sábado, 29 de dezembro de 2007

FOI EM FAMÍLIA

Hoje como sempre a família vive em dificuldades e tribulações, é atacada, vilipendiada, obstruída. Porém

Deus quis nascer no seio duma família.
Deus chorou quando foi família.
Deus acolhe o pobre e o rico em família.
Deus deixou-se guiar por uma família.

Em família Jesus reconheceu um nome: Maria!
Em família Jesus respeitou um homem: José!
Em família, Deus-connosco, foi iniciado na fé.
Em família, Jesus foi querido e agasalhado.
Em família, Jesus soube o que é ter de fugir.
Em família, Jesus foi consolado e animado.
Em família, Jesus aprendeu a crescer.
Em família, Jesus sofreu o desprezo
dos que O não quiseram nem ver nem esperar.
Em família, Jesus viu o encanto dos pastores.
Em família, Jesus viu os três reis magos
que lhe ofereceram ouro, incenso e mirra.
Em família, Jesus falou e aprendeu o silêncio.
Em família, Jesus foi perdido e encontrado.
Em família, Jesus brincou, rezou e cantou.
Em família, Jesus aprendeu a sofrer
a incompreensão dos que O rodeavam.

Em família... Sim, em família!
Em família, Jesus foi filho!
Em família, Jesus foi menino!
Em família, Jesus foi jovem!
Em família, Jesus aprendeu a ser adulto!
Em família, Jesus aprendeu a olhar os céus!

ADORAÇÃO | QUINTA-FEIRA | 03 JANEIRO

14:00 - 23:00 TARDE - NOITE DE ADORAÇÃO
· 14:00h Início da Adoração Eucarística mensal.
· 17:45h Os Ministros da Comunhão orientam uma hora de oração pelas vocações.
· A Adoração encerra com a bênção às 23:00h.

(Olhar) A Sagrada Família de Nazaré (iv)

O que podemos aprender na Escola de Nazaré?
Tudo isto e muito mais. Todos podemos aprender na Escola de Nazaré, onde, mãe, pai e filho são os professores.
Os pais podem aprender com José a ser solícitos vigilantes e atentos, trabalhadores, providentes do lar e homens de fé que sabem discernir a vontade de Deus a seu respeito e a respeito dos seus.
As mães aprendam com Maria o recato, a singeleza do espírito, a firmeza, a fidelidade perfeita, e a ouvir as propostas ousadas da Palavra de Deus.
Os filhos podem aprender com Jesus a obediência aos pais, mesmo sendo mais que eles! Eram menores que Ele em nobreza, virtudes, sabedoria e dons naturais; ainda assim obedecia-lhes serenamente e com eles aprendeu a crescer, a rezar, a amar e a ser adulto.
Os pobres aprendam da Sagrada Família a conservar a dignidade na pobreza e até na penúria.
Os nobres podem aprender com esta nobre família descendente do Rei David — e protectora do Rei dos reis — a agir com moderação no esplendor da sua fortuna.
Os operários e os que se irritam com as dificuldades da vida e da sua condição modesta, contemplem a família pobre de José e reconhecerão com orgulho que foi esta e não uma rica, a eleita para cuidar de encontrar o pão de cada dia para a boca do Salvador do mundo. Por fim, foi a uma família pobre que o Todo-poderoso obedeceu.
Erat subditus illis!

(Olhar) A Sagrada Família de Nazaré (iii)

Era uma família atenta
Não viviam assoberbados pelo trabalho ao ponto de perder a noção do tempo e das situações. Liam com facilidade a situação política concreta. O Menino era para este jovem casal uma fonte de profunda alegria e um grande motivo de preocupação. A cruel perseguição de Herodes ao Menino constituiu-os em fugitivos, emigrantes e desterrados. Aquando da morte do tirano perseguidor regressarão, mas porque sobre Belém reina um tirano pior que ele vão instalar-se na desconhecida aldeia de Nazaré, longe da sua mão e poder.­­

(Olhar) A Sagrada Família de Nazaré (ii)

Era uma família feliz
A família de José estava apoiada nos pilares fortes da paz e da harmonia, da paciência e resignação. Foi isso que atraiu José em Maria. E vice-versa. Mas sabemos bem que durante o desposório as coisas estiveram difíceis, sinal de que os santos e os justos atravessam, por vezes, dificuldades maiores que as nossas.
Jesus que era Deus, o Deus de José e de Maria!, era-lhes submisso. Respeitou-os e obedeceu-lhes. Maria — a Mãe de Deus! — reconhecia em José a autoridade de chefe de família: era-lhe submissa, atenciosa e conselheira prudente.
Eram uma família feliz.

(Olhar) A Sagrada Família de Nazaré (i)


Era família pobre mas não resignada
A família de Jesus era pobre, mas pobre mesmo. E naquele tempo não havia sequer o Rendimento de Inserção Social. Eram todos os seus membros devotados ao trabalho, pois nenhuma ajuda se poderia desprezar. José, talvez carpinteiro, talvez homem dos sete ofícios, fazia de tudo um pouco. Não me espantaria que soubesse fazer um arado de madeira e uma barca de pesca. Consertaria com igual facilidade uma cadeira ou um muro. As mãos eram pesadas e calejadas e os instrumentos muito primitivos. Mas em todas as milhas em redor não havia outras igual para afagar a cabeça de Jesus e ensiná-l’O a trabalhar, como Maria e o Pai Eterno bem testemunhavam.
Maria, ali bem perto da oficina, dedicava-se à casa. Era um regalo de música quase divina ouvir os seus dois homens a palrar as melhores soluções para o trabalho do momento. Era modesta nos arranjos da sua casa, onde nunca faltava água fresca que ia buscar, à cabeça, à fonte — a Fonte da Virgem como ainda hoje é conhecida em Nazaré. Jamais recriminou José por gastar água em demasia para lavar as mãos sujas do trabalho.
Nas suas mãos dançavam agilmente o fuso e a roca, e a cozinha não tinha segredos para si. Tão‑pouco os alimentos eram muito variados em sua casa...
José suava como os outros trabalhadores. Nalguma pausa do trabalho surpreendia-se a olhar para a mulher, e via-a serena e calma a rezar tal como no dia em que o Anjo a saudou.
Jesus saía aos dois. Em menino ajudou a Mãe em casa; depois, já mais crescidinho, ajudou o pai na oficina. Foi buscar água, trincou os dedos e carregou madeiras. A sua arte era mesmo a de aliviar os pais do peso do trabalho e contribuir para a casa.

A Festa da Sagrada Família de Jesus

A Festa da Sagrada Família de Jesus, José e Maria é uma festa feliz, uma escola única, a que devemos aproximar-nos com leveza interior. Logo no primeiro domingo a seguir ao Natal somos convidados a submergir-nos nesta família tão especial que é também nossa.
Depois do regresso do Egipto, onde estiveram refugiados, Jesus viveu em Nazaré com a sua família, Maria e José. Como era a família de Nazaré para que dela possamos aprender algo?

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Ceia de Reis do Carmo


A Ceia de reis da Comunidade do Carmo de Aveiro é um encontro da nossa família à volta de outra mesa. Terá lugar no próximo dia 5 de Janeiro de 2008, no Salão do centro Pastoral de São João da Cruz. Inscreva-se na Sacristia.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Saudação de Natal

AOS QUE CONNOSCO,
COMUNIDADE DO CARMO DE AVEIRO,
PERCORRERAM NA ESPERANÇA OS
CAMINHOS DA FÉ;
AOS QUE CONNOSCO
PELA PALAVRA, PELA BELEZA
E TESTEMUNHO COLABORARAM NO ANÚNCIO DA BOA NOVA;
AOS QUE CONNOSCO
LAVARAM OS PÉS AOS IRMÃOS
E A DEUZ ENTOARAM OS LOUVORES
DE QUE SÓ ELE É DIGNO;
A TODOS,
AOS DE LONGE E AOS DE PERTO:

SANTO E FELIZ NATAL!

sábado, 22 de dezembro de 2007

ORAÇÃO PARA A CEIA DE NATAL

(Antes da ceia reúne-se a família junto ao Presépio. Acendem-se uma ou duas velas, e apagam-se as luzes de casa. Inicia-se a Leitura do Evangelho e às palavras «Anuncio-vos uma grande alegria» acendem-se as luzes da sala.)

1. Reunir a família.
2. Em nome de Pai e do Filho e do Espírito Santo.
3. Leitura do Evangelho de S. Lucas 2, 8-20.
4. Oração.
5. Cântico de Natal que a família conheça.


Oração
Senhor nosso Pai, nós Vos louvamos
e bendizemos porque nos concedeis
a alegria de celebrar os 2007 anos
do nascimento de Jesus Cristo,
o Salvador do mundo.
Nós Vos damos graças por todas as manifestações do vosso amor.
Dai-nos, Senhor o Vosso Espírito Santo para que Jesus nasça e cresça nos nossos corações e seja, no centro da nossa família, a fonte da vida e do amor.
Guardai no Vosso amor os nossos familiares e amigos que estão longe
e que hoje lembramos com saudade,
e concedei aos nossos defuntos
a glória do Céu.
Dignai-vos também abençoar
a nossa mesa e a nossa casa,
para que a alegria do Natal dê abundantes frutos de caridade em cada um de nós.
Por nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho, que é Deus convosco
na unidade do Espírito Santo. Amen!
(Pai Nosso, Avé Maria, Glória ao Pai.)

