sábado, 26 de fevereiro de 2011

AVISOS

QUINTA | 03
» Primeira Quinta-feira do mês
17H.45: Exposição e Adoração do Santíssimo. Nesta oração, orientada pelos Ministros da Comunhão,  rezaremos pelas vocações, e de um modo especial pelas vocações à nossa Ordem.

SÁBADO | 05
Sábado de Carnaval
»17H.30: Adoração das Quarenta Horas

Seminário de Vida Nova no Espírito
Na próxima Quarta-feira, dia 2,  às 21H.15,  realiza-se mais um encontro, sendo conferencista o Frei Silvino  que falará do tema: “Jesus Senhor e Salvador”.

Viagem à Rússia
De 19 a 26 de Julho, sob a orientação do Fr. Silvino, vai realizar-se um passeio à Rússia, concretamente  às cidades de Moscovo e São Petersburgo.
Os interessados podem pedir informações junto do Fr. Silvino.

Chama nº 785 | 27 Fevereiro ‘11

ORAR COM OS SALMOS

O Salmo 61 é um cântico de confiança, que começa com uma espécie de antífona,  parecida a uma jaculatória, cheia de força e serenidade, uma invocação ao estilo de vida: “Só em Deus descansa a minha alma, porque d’Ele vem a salvação; Ele é o meu refúgio e salvação, a minha fortaleza: jamais serei abalado”.
No entanto, mais à frente, o salmista põe em contraposição duas formas de confiança. São duas opções fundamentais, uma boa e outra perversa, que conduzem a condutas morais diferentes. Antes de mais, está a confiança em Deus, exaltada na invocação inicial, o único que nos pode conceder a estabilidade e a segurança, o único que nos pode dar a protecção.
No entanto também há o perigo de se ter uma confiança de carácter idólatra; é a confiança que leva a procurar a segurança e a estabilidade na violência, no roubo e na riqueza. 
Se fôssemos mais conscientes das nossas limitações e da nossa efemeridade como criaturas, não escolheríamos o caminho da confiança nos ídolos, nem organizaríamos a nossa vida segundo uma hierarquia de pseudo-valores frágeis e inconsistentes. Escolheríamos antes a outra confiança, aquela que se centra no Senhor, manancial de eternidade e de paz.

Refrão: Só em Deus descansa, ó minha alma.

Só em Deus descansa a minha alma,
d’Ele me vem a salvação.
Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado.

Minha alma, só em Deus descansa:
d’Ele vem a minha esperança.
Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado.

Em Deus está a minha salvação e a minha glória,
o meu abrigo, o meu refúgio está em Deus.
Povo de Deus, em todo o tempo ponde n’Ele
      a vossa confianaça
desafogai em sua presença os vossos corações.

