sábado, 27 de novembro de 2010

AVISOS

DOMINGO | 28
Neste Domingo ocorre  a comemoração da fundação do Convento de Duruelo, em 1568, o primeiro do Carmo Descalço.

SEGUNDA | 22
BB. Dionísio da Natividade e Redento da Cruz, os proto-mártires  do Carmelo Descalço (MO)

TERÇA | 30
Santo André, apóstolo  (Festa)

QUINTA | 02
Primeira Quinta-feira do mês
» 17H.45:  Exposição e Adoração do Santíssimo. 
Neste momento de oração , orientado pelos Ministros da Comunhão, rezaremos pelas vocações à nossa Ordem.

SEXTA | 03
São Francisco Xavier, presbístero, Padroeiro  das Missões (MO)

SÁBADO | 04
Início da Novena em honra de São João da Cruz, fundador do Carmo Descalço.

Chama n.º 772 | 28 Novembro ‘10

COMENTÁRIO

Quando falamos do tempo de Advento, para quem está minimamente familiarizado com a Liturgia, logo o relacionamos com o Natal. No entanto, ao lermos o Evangelho deste Domingo, podemos sentir-nos um pouco decepcionados, já que o mesmo não nos fala do nascimento de Jesus, mas sim do fim do mundo, numa linguagem aterradora e catastrófica.
Também aqui temos uma ocasião de nos catequizarmos, já que a liturgia do tempo de Advento nos oferece dois períodos nitidamente distintos. De facto a primeira parte do Advento, que decorre até ao dia 16 de Dezembro, fala-nos do “Natal” do Senhor que ainda há-de acontecer, ou seja da “vinda do Filho Homem”, do segundo “nascimento” de Cristo. Por sua vez os textos litúrgicos a partir  do dia 17 de Dezembro, preparam-nos para celebrar festivamente aquele acontecimento histórico que teve lugar há mais de dois mil anos na pequena cidade de Belém. O Cristão deve ter os olhos postos no futuro, mas sempre iluminado pelos acontecimentos salvíficos que tiveram lugar no passado.   
No trecho do Evangelho de Mateus, deste Domingo, Jesus compara a vinda do Filho do Homem ao que aconteceu aquando do dilúvio. Porém a vinda do Filho do Homem não será um dilúvio devastador, mas sim uma chuva suave e fecunda. O que acontece é que chega sem avisar, e as pessoas não estão preparadas nem se dão conta. Aliás, os grandes acontecimentos não se anunciam ao som de trombetas, nem de foguetes. O ladrão não costuma avisar, bem como a morte, as mudanças culturais, ou mudanças religiosas. Acontecem sem nos darmos conta!
Os homens, como nos tempos de Noé, comem, bebem, casam-se, trabalham, divertem-se, mas sentem-se insatisfeitos e vazios, contudo, não se dão conta de nada.
O Cristão corre o risco de se deixar seduzir por estas ondas, o que muitas vezes já acontece! Por isso devemos estar vigilantes para  acolher o Senhor que virá quando menos esperamos.

Chama n.º 772 | 28 Novembro ‘10

O ANO LITÚRGICO

Ao iniciarmos um novo Ano Litúrgico, penso ser oportuno  dispensar algumas palavras acerca do mesmo. Fazemo-lo, porque achamos por bem recordar coisas elementares da formação  cristã. Para aqueles que já conhecem o conteúdo, vejam  neste gesto uma “Revisão da Matéria”, e para os demais  aceitem-no como algo parecido às “Novas Oportunidades”. 
Espero que seja um pequeno contributo para vivermos melhor, dominicalmente, para as nosssas celebrações.


