sexta-feira, 29 de outubro de 2010

AVISOS

SEGUNDA | 01
Solenidade de Todos os Santos
É dia de preceito, sendo o horário das missas o mesmo dos domingos. Assim haverá missaàs 10H.00; 11H.30 e 18H.30
» 18H.00: Oração de Vésperas.

TERÇA | 02
Comemoração dos Fiéis Defuntos
» 07H.30: Primeiro Terno de Missas
» 17H.30: Ofício de Defuntos (Vésperas)
» 18H.00: Segundo Terno de Missas

QUINTA | 04
São Carlos Borromeu, bispo, (MO)
» Primeira Quinta-feira do Mês
» 17H.45: Exposição e Adoração do Santíssimo

SEXTA | 04
Beata Francisca de Amboise, religiosa (MO)

SÁBADO| 06
São Nuno de Santa Maria, religioso (Festa)

O OFERTÓRIO PARA  AS MISSÕES, rendeu €679.33, montante entregue no Paço Episcopal.

Chama nº 768 | 31 Outubro ‘10

COMENTÁRIO

Há cenas dignas de serem vistas, e certamente o episódio de Zaqueu, hoje deleitaria os milhares de fotógrafos que “vendem” imagens hilariantes.
Zaqueu era um homem de pequena estatura, talvez a raiar o nanismo. Possivelmente seria um pouco entroncado, e certamente era odiado quase por todos os seus conterrâneos.
Cremos que seria um homem muito rico, pois era o chefe dos publicanos, e não deixaria de reaver, com grandes juros, o dinheiro que tinha investido no contrato com Roma, quando por licitação ocupou tal posto.
O dinheiro geralmente desumaniza as pessoas, torna-as insensíveis aos gemidos e dores dos mais pobres, e consequentemente quase todos desprezavam os publicanos
Mas chegou um dia em que Zaqueu se sentiu mais humano, mais parecido com os seus conterrâneos, quando ouviu dizer que Jesus ia passar na cidade, e, esquecendo-se dos seus negócios (talvez a cidade inteira tenha corrido para as bermas da estrada), também ele quer ver o “profeta”.
Atrasado, lembremos que ele era um homem muito ocupado a contar os dinheiros que ia arrecadando, também corre para o local. As pessoas apinhavam-se, e Zaqueu, porque era de pequena estatura, como os espertalhões, procurava furar pelo meio da multidão, mas devido ao seu odioso ofício, era afastado à cotovelada.
Sem o saber, Zaqueu toma uma atitude tão apregoada por Jesus: “Se não vos tornardes como crianças não entrareis no Reino dos Céus”. Assim, como um a criança correu mais à frente e subiu para uma árvore.
Empoleirado, esperava ver passar Jesus. Ao princípio pensou que Jesus o desprezaria, como faziam os demais judeus!
Enganou-se! O seu coração bateu com força, quando Jesus, ao passar junto dele, lhe dirige a palavra e lhe diz:
“Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa”.
O chefe dos publicanos não hesitou um momento. Desce apressadamente e recebe Jesus em sua casa, e ele mesmo se compromete dar metade dos seus bens aos pobres e restituir quatro vezes mais a quem eventualmente tenha causado prejuízo.
Às vezes um olhar, um gesto, como o de Jesus, ajuda uma pessoa a mudar de vida, como aconteceu com Zaqueu.

Chama nº 768 | 31 Outubro ‘10

SANTOS E “PECADORES”

Em vésperas da Solenidade de Todos os Santos e da Comemoração dos Fiéis Defuntos, duas datas tão queridas dos cristãos, embora a primeitra tão desvirtuada, aproveitamos para recordar os ensinamentos do Catecismo da Igrejai Católica, acerca da Comunhão dos Santos e do Purgatório. 