Chama nº 785 | 27 Fevereiro ‘11

OS LÍRIOS DO CAMPO

No trecho do Evangelho deste Domingo, que se insere no contexto do Sermão da Montanha, Jesus alerta-nos para dois perigos que devemos evitar: O primeiro é o apego ao dinheiro, e quem diz dinheiro, diz bens materiais; o segundo é não vivermos obcecados com o amanhã. 
Assim como Deus cuida das aves do céu e dos lírios do campo, também providenciará para que nada falte aos seus filhos. 
Quando lemos um trecho do Evangelho sempre nos deparamos com a sabedoria de Jesus. Desconhecemos o local onde estudou, pelo que não sabemos se a sua ciência foi aprendida nos bancos da escola, e possivelmente a pequena cidade de Nazaré não seria prendada de famosos rabinos, se foi formado na escola da vida (e é uma boa escola!) ou se sua sabedoria é uma comunicação do Pai.
Prosseguindo a sua catequese do Sermão da montanha, Jesus  fala-nos de dois perigos que devem ser evitados pelos cristãos.
O primeiro é o apego ao dinheiro. Jesus diz aos seus ouvintes que não podem servir a dois senhores, porque não se pode dedicar aos mesmos de maneira idêntica, porque ambos o tratam de maneira diferente. É normal que o amo que se torna mais atencioso e dedicado connosco, se torne mais querido e o outro menos amado, e, inclusive odiado se for exigente e prepotente.
Perante esta constatação Jesus adverte os seus discípulos que de igual modo não podem “servir a Deus e ao dinheiro”.
E afirma-o porque conhece a sedução do dinheiro, como também nós a conhecemos! Todos nós temos consciência de que necessitamos do dinheiro para a nossa vida de cada dia. De contrário todos teríamos de mendigar, e teríamos de nos ajoelhar diante daqueles que o possuíam, o que por sua vez teríamos de censurar, ou então voltar à idade da pedra onde o homem vivia dos frutos selvagens, da caça e da pesca! 
No entanto, deixamo-nos seduzir pelo dinheiro, não porque o pretendamos para viver honradamente cada dia, ainda que na simplicidade, mas sim para encontrarmos uma segurança de que nada nos faltará; queremo-lo para gozar de um maior comodismo, e dessa maneira é ele quem comanda a nossa vida impondo-nos uma tripla preocupação  de ganhar, de adquirir ou comprar e de garantir e assegurar o nosso futuro. 
Jesus não aceita essa lógica, e para nos  conquistar para o seu Evangelho manda-nos contemplar a natureza. Diz-nos: “Olhai à vossa volta! Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas?”, por isso não vos preocupeis com o que haveis de comer, não vivais obcecados com o alimento. Também não nos devemos inquietar com o vestuário, e de novo nos diz:”Olhai a natureza! Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam; mas nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles”.
Deveremos levar a sério estas recomendações de Jesus? Será que ele quer que comportemos como gente irresponsável? Devemos deixar de trabalhar e confiar na providência ou na boa vontade do nosso próximo ou das instituições de caridade? Vamos viver como os insensatos, que só pensam no presente, porque amanhã é outro dia! Ou vamos confiar no “Deus”-Estado que nos dará um pequeno subsídio ou pensão se sobrevivência?
Claro que  essa não era a ideia de Jesus! Ele não diz que não devamos trabalhar, mas que não nos devemos deixar levar pela angústia e pela ansiedade, pois não são remédio, e tantas vezes  só nos acarretam mais sofrimento ao que já temos.
Jesus unicamente vem dizer-nos que temos um Pai no Céu, em quem devemos acreditar e confiar! Um Pai, certamente, muito mais perfeito que os pais biológicos, a quem os filhos tantas vezes acorrem, confiantes de que serão atendidos nos seus pedidos. Quantos filhos, já casados, hoje vão matar a fome à casa dos pais? Quantos pais não pagam actualmente a prestação ao banco da casa dos filhos? Assim como os filhos sabem que podem contar com o auxílio dos pais, também o cristão podem confiar em Deus, e por isso Lhe pedimos, quando rezamos: “o pão nosso de cada dia nos dai hoje!”.
Se Deus se interessa pelas aves do céu e pelas flores do campo, muito mais motivos tem para se preocupar com a vida e problemas de seus filhos.
O cristão, na fé de cada dia, poderá passar por sucessos e incertezas, terá de enfrentar, certamente, muitas dificuldades, mas pode ter a certeza de que não está só, porque Deus, não o abandonará, pelo contrário, estará sempre a seu lado.

Chama nº 785 | 27 Fevereiro ‘11

sábado, 19 de fevereiro de 2011

AVISOS

TERÇA | 22
Cadeira de São Pedro, apóstolo (Festa)
» Após a Missa da tarde o Santíssimo ficará exposto até às 21H.45.

QUARTA | 23
São Policarpo, bispo e mártir (MO)

QUINTA | 24
Quinta-feira do Menino Jesus
» 18H.00: O Clube do menino Jesus reza a corinha em honra do seu Patrono.

Seminário de Vida Nova no Espírito
Na próxima Quarta-feira, dia 23, às 21H.15,  realiza-se mais um encontro, sendo conferencista o Pe. Virgílio que falará do tema: “O pecado afasta de Deus”.