Íniciamos neste Domingo, o primeiro de Advento, um novo Ano Litúrgico.
Quando falamos de ano ou de anos logo nos ocorre a nossa idade, ou algum acontecimento que nos marcou; assim dizemos “temos tantos anos”,  “foi há  cinco, seis anos”, etc. E se nos perguntarem o que é um ano respondemos que o conjunto de 365 ou 366 dias, conforme  for “comum” ou “bissexto”; mas se  quisermos ser  mais concretos diríamos que  o ano é o tempo do movimento  transladação, ou seja o tempo que a terra demora a dar  uma volta  inteir ao redor do sol.
Naturalmente que isso vale quando falamos do ano civil, mas o mesmo já não acontece quando falamos do Ano Litúrgico. Naturalmente que o Ano Litúrgico tem dias como a Ano Civil, mas a unidade de medição não é o dia mas a semana! 
Além disso o Ano Civil divide em meses, enquanto no Ano Litúrgico falamos de Tempos Litúrgicos.
Depois desta pequena introdução queremos hoje escrever, de uma forma simples, acerca do ano litúrgico, para que melhor o possamos compreender e viver. Assim começaria por dizer que o Ano Litúrgico se divide em três grandes partes: o Ciclo de Natal, o Ciclo de Páscoa e o Tempo Comum, que por sua vez     apresentam as subdivisões.
O Ciclo de Natal compreende o Tempo de Advento, o Natal e o tempo de Natal.
Do ciclo de Páscoa fazem parte o Tempo de Quaresma, o Tríduo Pascal e o Tempo de Páscoa.
O Tempo Comum, por sua vez divide-se em dois períodos: o tempo entre o Ciclo de Natal e o Ciclo de Páscoa, e o longo período após o Tempo de Páscoa, até ao começa de um novo Ano Litúrgico, ao seja até nos encontrarmos novamente com o Ciclo de Natal.
O ADVENTO começa com as Vésperas I do Domingo que ocorre no dia 30 de Novembro ou no  Domingo mais próximo a este dia e termina antes das  Primeiras Vésperas  do Natal do Senhor.
O Tempo do NATAL decorre desde as    Primeiras Vésperas  do Natal do Senhor até ao Domingo depois da Epifania, isto é, até ao Domingo a seguir ao dia 6 de Janeiro inclusive [Festa do Baptismo do Senhor].
A QUARESMA decorre desde a Quarta-Feira de Cinzas até à Missa da Ceia do Senhor exclusive.
O TRÍDUO PASCAL da Paixão e Ressurreição do Senhor inicia-se com a Missa da Ceia do Senhor, tem o seu centro na Vigília Pascal e termina nas Vésperas do Domingo da Ressurreição.
O TEMPO PASCAL compreende os cinquenta dias que se prolongam desde o Domingo da Ressurreição até ao domingo do Pentecostes, celebrando-se na alegria e exultação como um único dia de festa, melhor, como «um grande Domingo».
Os oito primeiros dias do Tempo Pascal constituem a OITAVA DE PÁSCOA e celebram-se como solenidades do Senhor.
O TEMPO COMUM começa na Segunda-feira a seguir ao Domingo que ocorre depois do dia 6 de Janeiro [Festa do Baptismo do Senhor] e prolonga-se até à Terça-feira antes da Quaresma inclusive; retoma-se na Segunda-feira a seguir ao DOMINGO DE PENTECOSTES e termina antes das  Primeiras Vésperas  do  1º Domingo de Advento.
Durante o ano inteiro celebramos a vida  de Cristo, desde a sua em Encarnação no seio da Virgem Maria, passando pelo seu Nascimentos, Paixão, Morte  e Ressurreição,  até à sua Ascensão e vinda do Espírito Santo. 
No entanto, ao longo do ano, o calendário litúrgico também  nos propõe diversas celebrações, que segundo a sua categoria se denominam Solenidades, Festas e Memórias, sendo estas obrigatórias ou facultativas, nas  quais recordamos Maria, Mãe de Jesus, e diversos Santos.
As SOLENIDADES são as festas  litúrgicas mais importantes, que quando por alguma circunstância litúrgica não se podem  celebrar no dia indicado são transferidas para outra data; as FESTAS não se celebram quando caem em Domingo, excepto as festas de do Senhor que ocorram num Domingo do Tempo Comum; finalmente as MEMÓRIAS obrigatórias celebram-se nos dias feriais, mas no tempo da Quaresma tornam-se Memórias facultativas (Comemoração). 

