sábado, 6 de fevereiro de 2010

A IGREJA E OS DOENTES


Jesus sempre teve um especial carinho pelos doentes. Durante a sua Vida Pública sempre lhes dedicou uma especial atenção. Também a Igreja, no pontificado do Venerável João Paulo II achou por bem instituir o Dia Mundial do Doente, no dia 11 de Fevereiro, memória de Nossa Senhora de Lurdes. Da mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial do Doente de 2010, aqui deixamos alguns excertos.

No dia 13 de Maio de 1992, o Papa João Paulo II instituiu o DIA MUNDIAL DO DOENTE, decretando que o mesmo fosse celebrado, anualmente, no dia 11 Fevereiro, comemoração de Nossa Senhora de Lurdes para que essa data fosse ‘um momento especial de oração e de partilha, de uma oferta de sofrimento’.
O dia da memória de Nossa Senhora de Lurdes foi escolhido porque nesse Santuário Mariano muitos peregrinos e visitantes confessaram terem sido curados das suas doenças por intercessão de Nossa Senhora.
Para esta celebração, como, aliás, para muitos outros eventos litúrgicos o Papa, costuma enviar à Igreja uma mensagem, como mais um vez o faz para este ano.
Em união com o Papa, e com todos os que sofrem, aqui deixamos alguns excertos da mesma:
“No próximo dia 11 de Fevereiro, memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria de Lurdes, celebrar-se-á na Basílica do Vaticano, o XVIII Dia Mundial do Doente. A feliz coincidência com o 25º aniversário da instituição do Pontifíco Conselho para a Pastoral do Campo da Saúde constitui mais um motivo para dar graças a Deus do caminho até agora percorrido no sector da pastoral da saúde. Formulo votos de coração a fim de
que esta celebração seja ocasião para um impulso apostólico mais generoso ao serviço dos enfermos e de quantos se ocupam deles.
Efectivamente, com o anual Dia Mundial do Doente a Igreja tenciona sensibilizar profundamente a comunidade eclesial a respeito da importância do serviço pastoral no vasto mundo da saúde, serviço que faz parte integrante da sua missão, uma vez que se inscreve no sulco da mesma missão salvífica de Cristo. Ele, Médico divino, ‘passou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo Diabo’. O sofrimento humano tem sentido e é plenamente esclarecido no mistério da Sua paixão, morte e ressurreição.
Na Última Ceia, antes de voltar para o Pai, o Senhor Jesus inclinou-se para lavar os pés aos Apóstolos, antecipando o supremo acto de amor da Cruz. Com este gesto, convidou os seus discípulos a entrar na sua mesma lógica do amor que se entrega, especialmente aos mais pequeninos e aos necessitados. Seguindo o seu exemplo, cada cristão é chamado a reviver, em contextos diferentes e sempre novos, a parábola do bom Samaritano que, passando ao lado de um homem abandonado meio morto pelos salteadores na margem da estrada, ‘vendo-o, encheu-se de piedade’.
Aproximou-se, atou-lhe as feridas, deitando
nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: ‘Trata bem dele, e o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar’.
Na conclusão da parábola, Jesus diz: ‘Vai, e também tu faz do mesmo modo’. Ele dirige-se também a nós com estas palavras. Exorta-nos a inclinar-nos sobre as feridas do corpo e do espírito de muitos dos nossos irmãos e irmãs que encontramos pelas estradas do mundo; ajuda-nos a compreender que, com a graça de Deus acolhida e vivida na vida de cada dia, a experiência da enfermidade e do sofrimento pode tornar-se escola de esperança.
Já o Concílio Vaticano II evocava a importante tarefa da Igreja, de cuidar do sofrimento humano. Esta acção humanitária e espiritual da Comunidade eclesial para com os doentes e os sofredores, ao longo dos séculos, manifestou-se de múltiplas formas e em numerosas estruturas médicas, também de cariz institucional.
Neste Ano Sacerdotal, o meu pensamento dirige-se particularmente a vós, queridos sacerdotes, ‘ministros dos enfermos’, sinal e instrumento da compaixão de Cristo, que deve chegar a cada homem assinalado pelo sofrimento. Estimados presbíteros, convido-vos a não vos poupardes no gesto de lhes oferecer cuidado e conforto. Enfim, dirijo-me a vós prezados doentes, enquanto vos peço que rezeis e ofereçais os vossos sofrimentos pelos sacerdotes, a fim de que possam manter-se fiéis à sua vocação, e o seu ministério seja rico de frutos espirituais, em benefício da Igreja inteira.
Com estes sentimentos, imploro sobre os enfermos,benção materna de Maria.”

nº 740 I 07 Fevereiro ‘10

Sem comentários: