sábado, 2 de janeiro de 2010

SEGUIR A ESTRELA



A estrela que os Magos viram e seguiram, é o mesmo Jesus Cristo, que continua a irradiar a sua luz para nos conduzir até Deus. Essa luz é a sua Palavra, que se encontra gravada no Evangelho. Cristo é a Estrela que irradia luz e ilumina, que nos aquece, e orienta. A nossa missão, e a de todos os homens de Boa vontade é Seguir essa Estrela.

Celebramos neste Domingo a segunda grande festa de Natal, a Solenidade da Epifania, popularmente conhecida como a festa dos Reis (Magos), e que outra coisa não é do que a manifestação de Jesus aos gentios, com a consequente oferta da salvação a todos os povos.
Durante séculos os judeus julgavam-se os únicos destinatários da salvação e os herdeiros do Reino de Deus. No entanto, uma leitura atenta dos textos bíblicos, leva-nos a pensar que os profetas já há muito tinham anunciado a universalidade da Salvação. Assim no trecho da primeira leitura, do profeta Isaías, deparámo-nos com um esplêndida visão da entrada dos povos pagãos na Igreja. Isaías profetiza o regresso dos exilados a Jerusalém, comparando esta cidade a uma enlutada mãe, pela dispersão de seus filhos, mas que em breve se regozijará pelo seu regresso.
A liturgia considera que essa profecia se cumpriu na Igreja, pois ela é uma Mãe que se alegra ao ver os seus filhos regressarem de longe: “Olha ao redor e vê: Todos se reúnem e vêm ao teu encontro; os teus filhos vão chegar de longe e as tuas filhas são trazidas nos braços”.
Esta é uma visão de universalidade, como uma grande procissão de povos que procedem de todas as partes do mundo e convergem na cidade santa, a Igreja. Mas estes povos não vêm com as mãos vazias, mas sim trazendo as suas ofertas.
Isso mesmo, podemos depreender do trecho do Evangelho que nos é nos oferece a Liturgia da Palavra. Diz-nos São Mateus, que um dia chegaram a Jerusalém, uns Magos, vindo do Oriente, que puseram em pânico a cidade quando perguntaram: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós viemos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O”.
Ninguém sabia onde esse rei tinha nascido, mas Herodes, perturbado por tão inusitada pergunta, reúne os sábios do seu reino, os príncipes dos sacerdotes e os escribas, que o informam que, segundo as profecias, deveria ter nascido em Belém de Judá.
Ainda aterrorizado, Herodes comunica aos Magos o profetizado local do nascimento do rei dos Judeus. Alegraram-se os Magos, e de novo se põem a caminho, reaparecendo a estrela, que os conduz até ao presépio. Aí prostram-se de joelhos, adoram-n’O, abrem os seus tesouros e oferecem-Lhe os seus presentes: ouro, incenso e mirra.
Os magos representam todos os homens que não sabem de Deus outra cosa senão o que adivinham no silêncio das estrelas. São as primícias da gentilidade, dos que hão-de vir de Oriente e Ocidente para sentar-se na mesa do reino, já que O que nasceu em Belém não é somente o rei dos judeus mas também o salvador do mundo, de judeus e gentios, que veio salvar todos os homens.
Vale a pena descrever o caminho da fé que nos apresenta o Evangelho: os magos descobrem um sinal (a estrela), respondem à chamada, obedecendo sem desfalecer; informam-se, procuram, perguntam e finalmente, encontram; com uma “grande alegria descobrem o Menino, com Maria, sua Mãe. Caindo de joelhos adoram-n’O.
Este é o símbolo do itinerário da fé que percorreram todos os são vistos como os primeiros crentes não judeus; este é o caminho que cada homem e mulher é chamado a percorrer.
Hoje há ainda muitas estrelas no céu. Há muitos homens que passam horas e horas a contemplar o firmamento, ávidos de encontrar novas estrelas. Estrelas diferentes, mas sem a “sabedoria” dos Magos, que procuravam uma estrela que os conduzisse a Deus, enquanto os cientistas procuram estrelas que os conduzam ao estrelato da fama, pelas suas descobertas!
O cristão não deve perder tempo com essas minudências, porque a estrela que os Magos viram e seguiram, é o mesmo Jesus Cristo, que continua a irradiar a sua luz para nos conduzir até Deus. Essa luz é a sua Palavra, que se encontra gravada no Evangelho. Cristo é a Estrela que irradia luz e ilumina, que nos aquece, e orienta.
Agora a nossa missão, e a de todos os homens de boa vontade é seguir a Estrela, e ao encontrá-l’O também devemos abrir os nossos tesouros e oferecer-Lhe presentes: as nossas boas obras!

nº 735 I 03 Janeiro ‘10

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