Bodas

Quando foi chegado o tempo
em que de nascer havia,
assim como o desposado.
do seu tálamo saía
abraçando a sua esposa,
que em seus braços trazia;
ao qual a bendita Madre
em um presépio poria.
Os homens davam cantares,
os anjos a melodia,
festejando o desposório
que entre aqueles dois havia.
(SÃO JOÃO DA CRUZ)

Natal, as bodas de Deus


O teólogo Xabier Pikaza leu este ano o mistério do Natal pelos olhos de São João da Cruz. Ao mistério do Nascimento chamou as Bodas de Deus.
São João da Cruz concordaria. Eu também; e é de Pikaza que retiro os pensamentos que seguem.
Pikaza vê o Advento como a experiência de enamoramento de Deus, que se abre e se oferece a todos os homens e mulheres. Só um Deus loucamente enamorado pela Humanidade a poderia ter criado e sustentado a vida. Porque também dela o Filho se enamorou, quis dizer-nos o seu amor pelo mundo.
É bonito dizer que Deus existe e é um Deus enamorado; porém, tal exige que esse dizer se diga, no comum da vida, com palavras e com vidas apaixonadas por Deus. Dizer que o Emanuel que nasce está enamorado por mim, exige que eu mostre um rosto e um coração enamorado e capaz de amar.
O enamoramento da Santíssima Trindade pela Humanidade fez o Filho nascer, como um acto de busca apaixonada da esposa, a Humanidade.
E aonde iremos nós agora, Igreja apaixonada, provar o nosso enamoramento? Havemos de ir buscar a esposa aos baixios da vida, como fez Cristo, que baixando, nos veio buscar-amar a nós. Iremos buscá-la ao lugar onde ela se encontra: nos doentes dos hospitais, nos famintos dos subúrbios das grandes cidades, nos solitários das ruas perdidas, nos recantos do mundo sem alma.
Irei buscar uma esposa, disse Cristo. E essa esposa a quem Ele ama com amor de igualdade e apaixonadamente somos nós.
Sejamos exploradores do amor e não apenas de petróleo ou de ouro. Sintamo-nos impelidos a buscar pessoas para amar, procuremos uma esposa a quem servir no amor.
Procuremos para sermos procurados. Não saiamos buscando cheios apenas de razões, sabendo que sabemos o que sabemos e ninguém mais sabe algo... Porque também eu devo deixar que me busquem e me encontrem, devo deixar-me amar e surpreender pelo amor. Onde quer que eu esteja, no alto duma torre ou na cave duma prisão, que ali se abram as portas do amor que é Deus.
São João da Cruz afirma que o Filho amou o mundo e por isso se inseriu neste cativeiro, nascendo como humano neste lago de baixeza em que se encontram os homens oprimidos. Só assim. Só fazendo-se carne da carne de Maria, só fazendo-se verdadeiro «filho do homem», o Filho de Deus faz sua a Humanidade, tomando-a nos braços, acariciando‑a com ternura e elevando-a à Sua glória.
Para o poeta (e teólogo) São João da Cruz, o Filho de Deus actua como um esposo amante. Ele sai do tálamo (sinal de geração de vida e de união) levando nos braços a esposa, a fim de a conduzir de novo para Deus. Ele é o esposo-amigo que com poderosa ternura resgata e eleva a sua esposa para a ela sempre se abraçar.
O Filho de Deus apresenta-se também como o esposo envolvido no pranto. No Natal, os homens cantam cantares e os anjos entoam melodias. No primeiro Natal o mundo cantou música digna do Céu, enquanto, Deus, no presépio, chorava e gemia.
As bodas de Deus são naturalmente as bodas da Humanidade. O poeta consegue surpreender-nos com uma troca misteriosa, na qual se vê «o pranto do homem em Deus» (que é Cristo chorando no presépio) «e no homem a alegria dos céus», que se vê, ou melhor, se ouve, nos cantares dos pastores. Vejamos, o princípio e sentido do Natal é que a Humanidade se alegre e se case, se anime a viver e a compartilhar a vida.
Maria de Nazaré é obviamente a mulher das bodas. É esse o espanto da incarnação, o centro da fé cristã. São João da Cruz tomou a Virgem Mãe como testemunha desse espanto, como exemplo e modelo de todos os crentes. Ela é a Virgem do acontecimento — «A donzela que se chamava Maria, de cujo consentimento o mistério se fazia» —, porque com o seu Sim deixa que Deus se humanize dentro dela. Maria é a mãe da contemplação assombrosa, que descobre e venera a grandeza de Deus no choro e pequenez de Cristo que nasceu.
Ao chegar aqui, parecendo que se deveria iniciar o relato da vida de Jesus e da sua Páscoa, São João da Cruz fecha o seu poema. E fica a contemplar.