Viagem à Rússia
De 19 a 26 de Julho, sob a orientação do Fr. Silvino, vai realizar-se um passeio à Rússia, concretamente  às cidades de Moscovo e São Petersburgo. 
Os interessados podem pedir informações junto do Fr. Silvino.

Chama nº 784 | 20 Fevereiro ‘11

CANTEMOS A UMA SÓ VOZ

Ocorre neste Domingo, dia 20 de Fevereiro a memória litúrgica dos beatos Francisco e Jacinta Marto.
Francisco Marto nasceu em Aljustrel, Fátima, no dia 11 de Junho de 1908 e Jacinta, sua irmã, nasceu no mesmo local, no dia 11 de Março de 1910, e na sua humildade família, mas rica de fé, aprenderam a louvar a Deus e amar Nossa Senhora.
Quando guardavam os seus pequenos rebanhos, na companhia de sua prima Lúcia de Jesus, em 1916 foram surpreendidos com a aparição, por três vezes de um Anjo, e no ano seguinte, em seis ocasiões testemunharam as aparições de Nossa Senhora, exortando-os a rezar e a fazer penitência pela remissão dos pecados, para obter a conversão dos pecadores e a paz no mundo, tendo imediatamente ambos respondido com todas as forças a estas exortações.
Francisco faleceu no dia 4 de Abril de 1919 e Jacinta no dia 20 de Fevereiro de 1920, sendo beatificados por João Paulo II, no dia 13 de Maio de ano 2000.
Na homilia de beatificação deles disse o Papa:
“Ao beato Francisco, o que mais o impressionava e absorvia era Deus naquela luz imensa que penetra no íntimo dos três. Na sua vida, dá-se uma transformação que poderíamos chamar radical; uma transformação certamente não comum em crianças da sua idade. Entrega-se a uma vida espiritual intensa que se traduz em oração assídua e fervorosa, chegando a uma verdadeira união mística com o Senhor. Isto mesmo leva-o a uma progressiva purificação do espírito através da renúncia aos seus gostos e até a brincadeiras inocentes de criança.
A pequena Jacinta sentiu e viveu como própria esta aflição de Nossa Senhora, oferecendo-se heroicamente como vítima pelos pecadores [...]  Ao aproximar-se a o momento da partida do Francisco, Jacinta recomenda-lhe: Dá muitas saudades minhas a Nosso Senhor e a Nossa Senhora e diz-lhes que sofro tudo quanto Eles quiseram para converter os pecadores. Jacinta ficara tão impressionada com visão do inferno, durante a aparição de treze de Julho, que nenhuma mortificação e penitência era demais para salvar os pecadores”.
Também hoje somos convidados a entoar o hino da beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta:
          
          Cantemos, alegres, a um só voz,
          Francisco e Jacinta, rogai por nós.

Chama n.º 784 | 20 Fevereiro ‘11

A NOVIDADE DO REINO

Todos sabemos que o homem é um ser ávido de vingança. O nosso instinto estimula-nos a cobrar “com juros” o mal que nos fazem. Nesse sentido a Lei de Talião apresenta-se-nos  como  uma revolução no âmbito forense. Há pessoas, sedentas de justiça, que desejariam que a mesma fosse aplicada, pois tantos são os atropelos dos nossos  Juízes e tribunais...
Mas Jesus hoje convida-nos a pôr em prática não a justiça da vingança mas a justiça do amor!