Estamos a chegar ao mês de Novembro, conhecido como o mês dos Santos ou como o mês das Almas. Tal denominação advém do facto de no primeiro dia do mês a Igreja celebrar a Solenidade de Todos os Santos e no dia 2 de Novembro a Comemoração de todos os Fiéis Defuntos, para além da Igreja exortar os cristãos, ao longo do mês Novembro, a orar pelos “irmãos que já partiram”.
Do que me tem sido constatar, parece-me que a grande  Solenidade de Todos os Santos tem passado um pouco à margem dos cristãos, sendo de algum manodo suplantada pelo Comemoração dos Fiéis Defuntos. Em parte é compreensível, pois são os Fiéis Defuntos que necessitam das nossas orações, enquanto os Santos dispensam os nossos louvores, mas não esqueçamos que eles são nossos intercessores junto de Deus.
No sentido de catequizar vamo-nos servir de alguns números do Catecismo da Igreja Católica que nos falam da comunhão da Igreja do Céu e da Terra.
Assim podemos ler: 
“Enquanto o Senhor não vier na sua majestade e todos os seus anjos com ele e, vencida a morte, tudo lhe for submetido, uns dos seus discípulos peregrinam na Terra; outros, passados esta vida, são purificados, e outros, finalmente, contemplam ‘claramente Deus trino e uno, como Ele é [...]. E, assim, de modo nenhum se interrompe a união dos que ainda caminham sobre a terra com os irmãos que adormeceram na paz de Cristo, mas antes, segundo a constante fé da Igreja, essa união é reforçada pela comunicação dos bens espirituais.” (C.I.C. 954 e 955)
Quando fala da “intercessão dos santos” no referido catecismo podemos ler:
“Porque os bem-aventurados, estando mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais firmemente a Igreja na Santidade (...), não cessam de interceder, por Ele, com Ele e n’Ele, a nosso favor, diante do Pai, apresentando os  méritos que na Terra alcançaram, graças ao mediador único entre Deus e os homens, Jesus Cristo [...]. A nossa fraqueza é assim grandemente ajudada pela sua solicitude de irmãos (C.I.C. 956),
Ao falar da ‘comunhão com os santos’, prossegue: “Não é só por causa do seu exemplo que veneramos a memória dos bem-aventurados, mas ainda mais para que a união de toda a Igreja no Espírito aumente ainda mais com o exercício da caridade fraterna. Pois assim como a comunhão com os santos nos une a Cristo, de quem procedem, como de fonte e cabeça, toda a graça e a própria vida do povo de Deus” (CIC 957).
Seguidamente o Catecismo fala da ‘comunhão com os defuntos’, dizendo: “Reconhecendo  claramente esta comunhão de todo o Corpo místico de Cristo, a Igreja dos que ainda peregrinam cultivou com muita piedade, desde os primeiros tempos do cristianismo a memória dos defuntos; e, ‘porque é coisa santa e salutar rezar pelos mortos, para que assim sejam livres de seus pecados’, por eles ofereceu também sufrágios. A nossa oração pode não só ajudá-los, mas também tornar mais eficaz a sua oração em nosso favor”, continuando: “Todos os que somos filhos de Deus, e formamos em Cristo uma família, ao comunicarmos na  caridade mútua e no comum louvor da Santíssima Trindade, correspondemos à íntima vocação da Igreja” (CIC 958-959).
E se até agora falamos da Comunhão da Igreja e dos Santos, vejamos o que nos diz o Catecismo acerca das [Almas] do Purgatório: “Os que morrem na graça e amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do Céu”. “A Igreja chama ‘Purgatório’ a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados. [...] A Tradição da Igreja, com referência a certos textos da Escritura, fala de um fogo purificador [...], pelo que [...] podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas, neste mundo e outras no mundo que há-de vir” (CIC 1030-1031).
E prossegue: “Esta doutrina apoia-se na prática da oração pelos defuntos [...]. Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos, oferecendo sufrágios em seu favor, particularmente o sacrifício eucarístico, para que, purificados, pudessem chegar à visão beatífica. A Igreja recomenda também a esmola, as indulgências e as obras de penitência a favor dos defuntos” (CIC 1032).
Que estes ensinamentos da Igreja nos ajudem a esclarecer a nossa fé, bastante deturpada neste campo, a honrar os Santos e a sufragar os nossos irmãos que já partiram!  

Chama n.º 768 | 31 Outubro ‘10

sábado, 23 de outubro de 2010

AVISOS

DOMINGO | 24
Celebramos hoje do Dia Mundial das Missões.
O Ofertório das missas deste Domingo reverte para as Missões.

QUINTA | 28
Quinta-feira do Menino Jesus
São Simão e São Judas,  apóstolos (Festa)
» Ocorre neste dia o 396º aniversário da fundação do convento do Carmo de Aveiro.
» O Clube do Menino Jesus reza a Coroinha em honra do seu patrono.

SEXTA | 29
Missa pelos Defuntos da Ordem: Nas missas deste dia rezaremos por todos os defuntos da família carmelita, e ainda pelos nossos familiares, amigos e benfeitores.

MUDANÇA DE HORA
No próximo fim de Semana, na noite de Sábado para Domingo há a alteração da hora legal. Entramos na chamada hora de Inverno. Assim, nessa noite os relógios devem ser atrasados uma hora (sessenta minutos).