Chama 652, 23 Dezembro 2007

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Nova Bem-aventurada Carmelita

B. Maria Josefina de Jesus Crucificado

Josefina Catanea nasceu em Nápoles, no dia 18 de Fevereiro de 1894. Aos 10 anos fez a Primeira Comunhão e recebeu o Crisma. A sua adolescência ficou marcada por uma vida impecável, quer na fé quer nos bons costumes e na prática das obras de caridade.
Aos 14 anos foi passar a Novena de São José ao recém-fundado Carmelo napolitano de Ponti Rossi. Ali se encontrava a sua irmã mais velha, Antonieta. E por umas e outras razões já não regressou a sua casa.
Era de fraca saúde. As doenças sucediam-se invariavelmente. Era, porém, muito activa e trabalhadora.
Aos 24 anos, no dia 24 de Novembro de 1918, esteve a ponto de morrer por causa da gripe. Curou-se por intercessão de S. José.
No dia 6 de Junho 1922 sofreu horríveis ataques de coração. Os sofrimentos pioraram a partir do dia 10 de Agosto seguinte.
No dia 26 de Junho de 1923 levaram-lhe o braço de São Francisco Xavier, e ao tocar a relíquia ficou curada.
No dia 30 de maio de 1933 tomou hábito de Carmelita Descalça no Carmelo de S. José e S. Teresa, aprovado canonicamente no ano anterior.
No dia 6 de Agosto de 1933 professou e recebeu o véu.
Apesar das suas dificuldades físicas foi eleita Subpriora no dia 2 de Abril de 1934.
No dia 6 de Agosto de 1945 foi eleita Vigária.
No dia 29 de Setembro de 1945 foi eleita Prioresa, apesar de apenas se poder movimentar em cadeira de rodas.
Morreu no dia 14 de Março e de 1948.
A sua fama de Santidade era tão grande que os fiéis acorreram em tão grande número que tardo 13 dias em ser sepultada. Durante esses dias não se revelaram quaisquer sinais de degradação.
Estes factos moveram as autoridades eclesiásticas a iniciar a sua Causa de Canonização, cujo Processo Ordinário ocorreu entre o dia 27 de Dezembro de 1948 e 18 de Fevereiro de 1952.
No dia 3 de Janeiro de 1987 foi promulgado o Decreto sobre a heroicidade das suas virtudes.
Hoje, 17 de Dezembro de 2007, o Santo Padre Bento XVI, autorizou a promulgação do Decreto sobre o milagre atribuído à sua intercessão.
A sua beatificação ocorrerá em Nápoles em data a determinar.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Domingo Gaudete4

Cristo está tão próximo que João Baptista, no Evangelho de hoje, já o assinala presente no meio de nós. Aos fariseus que perguntam ao Baptista: «Tu quem és?», ele respondeu com a verdade, ele «Confessou e não negou», e depois disse: «Porém, no meio de vós está aquele a quem não conheceis: esse é aquele que há-de vir.»
No meio de vós, quer dizer, na Eucaristia; quer dizer, nos sacrários do mundo inteiro!
No livro do Apocalipse, Ele diz: «Eis que estou à porta e chamo». Ele já está no meio de nós, Ele está a chamar.
Aquele a quem João Baptista — o maior dos filhos de mulher — não é digno de desatar a correia das sandálias, está à porta de cada homem e cada mulher esperando que a abram...
E a Igreja ao vê-lo chegar, alegra-se. E a alegria da Igreja ilumina a nossa vida e abre portas à nossa alegria.
A nossa alegria está in Domino. A Igreja recorda-nos o que bem sabiam os primeiros cristãos: que a verdadeira alegria «está no Senhor»! Vem desde cima e desde dentro, desde Deus e desde a fé! Ela não se encontra à mercê dos acontecimentos, nem dependes das oscilações da vida. Ela tem as suas raízes no próprio Deus, bem firmadas na esperança: «Alegrai-vos sempre no Senhor».
A alegria que celebramos antecipadamente neste Domingo é um desafio ao cristão para que injecte a alegria divina nas coisas humanas, aquela alegria que elas por si sós não podem ter nem dar.
O mundo anda triste, porque busca a alegria que só Deus pode dar... e não a busca em Deus!
A nossa alegria não é a de estarmos satisfeitos, mas a que recebemos de Deus por sermos seus filhos. A alegria do Advento é a alegria cristã de sempre, «porque o Senhor está próximo».

