sábado, 8 de maio de 2010

COMENTÁRIO


O trecho do Evangelho que hoje nos é oferecido, aliás, como o do passado Domingo, faz parte do diálogo de Jesus com os seus discípulos na véspera da sua paixão. Tal situação de despedia poderia levar-nos a pensar que Jesus usasse uma linguagem de tristeza e tivesse um semblante pesado, pois estava à beira do doloroso sacrifício da Cruz e da iminente morte. Contudo, tal não sucede porque a sua morte vai permitir que Ele vá reencontrar-se com o Pai. Este modo de ver deve constituir para os discípulos motivo de alegria e não medo ou tristeza.
O regresso de Jesus ao Pai, não é um abandono dos discípulos, mas pelo contrário, torna-se para eles um maior auxílio, porque desde então poderão contar não só com a presença do Mestre, mas também com o Pai, a quem se juntará a presença do Espírito Santo, que os conduzirá a uma melhor compreensão das palavras de Cristo e uma maior interiorização e compreensão das mesmas.
Por essa razão os discípulos devem sentir-se em paz, e viver em serenidade já que não há nenhuma razão para a intranquilidade ou medo para quem faz a opção por Jesus, isto é, para quem ama Jesus mais do que a antiga Lei.
No entanto, isto só acontecerá se os discípulos se dispuserem a amar Jesus, a guardar os seus mandamentos.
A quem ama, e amar, na linguagem cristã, não se limita a um mero sentimento, mas a viver de acordo com o pensar de agir do Mestre, Jesus diz que não ficará “órfão”, não ficará abandonado ou esquecido, pois Ele pedirá ao Pai que lhe envie o Paráclito, que estará sempre com aqueles que O amam.
Guardar a palavra de Jesus não é cumprir algo que está mandado, mas sim expressar um amor que se tem a Jesus. Se o Pai e Jesus ainda não construíram a sua morada em cada um de nós é sinal que ainda não amamos verdadeiramente o Filho de Deus, o Ungido do Pai.

nº 753 I 09 maio ‘10

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