sábado, 13 de fevereiro de 2010

COMENTÁRIO


Nestes últimos domingos o Evangelho de São Lucas tem-nos permitido conhecer mais de perto pessoa de Jesus: quem é e o que faz.
Jesus é uma pessoa que atrai multidões, ainda que tenha sido rejeitado na sua terra. As pessoas acorrem ao seu encontro, umas para serem curadas das suas enfermidades, outras para ouvir as suas pregações, aliás como já tinham feito com João Baptista. Sem dúvida Jesus era um bom orador. Deste modo podemos dar-nos conta da grandeza da sua humanidade e de como através d’Ele recebemos a plena manifestação de Deus. Enquanto Deus, Jesus é muito mais que qualquer humano, e, por isso nem sempre compreendemos o seu modo de agir. Esta grandeza faz com Jesus, quer para com os seus contemporâneos, quer os homens de hoje, seja um grande conhecedor das coisas de Deus mas também da realidade humana
As pessoas que seguiam Jesus e O escutavam esperavam que Ele transmitisse uma mensagem capaz de dar sentido às suas vidas. E, no Evangelho de hoje, Jesus diz-nos quais são as coisas que realmente valem a pena, para que cada um possa orientar a sua vida tendo em conta os valores que Ele nos apresenta. Jesus quer que tenhamos claro o que realmente necessitamos, para encontrar a verdadeira felicidade, que outra coisa não é que o Reino de Deus.
Para Jesus, felizes, ou bem-aventurados, são os pobres, os que passam fome, os que choram, os perseguidos; os que, não tendo onde agarrar-se, confiam só Em Deus. São bem-aventurados, na sua pobreza, porque conhecendo as suas limitações, podem lutar por superá-las.
Mas, pelo contrário, para Jesus os ricos, os que agora estão saciados, os que agora riem, e os que por todos são elogiados, são “desgraçados”, porque pensam que já encontraram a felicidade, quando na verdade lhe falta o mais importante que é a água viva, que é Cristo.
Temos que confessar que muitos cristãos estão longe deste estilo de vida proposto por Jesus. Nem sempre é fácil saber reconhecer os verdadeiros valores.
Não é verdade que hoje o nosso estilo de vida assemelha-se ao dos ricos, contentando-nos com os valores deste mundo, e pelos quais sentimos uma profunda avidez, quando nos esquecemos que os mesmos são efémeros, e que “tudo passa; só Deus basta”, como balbuciava Teresa de Jesus?

nº 741 I 14 Fevereiro ‘10

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