Domingo Gaudete3

Especialmente esperante e jubiloso é o canto da Igreja do silêncio, a Igreja perseguida, a Igreja da China e dalgumas regiões da Índia e outras. Apesar das cadeias e das repressões, também a Igreja perseguida é convidada para a alegria, porque o Senhor vem para todos nós como Libertador. Hoje os sacerdotes de Deus proclamam no altar igual convite em todo o orbe terrestre: Gaudete in Domino semper, iterum dico, gaudete! Mesmo sobre aqueles que mais se sentem acabrunhados ou martirizados pelo sofrimento, sobre todos cai hoje uma alegria sobrenatural que é dom de Deus para enfrentar as dificuldades.

Domingo Gaudete2

No Domingo passado, animados pela liturgia da Igreja, os nossos corações abriram-se ainda mais para os caminhos do Senhor que vem. O Deus da esperança vai fazendo em nós a sua boa obra, e a paz inunda o coração dos cristãos que vivem da fé e a procuram confirmar com obras.
Continuamos em Advento.
A Igreja caminha em tensão expectante. Oxalá toda a Igreja espere, porque em nós ressoa a voz do Apóstolo Paulo que nos grita com clamores de júbilo: Gaudete in Domino semper, iterum dico, gaudete! Alegrai-vos sempre no Senhor, novamente vos digo, alegrai‑vos!
Há hoje na Missa uma surpresa: a cor rosa, raramente vista na liturgia. É uma cor que quer dizer que nos encontramos em penitência, embora envolvidos em esperançosa alegria.
Neste domingo a Igreja revestida de cor rosa, proclama: Não andeis tristes, mas alegres! Não desespereis, mas esperançai! E depois, suavemente, diz a razão dessa alegria: Dominus enim prope est, Porque o Senhor está a chegar!
A Igreja alegra-se por pressentir levemente que o Senhor está a chegar. O Corpo místico de Cristo, estendido por toda a face da Terra canta neste Domingo o Gaudete in Domino!
É um canto na esperança.
(Chama 651, 16 de Dezembro de 2007)

Domingo Gaudete

Desde há muitos séculos este domingo é chamado o Domingo Gaudete, Domingo da alegria. É assim chamado porque o Senhor está próximo
e porque o Advento está a chegar ao fim. Fica a faltar apenas uma semana.
A antífona de entrada da Missa é composta por palavras de São Paulo aos Filipenses: «Estai sempre alegres, no Senhor; novamente vos digo: estai sempre alegres. O Senhor está a chegar.»
(Chama 651, 16 de Dezembro de 2007)

sábado, 8 de dezembro de 2007

Alguns ensinamentos de São João da Cruz

A alma que verdadeiramente ama a Deus, não deixa de fazer o que pode para achar o Filho de Deus, seu Amado. Mesmo depois de haver empregue todos os esforços, não se contenta e julga não ter feito nada.

A mosca que pousa no mel não pode voar; a alma que fica presa ao sabor do prazer, sente-se impedida em sua liberdade e contemplação.

A pessoa que caminha com Deus e não afasta de si as preocupações, nem domina as suas paixões, caminha como quem empurra um carro encosta acima.

O Amor não consiste em sentir grandes coisas, mas em despojar-se e sofrer pelo Amado.

Se está em mim Aquele a quem minha alma ama, como não o encontro nem o sinto? É por estar Ele escondido. Mas não te escondas também; assim podes encontrá-Lo e senti-Lo...

Para possuir Deus plenamente, é preciso nada ter; porque se o coração pertence a ele, não pode voltar-se para outro.

O demónio teme a alma unida a Deus como ao próprio Deus.

(Chama 650, 9 de Dezembro de 2007)


AVISOS2: SÁBADO | 15

· 21:30 Concerto de Natal promovida pelo Coro Voces Carmeli. Com a participação da Orquestra-Tuna Sociedade Musical Santa Cecília.
A entrada é gratuita.
(Chama 650, 9 de Dezembro de 2007)

AVISOS: SEGUNDA | 10 - 13 | QUINTA

Do dia 10 ao dia 13 decorre a segunda parte da Novena de São João
da Cruz. O programa é o seguinte:
· 08:00 Eucaristia.
· 18:30 Eucaristia.
· 21:00 Eucaristia.
· 21:30 Momento de oração sanjoanista.
(Chama 650, 9 de Dezembro de 2007)

