
Há dias ouvíamos um desabafo de alguém que dizia que, nos próximos anos Portugal teria de importar trabalhadores qualificados da construção civil para as grandes obras que se estavam a lançar, ou em vias de lançamento, como seja o novo pacote de auto-estradas, e das novas barragens (e nem sequer foram referidas as empreitadas do comboio de alta velocidade), porque nos últimos anos houve uma deslocação maciça de operários da construção civil, para Espanha, e que os mesmos não estariam dispostos a regressar tendo em conta a disparidade de salários entre os dois países! Parece que temos "messe", mas poucos trabalhadores!
Talvez isto nos ajude a penetrar no âmago do Evangelho deste Domingo. Caminhava Jesus, anunciando o Reino. Quando uma grande multidão O acompanhava, e ao ver a multidão "encheu-se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas , como ovelhas sem pastor", e então disse aos seus discípulos: "a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos; pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara".
Quando uma obra surge é natural que falte tudo, como faltou à Igreja no seu início. Jesus tomou nos seus ombros a difícil tarefa de fundar a Igreja. Começou por anunciar a Boa Nova do reino, e muitos, desapontados como o judaísmo instalado e ritualista, aderiram aos seus ensinamentos e seguiam-No por todos os recantos da Galileia. Tudo estava no princípio, e por isso tudo faltava. Era necessário que Jesus tivesse mais colaboradores no anúncio da sua Mensagem, e Ele mesmo dirigindo-se aos seus discípulos, pede-lhes que rezem para que o dono da Seara envie mais trabalhadores...
Passados vinte séculos, as palavras do Mestre continuam actuais; de facto messe é cada vez maior e os trabalhadores cada menos.
Hoje a Igreja debate-se com uma terrível crise de vocações, e mais premente na Europa. As causas podem ser diversas:
Porque não rezamos suficientemente ao Senhor.
Porque os que deveriam chamar não o fazem ou fazem-no mal!
Porque os que poderiam responder fazem ouvidos moucos.
Porque a nossa vivência cristã nem entusiasma nem causa ilusão.
Porque os valores que a sociedade nos propõe são opostos ao do Evangelho, etc.
No entanto, seja qualquer que seja a razão é que hoje em muitas igrejas locais o problema vocacional é muito grave. Mas convém recordar que os operários provêm da mesma messe, ou seja, a messe não está madura até que não dê trabalhadores! Enquanto uma comunidade cristão não der frutos vocacionais, seja uma igreja local, seja mesmo a igreja doméstica, que é a família, deveria considerar-se território de missão!
Se hoje acusamos, com razão, a sociedade pela crise vocacional, também o devemos fazer às famílias. Hoje estamos a educar os jovens na idolatria pelo trabalho, pela produção e pelo êxito, e se para tal é necessário incentiva-los à perseverança, com os inerentes sacrifícios, esquecemos de lhes incutir os valores que
fazem o homem diferente de toda a criação: os ideais do altruísmo, abnegação e entrega aos irmãos.
Por isso não nos podemos lamentar depois chorando porque os jovens são frios, porque o nosso mundo está gelado!
Mas, apesar de tudo, temos de ter coragem de criar uma Igreja aberta e sem medo combatendo a apatia que invade tantos cristãos. Temos de continuar a obra do Mestre. Ele não pretendeu prescindir dos homens para levar a cabo a sua missão, e, por isso, chamou os doze Apóstolos, com nomes próprios, porque a Igreja não é uma massa anónima, mas sim um conjunto de homens e mulheres, com uma missão específica, missão essa que consiste em imitar Jesus Cristo, levando aos demais homens a mesma mensagem libertadora que ele mesmo transmitiu.
Jesus escolheu os doze e enviou-os em missão, dizendo-lhes: "Ide e proclamai que está perto o reino dos Céus: Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça". Lembrou-lhes, enfim, que em vez de exercer o seu ofício, o seu ministério sacerdotal, fariam melhor se se empenhassem em vivê-lo porque a paixão por Cristo só é contagiante quando cada um vive alegremente a sua fé, mesmo no meio da dor, porque quem gasta a sua vida no amor ganha a vida, ainda que fisicamente a possa perder.
Anunciar e comprometer-se com o reino dos céus introduz-nos cada vez mais na dor da humanidade. Quanto mais intensamente se ama, tanto mais se sente na própria carne as injustiças e os sofrimentos dos homens.