O texto das Bem-aventuranças, que lemos há alguns domingos, se por um lado era para alguns uma mensagem reconfortante, a outros poderia parecer uma apologia aos fracos, aos miseráveis e indigentes, aos que nada fazem e aos indolentes convidando-os a permaneceram num estado de dependência…
Para evitar qualquer equívoco, Jesus indica-lhes uma missão: ser “sal da terra” e “luz do mundo”, acrescentando como devem levar a cabo essa missão. Bem-aventurados são os que vivem em plenitude os preceitos de Deus, são aqueles que não se limitam a cumprir externamente umas normas, mas que vão muito além, sentindo-se felizes por não o consentirem nem mesmo em pensamento!
No entanto, no trecho do Evangelho deste Domingo, Jesus diz-nos que nem tudo o que está permitido (antes falou-nos do que estava proibido) deve ser levado a cabo!
E o Mestre retoma a conversa, dizendo: “Ouvistes o que foi dito aos antigos Olho por olho e dente por dente”. Esta afirmação alude à lei de Talião, que se pode ler nos livros do Êxodo, Levítico e Deuteronómio. A  lei de Talião pertence ao direito penal e consiste em aplicar ao  delinquente um dano igual ao que causou a outrem. Responde a situações socioculturais em que a justiça recai na esfera do privado, introduzindo um critério de objectividade na aplicação da mesma justiça.
No entanto, a lei de Talião, olho por olho dente por dente, mais que inspirar vingança pretende impor a justiça. Perante um sistema anárquico de vingança pessoal indiscriminada, muitas civilizações antigas, e não só o povo hebraico, estabeleceram o princípio moderador de Talião: que a medida do castigo correspondesse à medida do dano causado, sem excedê-la com “juros”: roubaste cem, restituirás cem. 
A lei de Talião, que continua subjacente nos actuais códigos penais das sociedades mais avançadas, não é definitiva nem suficiente para instaurar o Novo Reino, pois é desacreditada por Jesus.
Ante o recurso legal como meio dissuasor, Jesus oferece a alternativa superior de um desarme do coração e do espírito com capacidade para renunciar a todo tipo de compensação. 
Em primeiro lugar Ele enuncia o princípio general: não fazer frente ao agressor, isto é, não recorrer à violência. 
Mas como se isso não bastasse, o que já muito fere o nosso amor-próprio, Jesus vai mais longe, exigindo um comportamento que até nos pode chocar.
Assim diz que a quem nos bater numa das faces, não devemos reagir prontamente, procurando restituir-lhe a bofetada; pelo contrário, devemos virar a cara para que ele possa dar um estalo na outra face! Mas se isso não bastasse, diz Jesus que se alguém quiser levar-te a tribunal, acusando-te de teres roubado a túnica (era a peça de roupa interior), dá-lhe não só a túnica, mas também o manto, ou seja dá-lhe toda a roupa, mesmo que fiques nu!
Mas as novidades do Reino não se ficam por aqui. Os romanos, que então ocupavam a Palestina, seguindo uma prática dos persas, requisitavam pessoas e animais para realizarem serviços públicos. Assim obrigavam os judeus a carregar os seus fardos na distância de uma milha. Era um serviço humilhante e esclavagista, mas Jesus, para desencanto dos seus ouvintes convida-os não só a aceitar essa humilhação mas a oferecerem-se para fazer o dobro da viagem!
E como se tudo isso na bastasse, a última consideração de Jesus ainda nos deixa mais perplexos. A Lei de Moisés mandava amar o próximo. No entanto, os judeus, na prática, só se sentiam obrigados a amar os que professavam a sua fé, pelo que os demais não eram seu próximo. Mas Jesus manda amar a todos, propondo a superação do conceito de inimigo baseando-se na acção do Pai, que desconhece absolutamente esse conceito, pois todos são seus filhos.
O discípulo de Jesus deve ser diferente dos demais, pois deve aspirar ser perfeito como  é perfeito o  mesmo Deus! 
Ser cristão é situar-se no  espaço que se abre para mais além da lei, mais além do que nos é mandado e do que nos é proibido. Só assim podemos criar um mundo melhor!


Chama n.º 784 | 20 Fevereiro ‘11

domingo, 13 de fevereiro de 2011

AVISOS

SEGUNDA | 14
São Cirilo, monge, e São Metódio, bispo,  Padroeiros da Europa (Festa)

TERÇA | 15
Missa e ofício pelos Defuntos da Ordem
» Neste dia, como acontece  uma vez por mês, além de rezarmos o ofício de defuntos em sufrágios dos membros da nossa  família religiosa, também  oferecemos a nossa Eucaristia por todos os nossos irmãos que já partiram.