Chama n.º 772 | 28 Novembro ‘10

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

AVISOS

DOMINGO | 21
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo.
» A partir das 15H.00: “Tarde de Louvor” animada pelo Pe.  Marcelo da Comunidade Luz e Vida.

SEGUNDA | 22
Santa Cecília, virgem e mártir (MO)

TERÇA | 23
SS. André Dung-Lac, presbítero, e Companheiros, mártires (MO)

QUINTA | 25
Quinta-feira do Menino Jesus
» 18H.00: o Clube do Menino Jesus reza a coroinha em honra do seu patrono.

DOMINGO | 28
1º  Domingo de Advento - Iníco do Novo Ano Litúrgico  (Ciclo A)
» Comemoração da Fundação da Ordem do Carmo Descalço

O ofertório do Dia dos Seminários, realizado nas missas do passado fim de semana rendeu €813,72, quantia entregue no Paço Episcopal.


Chama n.º771 | 21 Novembro ‘10

REZAR COM OS SALMOS

O Salmo 121, que nos oferece a liturgia deste Domingo de Cristo Rei, revela a alegria espontânea que os peregrinos, depois de uma longa e dolorosa viagem  sentiam quando se aproximavam da cidade Santa de Jerusalém.
Ao avistar a cidade,  os peregrinos não podiam deixar de manifestar a  sua alegria e admiração ao ver a beleza da cidade. É a surpresa  de uma pessoa simples, talvez um nómada habituado a viver  numa miserável tenda nos desertos que se sente pasmado ao contemplar as construções que formavam um harmonioso conjunto: casas, ruas, palácios, o Templo, tudo rodeado de muralhas e sólidos torreões.
Mas a beleza da cidade  não faz esquecer o motivo de tão longa e penosa viagem; o peregrino não se deixa deslumbrar pela paisagem,  porque o motivo da sua viagem foi “para celebrar o nome do Senhor”,  como era costume em Israel, porque na  Cidade Santa,  se encontravam os tribunais da justiça, que a aplicavam como outrora  o fizera a casa de David.
Também nós somos convidados a dar alegria à nossa vida, porque  peregrinamos para a cidade  Santa,  a nova Jerusalém, a verdadeira cidade onde se encontra o autêntico Juiz, que não cometerá as injustiças que tiveram lugar em Jerusalém, quando condenaram  Jesus!

SALMO  121  

Refrão: Vamos com alegria para a casa do Senhor. 

Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.

Jerusalém, cidade bem edificada,
que forma tão belo conjunto!
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.

Para celebrar o nome do Senhor,
segundo o costume de Israel;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.

Chama n.º771 | 21 Novembro ‘10

UM REI DEPOSTO!

Celebramos neste Domingo a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Durante muitos anos a Igreja estava identificada com os denominados regimes conservadores, embora algumas ideologias de esquerda afirmassem que Jesus fora o primeiro “comunista”. Mas hoje os políticos ignoram Cristo e a sua Doutrina, pelo que nos atrevemos a dizer que Cristo é um Rei deposto!