Chama n.º 767 | 24 Outubro ‘10

COMENTÁRIO

Desde há vários domingos temos vindo a ler textos exclusivos de Lucas, ou seja textos que não se encontram nos demais evangelistas. Alguns desses textos apresentam um denominador comum: a atitude positiva de pessoas social e religiosamente marginalizadas e excluídas, sendo a sua presença uma constante no terceiro evangelho.
Hoje São Lucas oferece-nos a parábola do fariseu e do publicano. É verdade que estas personagens pertencem ao passado, mas devemos lembrar que Lucas não escrevia olhando somente para trás mas também projectando os seus escritos no futuro.
Na linha do que nos últimos domingos nos tem sido transmitido, mais uma vez Jesus aflora o tema da oração. Há dois domingos apresentava-nos a oração dos leprosos, que suplicavam a “piedade do Senhor” e a oração de acção de graças do samaritano que fora curado; no passado Domingo exortava-nos a ser perseverantes como o fora a aquela viúva que pedia justiça, e hoje fala-nos da “qualidade” da oração.
Assim apresenta-nos dois homens que se dirigem ao Templo para orar. Um era fariseu, e enquanto tal, a “oração” fazia parte do seu quotidiano; o outro era um publicano, um homem”perdido”, que certamente estava muito arredado da “oração”, e talvez porque momentos antes tenha cometido uma grande injustiça, também sente necessidade de pedir perdão a Deus. 
Ambos entram no Templo; o fariseu, como se sentia um “observante” amigo de Deus, aproxima-se do altar e começar a fazer uma “oração de acção de graças”, enquanto o publicano, possivelmente, porque se sentia indigno, ficou a distância, e começou a fazer, o seu “acto penitencial”, batendo, fortemente no peito, pedindo a “compaixão” do Senhor!
À primeira vista cremos que nada temos a censurar à oração de cada um deles. Ambos rezaram, como, aliás, era costume então. No entanto, parece-nos que o fariseu, que até era um homem cumpridor, “pecou”, porque ousou comparar as suas “virtudes” com os defeitos do publicano.
Hoje corremos o perigo de nos assemelharmos ao fariseu, pois muitas vezes rezamos, não para louvar o Senhor, mas para colher os louros, que pensamos merecer pelas boas obras que vamos praticando!

Chama n.º 767 | 24 Outubro ‘10

“QUEREMOS VER JESUS”

Neste Domingo das Missões, Bento XVI, na sua Mensagem, recorda-nos que o pedido que um dia uns gregos fizeram ao Apóstolo Filipe, continua a ser feito hoje por muitos homens, e lembra que o mandato missionário atinge todos os baptizados e toda a igreja. No entanto só  se realizará de um modo credível com uma profunda  conversão pessoal, comunitária e pastoral.


No penúltimo Domingo de Outubro a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões. Para este acontecimento, como aliás para outras celebrações da Igreja, costuma o Santo Padre dirigir uma mensagem a toda a Igreja, procurando sensibilizar os cristãos para esta causa tão querida de Jesus Cristo.
Partilhando os sentimentos do Santo Padre, também nós queremos partilhar convosco alguns parágrafos dessa mensagem.
Diz Bento XVI : “O mês de Outubro, com a celebração do Dia Mundial das Missões, oferece às comunidades diocesanas e paroquiais, aos Institutos de Vida Consagrada, aos Movimentos Eclesiais, a todo o povo de Deus a oportunidade de renovar o compromisso de anunciar o Evangelho e dar às actividades pastorais um amplo fôlego missionário. Tal evento anual convida-nos a viver intensamente os caminhos litúrgico e catequético, caritativo e cultural, mediante os quais Jesus Cristo nos convida à mesa da Sua Palavra e da Eucaristia, para apreciar o dom da sua Presença, formar-nos na sua escola e viver sempre mais conscientemente unidos a Ele, Mestre e Senhor”. 
E continua: “Somente a partir desse encontro com o Amor de Deus, que transforma a existência, podemos viver em comunhão com Ele e entre nós, e oferecer aos irmãos um testemunho credível, dando razão à esperança que há em nós (cf. 1 Pd 3, 15). Uma fé adulta, capaz de se confiar totalmente a Deus com atitude filial, nutrida pela oração, pela meditação da Palavra de Deus e do estudo das verdades da fé, é condição para promover um novo humanismo, fundado no Evangelho de Jesus […].  A Igreja convida-nos a aprender com Maria, através da oração do Santo Rosário, a contemplar o projecto de amor do Pai sobre a humanidade, para amá-la como Ele a ama”. 
E o Papa prossegue: “O Pai, de facto,  chama-nos a ser filhos amados no seu Filho, o Amado, e a reconhecer-nos todos irmãos n’Ele, Dom de Salvação para a humanidade dividida por discórdias e pecado, e Revelador do verdadeiro rosto daquele Deus que “tanto amou o mundo que deu o Filho unigénito para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16).
“Queremos ver Jesus” (Jo 12,21), é o pedido que, no Evangelho de João, alguns gregos, vindos a Jerusalém para a peregrinação pascal, apresentam ao apóstolo Filipe. Tal pedido ressoa também em nosso coração neste mês de Outubro, que nos lembra como o compromisso e a missão do anúncio evangélico estão atribuídos a toda a Igreja, ‘por sua natureza, missionária’ (Ad gentes, 2), e  convida a  tornar-nos promotores da novidade de vida, feita de relações autênticas, nas comunidades fundadas sobre o Evangelho”, e continua: “Como os peregrinos gregos de dois mil  anos  atrás,  também  os   homens     de 
nosso tempo, embora nem sempre conscientemente, pedem aos crentes não apenas para ‘falar’ de Jesus, mas ‘fazer ver’ Jesus, fazer resplandecer o Rosto do Redentor em todos os cantos da terra, frente às gerações do novo milénio e, especialmente, frente aos jovens de todos os continentes, destinatários privilegiados e sujeitos do anúncio evangélico”. 
Prosseguindo Bento XVI, lembra que a missão é tarefa de todos: [Tudo isto] “aponta para o mandato missionário que receberam todos os baptizados e toda a Igreja, mas que não se pode realizar de modo credível sem uma profunda conversão pessoal, comunitária e pastoral. De facto, a consciência do chamado a proclamar o Evangelho estimula não apenas o fiel individual, mas todas as comunidades diocesanas e paroquiais a uma renovação integral e a  abrir-se cada vez mais à cooperação missionária entre as Igrejas, para promover o anúncio do Evangelho no coração de toda a pessoa, de todo o povo, cultura, raça, nacionalidade, em qualquer nível”.
Depois de lembrar o papel que nesta missão desempenham os Sacerdotes, os Consagrados, os Catequistas e os Leigos missionários, faz uma exortação: “Renovo, portanto, a todos o convite à oração e, apesar das dificuldades económicas, ao empenho na ajuda fraterna e concreta no sustento das Igrejas jovens [que] apoiará a formação de sacerdotes, seminaristas e catequistas nas mais longínquas terras de missão e encorajará as jovens comunidades eclesiais.
Esperamos que estas palavras nos estimulem a colaborar com as Missões.