SEXTA | 18
São Teotónio, presbítero, e primeiro Santo Português  (MO)

Viagem à Rússia
De 19 a 26 de Julho, sob a orientação do Fr. Silvino, vai realizar-se um passeio à Rússia, concretamente  às cidades de Moscovo e São Petersburgo.
Os interessados podem pedir informações junto do Fr. Silvino.

Chama n.º 783 | 13 Fevereiro ‘11

COMENTÁRIO

O trecho do Evangelho deste Domingo é a continuação do chamado “Sermão da Montanha”, pelo que os destinatários são os mesmos. Há dois domingos eles eram declarados “bem-aventurados”, e no passado Domingo eram designados “sal da terra” e “luz do mundo”. No entanto, o texto de hoje mais que falar dos discípulos de Jesus, das dificuldades que terão de enfrentar e da missão que devem realizar, fala-nos do próprio Jesus e do seu relacionamento com a Lei e os Profetas. 
De facto as Bem-aventuranças eram uma denúncia do “modus vivendi” de muitos judeus, particularmente dos escribas e dos fariseus; eram uma verdadeira revolução que deitava por terra o fundamento da fé daquelas seitas, que viam nos males e infortúnios um castigo, e nunca uma bênção, de Deus.
No entanto, para acalmar os seus ouvintes Jesus esclarece, de uma vez para sempre, que não veio  para destruir nem a Lei nem os Profetas, mas sim para lhes dar pleno cumprimento, porque Jesus veio ao mundo para criar um homem novo,  um homem que tivesse uma hierarquia de valores distinta da que existe entre os homens de todas as épocas e de todas as nações, um homem cujas capacidades mentais estivessem perfeitamente de acordo com a vontade de Deus.
Jesus exige aos seus seguidores que sejam muito mais justos que os escribas e fariseus (e eles consideravam-se justos!), pois de contrário não alcançarão o Reino  de Deus!
A Lei de Moisés prescrevia: “Não matarás”, mas Jesus vai mais longe exigindo que  não caiamos na ira, nem chamemos imbecil ou louco ao nosso próximo! 
Não basta  não matar, devemos  respeitar a vida; não se respeita a vida quando se consente ou não se faz o suficiente para impedir que o próximo morra de fome. 
Enquanto o Decálogo dizia: “Não cometerás adultério”,  Jesus estabelece que o olhar para outrem com maus intentos é já pecado!
Hoje  está na moda não só a infidelidade conjugal, mas muito pior é a contínua propaganda que coloca a própria satisfação acima de qualquer outro sentimento; o importante, já que só vive uma vez, é gozar, possuir, mandar, triunfar quanto mais melhor.
Afinal,  continuamos a estar muito longe do espírito das  Bem-aventuranças porque a  nossa linguagem não é “sim” nem “não”, mas é “assim, assim”.