Celebramos neste Domingo a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo que com a semana que lhe corresponde
conclui o longo Tempo Ordinário e encerra o Ano Litúrgico. Hoje é-nos oferecida a majestosa visão de Jesus Cristo Rei do Universo; o seu triunfo é o triunfo final da Criação; Cristo é ao mesmo tempo a pedra angular do mundo criado e abóbada do edifício celeste.
Antes da reforma litúrgica, a raiz do Concílio Vaticano II, quando esta festa foi instituída celebrava-se no último Domingo de Outubro, ou seja no Domingo anterior à Solenidade de Todos os Santos.
A instituição desta festa não foi tão pacífica como poderemos pensar. De facto hoje sabe-se que já desde a sua criação estava bastante politizada, já que foi instituída como reacção ao desmoronamento das monarquias e ao avanço do liberalismo, procurando responder, de alguma maneira, à pretensão da Igreja querer recuperar o poder temporal, tradicionalmente unido à forma aristocrática de governo. O estabelecimento desta festividade significava implicitamente a não-aceitação por parte da Igreja da autonomía do mundo social e político. A posterior espiritualização do seu conteúdo e a sua transferência para o último Domingo do ano litúrgico, como coroação do mesmo, ainda não consegue eliminar todos os preconceitos criados em relação à mesma, mormente em algumas comunidades auto-proclamadas progressistas. 
Durante muitos anos a Igreja estava identificada, ou mesmo vinculada, aos denominados regimes conservadores, mas até há pouco tempo, também alguns cristãos pretendiam “colar”  Jesus, e o seu Evangelho, às ideologias de esquerda, particularmente os seguidores da Teologia da Libertação, mas, hoje os políticos,  quer de direita quer da esquerda, procuram  ignorar a Cristo, pelo que poderíamos dizer que Cristo parece hoje ser um Rei deposto!   
Sabemos que hoje não é fácil falar de Cristo Rei,usando a mesma linguagem de algumas décadas atrás, não só porque o mundo mudou, mas também  porque fomos mudando a imagem de Cristo. Embora Cristo seja sempre o mesmo, nem sempre é a mesma ideia, a imagem, a percepção que têm D’Ele os crentes ao longo do tempo, nem sequer é a mesma a imagem que os homens têm de Cristo numa mesma época! 
Há muitas imagens de Cristo; algumas falsas, outras erradas, outras deformadas ou adaptadas aos nossos interesses, outras, ainda, anti-evangélicas ou, pelo menos, à margem do Evangelho. Naturalmente que por outro lado há imagens correctas, evangélicas, ainda que, certamente, todas sejam incompletas, porque a Cristo não se pode encerrar numa imagem, numa ideia, numa visão (como certamente diria São João da Cruz)! Das imagens correctas  que cada um tem de Cristo, podemos chegar à verdadeira imagem de Jesus Cristo, aquela que nos é revelada nos Evangelhos. E a partir dessa imagem todos nos devemos empenhar em instaurar no mundo o seu Reino. 
O Reino de Cristo, que devemos instaurar todos os dias, revela a grandeza e o destino do homem, que tem um final feliz no paraíso. É um Reino de misericórdia para um mundo cada vez mais impiedoso, e de amor para com todos os homens por cima de visões particularistas; é o Reino que vale pena a desejar. Cravados na cruz da fidelidade ao Evangelho podemos entender a liberdade que brota do amor que se torna realidade hoje mesmo.
Crer em Cristo é crer que o bem é mais poderoso que o mal; é crer que, no fim, o bem e a verdade triunfarão sobre o mal e a mentira. Quem pensa que o mal terá a última palavra ou que o bem e o mal têm as mesmas probabilidades, é um incrédulo... 
A fé no Reino de Cristo, por conseguinte, não se reduz simplesmente a aceitar os valores do Reino e a manter una vaga esperança em que um dia há-de vir. A fé no Reino é estar convencido de que, suceda o que suceder, o Reino Deus virá até nós.
Porque estamos convictos que tal acontecerá não nos podemos esquivar da missão de  tornar realidade, neste nosso mundo, o reino de Cristo. Não é uma realeza que se funda na força das armas, nem nos discursos demagógicos, e muito menos na mentira. Não esperemos, ainda menos, favores, porque  Cristo é o Rei da Verdade!

Chama n.º 771 | 21 Novembro ‘10

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

AVISOS

DOMINGO | 14
Encerramento da Semana dos Seminários
O ofertório das missas deste fim de semana destina-se a ajudar o Seminário da nossa Diocese. 

SEGUNDA | 15
Comemoração de Todos os Defuntos da Ordem do Carmo 
Todas as missas celebradas nas nossas igrejas são aplicadas em sufrágios pelos defuntos da Ordem Carmelita.