Chama n.º 767 | 24 Outubro ‘10

sábado, 16 de outubro de 2010

AVISOS

SEGUNDA | 18
São Lucas, Evangelista (Festa)

SÁBADO | 23
» REUNIÃO DE ABERTURA DO ANO PASTORAL.
Vai realizar-se no próximo Sábado, dia 23,  a Reunião de Abertura  do Novo Ano Pastoral. A mesma, aberta a todos os interessados, terá lugar no Salão de São João da Cruz, a partir  das 16H,00
» MISSA DO COMPROMISSO
Na Eucaristía das 18H.30 de Sábado os elementos dos diversos Grupos Pastorais do Carmo farão o seu compromisso.

DOMINGO | 24
No próximo Domingo, celebraremos o DIA MUNDIAL DAS MISSÕES. O Ofertório das missas desse  fim de semana, destina-se  a ajudar a acção missionária da Igreja.

ORAÇÃO DE VÉSPERAS
Retomámos, aos Domingos, a Oração de Vésperas às 18H.00.
Durante a  semana rezaremos  igualmente a oração de Vésperas, logo após a Eucaristia das 18H.30.

Chama n.º 766 | 17 Outubro ‘10

ORAR COM OS SALMOS

O salmo 120, pertence ao grupo dos salmos denominados “graduais”, porque eram entoados pelos judeus quando, anualmente, peregrinavam a Jerusalém para visitar o Templo.
O mesmo oferece-nos a imagem que os piedosos judeus tinham de Deus: um Deus vigilante, um Deus que ama, um Deus sempre em acção, um Deus sempre disposto a servir.
Nenhum de nós está só caminho.
Peregrinar, era nesses idos tempos, abandonar a segurança que proporcionava a aldeia, para enfrentar os inumeráveis perigos dos caminhos de então. Era uma aventura que se corria, com o real perigo de se cair nas garras do leão, ou nas mãos dos numerosos salteadores.
No entanto os peregrinos não estavam sós. Os membros das suas comunidades, depois de um momento de oração, na  despedida, formulavam o desejo; “que Deus não permita que vacilem os teus pés, que não durma Aquele que te há-de guardar”. Assim enquanto durava a perigosa viagem, acompanhava-se espiritualmente quem estava a peregrinar. Deus está connosco e nós devemos estar com os irmãos

Refrão: O nosso auxílio vem do Senhor,
que fez o céu e a terra.

Levanto os meus olhos para os montes:
donde me virá o auxílio?
O meu auxílio vem do Senhor,
que fez o céu e a terra.

Não permitirá que vacilem os teus passos,
não dormirá Aquele que te guarda.
Não há-de dormir nem adormecer
aquele que guarda Israel.

O Senhor é quem te guarda,
o Senhor está a teu lado, Ele é o teu abrigo.
O sol não te fará mal durante o dia,
nem a luz durante a noite.

O Senhor te defende de todo o mal,
o Senhor vela pela tua vida.
Ele te protege quando vais e quando vens,
agora e para sempre.


