sábado, 24 de abril de 2010

DAR A VIDA PELAS OVELHAS


Celebramos no Quatro Domingo de Páscoa, o Dia do Bom Pastor. A Tarefa do Bom Pastor foi confiada por Cristo a Pedro e aos seus sucessores. Por isso hoje tal missão encontra-se entregue ao Papa Bento XVI.
Neste Dia somos convidados a dar Graças a Deus, não só pelo Papa, mas também por todos os Pastores que se dedicam com entusiasmo ao seu Ministério Sacerdotal


Todos os anos a Igreja celebra no Quarto Domingo de Páscoa o Dia do Bom Pastor. Nesta festa, outrora tão querida dos féis, somos convidados a fixar o nosso olhar no autêntico, sincero e verdadeiro pastor: Jesus Cristo.
O trecho do Evangelho de hoje faz-nos recuar à festa da purificação do Templo, que se celebrava em Jerusalém, em finais do mês de Dezembro, em que se comemorava o restabelecimento do culto levado a cabo por Judas Macabeu, após a sua vitória contra o rei da Síria, Antíoco IV Epífanes, no século II antes de Cristo.
Esta comemoração é o pretexto e o ambiente escolhido pelo autor do quarto Evangelho para o acalorado diálogo entre Jesus e os judeus. Jesus tinha acabado de dizer aos judeus que eles não eram ovelhas do seu rebanho, contrapondo-os às suas ovelhas, aquelas que O conhecem, O seguem e às quais dá a vida eterna; ovelhas, essas que ninguém as pode arrebatar das suas mãos, porque foi o Pai quem Lhe as confiou, e ninguém as pode retirar a Deus.
A tarefa do Bom Pastor, foi por Cristo confiada a Pedro e aos seus sucessores, pelo que hoje tal missão se encontra entregue ao actual Papa Bento XVI. Infelizmente temos de confessar, como naturalmene é do conhecimento de todos, que a figura do Papa tem sido tão achincalhada nos últimos tempos!
Há forças, não diria “diabólicas”, mas maldosas que pretendem denegrir a imagem do Papa, e, simultaneamente, a imagem da Igreja.
Alguns católicos, e muitíssimos não Católicos, e nos quais não temos pudor em incluir todos os que partilham a “moral” laicista, que vêem a Igreja como uma instituição a abater, pois, felizmente a Igreja não se cala perante tantas aberrações que pretendem impor à sociedade.
É verdade que a Igreja é formada por homens, com as suas virtudes e defeitos, com as suas debilidades (é bom lembrar que até Jesus escolheu para seu discípulo Judas Iscariotes, aquele que O havia de trair).
Mas, eu interrogo-me se aqueles que vociferam contra os escândalos praticados por alguns membros da Igreja, têm autoridade moral para o fazer. Será que todos esses que acusam a Igreja de encobrir tais delitos se esquecem que apenas um por cento é praticada por sacerdotes? (Apetece-me perguntar: Onde estão os outros 99 por cento?). E mais ainda, não será que esses que agora tanto falam tenham praticado, ou pior, praticam ainda tais abominações? Pretenderão encobrir os seus actos apontando o dedo para os outros?
No entanto, não pretendemos com isto passar uma esponja por cima destes tristes factos que ferem o coração da Igreja!
Mas a festa do Bom Pastor, convida-nos a dar graças a Deus pelos pastores que se dedicam de corpo e alma ao seu Ministério Sacerdotal.
Devemos dar graças ao Senhor porque, o Bom Pastor, segue sendo na imensa maioria dos consagrados, um modelo de referência e de coerência. Porque, o Bom Pastor, segue sendo o mais importante e essencial no coração de centenas de milhares de homens que sabem que, na fidelidade, no amor ou no silêncio, no trabalho de cada dia ou no Evangelho, é aí onde encontram o seu apoio e estímulo para seguir em frente.
O Bom Pastor, não é desde logo, aquele que vendo erguidas as orelhas do lobo, foge apavorado. O Bom Pastor não é aquele que prega uma igreja à sua medida ou constrói uma comunidade à sua imagem e esquece que a Igreja é universal ou que, a Igreja não é personalista nem uma instituição ao gosto de cada um.
Hoje, mais do que nunca, peçamos pelos sacerdotes. Estamos quase terminar o Ano Sacerdotal. Infelizmente não foi um ano tão florido como apontavam as expectativas, devido a tantos acontecimentos que feriram, e ferem, o rosto da Igreja.
Peçamos ao Senhor que, neste dia do Bom Pastor, os sacerdotes sejam capazes de conduzir, com entusiasmo e renovada esperança, todos os fiéis a desfrutar desses vales, daquelas pastagens, daquela comida que Jesus, o Bom Pastor, tão entusiasticamente prometera, e oferecera, a tantos dos seus seguidores, e confirmando-o dando a vida, na Cruz, pelas suas ovelhas.

nº 751I 25 AbRil ‘10

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