QUARTA | 17
Santa Isabel da Hungria, religiosa (MO)

SEXTA | 19
São Rafael  Kalinowsky de São José, religioso carmelita (MO)

SÁBADO | 20
Exposição do Santíssimo 
O Santíssimo estará Exposto desde o final da missa das 18H.30 até às 21H.45.

Chama n.º 770 | 14 NOVEMBRO ‘10

COMENTÁRIO

Estamos a chegar ao fim do ano litúrgico, e a Liturgia da Palavra propõe-nos como reflexão evangélica a  última fase  da pregação de Jesus, que tem lugar em Jerusalém, situando-se preferencialmente no Templo.
O Templo construído por Salomão tinha sido destruído pelos babilónios, aquando da deportação para o exílio. Foi certamente um dos momentos mais dramáticos e dolorosos para o povo judeu, já que o mesmo era a materialização da aliança entre esse povo e o Deus que o tinha escolhido, entre todos os povos, para ser o depositário da sua vontade. O Templo de Jerusalém era para um judeu um sinal de segurança; enquanto o Templo estivesse de pé, o israelita sabia como tinha de viver, mas se lhe viesse a faltar não sabia como nem por onde podia caminhar para Deus. 
De novo o povo judeu  elevou o seu ânimo, e reavivou a sua fé, quando Herodes o Grande, reconstruiu  o Templo, obra que demorou 46 anos a concretizar-se. Era uma obra maravilhosa, pelos que os judeus que de longe visitavam o Templo passavam longos momentos a contemplar aquela obra de arte.
Foi num desses momento, em que alguns judeus comentavam a beleza do Templo que Jesus, anunciou a destruição do Templo dizendo-lhes: “Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído”. Perante esta catastrófica mensagem, que certamente terá criado pânico nos ouvidos mais sensíveis, as pessoas que O escutam perguntam-Lhe: “Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?”.
No entanto, a resposta vai muito além da pergunta, já que Jesus fala não só da destruição do Templo mas também da segunda vinda do Filho do Homem, convidando os discípulos a não se deixarem iludir por todos os que se apresentam como messias, usurpando a autoridade de Jesus.
E o mesmo Jesus, desautoriza todos aqueles que vêem nas guerras e revoltas, nos terramotos, na fome e epidemias, nos “fenómenos espantosos e grandes sinais no céu” o presságio do fim dos tempos.
Jesus, apenas, nos diz que esses momentos  são mais uma oportunidade para reafirmarmos a nossa fé.

Chama n.º 770 | 14 NOVEMBRO ‘10

DIA DOS SEMINÁRIOS

Ao encerrarmos a Semana dos Seminários, procurando sensibilizar todos os fiéis, e ressaltando as palavras do papa Bento XVI: “O mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir”, transcrevemos excertos da Mensagem de Dom António Francisco dos Santos, Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, redigida para esta efeméride. 

