, e que estava desposado com Maria, ou seja Maria estava "comprometida" com José (então o noivado era um compromisso definitivo, embora a noiva ficasse ainda algum tempo em casa dos pais). Ainda não coabitavam quando Maria ficou grávida pelo poder do Espírito Santo, o que faz estranhar José, pelo que pensou repudiá-la em segredo, porque sendo um homem justo, não a queria expor ao opróbrio dos homens. É então que lhe aparece, em sonhos, o Anjo do Senhor, e lhe revela a missão que Deus lhe confia: ser na terra o "pai" do próprio Filho de Deus.
Embora tenha sido grande a missão de São José nos desígnios salvíficos de Deus, a sua figura ocupa um lugar muito discreto nos Evangelhos pois a sua está totalmente em função de Cristo e não por si mesmo pelo que o poderia cognominar o homem silencioso.
Talvez isso explique o facto do culto a São José, nos primeiros séculos da Igreja, tenha passado praticamente desapercebido. O culto a São José surge no Oriente por volta do século IV, supondo-se que Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, lhe tenha dedicou uma Igreja em Belém nesse século. No Ocidente a devoção a São José ainda surge mais tarde, tendo sido divulgado a partir do século XII pelos carmelitas, que foram forçados a abandonar a Terra Santa, devido às incursões dos Turcos, e pelos beneditinos.
Por isso não admira que São José ocupe um lugar de feição na Ordem Carmelita, sendo Santa Teresa de Jesus (ou deveria chamar-se Teresa de São José?) uma grande difusora do seu culto, como se pode ler no excerto do capítulo 6 do "Livro da Vida", de Santa Teresa, que transcrevemos:
"Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e encomendei-me muito a ele. Vi claramente que, tanto desta como de outras de honra e perda de alma, este Pai e senhor meu me tirou com maior bem do eu lhe sabia pedir. Não me recordo até agora de lhe ter suplicado coisa que tenha deixado por fazer. É coisa de espantar as grandes mercês que Deus me tem feito por meio deste bem-aventurado Santo e dos perigos de que me tem livrado, tanto no corpo como na alma. A outros santos parece ter dado o Senhor graça para socorrerem numa necessidade; deste glorioso Santo tenho experiência que socorre em todas. O Senhor nos quer dar a entender que, assim como lhe foi sujeito na terra, pois como tinha nome de pai, embora sendo aio, O podia mandar, assim no Céu faz quanto Lhe pede. Isto têm visto, por experiência, algumas outras pessoas, a quem eu dizia para se encomendarem a ele. E assim há muitas que lhe são devotas, experimentando de novo esta verdade.
Eu gostaria de poder convencer todos a serem devotos deste glorioso Santo, pela grande experiência que tenho dos bens que alcança de Deus. Não tenho conhecida pessoa que deveras lhe seja devota e lhe presta particulares obséquios, que a não veja mais aproveitada na virtude; porque aproveita de grande modo às almas que a ele se encomendam. Parece-me que há alguns anos que, cada ano no seu dia, lhe peço uma coisa e sempre a vejo realizada; se a petição vai algo torcida ele a endireita para maior bem meu.
Se eu fora pessoa que tivesse autoridade para escrever, de boa vontade me alongaria a dizer muito por miúdo as mercês que este glorioso Santo me tem feito a mim e a outras pessoas. Mas, para não fazer mais do que me mandaram, em muitas coisas serei mais breve do que quisera. Só peço, por amor de Deus, que faça a prova quem não me acreditar e verá, por experiência, o grande bem que é o encomendar-se a este glorioso Patriarca e ter-lhe devoção. Em especial, as pessoas de oração sempre lhe haviam de ser afeiçoadas. É que não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, que tanto tempo conviveu com o Menino Jesus, sem dar graças a São José pela como ele os ajudou. Se alguém não conseguir encontrar um mestre para ensiná-lo a orar, tome este glorioso Santo como seu mestre e não errará no caminho."


nº 745 I 14 Março ‘10

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