Chama n.º 783 | 13 Fevereiro ‘11 

OS APÓSTOLOS DOS ESLAVOS

Celebramos no dia 14 de Fevereiro a Festa de São Cirilo e São Metódio. São dois irmãos de sangue, sendo-o igualmente na fé e no apostolado. Assim como nos primórdios da Igreja, Pedro e Paulo tiveram a missão de ser respectivamente apóstolos dos Judeus e dos Gentios, séculos mais tarde, Cirilo e Metódio foram incumbidos de serem os Apóstolos dos Eslavos. Em reconhecimento do seu apostolado João Paulo II proclamou-os Padroeiros da Europa.
Para muitos, o dia 14 de Fevereiro é o Dia de São Valentim, o Dia dos Namorados, enquanto a Igreja dedica esse dia a São Cirilo e a São Metódio. É verdade que esses nomes não nos são muitos familiares, mas podem crer que estamos perante dois grandes Santos, a quem João Paulo II chamou “Apóstolos dos Eslavos”, tendo-os proclamado Co-Padroeiros da Europa, pelo papel que tiveram no anúncio da fé no velho continente.
Metódio e Constantino [antes de morrer mudara o nome para Cirilo] eram irmãos de sangue, e nasceram respectivamente em 817 e 827, em Tessalónica, filhos de Leôncio, um nobre magistrado bizantino.  
São Metódio depois dos estudos próprios de um jovem do seu nível social, desempenhou o cargo de Arconte numa região povoada por eslavos, o que lhe permitiu entrar em contacto com a língua e a cultura desse povo, dos quais mais tarde se servirá na sua obra evangelizadora. 
No entanto, ainda muito jovem, abandonou a sua carreira política, fazendo-se monge, e, com o decorrer do tempo, quando tinha cerca de 40 anos, chega a superior de uma comunidade do monte Olimpo, na Bitínia.
Constantino recebeu a sua educação básica em Tessalónica. Por volta da idade de 17 anos foi para Constantinopla, onde permaneceu até 847 e aí fez os seus estudos. Ai, estudou, ainda,  Grego e Latim, línguas que ele dominava facil-
mente com o Búlgaro que, provavelmente, conhecia desde infância. Também estudou  Siríaco e um pouco de Hebraico, pelo que, podemos considerá-lo um poliglota. 
Em 848, após completar os seus estudos, foi ordenado Diácono, sendo posteriormente nomeado Bibliotecário do Patriarca de Constantinopla.
Após uma ascensional carreira, depois de  ter rejeitado o casamento com uma nobre jovem, sentiu-se atraído pela vida monástica, ingressando na mesma comunidade da qual era superior o seu irmão Metódio.  
Em 862 o Príncipe Soberano da Morávia, deslocou-se a Roma, em visita ao Papa, solicitando-lhe missionários. o Bispo de Roma pediu ao Imperador do Oriente, Miguel III, que indicasse um mestre religioso para ensinar ao povo da Morávia tudo acerca da fé cristã; o Imperador e o Patriarca Fócio encarregaram Constantino [Cirilo] e o seu irmão Metódio dessa missão à Grande Morávia, devido a serem os únicos com suficiente conhecimentos teológicos e conhecedores das línguas Eslavas.
Assim ambos têm como destino providencial renunciar à querida vida de retiro e silêncio para servir o Reino de Deus com os apóstolos.  Segundo a tradição Cirilo e Metódio chegaram à Morávia no dia 5 Julho de 863, levando consigo os primeiros textos traduzidos em eslavo, fruto dos contínuos estudos anteriormente realizados. Cirilo e seu irmão permaneceram alguns  anos na Morávia como missionários, e os frutos do seu apostolado não se fizeram esperar. No entanto, nem todos viam com bons olhos o seu apostolado, pois alguns censuravam o uso da língua eslava, alegando, conforme a tradição que vinha desde a inscrição que Pilatos colocara na Cruz de Jesus, somente eram três as línguas do Cristianismo: Latim, Grego e Hebraico.
Os dois irmãos foram, com o consentimento dos senhores feudais da Morávia e do Príncipe da Eslováquia, a Roma para obter do Sumo Pontífice consentimento para usar na liturgia  o alfabeto glagolítico, transcrevendo para o mesmo os textos latinos e gregos, dando origem ao denominado Alfabeto Cirílico.
No inverno de 867  encontraram-se com  o Papa Adriano II, o qual anuiu aos seus pedidos.  
Assim, em Março de 868, a língua da Antiga Igreja Eslava foi oficial e finalmente admitida como quarta língua litúrgica da Igreja Ocidental, o que é deveras um facto notável, pois somente no século XX as demais línguas foram aceites como línguas litúrgicas!
Entretanto nesse mesmo ano, Cirilo adoeceu em Roma, onde vivia num mosteiro no qual provavelmente tomou o nome de Cirilo (era até então Constantino), falecendo no dia 14 de Fevereiro de 869, tendo sido sepultado na Basílica de São Clemente em Roma. 
Após o falecimento de Cirilo Metódio regressa à Morávia, sendo eleito bispo de Sírmio, tendo contribuído nessa época para conservar a unidade da fé e amor entre as Igrejas de que era membro, isto é, a Igreja de Constantinopla e a Igreja Romana, que, infelizmente, mais tarde  viriam a separar-se.
Cirilo e Metódio, foram proclamados Co-Padroeiros da Europa, em 1980, por João Paulo II, são modelos de verdadeiros apóstolos, e motivo para repensar a Nova Evangelização. 