Chama n.º 766 | 17 Outubro ‘10

APRENDER COM O(S) MESTRE(S)

A oração deve ser parte integrante da vida do cristão. O grande Mestre, e modelo de homem orante é Cristo, mas também há grandes mestres, como Teresa de Jesus, que oferecem pistas   a todos aqueles que querem aprender a orar, que pretendem louvar o Senhor!
Não é fácil entender os homens! Hoje dizem uma coisa e logo a seguir, ou amanhã, dizem outras, o que nos leva muitas vezes estarmos “com um pé atrás”, isto é, a desconfiar!
Também Jesus, nos Evangelho, narra-nos algumas parábolas, que nos parecem incompatíveis com a sua mensagem. Assim, há alguns domingos, louvava, eu diria mesmo aplaude, a atitude do administrador infiel. Será que Jesus nos exorta a sermos infiéis?
Hoje apresenta-nos um Juiz iníquo, para nos exortar a orar. Para nós seria mais “pedagógico” que Ele tivesse encontrado uma pessoa mais “santa”, como exemplo para nos estimular a fazer oração, ou então apresentar-se Ele mesmo como o modelo do homem orante.
Segundo alguns exegetas São Lucas é o evangelista da oração, pois é ele quem mais  vezes nos apresenta  Jesus orando, bem como  os seus ensinamento de  como devemos orar. No passado Domingo convidava-nos orar como atitude de agradecimento. Hoje  propõe-nos a parábola da viúva insistente, para nos exortar à  perseverança na oração. Assim como a persistência daquela viúva, obrigou aquele “juiz  que não temia a Deus nem respeitava os homens” a fazer-lhe justiça, para evitar que fosse incomodado indefinidamente.
Jesus mostra-nos a importância da oração na nossa vida. Na parábola, o juiz não tem outro remédio senão conceder àquela mulher a justiça que reivindicava. No se trata de comparar a Deus com aquele juiz, que Jesus descreve como “corrupto e ímpio”, mas sim a nossa conduta com a da viúva, com uma oração também de petição e perseverante. No entanto, orar insistentemente, não significa que procuremos convencê-l’O em mudar de ideias, mas sim aceitar a nossa humilde condição e entrar em comunhão com Ele.
Hoje, aliás como sempre, os homens queixam-se de que não sabem orar. Precisamente São Lucas, no seu Evangelho apresenta-nos o episódio dos discípulos, que angustiados, se dirigem a Jesus, e Lhe dizem: “Senhor, ensina-nos a orar”. E em resposta a esse pedido Ele mesmo lhes ensina a Oração do “Pai-Nosso”.
Creio que os discípulos se precipitaram, pois eles queriam aprender orações, como o tinham feito os discípulos de João Baptista. De facto Jesus é o grande Mestre de Oração. Como era seu costume, repetem-nos os evangelhos, aos  sábados, participava na Oração da Sinagoga, e inclusive em Nazaré fez a leituras de “Moisés e dos Profetas”, mas muito mais importante que isso era os momentos que isoladamente, ou com os discípulos, ia para locais solitários para orar. 
Contudo, também, muitos discípulos do Mestre se tornaram verdadeiros mestres de Oração. Muitos cristãos procuraram deixar-nos, por experiência ou por ciências, escritos que nos ajudassem a rezar. Para que não  apliquem o ditado: “em casa de ferreiro, espeto de pau”, gostaria de partilhar alguns dos ensinamentos de Santa Teresa de Jesus acerca da oração. E a esse respeito escreve: 
“A meu parecer, oração mental, outra coisa não é senão tratar de amizade – estando muitas vezes tratando a sós – com quem abemos que nos ama” (Vida, 8, 5).
Sendo a oração um colóquio de amor, escreve Santa Teresa:
 “É coisa muito sabida amarmos mais a uma pessoa quando muito nos lembrarmos das boas obras que nos  faz. Pois, se é lícito, e tão meritório, termos sempre na memória que de Deus temos o ser que nos criou do nada, e nos sustenta, e de todos os mais benefícios da Sua morte e trabalhos – que muito antes de nos criar já os tinha feito por cada um dos que agora vivem -  porque será […] que não queira  agora falar senão d’Ele?” (vida, 10, 59).
A oração deve ser uma parte integrante da vida do cristão. Infelizmente, muitos que se confessam cristãos só se lembram de rezar, como se costuma dizer, quando sentem “o nó na garganta”, e fazem-no com tão pouca humildade, que mais que louvar parecem insultar o Senhor.
O grande Mestre, e modelo de homem orante é Cristo, mas também há grandes mestres, como Teresa de Jesus, que  oferecem pistas   a todos aqueles que querem aprender a orar, que pretendem  louvar o Senhor!
Ele bem o merece!

Chama n.º nº 766 | 17 Outubro ‘10

sábado, 9 de outubro de 2010

A ALMA É DE CRISTAL!

