sábado, 28 de maio de 2011

COMENTÁRIO

Continuamos a viver o tempo Pascal, e o nosso olhar enfrenta um pequeno dilema: não sabemos se olhar par trás, ou seja, para a Ressurreição do Senhor, ou  mirar em frente, isto é para a Ascensão do Senhor ao Céu, e a consequente vinda do Espírito Santo, uma promessa do Mestre!
Também o trecho do Evangelho deste Domingo se proporciona a pequenos equívocos, porque foi proferido no contexto da Última Ceia, sendo então um discurso de despedida antes do suplício do Calvário, no entanto,  podemos ser tentados a situá-lo imediatamente antes da Ascensão.
Contudo, esses pormenores pouco interessam, porque o mais importante é a mensagem que hoje Jesus nos transmite.
Ele vai dar-nos a maior prova de amor, e, embora, nada pedisse em troca, para que não se derramassem inúteis lágrimas de despida, diz aos seus amigos:  “Se  Me amardes, guardareis os meus mandamentos”.
Hoje os adolescentes e os jovens, e não só, pensam que são amados quando alguém, de quem gostam,  lhe oferece um ramo de flores, quando recebe um presente ou um felicitação no seu aniversário.
Jesus não espera dos amigos nada disso, porque tudo isso é efémero, murcha e facilmente se esquece; Ele prefere que ponhamos em prática os seus ensinamentos, que guardemos os seus mandamentos, que se  resumem no amor a Deus e ao próximo!
Seguidamente Jesus promete aos seus discípulos: “Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós”.
Esta promessa de Jesus, de regressar, não se refere, neste contexto de despedida na Última Ceia, à sua vinda gloriosa no fim dos tempos, mas sim ao seu regresso à vida, após a morte, com a sua Ressurreição. Por isso diz “dentro de pouco”, ou seja  três dias depois da  sua morte, ainda que nem seja reconhecido por todos, pois até os próprios discípulos tiveram dificuldade em O reconhecer nas diversas aparições!
Embora proferidas  em ordem à sua Ressurreição  estas palavras de Jesus hoje são um convite a  prepararmo-nos para a festa do Pentecostes, a vinda do Espírito Paráclito.

Chama n.º 798 | 29 Maio ‘11

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