Neste penúltimo Domingo do Tempo Comum celebramos o Dia dos Seminários. Quando falamos de seminários falamos de casas onde se formam os futuros sacerdotes, aqueles jovens, e não só, que se preparam para enfrentar um caminho que os leva ao sacerdócio e ao serviço dos irmãos.
Hoje constamos que há uma profunda sensibilização da sociedade para as espécies em via de extinções, chegando a tal ponto que os governantes se vêem obrigados a alterar projectos de interesse nacional, onerando as respectivas obras, com dinheiro dos contribuintes, ou seja de todos nós, para preservar o “habitat” de algumas espécies, nem que seja de ratos como há não muito tempo aconteceu com o traçado de uma estrada ou auto-estrada em Trás-os-Montes.
Sei que seria pedir demais ao Estado que também lançasses um programa para salvar uma espécie, que parece estar em vias de extinção! Refiro-me, naturalmente, aos sacerdotes, tantas vezes identificados como padres, curas, vigários, reitores, abades, priores, etc., mas sei que os cristãos não ficam indiferentes ao desafio de promover as vocações sacerdotais.
Convicto desta realidade, neste dia dos Seminários, desejo partilhar convosco as preocupações e anseios da Igreja em Portugal, na mensagem, do Presidente da Comissão Episcopal  Vocações e Ministérios, D. António Francisco dos Santos, que também é o Pastor da nossa Diocese de Aveiro, intitulada “Seminário, comunidade dos discípulos de Cristo e irmãos no presbitério” 
A referida mensagem, começa por nos apresentar algumas passagens bíblicas, com a respectiva atitude dos intervenientes. Assim quando Deus chama Samuel, “ele responde: ‘Fala, Senhor, o teu servo escuta’;  Jeremias diz-nos como Deus o chamou, consagrou e enviou, como profeta em tempo difícil. Jeremias não escondeu o seu temor nem calou as suas dificuldades: ‘Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, pois ainda sou um jovem’. Respondeu-lhe o Senhor: ‘Irás onde eu te enviar. Não tenhas medo, Jeremias. Eu estou contigo’.
Quando o Anjo Gabriel anuncia a Maria que ela ia ser a Mãe de Jesus. Maria interroga-se: ‘Como pode ser isso’ O Anjo respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre ti. Por isso Aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus’. Maria disse então: ‘Faça-se em mim segundo a tua palavra’. Em Cafarnaum Jesus caminhava ao longo do Mar da Galileia; viu homens ocupados e preocupados com a faina da pesca e disse-lhes: ‘Vinde e segui-Me. Farei de vós, pescadores de homens. Eles deixaram as redes, imediatamente, e seguiram-n’O”.
E termina com a conversão de São Paulo: “Saulo, Saulo porque me persegues?” “Quem és tu, Senhor?” “Eu sou aquele a quem tu persegues. Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que tens a fazer”.
Seguidamente transcreve excertos da carta de Bento XVI aos Seminaristas: “Tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir”, diz-nos o Santo Padre. É para isso o ‘Seminário como comunidade que caminha para o serviço sacerdotal’, onde se preparam os futuros sacerdotes, como verdadeiros ‘homens de Deus’ e ‘mensageiros de Deus’, (…) sempre prontos a responder (…) a todo aquele que nos perguntar ‘a razão’ da nossa esperança. Adquirir a capacidade para dar tais respostas é uma das principais funções dos anos do Seminário”.
Finalmente recorda a mensagem de Bento XVI dirigida aos seminaristas no encontro que teve com eles, em Fátima, na tarde do dia 12 de Maio do presente ano, aquando da sua visita a Portugal.
D. António Francisco conclui:
“Queremos fazer nossa a mensagem do Santo Padre, dizer uma palavra de muita alegria e renovada confiança a todos os seminaristas de Portugal e testemunhar sentida gratidão a quantos se entregam diariamente com exemplar dedicação e inexcedível generosidade à exigente causa da formação nos nossos Seminários.
Estou consciente e confiante de que aos Seminários nunca faltará a comunhão fraterna e exemplar dos presbitérios diocesanos e religiosos nem a oração, o afecto e a generosidade das comunidades cristãs”.
Em dia dos Seminários peçamos ao Senhor muitos e santos Sacerdotes!

Chama n.º 770 | 14 NOVEMBRO ‘10


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

AVISOS

SEGUNDA | 07
Bem-aventurada  Isabel da Trindade, religiosa (MF)

TERÇA | 09
Dedicação da Basílica de  Latrão (Festa)

QUARTA | 10
São Leão Magno, papa e doutor da Igreja (MO)

QUINTA | 11
São Martinho de Tours, bispo (MO)

SEXTA | 12
São Josafat, bispo e mártir (MO)

MISSA PELOS DEFUNTOS: No próximo Sábado, dia 13,  às 11H.00, será celebrada  uma Missa pelos fiéis falecidos nos últimos anos.

MAGUSTO
Vamos realizar no próximo Sábado, dia 13, o nosso MAGUSTO DO CARMO.
Terá lugar no Salão São João da Cruz a partir das 16h.00.
Aparece!