Recordando-me do belo cântico a “Alma é de Cristal, que de maneira poética e breve nos recorda a essência do livro das “Moradas” ou “Castelo Interior” de Teresa de Jesus, aqui deixmamos alguns excertos do mesmo, esperando que os mesmos nos animem a ler os seus escritos, onde podemos recolher boa doutrina para seguir os caminhos de Jesus.
Estava a pensar no artigo para este número da Chama Viva. Sabia que, pelas orientações, a que nos temos proposto, deveria falar de Santa Teresa de Jesus, visto que este é o Domingo que cai dentro da novena em sua honra. A primeira tentação que se tem é traçar alguns rasgos da sua vida, o que até nem se torna difícil; mas depois de uma breve reflexão, lembrei-me de um cântico em sua honra, penso que composto por um religioso carmelita, intitulado “A Alma é de Cristal”, que de maneira poética e breve nos lembra a essência de um dos escritos de Teresa de Jesus, as “Moradas” ou “Castelo Interior”.
Este livro foi escrito para responder ao pedido de algumas religiosas carmelitas, procurando esclarecer algumas dúvidas que tinham sobre a oração. Nada melhor é que ouvir as dissertações da Madre fundadora!
Assim escreve Teresa Jesus:
“É de considerar a nossa alma como um castelo todo de um diamante, onde há muitos aposentos, assim como no céu há muitas moradas”, pois “não encontro eu outra coisa com que comparar a grande formosura de uma alma” (1 Moradas 1, 1).
E prossegue:
“Consideremos que este castelo tem, como disse, muitas moradas; umas no alto, outras em baixo, outras nos lados; e no centro e meio de todas estas, tem a mais principal onde se passam as coisas mais secretas entre Deus e a alma.” (1 Moradas, 1, 3).
E Teresa de Jesus adverte:
“Há muitas almas que ficam à volta do castelo - onde estão os que o guardam - e que se lhes não dá em entrar, nem sabem o que há naquele tão precioso lugar, nem quem está dentro, nem mesmo que dependências tem [...]. Dizia-me um grande letrado, que as almas que não têm oração são como um corpo paralítico ou tolhido, que, embora tenha pés e mãos, não os podem mexer; e são assim: há almas tão enfermas e tão habituadas às coisas exteriores, que não há remédio nem parece que possam entrar dentro de si mesmas” (1 Moradas, 1, 5.6).
Para entrar nesse castelo Teresa oferece-nos uma solução:
“A porta para entrar neste castelo é a oração e a reflexão, não digo mais mental que vocal, desde que seja oração” (1 Moradas, 1, 7).
Mas Santa Teresa adverte os seus leitores sobre os danos que o pecado causa na alma:
“Quero dizer-vos que considereis o que será ver este castelo tão resplandecente e formoso, esta pérola oriental, esta árvore de vida [...], assim como duma fonte muito clara, claros são os arroiozitos, que saem dela, assim é uma alma que está em graça, pois daqui lhe vem serem suas obras agradáveis aos olhos de Deus e dos homens, porque procedem desta fonte de vida, onde a alma está como uma árvore plantada [...]. assim a alma, que por sua culpa se afasta desta fonte e se aparta desta fonte e se transplanta a outra de uma negríssima água e de muito mau odor, tudo o que dela sai é a mesma desventura e sujidade” (1 Moradas 2, 9).
Filosoficamente diz Teresa de Jesus:
“A meu ver, nunca nos acabamos de conhecer se não procurarmos conhecer a Deus; olhando à sua grandeza, acudamos à nossa pequenez, olhando à Sua pureza, veremos a nossa sujidade; considerando a Sua humildade, veremos como estamos longe de ser humildes” (1 Moradas 2, 9).
Já bastante mais adiante escreve a Seráfica Doutora:
“De muitas maneiras se comunica o Senhor à alma com estas aparições: algumas, quando está aflita; outras, quando lhe há-de vir algum trabalho grande; outras para sua Majestade Se regalar com ela e a regalar a ela [...]. Façamos agora de conta que Deus é como uma morada ou palácio muito grande e formoso, e que este palácio - como digo - é o mesmo Deus. Pode porventura o pecador, para suas maldades, afastar-se deste palácio? Não, por certo; senão que, dentro do mesmo palácio, que é o mesmo Deus, passam-se as abominações e desonestidades e maldades, que fazemos nós os pecadores.” (6 Moradas, 10, 1. 4).
Depois destes excertos do livro das Moradas sintamo-nos mais animados a ler os escritos de Santa Teresa, que afinal não são tão complicados, e neles recolheremos boa doutrina, para seguir os caminhos de Jesus.

Chama n.º 765 | 10 Outubro ‘10

AVISOS

QUINTA | 14
» 18h.00 Primeiras Vésperas de Santa Teresa de Jesus
» Após a Eucaristia o Santíssimo ficará exposto até às 21h.45

SEXTA | 15
Santa Teresa de Jesus, Virgem e Doutora da Igreja, (Solenidade)
»18h.30: Solene concelebração eucarística, em honra da nossa Mãe e Fundadora.

RENOVAMENTO CARISMÁTICO
No próximo dia 17, a partir das 9h.30, no salão D. João Evangelista Lima Vidal, realiza-se a Assembleia Diocesana do Renovamento Carismático Católico.

NOVENA
Continuamos a celebrar novena em honra de Santa Teresa de Jesus.

PROFISSÃO SOLENE
Professam solenemente no Santuário do Menino Jesus de Praga, no dia 15 de Outubro, às 11h.30, os nossos irmãos Fr. Nuno Pereira e Fr. Noé Martins, timorenses, e o angolano Fr. Daniel Jorge.

