domingo, 27 de janeiro de 2008

Oração pela unidade dos cristãos


Meu Deus, sabeis que amo a vossa Igreja!
Porém vejo... que noutros tempos a vossa Igreja teve, quer na vida civil quer na vida humana mais ampla, um enorme e nobre papel, ao passo que hoje não tem nenhum.
Meu Deus, oxalá que a vossa Igreja fosse mais compreensiva, mais estimulante. Meu Deus, a vossa Igreja é tão latina e está tão centralizada!
É verdade que o Papa é o «doce Cristo na terra»,
e que nós só vivemos de Cristo, vinculados a Cristo. Porém, Roma não é o mundo; nem a civilização latina, nem a humanidade.
Meu Deus, Vós criastes o homem e só podeis receber um louvor digno (ou o menos indigno) se multiplicais... as raças e as nações.
Meu Deus! Vós quisestes que a vossa Igreja, desde o seu nascimento, falasse diversas línguas... a fim de que a verdade fosse inteligível a todos os ouvidos humanos.
Meu Deus, dilatai os nossos corações! Fazei que a humanidade nos compreenda e que também nós compreendamos a humanidade!

Meu Deus!
Não sou mais que um pobre pequeno;
Porém, Vós podeis dilatar e abrir o meu coração à medida das necessidades do mundo. À medida das necessidades que os vossos olhos vêem, que são muitas, muitas mais que aquelas que eu possa aqui dizer.
Meu Deus! É urgente que nos deis muitos trabalhadores, trabalhadores que, sobretudo, tenham um grande coração...
Há muito trabalho para fazer.
Meu Deus! Fazei a minha alma conforme à vossa Igreja. A vossa Igreja é ampliíssima e prudente, rica e prudente, imensa e prudente.
Meu Deus! Já chega de banalidades, pois não temos tempo para nos entretermos com banalidades!
Oh! Meu Deus!
Há tanto trabalho para fazer!
Como é ingente a União das Igrejas!

Porque é que, meu Deus, a vossa Igreja, que é santa e única, santa e verdadeira, tem frequentemente um rosto austero e carrancudo, quando, na verdade, está cheia de juventude e de vida?
A verdade, meu Deus!, é que o rosto de Deus somos nós; somos nós que construímos a sua visibilidade.
Concedei, meu Deus, à vossa Igreja um rosto verdadeiramente vivo. Eu gostaria muito de ajudar os meus irmãos a contemplar o verdadeiro rosto da Igreja!
Meu Deus, é verdade que existem erros em todas as confissões cristãs. Porém, como permitis que a vossa Igreja feche os olhos à Verdade para a qual todas caminham?... Porque não acendeis nos seus olhos o fulgor da inteligência e da coragem, que são o segredo da Esposa e sobretudo da Mãe?
Meu Deus! Como é difícil o trabalho pela União das Igrejas Cristãs! Como é pesada essa missão para ombros tão humanos!
Ajudai-nos! Alargai, purificai, iluminai, organizai, inflamai, enchei de prudência e avivai as nossas pobres almas! Amen.

(Chama 657, 27 de Janeiro de 2008)

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