SEMANA DOS SEMINÁRIOS
Iniciamos hoje a Semana dos Seminários que encerra no próximo Domingo. O ofertório das missas do  próximo fim de semana destina-se ao Seminário Diocesano (Santa Joana).


Chama n.º 769 | 07 Novembro ‘10

COMENTÁRIO

Vivemos num mundo pluralistas, e como tal somos convidados a respeitar a opinião de todos e de cada um, o que por vezes nos pode criar certa confusão.
De facto, se por um lado o materialismo  nega a vida para além da morte, por outro lado vemos que muitos, influenciados pelas religiões orientais, apregoam a reincarnação! Quer uma quer outra posição são contrárias ao Evangelho e à Doutrina da Igreja.
No tempo de Jesus a ressurreição dos mortos era quase já uma certeza adquirida, mas a seita dos saduceus não a aceitava! 
Os saduceus eram pessoas relevantes na vida política de Israel, pertenciam mais a um partido político que a uma seita religiosa. Eram os “colaboracionistas” da ocupação romana da Palestina. Entre eles figuravam os sumos-sacerdotes. Não admitiam mais autoridade doutrinal que o Pentateuco (os 5 livros atribuídos a Moisés), razão pela qual negavam a ressurreição dos mortos, já que o Pentateuco  nada  diz a esse respeito.
Este grupo de saduceus se aproxima-se de Jesus para lhe armar uma cilada, com a intenção de o fazer cair no ridículo. Inventam uma história estranha, mas possível, tendo em conta o disposto na chamada lei de “levirato”. 
Em primeiro lugar, Jesus resolve a dificuldade e denuncia ao mesmo tempo a grande ignorância dos seus adversários acerca da Sagrada Escritura. Nos sagrados livros não se diz nunca que a existência futura dos ressuscitados seja exactamente igual à  vida daqui na terra. Além disso Deus tem poder para ressuscitar os mortos e acabar com a necessidade da procriação para assegurar a sobrevivência da humanidade uma vez glorificada.
Ao dizer que a vida dos ressuscitados é como a dos anjos Jesus exclui a necessidade da procriação e afirma a libertação de todas as necessidades a que estão submetidos os homens aqui na terra.
Usando as mesmas armas dos saduceus, ou seja os livros do Pentateuco, Jesus oferece um argumento positivo a favor da Ressurreição. Cita um trecho do livro do Êxodo, argumentando que a Palavra de Deus com todas as suas promessas aos patriarcas nada valeria se Deus não os salvasse do último inimigo, a morte. Se Deus salva, Deus é um Deus de vivos e não de mortos!

Chama n.º 769 | 07 Novembro ‘10

B. FRANCISCO PALAU Y QUER

No dia sete de Novembro, celebra o Carmelo Teresiano a memória do Bem-aventurado Francisco Palau y Quer. Embora não possamos celebrar a sua memória, porque é Domingo, queremos, no entanto, recordá-lo, porque neste Domingo se inaugura o Jubileu Palautiano, para celebrar o bicentenário do seu nascimento que ocorre no dia 11 de Dezembro de 2011.


Assinala o Calendário Litúrgico  do Carmelo Teresiano, o dia 7 de Novembro como Memória Facultativa do Bem-aventurado Francisco Palau y Quer. Acontece que este ano tal dia ocorre em dia de Domingo, o que não permite que a sua memória seja celebrada de acordo com as normas litúrgicas.
No entanto, vamos recordá-lo na nossa “Chama Viva”, porque precisamente ocorre neste Domingo  o início do Jubileu ”Palautiano”, como se pode ler no “sítio” dos Carmelitas Descalços:
“Com início a 7 de Novembro as congregações das Irmãs Carmelitas Missionárias e das Irmãs Carmelitas Missionárias Teresianas, irão celebrar um ano jubilar palautiano aquando do bicentenário do nascimento do Beato Francisco Palau y Quer, carmelita descalço.”
Da carta que as superioras gerais de ambas as congregações, bem como os leigos associados, publicaram,  anunciando o mesmo, ressaltamos:
“Na alegria do Espírito  e na  acção de graças ao Senhor pelo dom de Francisco Palau, pelo seu carisma de comunhão, de amor e  de serviço incondicional à Igreja, e que hoje está presente e activo nos cinco continentes através das suas filhas e de tantos leigos que bebem das águas do seu carisma; pelos frutos de santidade expressos nas religiosas martirizadas, na Venerável irmã Teresa Mira e em tantas outras religiosas das duas congregações cuja vida foi e 