Chama n.º 765 | 10 Outubro ‘10

COMENTÁRIO

O Evangelho deste Domingo apresenta-nos um relato exclusivo de São Lucas. Dez leprosos, vieram ao encontro de Jesus, mas mantendo-se a distância, em coro, e em alta voz, disseram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós”.
Talvez nos cause surpresa o facto dos leprosos não se terem aproximado de Jesus, como faziam tantas outras pessoas que imploravam curas. O comportamento dos leprosos justifica-se pela sua condição da contagiosa doença que carregam, que os impedia de toda a convivência social e, inclusive, religiosa.
Surpreende-nos a atitude de Jesus, que contrariamente ao seu modo de agir, não os curas, mas diz-lhes: “Ide mostrar-vos aos sacerdotes”, manda-os apresentarem-se aos “inspectores de saúde” para a que estes confirmem a cura e permitam que sejam reintegrados na convivência social.
Os leprosos, acatam a ordem de Jesus, e eis que surge o milagre, qual fruto da confiança e da disponibilidade daqueles leprosos.
Se este pormenor é muito interessante, no entanto, o núcleo central do Evangelho são as cenas que se seguem. Caminhavam juntos, para dar cumprimento às ordens de Jesus, quando todos se seguem curados. Perante o milagre quase todos continuam a viagem para que a cura seja reconhecida pelos sacerdotes, e poderem assim voltar a ser “cidadãos”, mas um deles, que até era samaritano, um proscrito do judaísmo, excluído da casa de Israel, e consequentemente do povo de Deus, testemunha publicamente em favor de Deus, regressando ao encontro de Jesus para Lhe dar graças.
Penso que não podemos censurar a atitude dos restantes leprosos, pois, certamente eram judeus, e limitaram-se a cumprir a lei, a mesma lei que os segregou, e além disso outra coisa não fizeram que respeitar as ordens de Jesus: “Ide mostrar-vos aos sacerdotes”.
O perigo é que nós também muitas vezes caímos no legalismo, quando deveríamos deixar-nos conduzir pelo Espírito!

Chama n.º 765 | 10 Outubro ‘10

domingo, 3 de outubro de 2010

AVISOS

SEGUNDA | 04
São Francisco de Assis, religioso (MO)

QUARTA | 06
Início da Novena em honra de Santa Teresa de Jesus

QUINTA | 07
1ª Quinta-feira do Mês
Nossa Senhora do Rosário (MO)
» 17h.45: Exposição e Adoração do Santíssimo
Nesta Oração, orientada pelos Ministros Extraordinários Comunhão, rezaremos pelas vocações, especialmente pelas vocações à nossa Ordem e à nossa Província.

ABERTURA DO ANO PASTORAL.
Ao contrário do programado este ano, por diversas razões, a reunião de Abertura do Novo Ano Pastoral terá lugar no dia 23 de Outubro, Sábado. Na Eucaristia das 18h.30, desse mesmo dia, será feito o compromisso dos diversos grupos.
Anotem esta data na vossa agenda!


Encontram-se em distribuição as listas de Leitores e Ministros da Comunhão para os próximos meses.

Chama nº 764 | 03 Outubro ‘10


COMENTÁRIO

Foi com entusiasmo, determinação e dedicação que os discípulos deixaram tudo, para seguirem o Mestre. As suas palavras encantavam, e os seus milagres iam criando neles a convicção de que Jesus de Nazaré era o Messias esperado, o anunciado pelos Profetas, o Filho de Deus.
No entanto, perante tantas exigências que ia propondo aos seus seguidores, o que levou a que muitos tivessem ido embora, e após começar a falar enigmaticamente da sua subida a Jerusalém, com a consequente Morte e Ressurreição, os doze começam a sentir-se confusos, e perante as suas limitações pedem a Jesus que aumente a sua fé. Mas, mais uma vez, a resposta de Jesus não corresponde cabalmente aos termos do pedido, sinal de que Jesus não comunga a maneira de pensar dos apóstolos, pois a fé não se pode quantificar. Por isso Jesus contesta-lhes: “Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia”.
Sendo o grão de mostarda uma semente pequeníssima, tendo em conta a comparação de Jesus, o que conta não é a quantidade, mas a qualidade da vida do cristão, que torna possível aquilo que nos parece impossível! De facto a amoreira necessita de terra, e não de água, para poder fixar as suas raízes!
Mas, porque o cristão, como humano que é, pode deixar-se levar por um certo convencimento, Jesus, servindo-se da relação amo-criado, recorda-nos que todos somos servos. Assim como o servo que, embora cansado, regressa a casa, ainda tem de servir o jantar ao patrão, e não ao contrário, também nós devemos sentirmo-nos na mesma disposição em relação a Deus. Somos nós que O devemos servir, e não esperar d’Ele qualquer agradecimento, pois não fazemos outra coisa que cumprir o nosso dever!
Cumpramos os nossos deveres, e certamente Ele inscrever-nos-á na lista dos seus herdeiros!