Hoje continuam a escassear operários na messe, mas Jesus continua a chamar, a apelar, a exortar a deixarmos o nosso comodismo, para que, com a nossa colaboração, possa prosseguir a sua missão.
Mas, afinal, qual é a nossa resposta?
Talvez isto nos ajude a penetrar no âmago do Evangelho deste Domingo. Caminhava Jesus, anunciando o Reino. Quando uma grande multidão O acompanhava, e ao ver a multidão "encheu-se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas , como ovelhas sem pastor", e então disse aos seus discípulos: "a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos; pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara".
Quando uma obra surge é natural que falte tudo, como faltou à Igreja no seu início. Jesus tomou nos seus ombros a difícil tarefa de fundar a Igreja. Começou por anunciar a Boa Nova do reino, e muitos, desapontados como o judaísmo instalado e ritualista, aderiram aos seus ensinamentos e seguiam-No por todos os recantos da Galileia. Tudo estava no princípio, e por isso tudo faltava. Era necessário que Jesus tivesse mais colaboradores no anúncio da sua Mensagem, e Ele mesmo dirigindo-se aos seus discípulos, pede-lhes que rezem para que o dono da Seara envie mais trabalhadores...
Passados vinte séculos, as palavras do Mestre continuam actuais; de facto messe é cada vez maior e os trabalhadores cada menos.
Hoje a Igreja debate-se com uma terrível crise de vocações, e mais premente na Europa. As causas podem ser diversas:
Porque não rezamos suficientemente ao Senhor.
Porque os que deveriam chamar não o fazem ou fazem-no mal!
Porque os que poderiam responder fazem ouvidos moucos.
Porque a nossa vivência cristã nem entusiasma nem causa ilusão.
Porque os valores que a sociedade nos propõe são opostos ao do Evangelho, etc.
No entanto, seja qualquer que seja a razão é que hoje em muitas igrejas locais o problema vocacional é muito grave. Mas convém recordar que os operários provêm da mesma messe, ou seja, a messe não está madura até que não dê trabalhadores! Enquanto uma comunidade cristão não der frutos vocacionais, seja uma igreja local, seja mesmo a igreja doméstica, que é a família, deveria considerar-se território de missão!
Se hoje acusamos, com razão, a sociedade pela crise vocacional, também o devemos fazer às famílias. Hoje estamos a educar os jovens na idolatria pelo trabalho, pela produção e pelo êxito, e se para tal é necessário incentiva-los à perseverança, com os inerentes sacrifícios, esquecemos de lhes incutir os valores que
fazem o homem diferente de toda a criação: os ideais do altruísmo, abnegação e entrega aos irmãos.
Por isso não nos podemos lamentar depois chorando porque os jovens são frios, porque o nosso mundo está gelado!
Mas, apesar de tudo, temos de ter coragem de criar uma Igreja aberta e sem medo combatendo a apatia que invade tantos cristãos. Temos de continuar a obra do Mestre. Ele não pretendeu prescindir dos homens para levar a cabo a sua missão, e, por isso, chamou os doze Apóstolos, com nomes próprios, porque a Igreja não é uma massa anónima, mas sim um conjunto de homens e mulheres, com uma missão específica, missão essa que consiste em imitar Jesus Cristo, levando aos demais homens a mesma mensagem libertadora que ele mesmo transmitiu.
Jesus escolheu os doze e enviou-os em missão, dizendo-lhes: "Ide e proclamai que está perto o reino dos Céus: Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça". Lembrou-lhes, enfim, que em vez de exercer o seu ofício, o seu ministério sacerdotal, fariam melhor se se empenhassem em vivê-lo porque a paixão por Cristo só é contagiante quando cada um vive alegremente a sua fé, mesmo no meio da dor, porque quem gasta a sua vida no amor ganha a vida, ainda que fisicamente a possa perder.
Anunciar e comprometer-se com o reino dos céus introduz-nos cada vez mais na dor da humanidade. Quanto mais intensamente se ama, tanto mais se sente na própria carne as injustiças e os sofrimentos dos homens.
Hoje continuam a escassear operários na messe, mas Jesus continua a chamar, a apelar, a exortar a deixarmos o nosso comodismo, para que, com a nossa colaboração, possa prosseguir a sua missão.
Mas, afinal, qual é a nossa resposta?
Chama nº 677 - 15 Junho ‘08
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