sábado, 13 de junho de 2009

O CORAÇÃO DE JESUS

Na próxima Sexta-feira, dia 19, celebramos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. A Vida de Jesus é um hino ao amor, mas, Jesus no seu coração é a profundidade mesma do homem. N’Ele está a fonte do Espírito que brota como água fecunda até à vida eterna.

Una pessoa com coração é uma pessoa profunda e ao mesmo tempo próxima, compreensivo, capaz de sentir emoções e de ir ao fundo das coisas e dos acontecimentos.
O coração tem simbolizado para a grande maioria de das culturas o centro da pessoa, donde volta à unidade e concentra a múltipla complexidade das suas faculdades, dimensões, níveis, estratos: o espiritual o material, o afectivo y o racional, o instintivo e o intelectual. Uma pessoa com coração é, no a dominada pelo sentimentalismo mas sim a que alcançou uma unidade y una coerência, um equilíbrio de maturidade que lhe permite ser objectivo e cordial, lúcido y apaixonado, instintivo y racional; e a que nunca é fria mas sempre cordial, não é cega mas sim sempre realista.
Ter coração equivale para os antigos ser uma pessoa íntegra.
Em fim, o coração é o símbolo da profundidade. Só quem chegou a uma harmonia consciente com fundo do seu ser, consegue alcançar a unidade a maturidade pessoal.
Jesus, o homem para os demais, tem coração porque toda sua vida é como um fruto amadurecido, um fruto suculento de sabedoria e santidade. O seu coração não é de pedra mas sim de carne. A sua vida é um sinal do bem amar, do saber amar.
Mas sobretudo, Jesus no seu coração é a profundidade mesma do homem. N’Ele está a fonte do Espírito que brota como água fecunda até à vida eterna.
Ao celebrarmos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, outra coisa não fazemos que contemplar a humanidade de Jesus.
Os Santos Padres muitas vezes falaram do Coração de Cristo como símbolo de seu amor, tomando-o da Escritura: "Beberemos da água que brotaria de seu Coração....quando saiu sangue e água"
Na Idade Média começaram a considera-Lo como modelo de nosso amor, paciente pelos nossos pecados, a quem devemos reparar entregando-lhe o nosso coração (santas Lutgarda, Matilde, Gertrudes a Grande, Margarita de Cortona, Ângela de Foligno, São Boaventura, etc.).
No século XVII estava muito expandida esta devoção. São João Eudes, já em 1670, introduziu a primeira festa pública do Sagrado Coração.
Em 1673, Santa Margarida Maria de Alacoque começou a ter uma série de revelações que a levaram à santidade e ao impulso de formar um grupo de apóstolos desta devoção. Com o seu zelo e empenho conseguiram um enorme impacto na Igreja.
Foram divulgados inúmeros livros e imagens.
As associações do Sagrado Coração subiram n um século, desde meados do XVIII, de 1000 a 100000; umas vinte congregações religiosas e vários institutos seculares foram fundados para expandir a sua devoção nas mais variadas formas.
O apostolado da Oração, que pretende conseguir a nossa santificação pessoal e a salvação do mundo mediante esta devoção, contava já em 1917 com 20 milhões de associados. E em 1960 chegava ao dobro em todo o mundo, passando de um milhão na Espanha; as suas 200 revistas tinham 15 milhões de assinantes, tornando-se na instituição do mundo.
A aposição a este culto sempre foi grande, sobretudo no século XVIII por parte dos jansenistas, e recebeu um forte golpe com a supressão da Companhia de Jesus (1773).
Na Espanha foram proibidos os livros sobre o Sagrado Coração; o imperador da Áustria deu ordem que retirasssem de todas as Igrejas e capelas as suas imagens. Nos seminários era ensinado: "a festa do Sagrado Coração provocou um grave mancha sobre a religião".
A Europa oficial rejeitou o Coração de Cristo e em seguida foi assolada pelos horrores da Revolução francesa e das guerras napoleónicas. Mas depois da purificação, ressurgiu de novo com mais força que nunca.
Em 1856 Pio IX estendeu sua festa a toda a Igreja. Em 1899 Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus.
Em Portugal a sua devoção surge o mais tardar em 1728, ano em que D. Maria I recebeu um rescripto que tornava a sua festa obrigatória em todo o Reino, e a mesma rainha ergueu a basílica da Estrela, em Lisboa, em honra do Sagrado Coração de Jesus.

Chama nº 717 I 14 Junho ‘09

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