Modelo de contemplação e intercessão

Para São João da Cruz a Virgem Maria é também modelo de confiança. Nas Bodas de Caná ela, sempre atenta e sempre discreta, fez valer o poder da sua intercessão junto de seu Filho.
Sobre a intercessão de Maria, São João da Cruz comenta: «Quem discretamente ama não cuida de pedir aquilo que lhe falta e deseja, antes, porém, apresenta a sua necessidade para que o Amado faça aquilo que fôr servido fazer, tal como a Bem-aventurada Virgem Maria, nas Bodas de Caná da Galileia. Ela não pediu vinho directamente a Jesus; ela apenas lhe disse: ‘Eles não têm vinho’
A presença da Virgem está implícita noutro pensamento do nosso Santo, quando diz: «Uma Palavra falou o Pai, que foi o seu Filho. E fala-a sempre em eterno silêncio, e é no silêncio que há-de ser ouvida pela alma
Maria é nosso modelo de (in)acção. Maria é o silêncio contemplativo que acolheu a Palavra. É essa a razão pela qual São João da Cruz, unindo mais uma vez e sempre Maria e Cristo, pôde exclamar na Oração da Alma Enamorada: «A Mãe de Deus é minha»!
(Chama 650, 9 de Dezembro de 2007)

Sob o Espírito Santo

Ao falar das almas que se identificam com a vontade de Deus, São João da Cruz diz que algumas se identificam totalmente com ela, de modo que toda a sua actividade, as suas obras e orações brotam por inspiração de Deus. Escreveu São João da Cruz: «Assim eram as acções da gloriosíssima Vigem Nossa Senhora, que, estando desde o início elevada a este tão alto estado, nunca teve impressa na sua alma marca de alguma criatura nem por alguma outra se deixou mover. A sua vida foi sempre orientada pelo Espírito Santo».
Nesta afirmação encontra-se o princípio da acção constante e total do Espírito Santo em Maria. Desde o início Ela foi elevada a este alto estado de comunhão com Deus, através dum dinamismo de crescente fidelidade e de cooperação com as moções do Espírito Santo.
(Chama 650, 9 de Dezembro de 2007)

Comungou o mistério de Cristo

No seu poema Romances sobre o Evangelho de São João, chave bíblica de toda a sua doutrina na perspectiva da história da salvação, a Virgem Maria aparece em esplendorosa comunhão com a Santíssima Trindade, no seu privilégio e missão de ser Mãe do Verbo Incarnado, na aceitação e consentimento da obra da salvação. São João da Cruz vê-a como testemunha do mistério, como «Mãe graciosa» que leva nos seus braços a Deus; ela é a Esposa-Igreja e é a Humanidade em quem se consumaram os desposórios de Deus com a homem: «abraçado à sua esposa, que nos seus braços trazia».
O cume desta comunhão vê-a Frei João alcançada na Cruz, onde a Virgem participa na dor do Redentor. Ela é a Imaculada; ainda que viva isenta de pecado ela sofre porque sempre viveu associada — e agora também — à acção do Salvador. Junto da Cruz a Mãe sofre, não por ter sido pecadora nem por precisar de ser purificada, mas em comunhão com a acção salvadora de Cristo.
(Chama 650, 9 de Dezembro de 2007)

A Virgem Maria de São João da Cruz

A Virgem Maria está presente em toda a vida de São João da Cruz com ternura de Mãe. Era ele menino de oito ou nove anos e embora não a querendo agarrar, ela estendeu‑lhe a mão branca que segurou a sua cheia de lodo e lama e o arrancou das garras da morte.
Depois desta outras intervenções se seguiram, quer na infância quer na vida adulta. Porém, aquele primeiro encontro com a Virgem foi como que uma declaração dela: — «Joãozinho, não temas. Não temas jamais, porque não te afundarás. Eu estarei sempre contigo!»
Assim foi. A Virgem cumpriu: ele jamais se afundou.
Lamentavelmente o nosso Santo Pai não parece ter dito tudo, e manifestamente sabia mais do que nos contou. As alusões marianas que o Santo Padre faz nos seus escritos são bastante sóbrias, embora marcadas pelo toque de genealidade próprio do Doutor Místico.
Assim viu São João da Cruz o mistério de Maria.
(Chama 650, 9 de Dezembro de 2007)