Chama n.º 783 | 13 Fevereiro ‘11


sábado, 5 de fevereiro de 2011

AVISOS

SEGUNDA | 07
Cinco Chagas do Senhor (Festa)

QUINTA  | 10
Santa Escolástica, virgem (MO)
» Primeira Quinta-feira do mês

SEXTA | 11
Nossa Senhora de Lurdes  (MF)
» Dia Mundial do Doente

Viagem à Rússia
De 19  a 26 de Julho, sob a orientação do Fr. Silvino, vai realizar-se um passeio à Rússia, concretamente  às cidades de Moscovo e São Petersburgo. 
Entre outros lugares a visitar destacamos a Praça Vermelha, a  Catedral de São Basílio. o Mosteiro da Trindade e São Sérgio, conhecido como o “Vaticano Russo”, o Palácio de Petrodvorets, antigo Palácio dos Czares, e ainda o famoso Museu Hermitage.
Os interessados podem pedir informações junto do Fr. Silvino.

Chama n.º 782 | 06 Fevereiro ‘11

COMENTÁRIO

O trecho do Evangelho deste Domingo oferece-nos duas pequenas parábolas, que nos falam do sal e da luz. Curiosamente estamos bastante familiarizados com o sal, não só porque é uma substância com quem lidamos diariamente, mas também Aveiro é terra de marnotos e de sal. Também o mesmo acontece com a luz, e igualmente Aveiro se identificava com a luz, bastando lembrar que até há poucos anos Aveiro, integrava a Rota da Luz!
“Vós sois o sal da Terra; vós a luz do mundo”! No mundo antigo quer o sal quer a luz eram considerados imprescindíveis!
Os discípulos têm de ser sal da terra. Ser sal indica as funções de purificar, dar sabor, conservar aquilo que é perecível, dar valor. Deitava-se sal nos antigos sacrifícios, como se deitava sal sobre as crianças ao nascer. Aplicado aos discípulos indica que com as suas obras e o seu testemunho do Evangelho devem dar sabor e valor à humanidade. O Cristão deve impedir que a humanidade se corrompa, apodreça, se arruíne.
Sabemos que o sal não pode perder o seu sabor, mas se por acaso o perdesse não serviria para nada; também o discípulo de Cristo, se perder a sua capacidade de manifestar, com as suas obras e o seu testemunho, o Evangelho, o que pode, e muitas vezes acontece, converte-se num inútil.
E Jesus prossegue: “Vós sois a luz do mundo”. Se o sal era importante, muito mais o é a luz. Se o sal se pode reduzir ou substituir, na cozinha, por outras especiarias, o mesmo não acontece com a luz; sem ela a vida seria impossível! É a luz quem nos permite ver as coisas na sua realidade e andar pelo caminho correcto. A luz tem uma grande força simbólica: em todos os tempos e culturas o ser humano procurou a luz da verdade, buscou luz para as perguntas mais profunda da nossa existência. 
Assim como não se pode esconder uma cidade situado sobre um monte, nem se acende uma luz para a esconcer, assim o cristão tem a obrigação de ser luz para os demais com a sua fé.

Chama n.º 782 | 06 Fevereiro ‘11

REFLECTIR SOBRE O SOFRIMENTO

No próximo dia 11, memória de Nossa Senhora de Lurdes, celebramos o Dia Mundial do Doente. Com o intuito de tentar animar todos os doentes, de acarinhar todos os que lidam com os enfermos e de tornar todos os cristãos solidários com os que sofrem, reproduzimos alguns excertos da Mensagem de Bento XVI, para este  19º Dia Mundial do Doente. 

