sábado, 1 de maio de 2010

3 EMES: MAIO, MARIA E MÃE


Chegamos ao mês de maio. É o mês das flores, mas também é o Mês de maria. De facto foi neste mês, no dia 13 d maio de 1917, que Nossa Senhora apareceu em Fátima aos pastorinhos: Lúcia, Jacinta e Francisco (estes últimos já inscritos no rol dos Bem-aventurados).
No entanto, também hoje celebramos o Dia da Mãe, a quem hoje queremos prestar a nossa homenagem nesta “Chama Viva”.


Estamos no mês de Maio, o quinto do Calendário Civil. E, ainda que a Primavera, já tenha começado há mais de um mês, cremos que este é o mês que melhor se identifica com esta estação. De facto os dias crescem a olhos vistos, as árvores apresentam os seus fofos ramos cobertos de folhas, e algumas árvores já nos oferecem os seus saborosos frutos. Os campos cobrem-se de flores campestres, dignos de serem pintados pelo mais primoroso pintor. Por isso não é de admirar que Maio seja cognominado o mês das flores.
Mas Maio, também, é denominado o mês de Maria, possivelmente porque no mesmo tiveram lugar as aparições de Nossa Senhora em Fátima, aos pastorinhos de Aljustrel, em 1917.
Talvez por isso, em vários países se celebre também neste mês o Dia da Mãe, ainda que em datas diversas. Em Portugal o Dia da Mãe celebrava-se, há mais de quatro décadas, no dia 8 de Dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, tendo sido depois trasladada para o mês de Maio. Creio que então se começou por celebrar no terceiro Domingo de Maio, mas posteriormente foi fixada a data desta celebração no primeiro Domingo de Maio, o que também acontece em Espanha, Lituânia, Hungria, Cabo Verde, Moçambique e Angola.
Mas por muito que nos possa estranhar a celebração do Dia da Mãe não é um invenção dos tempos modernos já que as mais antigas celebrações do Dia da Mãe remontam às comemorações primaveris da Grécia Antiga, em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos deuses, enquanto em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a Mãe dos deuses romanos, e as cerimónias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo. No século XVII, em Inglaterra, celebrava-se no 4º Domingo de Quaresma um dia chamado “Domingo da Mãe”, que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste época, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e a passar esse dia com a sua mãe.
Contudo, nos tempos modernos, a comemoração de um dia dedicado às mães surgiu nos Estados Unidos, em 1872 por Júlia Ward Howe e algumas apoiantes, que se uniram contra a crueldade da guerra e lutavam, principalmente, por um dia dedicado à paz.
No entanto, é opinião comum que a ideia da criação de um Dia da Mãe partiu de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe faleceu, chamou a atenção da Igreja de Grafton para que fosse especialmente dedicado um dia a todas as mães. Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o primeiro Dia da Mãe, na igreja de Grafton, reunindo praticamente os familiares e amigos. O objectivo desse dia, segundo Anna Jarvis, seria que fossem tomadas novas iniciativas para que com um pensamento mais positivo sobre a figura da mãe, mediante palavras, presentes, actos de afecto, se desse mais felicidade a todas as mães, mantendo sempre viva todos os dias, no coração, a sua imagem.
Em homenagem a todas as mães, aqui deixamos um poema de Carlos Drummomd de Andrade:

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

nº 752 I 02 maio ‘10

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