sábado, 1 de janeiro de 2011

JESUS: A LUZ DAS NAÇÕES

Jesus é a Luz das Nações, que quer iluminar todos os homens. No entanto, cada um é livre de fazer a sua opção: uns, como os agnósticos ignoram-n’O; outros, como Herodes, porque se sentem incomodados, procuram eliminá-l’O, enquanto outros, à semelhança dos Magos e dos Pastores, acolhem-n’O no coração, e sentem alegria em anunciar a sua presença no mundo!

Celebramos neste primeiro Domingo de 2011, em Portugal, por motivos pastorais, a Solenidade da Epifania do Senhor, já que no calendário universal da Igreja continua a celebrar-se no dia 6 de Janeiro aquela que entre nós era conhecida pela Festa dos Reis.
É verdade que esta Solenidade nos traz à memória os Reis Magos, Gaspar, Baltasar, e Melchior, que dos confins do mundo, vêm adorar o Filho de Deus, mas o mais importante desta Solenidade, como o próprio nome indica, “epifania” quer dizer “revelação”, é o facto de Jesus se manifestar a todos os homens.
De facto o Natal, parece apresentar o povo judeu como o único destinatário da Salvação, que Jesus, o Emanuel, veio trazer à terra. Na Epifania constatamos que, afinal, a Salvação é um dom oferecido a todos os povos, como tão maravilhosamente a piedade popular soube interpretar, chamando reis aos magos, e também ao atribuir a cada um a cor das grandes raças então conhecidas! 
No Natal, no Evangelho da missa da noite, podemos ler: “O Anjo do  Senhor aproximou-se deles [os pastores] e a glória do Senhor cercou-os de luz, e eles tiveram grande medo”. Também o evangelho da Epifania nos fala de uma luz: “Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente; ‘onde está – perguntaram eles – o rei dos Judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela e viemos adorá-l’O’!”.
É também interessante ver que a reacção dos pastores e dos magos, ao aproximarem-se de Jesus é a mesma: todos se enchem de alegria: “os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado”. Também os Magos têm o mesmo sentimento quando, depois de terem recebido as informações pedidas a Herodes, se põem a caminho: “E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o local onde esta o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria; entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoram-n’O”.
A luz que guiou os Pastores e os Magos, e também nos guia a nós, é a fé. Esta é a estrela que nos conduz a Cristo. É um dom de Deus, uma iluminação, e não um bem que  nos pertença em exclusivo, como nos lembra Cristo: “Ninguém pode vir a Mim sei não for atraído pelo Pai que Me enviou”. Não se pode chegar à luz da verdade revelada mediante o recurso exclusivo da razão humana, pois é  sempre  necessária a revelação de Deus. 
Mediante a fé “conhecemos” realmente a Deus, ainda que este conhecimento seja imperfeito, mas a fé indica-nos o caminho, como fez com os Magos, que temos de percorrer para nos encontrarmos com Cristo. Por vezes podemos, inclusive, desorientar-nos e, sentirmo-nos desanimados, como acontecera com os Magos, quando deixaram de ver a estrela.
No entanto essas situações mais obscuras são temporárias e devem ser vistas como provas à nossa fé. E aqui mais uma vez temos o exemplo dos magos; não voltaram para trás, mas ao contrário procuraram conselhos consultando os homens versados nas Escrituras, capazes de lhes dar informações acerca do local do nascimento de Cristo, a verdadeira luz. Também nós deveríamos procurar conselho juntos daqueles que, pelo seu saber e experiência, estão em condições de nos ajudar; necessitamos dos conselhos de homens e mulheres que conhecem realmente a palavra de Deus, não esquecendo de acrescentar a nossa oração  perseverante.
Mas a luz da fé é algo que pode e deve ser partilhado; necessitamos do testemunho dos outros, mas estamos também obrigados a “dar testemunho da luz”, com o exemplo da nossa da vida, de um fé viva, que vale mais que todas as belas palavras e discursos  que   possamos fazer.
Jesus é a Luz das Nações, que quer iluminar todos os homens. No entanto, cada um é livre de fazer a sua opção: uns, como os agnósticos ignoram-n’O; outros, como Herodes, porque se sentem incomodados, procuram eliminá-l’O, enquanto outros, à semelhança dos Magos e dos Pastores, acolhem-n’O no coração, e sentem alegria em anunciar a sua presença no mundo!  

Chama nº 777 | 02 Janeiro ‘11

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