Um anjo chamado João

Se queremos encontrar um anjo em carne humana ou encontrar um homem totalmente angelical vamos a São João da Cruz e não seremos enganados. Quando escrevia olhava o Céu, e foi assim que nos revelou os seus mistérios como se já vivesse da glória. Conquanto escrevesse na Terra, como se fora em noite escura, falou‑nos do amor divino que nos enchameia a alma como viva chama de amor.
O céu e a terra, o homem e o anjo, o peregrino e o bem-aventurado, o sábio e o humilde, fundem-se verdadeiramente no Santo Padre João da Cruz, que, convicto, viveu o ideal de oração e abraçou apaixonadamente a cruz. Toda a sua vida foi uma imensa cruz que se lhe coseu ao corpo e à alma. Porém, viveu a vida apaixonadamente agarrado à Virgem Maria, que em menino lhe estendeu a alva mão e o arrancou do lodo dum atoleiro onde caíra durante uma brincadeira de crianças. Viveu e cresceu de mão dada com a Virgem.Ao aproximar-se a sua festa, falemos dele e dela.
(Chama 650, 9 de Dezembro de 2007)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

CONCERTO DE NATAL NA IGREJA DO CARMO

Acontece no próximo dia 15 de Dezembro um Concerto de Natal, na Igreja do Carmo de Aveiro, que juntará vozes e instrumentos do Coro Voces Carmeli e da Orquestra-Tuna da Sociedade Musical Santa Cecília, entoando as mais variadas canções da época.

A Sociedade Musical Santa Cecília foi fundada em 1903, é sedeada na freguesia de S. Bernardo e ao longo de mais de cem anos de existência tem contribuído para uma maior actividade cultural e social da comunidade aveirense. A Orquestra-Tuna é composta por bandolins, guitarras clássicas, baixo e contrabaixo acústico, violinos, flautas, clarinetes, saxofones, acordeões, trombone de varas e vozes. Sendo os seus músicos maioritariamente jovens e com o trabalho desenvolvido pelo maestro Vítor Saudade, a realidade do presente mostra uma reconhecida qualidade musical que são a garantia de futuro.

O Coro Voces Carmeli surgiu em 1990, sob a orientação do Frei Rui Rodrigues, na Igreja do Carmo de Aveiro. Desde a sua fundação, conta com a Direcção Artística da Maestrina Elsa Martins. A participação na eucaristia dominical, das 11h30, é o principal objectivo do Coro, sendo que ao longo da sua história apresenta algumas deslocações a várias partes do país. O Coro Voces Carmeli conta agora com guitarras, violinos, flauta transversal, baixo, teclado e bateria, aliados a uma panóplia de fantásticas vozes.

O concerto, de entrada livre, terá início às 21 horas e 30 minutos e promete animar o serão dos aveirenses no próximo sábado.

sábado, 1 de dezembro de 2007

7 NOITES, 7 TEMAS

Segunda-feira, dia 3 de Dezembro, iniciaremos o ciclo de reflexão e oração 7 noites, 7 temas. As conferências serão mensais e terão lugar no Salão do Centro Pastoral de São João da Cruz.
O primeiro conferencista é o nosso Bispo, D. António Francisco dos Santos que versará o tema: O Sonho do Pai é o amor.
Não podíamos começar melhor.
Sinta-se convidado, sinta-se em casa.


(Chama 649, 2 de Dezembro de 2007)

VIDA, DOÇURA E ESPERANÇA NOSSA

O Arcanjo Gabriel chamou-lhe «cheia de graça»; os Padres da Igreja oriental «a Toda Santa»; Pio X definiu a sua conceição imaculada, que «foi
preservada imune de toda a mancha do pecado original desde o primeiro momento da sua concepção»; o Vaticano II apresenta-a como «protótipo e modelo destacadíssimo na fé e no amor.»

Pela afirmação da concepção imaculada de Maria, nós negamos que ela foi contaminada pelo pecado e afirmamos que desenvolveu em grau eminente os ‘talentos’ recebidos em a «atenção aos méritos de Cristo». Por isso é natural que Maria brilhe «diante do Povo de Deus como sinal de esperança certa e de consolo».

Estes dons recebidos de Deus não a tornaram numa pessoa passiva, mas no melhor exemplo de amor que se entrega até ao fim. O povo de Deus sabe e por isso a venera como o exemplo mais perfeito de fé, amor e esperança.
Uma esperança que não se limita ao futuro próprio do mais além, mas que se implica nos assuntos da terra.

Foi Maria quem disse que Deus quer que os explorados e os pobres recuperem a sua dignidade. Esta é a tarefa que devemos assumir, como filhos da Igreja e imitadores de Maria para que os desfavorecidos da sorte e da ventura humana encontrem corações que os acarinham e mãos que os saciem.


(Chama 649, 2 de Dezembro de 2007)

A.D.V.E.N.T.O.