Na próxima Sexta-feira, dia 11, celebramos a memória de Nossa Senhora de Lurdes, recordando a primeira aparição de Nossa Senhora a Santa Maria Bernardete, que teve no lugar no ano de 1858.
A partir de então aquele insignificante local, nos Perinéus, tornou-se um dos maiores centros de culto mariano, onde, sobretudo, acorrem muitos doentes, à procura de cura, e segundo os anais muitos foram os milagres que ocorreram!
Talvez por esse motivo o Papa João Paulo II, que brevemente será beatificado, instituiu, na memória de Nossa Senhora de Lurdes, em 1993, o Dia Mundial do Doente.
Com o intuito de tentar de animar todos os doentes, de acarinhar todos os que lidam com os enfermos e de tornar todos os cristãos solidários com os que sofrem, reproduzimos alguns excertos da Mensagem de Bento XVI, para este 19º Dia Mundial do Doente. 
Diz o Santo Padre: 
[O Dia Mundial do Doente] “torna-se ocasião propícia para reflectir sobre o mistério do sofrimento e, sobretudo, para tornar as nossas comunidades e a sociedade civil mais sensíveis aos irmãos e irmãs doentes.
Se todos os homens são nossos irmãos, aquele que é débil, sofredor ou necessitado de cuidado deve estar mais no centro da nossa atenção, para que nenhum deles se sinta 
esquecido ou marginalizado; com efeito ‘a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre. Isto vale tanto para o indivíduo como para a sociedade. Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a com-paixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido mesmo interiormente é uma sociedade cruel e desumana.”
De seguida o Santo Padre, narra-nos a sensação que teve ao contemplar o Santo Sudário:
“Tenho ainda no coração o momento em que, durante a visita pastoral a Turim, pude deter-me em reflexão e oração diante do Santo Sudário, diante daquele rosto sofredor, que nos convida a meditar sobre Aquele que carregou sobre si a paixão do homem de todos os tempos e lugares, inclusive os nossos sofrimentos, as nossas dificuldades e os nossos pecados,  ressuscitou, e exactamente por isso aquelas chagas  sempre carregado de mistério, difícil de aceitar e suportar.”   
Dirigindo-se aos doentes diz o Papa:
“Queridos doentes e sofredores, é justamente através das chagas de Cristo que podemos ver, com olhos de esperança, todos os males que afligem a humanidade. Ressuscitando, o Senhor não tirou o sofrimento e o mal do mundo, mas extirpou-os pela raiz. À prepotência do Mal opôs a omnipotência do seu Amor. Indicou-nos então, que o caminho da paz e da alegria é o Amor: ‘Como Eu vos amei, vós também vos deveis amar uns aos outros’. Cristo, vencedor da morte, está vivo no meio de nós […]
A vós, queridos irmãos e irmãs, repito esta mensagem, para que sejais suas testemunhas através do vosso sofrimento, da vossa vida e da vossa fé.
Também os jovens não ficam ausentes da mensagem papal:
“Queridos jovens, aprendei a ’ver’ e a ‘encontrar’ Jesus na Eucaristia, onde Ele está presente de modo real para nós, até se fazer alimento para o caminho, mas sabei reconhecê-l’O e servi-l’O também nos pobres, nos doentes, nos irmãos sofredores e em dificuldade, que precisam da vossa ajuda.
A todos vós jovens, doentes e sadios, repito o convite a criar pontes de amor e solidariedade, para que ninguém se sinta sozinho, mas próximo de Deus e parte da grande família dos seus filhos.”
Quase a terminar, Bento XVI escreve:
“Desejo exprimir o meu afecto a todos e a cada um, sentindo-me partícipe dos sofrimentos e das esperanças que viveis quotidianamente em união com Cristo crucificado e ressuscitado, para que vos conceda a paz e a cura do coração”. 
Finalmente, dirigindo-se, também, às Autoridades, escreve:
“Neste Dia Mundial do Doente, exorto também as  Autoridades a fim de que invistam cada vez mais energias em estruturas médicas que sirvam de ajuda e apoio aos sofredores, sobretudo aos mais pobres e necessitados: nos rostos dos doentes sabei ver sempre o Rosto dos rostos: o de Cristo.”

Chama n.º 782 | 06 Fevereiro ‘11