é expressão de um amor sem fronteiras. 
Que [o Jubileu Palautiano] seja um tempo para reavivar a missão de viver e trabalhar, como Igreja de Jesus Cristo, pela unidade da grande família humana, em solidariedade efectiva com aqueles levam em seu corpo os sinais da paixão de Jesus, ao ver pisado ou inclusive negada a sua dignidade de filhos e irmãos. Que a memória de Francisco Palau nos leve a viver, como ele, na  doação total e sem reservas ao serviço da  [Igreja] Amada, ao serviço do Evangelho, da Verdade, da justiça, da paz, ao serviço do Reino.” 
Associando-nos a esta efeméride deixamos alguns rasgos biográficos de Francisco Palau:
Nasceu em Aytona, Catalunha no dia 29 de Dezembro de 1811, dia em que também foi baptizado, no seio de uma família pobre, porém, muito cristã  e  piedosa.
Aos 17 anos, em 1828, ingressou no Seminário diocesano de Lérida, onde  permaneceu até 1832, tendo cursado durante quatro anos os estudos de filosofia e teologia.  Nesse ano de 1832, ingressou no Carmelo Teresiano, concretamente no Convento  de S. José dos Padres Carmelitas de  Barcelona, tendo emitido os seus votos, no dia 15 de Novembro de 1833.
Em consequência das circunstâncias  políticas, que então se viviam em Espanha, viu-se obrigado a deixar a clausura conventual. No entanto, não deixou esmorecer a sua vocação, recebendo o diaconado  em 1834 e, dois anos  depois,  foi ordenado sacerdote na catedral de  Barbastro. 
Como o ambiente anti-clerical ia crescendo foi obrigado a exilar-se em França, onde permaneceu desde 1840 a 1851.
Regressado à sua pátria dedicou-se ao ministério da pregação e das missões populares, especialmente em Barcelona e nas ilhas Baleares.
Francisco Palau empenhou-se na paz entre os homens, que na época se debatiam em lutas fratricidas;  pregou a verdade, para desterrar a ignorância, causa de tantos desvarios;  a  liberdade, numa Espanha que, dizendo-se “liberal”,  perseguia implacavelmente a Igreja. Foi como carmelita e  sacerdote que não só trabalhou, mas comprometeu-se radicalmente na busca de solução dos problemas  de seu tempo, o que lhe causou  sérias perseguições.   
Em Ibiza,  entre os anos de 1860-1861,  dedicou-se a organizar alguns  grupos  de mulheres, que deram origem às actualmente designadas  Irmãs Carmelitas Missionárias e  Irmãs Carmelitas Missionárias Teresianas, que encarnando a sua espiritualidade, fazem com que o Beato Francisco Palau continue hoje vivo na Igreja.
Fundou ainda a congregação, os “Irmãos da Caridade”, actualmente extinta.
Era um homem totalmente entregue ao apostolado e à oração, tendo sido um grande publicista, tendo fundado um jornal “El Heraldo”  [O Arauto], onde ia expondo as suas ideias; deixou-nos vários escritos espirituais, como “As Minhas relações com a Igreja” ou “Maria Tipo [Figura] da Igreja”, pelo que, justamente, é considerados por alguns como um precursor do Concílio Vaticano II. 
Faleceu, em Tarragona (Espanha) no dia 20 de Março de 1872, sendo beatificado pelo Papa  João Paulo II no dia 24 de Abril de 1988.
Esperamos que seja brevemente canonizado!

Chama n.º 769 | 07 Novembro ‘10