A.no novo
Com o Advento inicia-se o ano litúrgico, ou cristão. São, assim, distintos, os calendários que regulam a nossa vida: há o calendário civil, que começa em Janeiro; há o calendário escolar, que começo em Setembro. Começa também em Setembro o calendário político e, de certo modo, o calendário laboral, terminadas as férias de Verão.
Agora, em Dezembro, iniciamos um novo calendário litúrgico. Este ano compreende também doze meses, no entanto não está dividido em quatro estações, mas em tempos de diferente duração. Neste calendário não manda o clima, nem se divide em solstícios e equinócios.
No ano litúrgico manda a história das relações de Deus com os homens. O seu auge é a Páscoa ou o Tríduo Pascal com a celebração da morte e ressurreição do Senhor. Outro grande momento é o Natal, em que Deus, depois de Se fazer anunciar, monta a sua tenda entre nós. Finalmente, como coroação da Páscoa, aparece a grande festa de Pentecostes como dom de Deus para a Igreja de todos os tempos.

D.escida
O Advento é um tempo de preparação para a grande festa do Natal. Natal é descida, despojamento, esvaziamento. Desde a origem a Igreja sempre viu que o Filho de Deus ao incarnar‑se no seio de Maria aceitou os condicionamentos da natureza humana ferida pelo pecado. O nascimento de Jesus é uma abaixamento da glória, que tanto desce que será morto na Cruz.

V.ida
Deus não é um ser inerte, mas activo, quer na sua acção criadora e conservadora de quanto existe fora dele, quer na sua vida íntima.
Ao expressar o conhecimento que tem de si mesmo, é como Pai que gera o Filho; e ambos se identificam no amor pessoal do Espírito Santo. Num excesso de amor gratuito, quis alargar a comunhão da vida trinitária a seres espirituais distintos de si, criando, por um lado, os anjos e, por outro, o homem feito à sua imagem e semelhança, elevando-o à condição de filho adoptivo. Esta nossa condição permite, com a luz da graça, chegar ao conhecimento da vida íntima de Deus e de nela participar.

E.sperança
O Antigo Testamento viveu a esperança como o cumprimento das promessas do Deus da Aliança nesta vida; a instalação na Terra Prometida.
No Novo Testamento a esperança é focada sobretudo nas Cartas de S. Paulo.
Salvos na Esperança (Romanos 8,24) é a segunda Carta Encíclica de Bento XVI dada oportunamente à Igreja no início deste Advento, para nos recordar que a grande escola da esperança é a oração.

N.ascimento
O Natal que nos aprestamos para celebrar é o natal ou nascimento de Jesus. Trata-se da vinda ao mundo e aparecimento entre os homens do Verbo Divino incarnado para salvação de todos. Rigorosamente, o momento da entrada do Filho de Deus na história dos homens deu-se com o SIM dito pela Virgem Maria aquando da Anunciação, que a Igreja celebra a 25 de Março, nove meses antes do Natal
Segundo S. Lucas, o nascimento de Jesus aconteceu em Belém de Judá, a terra do rei David, de cuja linhagem era José, o esposo de Maria. O nascimento terá ocorrido no ano 6 ou 7 a.C.
Depois da Páscoa, que celebra o mistério da Redenção, o maior dia festivo do Ano Litúrgico é o Natal. A sua celebração é preparada pelo tempo do Advento, polarizado pela figuras bíblicas de Isaías, João Baptista e Virgem Maria.

T.abernáculo
Tabernáculo era o nome dado à tenda da Aliança ou da revelação, verdadeiro santuário de Israel durante a caminhada no deserto, na qual Jahvé se manifestava a Moisés. Constava do Santo, lugar onde se encontrava a mesa com os pães da propiciação, e do Santo dos Santos, onde se encontrava a Arca da Aliança.
Na liturgia católica significa o sacrário, que muitas vezes é construído sob a forma de tenda.
Espiritualmente, afirmamos que o seio virginal de Maria foi o tabernáculo mais puro onde repousou Jesus, Pão de vida.

Ó., Nossa Senhora do
Nossa Senhora do Ó é o título dado a Maria no mistério da Expectação, a que correspondia a mais antiga festa de Nossa Senhora celebrada na Península Ibérica, desde o séc. VII até à reforma do calendário litúrgico de 1960.
O “Ó” do título vem das antífonas de Vésperas e da aclamação do Evangelho das missas de 17 a 24 de Dezembro, todas elas ainda hoje começadas por este apelo à vinda do Salvador.
A Virgem grávida, esperando o natal de Jesus, é o melhor modelo de vivência do Advento.

(As entradas deste texto inspiram-se em grande parte na Enciclopédia Católica de D. Manuel Franco Falcão.)


(Chama 649, 2 de Dezembro de 2007)