sexta-feira, 11 de junho de 2010

Made em Portugal

Há nos dias de hoje portugueses que ocupam as primeiras páginas dos jornais. Outros já há muito tempo têm lugar na História, ou porque “deram novos mundos ao mundo”, como os navegadores Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral ou Fernão de Magalhães, entre outros, ou inclusive foram papas como João XXI. Mas Santo António de Lisboa é possivelmente o Português mais conhecido e famoso no mundo inteiro.
Foi notícias nos jornais, e em outros meios de comunicação social, o recente contrato de José Mourinho com o Real Madrid, pelos montantes em jogo. Certamente nos dias que correm José Mourinho é um dos portugueses com maior sucesso, e certamente com prestígio em todo o mundo, o mesmo sucedendo igualmente com o futebolista Cristiano Ronaldo.
Há outros portugueses que granjearam um lugar na História, quer pelos seus escritos quer pelas suas epopeias, como é o caso dos descobridores, em que sobressaem Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral, sem esquecer o grande mentor dos descobrimento, o Infante Dom Henrique.
E se até houve um papa Português, Pedro Hispano, que foi sucessor de São Pedro com o nome de João XXI, no entanto, creio que o português mais conhecido em todo o mundo é Santo António de Lisboa, cuja festa litúrgica ocorre precisamente neste Domingo.
Santo António, que recebeu na pia baptismal o nome de Fernando, era filho de Martim de Bulhões e Maria Teresa Taveira Azevedo, nasceu em Lisboa provavelmente em 1191-1192, numa casa próxima da Sé de Lisboa, às portas da cidade, no local, assim onde posteriormente se ergueu a Igreja sob sua invocação. A tradição fixa o seu nascimento no dia 15 de Agosto, Festa da Assunção de Nossa Senhora
Fez os primeiros estudos na Igreja de Santa Maria Maior (hoje a Sé de Lisboa), ingressando mais tarde, em 1210 ou 1211, como noviço, na Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no Convento de São Vicente de Fora.
Aí permaneceu cerca de três anos, tendo 18 ou 19 anos quando foi transferido para o Convento de Santa Cruz de Coimbra, a casa-mãe da Ordem em Portugal, e que então era um importante centro de cultura medieval e eclesiástica da Europa, realizando aí os estudos em Direito Canónico, Filosofia e Teologia.
No entanto o ambiente da comunidade e o apostolado no Convento de Santa Cruz de Coimbra vai ser sacudido e perturbado pelos conflitos entre o rei de Portugal, D. Afonso II, e a Santa Sé, pois no próprio convento havia bandos e discórdias entre grupos de cónegos de uma e outra facção. Esta tensão leva Fernando de Bulhões a questionar-se se deveria ou não abraçar outra forma de vida religiosa, concretamente a dos franciscanos que entretanto tinham fundado em Santo António dos Olivais, nos arrabaldes de Coimbra.
Um acontecimento o animou a dar o passo decisivo para ingressar na nova ordem mendicante: a chegada a Coimbra, e precisamente a Santa Cruz, dos restos mortais dos franciscanos martirizados em Marraquexe, no Norte África. Contando com a presença em Portugal do Provincial dos Franciscanos de Espanha, troca o hábito branco dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho pelo saial cinzento dos franciscanos, mudando o seu nome para António, recolhendo-se ao Eremitério dos Olivais.
Talvez tocado pelo exemplo dos Mártires de Marrocos, também António de dispõe a partir para essas terras de missão. A viagem acontece por volta de 1219. No entanto, mal tinha atracado em terras de África os ideais missionários do franciscano são ceifados , pela “irmã” doença, com febres muito altas, a febre malária. Os Superiores, temendo pela sua saúde, decidem que volte para Portugal.
Mas no regresso, uma forte tempestade arrastou o barco para as costas da Sicília. É aqui, na Itália, que António se notabilizaria como exímio teólogo e grande pregador.
Em Março de 1222, em Forlì, dissertou para religiosos Franciscanos e Dominicanos de forma tão fluente e admirável que o Provincial da Ordem o destinou de imediato à evangelização e difusão da doutrina.
Fixou-se então em Bolonha onde se dedicou ao ensino da Teologia e à pregação, nomeadamente contra as heresias dos Cátaros e Valdenses.
Seguiu depois para França com o objectivo de pregar contra os Albigenses e em 1225 é pregador em Toulouse. Na mesma época foi-lhe confiada a guarda do Convento de Puy-en-Velay e teria à sua guarda igualmente a Província de Limoges. Dois anos mais tarde instalou-se em Marselha, mas brevemente seria escolhido para Provincial da Romanha, em Itália.
No ano de 1228, prega em a Ferrara, Bolonha e Florença, e no ano seguinte as suas pregações dividiram-se entre Varese, Bréscia, Milão, Verona e Mântua. Esta actividade absorvia-o de tal maneira que passou a dedicar-se exclusivamente a pregação.
Em 1231, regressou a Pádua, onde faleceu a 13 de Junho de 1231 no Oratório de Arcela. Os seus restos mortais repousam em Pádua.
Foi canonizado em 30 de Maio de 1232.
Em 1946 Pio XII declarou-o Doutor da Igreja, com o título de ‘Doutor Angélico’.
Chama Viva do Carmo 758 I Junho 13, 2010

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