Chama nº 764 | 03 Outubro ‘10


DE NOVO A CAMINHO!

Neste primeiro Domingo de Outubro a “Chama Viva” reencontra-se com os seus leitores. Porque os fiéis leigos muitas vezes se auto-marginalizam da vivência eclesial, limitando-se, por vezes, a participar unicamente na Eucaristia Dominical, queremos hoje recordar, à luz do Concílio Vaticano II, a missão do leigo na vida da Igreja.


Terminou o Verão! As férias já estão no mundo do esquecimento! Os alunos já regressaram às aulas e as crianças voltaram à catequese. Diríamos, numa frase: Voltámos à normalidade!
Sim, vamos retomar o ritmo normal da nossa vida, e nesse sentido, como é desejo de alguns, também, neste primeiro Domingo de Outubro, a “Chama Viva”, reencontra-se com os seus amigos.
Não vamos trazer nada de novo, pois queremos prosseguir os princípios que nos têm orientados neste últimos anos: fazer da nossa “Chama Viva” um local de reflexão e meditação, meditar no evangelho, dar a conhecer alguns documentos pontifícios, e naturalmente divulgar a vida e a espiritualidade dos nossos santos.
Tendo em conta que no dia 23, Sábado, este ano um pouco mais tarde que o habitual, terá lugar a reunião de abertura do novo Ano Pastoral, gostaria de lembrar, que esse acontecimento quer co-responsabilizar os leigos na vida e acção da Igreja. De facto, os fiéis, muitas vezes, vivem à margem da Igreja, limitando-se a participar unicamente na Eucaristia Dominical, se é que o fazem.
Por essa razão vamos partilhar convosco alguns parágrafos do Concílio Vaticano II, que recordam a missão dos leigos na Igreja. Assim na Constituição Dogmática sobre a Igreja, “Lumen Gentium”, podemos ler:
“O sagrado Concílio volta de bom grado a sua atenção para o estado daqueles fiéis cristãos que se chamam leigos. Com efeito, se é verdade que todas as coisas que se disseram a respeito do Povo de Deus se dirigem igualmente aos leigos, aos religiosos e aos clérigos, alguns, contudo, pertencem de modo particular aos leigos, homens e mulheres, em razão do seu estado e missão; [...]. Os sagrados pastores conhecem, com efeito, perfeitamente, quanto os leigos contribuem para o bem de toda a Igreja. Pois eles próprios sabem que não foram instituídos por Cristo para se encarregarem por si sós de toda a missão salvadora da Igreja para com o mundo, mas que o seu cargo sublime consiste em pastorear de tal modo os fiéis e de tal modo reconhecer os seus serviços e carismas, que todos, cada um segundo o seu modo próprio, cooperam na obra comum” (LG 30).
Ainda na mesma Constituição pode ler-se:
“Por vocação própria, compete aos leigos procurar o Reino de Deus. Vivem no mundo, isto é, em toda e qualquer ocupação e actividade terrena, e nas condições ordinárias da vida familiar e social, com as quais é como que tecida a sua existência. São chamados por Deus para que, aí, exercendo o seu próprio ofício, guiados pelo espírito evangélico, concorram para a santificação do mundo, a partir de dentro, como o fermento, e deste modo manifestem Cristo aos outros, antes de mais pelo testemunho da própria vida, pela irradiação da sua fé, esperança e caridade” (LG. 31).
No entanto, é no Decreto sobre o Apostolado dos Leigos, “Apostolicam Actuositatem”, onde mais pormenorizadamente se encontra a missão dos leigos:
“Os leigos [...] têm um papel próprio a desempenhar na missão do inteiro Povo de Deus, na Igreja e no mundo” (AA, 2), e mais adiante pode ler-se:
“A todos os fiéis incumbe, portanto, o gloriosos encargo de trabalhar para que a mensagem divina seja conhecida e recebida por todos os homens em toda a terra” (AA,3).
No entanto, todo o apostolado dos leigos, e não só, necessita de uma íntima comunhão com Cristo:
“A fonte e origem de todo o apostolado da Igreja é Cristo, enviado pelo Pai. Sendo assim, é evidente que a fecundidade do apostolado dos leigos depende da sua união vital com Cristo [...]. Esta vida de íntima união com Cristo na Igreja é alimentada pelos auxílios a todos os fiéis e, de modo especial, pela participação activa na sagrada Liturgia; e os leigos devem servir-se deles de tal modo que, desempenhando correctamente as diversas tarefas terrenas nas condições ordinárias da existência, não separem a própria vida a união com Cristo, mas antes, realizando a própria actividade segundo a vontade de Deus, nela cresçam. É por este caminho que os leigos devem avançar na santidade com entusiasmo e alegria, esforçando-se por superar as dificuldades” (AA, 4).

Chama nº 764 | 03 Outubro ‘10